01 maio 2014

A importância de um treinador (II)

A saída de Mourinho de Madrid no Verão passado, depois de se incompatibilizar com o balneário, foi tomada em Portugal, pelo parolos do costume, como um "treinador livre", não um falhado que já se sentia a mais e onde não era bem amado, para além de se queixar da fobia dos espanhóis para com os portugueses.
 Quando saiu, além de lhe lembrarem que só tinha disputado semifinais da Champions com o Madrid, os adeptos tiveram este desplante.
 Sempre achei, escrevi-o, que o Real Madrid precisava mais de Cristiano Ronaldo do que de Mourinho.
 
Ao ver o Chelsea sem mando no campo, suplantado por um Atlético pouco incomodado com a desvantagem no marcador, lembrei-me deste sinal.

Só tenho pena de não rever o embate de há 40 anos entre Bayern e Atlético de Madrid. Mas o Real Madrid foi melhor graças a um treinador que melhorou a equipa, tal como o Atlético com Simeone.
 
Sobra o problema da Champions: podia repetir-se a final de 1974 em Bruxelas, a única que teve de ir a "finalíssima" e 48h depois de o central alemão Schwarzenbeck ter igualado aos 120', com um tiro rasteiro de fora da área em posição frontal, o golo magnífico de livre directo, no que se chamava então de "folha seca", de Luís Aragonés perante um Sepp Maier especado e uma barreira que, naqueles tempos, não saltou para evitar a bola a voar suavemente para as redes, creio que aos 114 minutos.
 
E é destas memórias que se faz o futebol. Não o futebol retranqueiro a que Mourinho já nos habituou.
 
As memórias agora sucedem em tropel, pois este século começou, em Paris, com uma final espanhola entre Madrid e Valência. Seguiram-se a final italiana (Milan-Juve em 2003), a inglesa (Chelsea-M. United em 2008) e a alemã (Bayern-Dortmund em 2013). Recomeça o ciclo e começa a ficar aborrecido. Mesmo que o campeão já não consiga revalidar o título, na "maldição" da Champions.
 
Mesmo que sejam finalistas em Lisboa as duas melhores equipas da Liga espanhola e da Europa, claramente.
 
Dos fracos nunca reza a história. E o brilhante Atlético, em memória precisamente de Aragonês que era um médio-ofensivo de raça pura, que ganhe a taça para haver um novíssimo campeão.

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