26 novembro 2010

Lisboa, Lisboa (XVIII)


Podem ainda não ter visto, podem nem sequer chegar a ver, pelo que aqui fica o essencial. Primeiro ouvi na rádio, no carro; depois apanhei com imagem ao chegar a casa na tv.
Um comandante da PSP, nem interessa o nome nem me lembro porque basta o que é, comentava assim sobre o esquema de segurança, esta tarde, para o clássico de Alvalade:

- "aquela claque lá do Norte"...
Era só a propósito de passar para dentro do estádio coisas como maçãs podres ou... bolas de golfe.
Mas a identificação do sujeito é clássica. E a estupidez nem tem graduação. Além da ignorância primária que o desqualifica para este tipo de missões.
Por alguma razão, uma vez, uma claque dos Super Dragões mal passou a portagem de Alverca, recebeu ordem para dar meia volta e regressar ao Porto. Ia para um jogo de hóquei em patins, na Luz.
Fora as vezes em que a Polícia carrega cegamente sobre adeptos, famílias até, indefesos, mesmo nas bancadas e longe das confusões. E em Alvalade comemoraram-se este ano creio que 15 anos da morte de dois adeptos leoninos, caídos de um varandim superior à Porta 10A enquanto insultavam, cuspiam e apedrejavam a chegada da equipa portista então comandada por Bobby Robson.
Diz a canção:
"São os loucos de Lisboa
que nos fazem duvidar
A Terra gira ao contrário
Os rios nascem no mar"

7 comentários:

  1. Zé Luís :

    Eu também ouvi ...
    Mas devo ter ouvido mal , só pode !


    Um abraço

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  2. Eu não tenho blog para me insurgir mas também fui testemunha dessas duas reportagens na comunicação social. Fiquei indignado e por isso mesmo aqui dou o meu testemunho de insultado. Se cá no Norte tivéssemos autarcas com coluna vertebral erecta estas declarações podiam ficar muito caras a quem as produziu. Mas, enfim...

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  3. Zé Luis

    eu vi na sicn e depois na sic.
    aquele agente do lisbonário connection,
    ou é parvo,é,
    ou é mouro,é.
    ele que vá insultar a GPQOP.

    Abraço

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  4. Azul Dragão, tás a ouvir agora o que todos ouvimos?

    Pois é, porto do crime, também ouvi na sicn e depois à noite na sic.

    Parece tudo normal.

    Mas não é, só se deixarmos.

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  5. E passados uns meses os pacíficos leões apedrejavam uma ministra na final da taça.

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  6. A final da Taça foi em 1994, tenho a certeza. Os dois jovens que morreram em Alvalade foram depois, ou em 95 ou em 96.

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  7. Eu vi no Jornal Nacional da TVI. O intendente da PSP disse mais, disse que era natural que o Moutinho fosse insultado (o que até é crime tipificado no código penal, como crime de injúrias) e assobiado por aquilo que fez. Depois, um jornalista perguntou-lhe se podiam entrar determinados objectos ou até boles de golfe, e foi aí que o intendente da PSP disse o que disse.
    Isto num país a sério seria motivo para suspensão imediata do indivíduo com instauração de processo disciplinar por órgão de polícia competente (suponho que o IGAI). O sujeito é um elemento da AUTORIDADE e não um cirurgião de transplantes mentecapto, nem um opinador bloquista seboso e nauseabundo, nem tão-pouco uma simples melancia fedorenta.
    Agora ponham a coisa desta forma: e se fosse ao contrário? O que se passaria no MAI? Audiências pedidas, editoriais inflamados, primeiras páginas no Rascord e n'A Bolha, insultos de toda a espécie aos caciques do Norte de Portugal.
    Lembram-se daquela porta-voz da PSP de Lisboa que num dia de slb-FCP ousou criticar a organização do jogo pelo slb por ter colocado a claque portista numa bancada por cima de outra com adeptos dos lampiões, quando todas as regras da FIFA, da UEFA (e até do mínimo bom senso) mandam colocar as claques junto ao relvado para evitar arremesso de objectos? Pois, na altura eu tinha dito aos que me quiseram ouvir: nunca mais irá aparecer na televisão. Dito e feito. A porta-voz da PSP de Lisboa, que até era agradável nas suas intervenções e competentíssima segundo dizem, foi posta numa prateleira e nunca mais apareceu na televisão a comentar o dispositivo de segurança de um jogo de futebol de alto risco disputado em Lisboa.
    Mas o superintendente aqui do Porto montou um dispositivo de guerra para defender os lampiões. Somos tão pobrezinhos. Ele que ponha os olhos no seu colega de Lisboa e que ouça as gravíssimas declarações hoje por ele proferidas. Andamos sempre debaixo da pata do poder da Capital do Império.

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