02 março 2011

Mais um teste do FC Porto a si próprio num balanço a pedir novas contas depois de tantos resultados positivos também escondidos das manchetes



Há um mês pairava na Nação azul-e-branca a suspeita sobre uma temida caída da equipa, que não engrenava jogos convincentes, apesar das vitórias a trote assegurarem uma liderança confortável na Liga. Os próprios portistas mais atreitos a descrenças e desconfianças temendo a sua vulnerabilidade ao ouvir o vizinho a cantar de galo mesmo no andar inferior da classificação, mostravam saber pouco da equipa, indiferentes às ausências de Falcao, que impunha uma nova posição a Hulk, esforçada mas nunca regateada no sentido de amuar e discutir a sua eventual insatisfação por ter sido tornado em "carne para canhão" dos centrais adversários, e de Álvaro Pereira, sempre o gatilho ou rastilho que incendiava a ala esquerda.


Era, ainda, um tempo em que Varela e Fernando regressavam de paragens por lesão. Naturalmente, a equipa demorava a engrenar, mas não andava aos solavancos. O colectivo aguentou o balanço, enquanto Hulk decidia carregando de golos uma equipa ofensivamente às suas costas e custas. Entretanto, Falcao e Álvaro regressaram e já se viu o futebol enleante e corrido, mas seguro e firme, nos últimos jogos. Um acidente infeliz de percurso com o Sevilha não negou o upgrade visto num futebol escorreito mas desgraçadamente ineficaz nesse jogo sem invalidar o apuramento europeu. A categórica vitória em Braga, com Álvaro a regressar nos instantes finais, seguida da vibrante exibição em Olhão, com Falcao já a bisar, mostraram a falta que ambos fizeram sem prejuízo das vitórias essenciais e merecidas. Os desconfiados de antes, porém, não fizeram o acto de contrição, decerto distraídos pelo frenesim do mesmo vizinho alarmado e frustrado pela diferença pontual para o inalcançável líder.


Agora, frente ao V. Guimarães, no sábado, o FC Porto vai jogar sem Hulk. Depois, em Moscovo, jogará sem Álvaro. Mas James está seguro e confiante e Fucile de volta ao nível mais alto quer defensivamente quer no apoio ao ataque. Fernande tem feito excelentes jogos, para "desespero" de Guarin que suportou bem o fardo na ausência do brasileiro. "Discute-se" Moutinho por não marcar e mal chutar, mas o "ruído" só apaga a evidência do seu trabalho libertar mais o génio de Belluschi, autor do melhor golo do campeonato no último sábado.


Serão dois testes, renovados, à equipa que não quebra. De novo sem jogadores fundamentais, um de cada vez, mais uma vez nas duas principais competições que a equipa persegue tenazmente.


Acredito que é isto, além de uma imperturbável atitude de conquista impondo a sua força serena como se viu em Olhão, que faz mover e amadurecer a equipa tão bem conduzida por André Villas-Boas. Como têm realçado os responsáveis portistas, até parece que o FC Porto não tem 9 vitórias seguidas na Liga e 19 em 21 jornadas num percurso extraordinário como só uma vez, há 70 anos, teve: em 1939-40, o FC Porto foi (bi)campeão só não ganhando uma vez (3-4 no Sporting) em 18 jornadas naquele que é o mais vitorioso campeão de sempre e não outras proezas que andam por aí a apregoar erroneamente.
E vai-se esquecer, como se tem feito, que esta equipa, além de liderada por um treinador de apenas 33 anos, perdeu duas das suas referências maiores no Verão, quer pela influência que Meireles e Bruno Alves tinham, quer pela experiência intrínseca em campo e de líderes do balneário. O FC Porto tem uma equipa tão jovem quanto o técnico, mas também aqui se minimiza o facto, nem para fazer sobressair ainda mais a maturidade competitiva e a focalização determinada nos principais objectivos, tudo qualidades nunca engrandecidas. E se adeptos portistas, ditos "exigentes", se revoltam pela falta de manchetes e menos elogios ao FC Porto, a verdade é que têm iguais culpas no cartório pois subvalorizam o que tem sido conseguido e com as limitações elencadas mas dos próprios amiúde esquecidas. Pensa-se que temos sempre uma equipa formatada para vencer com maturidade, experiência e indiferente às saídas de jogadores que levam consigo essas qualidades, como foram com Lucho e Lisandro, além de Cissokho, mais as de Bruno Alves e Raul Meireles.

Entetanto, até passou despercebido que, no 1º semestre, as contas da SAD voltaram a dar mais lucro do que as dos vizinhos; sim, com as vendas, como os outros tiveram, mas com menos dinheiro da Europa, muito menos pela falta da Champions que, ao vizinho fala-barato, afinal não foi o suficiente, fora o fracasso nessa prova, para mostrar mais resultados financeiros.
Diz-se que as próximas quatro jornadas serão decisivas até porque será a forma, também, de gerir as quase-suspensões em que incorre toda a defesa a começar por Helton, primeiro baluarte de um couraçado com apenas 7 golos sofridos e só dois fora de casa nas únicas vezes em que a equipa não venceu.


Quando falharam Falcao e Álvaro o FC Porto não vacilou na Liga. Com um percurso à vista tendencialmente a perder um jogador fundamental por jogo, este Março será o exame final a todas as potencialidades do plantel para entrar em Abril como campeão para a exclusiva mancha azul nas capas dos pasquins sem excepção e com mais uma eliminatória europeia superada a caminho de Dublin.


Em tempo: antecipadamente "festejei" os 30 jogos de campeonato do FC Porto sem derrotas, após a vitória em Braga. Contei os 20 jogos desta época, ao tempo, mais 10 da época passada desde a derrota em Alvalade, fez há pouco um ano. Eram só 9, provavelmente contei duas vezes aquela estrondosa vitória de Maio sobre o Benfica (3-1). Errei mas o "campeonato" foi consumado em Olhão e à média de 9 vitórias e 1 empate. Média que espero não seja respeitada no sábado, depois de mais 9 vitórias esta época desde o empate em Alvalade e com a outra equipa que logrou não perder com o FC Porto. Nem de propósito, o Jorge Sousa que prejudicou gravemente o FC Porto em Alvalade (na foto em que Helton apanhou bolas de golfe que foram menos faladas do que as vistas no Dragão) é o árbitro na recepção ao V. Guimarães. Outra "média" e coincidência a superar...


6 comentários:

  1. There's a team in Europe that is still in the hunt to win every competition this season. A club which is dominating its league, ahead of its perennial archrival, which itself is having, statistically at least, a great season. Its numbers, across all competitions, are frighteningly good: Played 40, Won 33, Drawn 4, Lost 3.
    Another column extolling the virtues of Barcelona?
    Think again. This particular team has actually won the same number of games as Barca, while drawing and losing fewer. And, unlike the Catalans, it's still undefeated in the league, where it has won an outrageous 19 of 21 matches.
    I'm talking about Porto, one of the truly amazing success stories of 2010-11. And to think this was supposed to be a transition year, following the sale of its midfield general, Raul Meireles, and its defensive stalwart, Bruno Alves. The club replaced them with Joao Moutinho and Nicolas Otamendi and while the former has been a solid contributor, the latter has been slowed by injuries. Beyond that, it's largely the same crew as last season.
    With one important difference: the manager, Andres Villas Boas. And, at just 33 years old, Villas Boas was arguably the biggest roll of the dice of all. Before taking the job in the summer, he had just 23 games worth of managerial experience. Talk about being fast-tracked.
    Villas Boas took over Academica de Coimbra in October 2009, with the club stuck in last place. By the end of the season, it finished a respectable 11th and reached the semifinal of the Portuguese League Cup. But we'd be kidding ourselves if that feat alone persuaded one of the most historic clubs in Europe to place its faith in a guy with zero experience as a professional footballer -- let alone one at an age when most future coaches are still plying their trade on the pitch. What played a huge part was his apprenticeship as a coach under one Jose Mourinho. The pair hooked up at Porto when Mourinho took over in 2002 and he soon become one of the Special One's most trusted advisers. So much so that Mourinho took him along when he moved to Chelsea in 2004 and then on to Inter in 2008.
    But it's not as if Villas Boas owes his career to Mourinho. If anything, he was something of an enfant prodigy in his own right, landing a job in Porto's scouting department way back in the late 1990s when still a teenager. As the story goes, he lived in the same building as then coach Bobby Robson and, because he spoke good English, harassed the late Robson into reading some of his meticulously compiled scouting reports. The Geordie legend was suitably impressed, first by the young man's enthusiasm and persistence, later by the detail and depth of his analysis.
    continua

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  2. Maybe that's why he admits he tries to "duck comparisons" between himself and The Special One. "We do not have the same character and personality. We communicate and work differently."
    Villas Boas knows he's precocious and knows the comparisons are inevitable -- we in the media like our stories plain, simple and linear -- but he's also his own man. Indeed, while Porto's 4-3-3 is vaguely reminiscent of Mourinho's in some respects, it's a more attack-oriented outfit and, tactically, looks more sophisticated.
    Porto's success this year isn't just down to the manager. It's also down to the fact that it's one of the best run clubs in Europe, an organization that understands its role in the global pecking order. It's a big fish in a small pond that, most years, needs to compete in the wider pond of continental soccer. And that means constant reinvention, because you become a victim of your own success almost every year in the sense that you lose your best players to wealthier rivals.
    In the last four years, Porto has lost not just the aforementioned Raul Meireles and Bruno Alves, but also the likes of Lucho Gonzalez, Lisandro Lopez, Aly Cissokho, Ricardo Quaresma, Jose Bosingwa, Pepe and Anderson ... that's nearly a quarter of a billion dollars worth of talent. Replacing that player drain goes beyond the manager. To do it effectively you need a first-rate scouting system, a general manager capable of getting the right guys at the right price and a willingness to gamble.
    This season it has all paid off. And the good news is that, despite having suitors from all over Europe, Villas Boas has pledged to stay at least another year and test himself in the Champions' League. To many, it's just a steppingstone as Villas Boas seems destined to follow in the footsteps of Mourinho and take the realms of a larger club. But even if he does go a year or two from now, Porto will be ready. They're used to showcasing talent and watching it leave. And usually they don't miss a beat when it happens.


    Read more: http://sportsillustrated.cnn.com/2011/writers/gabriele_marcotti/03/03/porto/index.html#ixzz1FaH7y9Cd

    Abraço

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  3. Many thanks to your contribuition, portodocrime, although we never know how far these articles will reach not only the Porto supporters, but the majority of the stupid people hanging around portuguese football.

    Basically, it raches the same arguments I used in my post, missing only that, alongside the coach, at 33, our team has to be considered a very young team to reach such higer positions all season long with very expectable targets to conquer.

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  4. Então e disto ( http://www.rr.pt/bolabranca_detalhe.aspx?fid=73&did=145072 ) ninguém fala?

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  5. Mais um texto pago. Sabem por quem? Um doce a quem adivinhar.

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  6. Manuel, qual texto pago e por quem? Não entendo.

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