17 março 2012

Ser campeão dá um trabalho enorme!

Diminuído nas opções, e fundamentais como Hulk e Fernando, num campo sempre difícil apesar da elevada taxa de sucesso, o FC Porto sofreu para ganhar na Choupana talvez ao melhor Nacional da época.
Poderia falar-se de pormenores técnico-tácticos, mais assentes em menor produtividade de Lucho e na falta de opções importantes para as faixas (também Varela e Djalma, para não falar de Danilo), mas acabou por ressaltar a ideia, interiorizada na equipa, de que isto de ser campeão dá muito trabalho. E há que fazer por isso.
Portanto, o FC Porto saiu incólume, Helton esteve em grande, a equipa acusou falta de ligação e de rotinas nas saídas para o ataque, dependendo muito de Álvaro e da chegada de Lucho à área, mas teve de arregaçar as mangas e todos mostraram consciência disso mesmo. Espírito de campeão e, há que reconhecê-lo, alguma estrelinha, apesar de as ocasiões do Nacional, em bom número, não se assemelharem à clareza e perigosidade das do FC Porto, nomeadamente de Rolando na 1ª parte e um duplo cabeceamento à barra de Rolando e, na recarga, Maicon, a terminar e ainda com vantagem mínima. Também Janko podia ter ampliado logo após o intervalo, mas não podia passar sem a falha costumeira sozinho diante do g.r. adversário. O FC Porto adiou o 2-0 e sujeitou-se a sofrer, como normalmente sucede: quem não mata, arrisca-se...
Mas este tipo de vitórias, de jogos ganhos com ranho e suor, em que o potencialmente grande tem de saber travar o ascendente dos locais desesperados por chegarem a lugares europeus na tabela, dá não só a moralização interna, medida no sentido de esforço comum e sacrifício recompensado, como causa efeito contrário nos perseguidores.
Vi algo mal, aos soluços e sem som, o jogo pela net, mas senti bem a determinação portista e o arreganho nacionalista. Também não escutei declarações nem palpites de entendidos, mas fiquei a perceber melhor o alcance da vitória, já na rádio do carro, muito mais tarde, ao ouvir os pacóvios da rádio relatarem efusivamente um golo do Benfica contra um fraquíssimo, eram eles que diziam, Beira-Mar. Foi o 3-0 e a alegria incontida a respeito de Cardozo disputar a lista dos marcadores com Lima...

Pode ver-se o copo meio cheio ou meio vazio, eu só pretendo vê-lo na justa medida e sei que estes jogos são trabalhosos e ainda bem que os jogadores também o assumiram, apesar de várias ausências que limitaram sobretudo a acção ofensiva. Desde logo obrigando Moutinho a mais cuidados defensivos, para libertar Lucho menos exuberante fisicamente. Mas a falta de Varela, Djalma e Hulk retirou vivacidade às alas, Cristian Rodriguez e James Rodriguez não dinamizaram o ataque. Sem erros de arbitragem, frente a um bom adversário, num campo difícil então esta vitória não devia saber bem? Não foi com bom futebol? Mas também não foi com erros de arbitragem, proteccionismo disciplinar, faltas por favor e coisas esquisitas que têm mantido o equilíbrio do campeonato. Tá bem assim.
À falta de melhor para eles, percebe-se o bem que nos faz vitórias assim que mostram o Porto firme que não se viu com a Académica mas, lá está, em mais um resultado viciado pela arbitragem. E honra lhe seja feita, nem os jogadores complicaram nem houve lances polémicos, mas também Xistra não prejudicou o jogo e o resultado. Ainda melhor.

2 comentários:

  1. Peço desculpa, mas na segunda parte o Porto não jogou a ponta de um corno! Mesmo na primeira parte o jogo foi sofrível. O meio campo não se entende, não há desmarcações, não se criam espaços...é a imagem de uma equipa estafada. Das duas uma: ou a equipa nunca valeu nada e o VB conseguiu tirar o máximo possível dela, ou então a equipa é muito boa e o VP não sabe tirar partido da mesma. Eu aponto para a segunda hipótese. Não se vê uma organização de jogo como no ano passado. bolas para frente...o que conta são as estatísticas...custa-me cada vez mais ver estes jogos, apenas porque não há qualidade no jogo. Que acabe rápido a época e que venha novo senhor para treinador!

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  2. Sem dúvida que faz sentido frizar a arbitragem quase sem mácula, numa partida marcada pelo equilibrio. E todos nós sabemos como este tipo de jogos podem ser severamente influênciados pelos homens do apito. Vá lá que o Xistra ontem não estava para aí virado.

    De resto, subscrevendo a ideia do Zé Luís, em que nossa equipa estava condicionada pelas muitas ausências, parece-me contudo que foi mais a estrelinha do que o espiríto de grupo que nos fez segurar a vitória.

    O tombo no rendimento físico da equipa, no seu global, também deve ser motivo de grande reflexão. Na última meia hora o FCP pura e simplesmente estourou. E nós não estamos numa sequência de jogos louca que justifique isso.

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