Antevisão (que querem branquear) do clássico

Está bem, o Villas-Boas quer continuar a demarcar-se do Mourinho e não entra em "mind games", pois atirar o favoritismo para outros é isso mesmo devido aos "mais grandes". A História, porém, joga pelo FC Porto.

A segurança está assegurada, passe o pleonasmo e jogando noutro capítulo do jogo. Bento XVI estará a 300 kms do Porto amanhã e de Santiago de Compostela o seu Papamóvel dará um salto nas asas do Senhor para que tudo corra bem na visita do Benfica à Invicta que como tal quer permanecer - além de antiga, bairrista, mui nobre e leal cidade. Como os tanques antimotins a 5ME encomendados pelo MAI Rui Pereira, entretanto visitado pelos magos escarafunchosos, estão atrasados, agradecemos à Santa Sé a colaboração desta cedência miraculosa e partimos a caminho de desbravar o mundo para livrá-lo dos infiéis.

Há quem opte pelos 1x1 entre A e B, E e F e sector a sector. As antevisões do clássico não só fazem por esquecer as mentiras do Governo, as condescendências do PSD e os tentáculos do FMI, nos fóruns televisivos da bola, como querem fazer de conta que, ecumenicamente, estamos na paz do Senhor. Convertidos, mas pouco.

O estrangulamento económico e as condicionantes das finanças fazem-me ouvir com atenção os experts da matéria, pelo que aprecio muito o José Gomes Ferreira da SIC, da mesma forma que leio e ouço Pedro Guerreiro do Jornal de Negócios. No tocante a dinheiros e contas, porém, o segundo destacou-se de forma bárbara, num comentário idiota em que, fatalmente, até os mais lúcidos e inteligentes descambam (como alterações no câmbio da moeda), assinado esta semana no Rascord, pasquim que, à altura dos seus responsáveis editoriais, desfia um ilustre painél de imbecis talibãs das coisas da bola.

Convém, por isso, lembrar em que se movem as coisas no tocante a clássicos.

Isto, por exemplo, é sacramental na capital.

Mas insistem em afirmar como se "isto" não fosse nada com eles.

O pior cego é o que não quer ver.

E ainda se arvoram em referenciais da decência, da moral e até... da Economia.

Aliás, na capital não há sequer problemas sociais que afectam o capitalismo nem problemas capitais que condenam o socialismo.

A contagem decrescente para o clássico, como vimos há várias semanas, partiu do lado dos descrentes. E na sua proverbial memória selectiva, desataram a recuperar estórias de arbitragem, incidências disciplinares e pedradas várias como se nunca tivessem acontecido à sua porta, matando adeptos adversários, barrando (a própria Polícia) a entrada de adeptos contrários na capital e até correndo estes o risco de serem atacados e verem o seu autocarro indenciado. Aos costumes dizem nada.
Dediquemos, pois, a atenção devida aos clássicos. Até porque, abrindo uma excepção, "eles" compraram 2500 bilhetes quando preconizavam que ninguém devia ver jogos fora. Fora com eles, portanto.
Eis um clássico, de uma capital europeia por sinal de um nível tão rasteiro quanto a nossa.

O clássico das calinadas também não falta.

Quem vem aí, afinal? Gente não é certamente, e a gente não bate bem da bola.

Um olhar. Para desconfiar. A gente é assim:

http://www.youtube.com/watch?v=nxGMBBzOLBo&feature=player_embedded

E assim:

http://www.youtube.com/watch?v=O1LnQNoKbJw

Isto, da última vez no campo, foi a 7 de Agosto, mas queixaram-se tanto daí para cá que parece que lhes doeu a eles...

Para aqueles mais esquecidos, episódios de outras narrativas e de uma escritora famosa, reparem no "inpinado" que diz tudo deste "corpo escultural" agora tão abandonado.

Depois da condenação a 300 horas de trabalho comunitário já não faltam sugestões para o desempenho, como alguém já deu o corpo ao manifesto.

Isto, ainda, contado assim para repor as coisas no seu devido lugar e nunca esquecer:

http://www.youtube.com/watch?v=V3AGHkkaNN8
http://www.youtube.com/watch?v=xJF4F_7b1-I

só para relembrar a triste figurinha do parolo da SIC a contar que viu pedradas que não existiram, não foi preso nem foi despedido.

Agora, para tudo acabar bem, chamam o historiador e tudólogo Pacheco Pereira, um portuense, "da" Cedofeita como dizem lá em baixo, para avaliar a caldeirada.

Por fim, uns pozinhos do Filipe do Mar Salgado que é tão bom a História como mau a Geografia mas gosta pouco que lhe cheguem a mostarda ao nariz para saber como o café pode ter formigas...

A quem, contra as suas diatribes - porque me marimbo para a sua literacia em Geografia -, indiquei este caminho: http://oantilampiao.blogspot.com/2010/10/o-caso-do-burro-violado.html

Mas isto não cai bem em goto algum.

Não há, porém, que fugir ao que existe e é este Portugal contemporâneo.

E a Europa conhece-nos bem. Não é só na massa, também é no doping, por isso não se admirem: http://desporto.publico.pt/noticia.aspx?id=1464541 que o Luís Horta já arranjou problemas suficientes com a instituição em nome da verdade desportiva que o Rui Prantos gosta de proclamar.

Bom fim-de-semana, voltamos a falar segunda-feira, seguramente bem dispostos. Lágrimas não pagam dívidas e eu não devo nada, absolutamente nada a ninguém. Mas sei que me querem lixar. E dou o troco.