Há quem leia as recentes palavras de Pinto da Costa na festa da casa do FC Porto de Espinho, já um clássico nesta altura do ano, como o tocar a (re)unir as hostes portistas com vista à 2ª volta e a metade que falta na época. O líder portista, além de falar de galinhas e urubus que viu numa praia em Fortaleza (Brasil), dizem que apelou aos adeptos, como se não fosse preciso apelar à equipa e ao staff técnico, alertando para os ataques que supostamente o FC Porto receberá - como se isso fosse novidade.
Dizer que "querem-nos dividir" ou "tudo farão para nos criar dúvidas" e, ainda, que pretendem desviar o FC Porto "da rota do título", quanto a mim, não é um alarme.
É um gozo. Simplesmente um glorigozo. Há um ano, por esta altura, Filipe Vieira apelava nesses termos aos benfiquistas. Fazia manchetes de jornais e pedia mesmo para "deixarem-nos ganhar no campo" enquanto nos lembrávamos do mesmo em 2004-2005... Logo nos tempos seguintes às peripécias do túnel da Luz, uma vitória irregular sobre o FC Porto antes do Natal e o proteccionismo de Bruno Paixão a fechar a 1ª volta na visita ao Rio Ave que foi espoliado do empate.
Pinto da Costa limitou-se a repisar as palavras de LFV. Mais nada. Não deu tom dramático ao discurso. Não enfatizou a cruzada do inimigo. Não empolou a circunstância, natural, de os rivais lutarem pelo título e desejarem afastar o líder do topo da tabela. Mais, ao aludir às dúvidas, PdC goza com recente declaração de Javi Garcia, que alimentou a expectativa de o plantel dos dragões "ficar com dúvidas" sobre a sua capacidade após a primeira derrota da época.
Quem não percebeu isto continua a não entender o tom e a ironia mordaz de Pinto da Costa.
O que faz dele, não o tipo da ironia fácil que agora disfarça muito bem, segundo o perfil consabido que lhe dedicaram há muitos anos quem não muda o seu discurso e sentimento para com o presidente do FC Porto, uma figura inimitável. Para o qual também nunca haverá... clones.
E diverte-se à brava, como sempre. Agora até sem que quem o ame ou odeie o detectar. Sublime.
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