11 janeiro 2011

Marc Batta português*


* excepcionalmente, pelos factos e a figura em questão, a rubrica "Bin Laden ou Nobel da Paz" é a mesma mas com um título e um cognome apropriados

Tem cara de bimbo e porta-se como tal. Xistra não defraudou as expectativas. Foi igual a si próprio no Porto-Marítimo. Na esteira do que costuma fazer nos jogos do FC Porto. Independentemente de André Villas-Boas ter tido ou não oportunidade de lhe dar "uma palavrinha" pelo sucedido em Guimarães e do qual o treinador do FC Porto se retractou publicamente de uma crítica injusta (assumindo até o odioso de uma má informação de terceiros), o Xistrema esteve no Dragão, indiferente a salamaleques de circunstância.
A marcação de uma falta ao contrário pode acontecer a qualquer árbitro e nenhum escapa a um mau julgamento de um lance. Com Xistra, em jogos do FC Porto, é já vulgar. De uma assentada, deu um amarelo a Sapunaru quando foi este a sofrer falta numa dividida com Djalma. Pior, ironicamente, do livre nasceu o golo maritimista.
O julgamento das faltas, e amiúde a consequente acção disciplinar, é um caso patológico nos árbitros portugueses. Xistra, com o FC Porto, padece de esquizofrenia. Desonesto por natureza, é vil na forma cínica como avalia os lances. Após jogos a fio em que deixa dar porrada, às vezes calamitosa, nos jogadores portistas, Xistra permitiu alguma rudeza também aos do Marítimo. Só após repetidas faltas mostrava amarelo. Mas, mais uma vez nesta 1ª volta da Liga, os adversários não acabam em inferioridade numérica. A excepção foi Luisão, do Benfica, por uma cotovelada tantas vezes impune nele e noutros da sua agremiação, o único jogo em que o FC Porto acabou a jogar contra 10.
Mas Xistra teve, ainda, a cereja no cimo do bolo. Permitindo o golo maritimista de forma aviltante, com dupla penalização para o FC Porto pelo amarelo a Sapu e o golo do livre mal assinalado, Xistra mostrou como lê mal os lances e não tem sensibilidade para a função, com ou sem insígnias da FIFA. Aquela era quando muito uma jogada dividida, sem maldade de algum dos intervenientes e, logo, sem acção disciplinar.
Minutos depois do 1-2 do Marítimo, Guarín fez o 3-1 para o FC Porto. Festejou normalmente, recorrendo a um chapéu de alguém, que nestas coisas a surpresa sucede sempre por estar prevista, ou apostado, ou sonhado de algum modo que tal momento de celebração sairia nalgum tempo, nalgum jogo e alguém vai munido para o banco dos artefactos imaginados para a ocasião. Nada de mal ao mundo.
Xistra deu amarelo a Guarín por festejar. Um cartão que só se justifica, não pelo chapéu, porque poderia ser uma garrafa de água ou uma esfregona, um punho no ar e uma pirueta, um mortal para a frente ou para trás que nunca são punidos. Com excesso de zelo como tem sempre com o FC Porto, Xistra considerou exagerados ou exuberantes os festejos. Esta é uma noção discricionária que os regulamentos permitem aos árbitros, cheia de subjectividade. Pelo chapéu, pela demora (mas pode ser compensada em tempo e até agravada porque só o relógio do árbitro manda), pelo amontoado de jogadores, só um cínico imbecil se atreve a dar um amarelo sem nada de extraordinário na ocasião que o justifique. Porque não é pelo chapéu que se dá um amarelo, é pelo protagonismo do árbitro que influenciou o resultado antes e pareceu incomodado por não ter influído depois, conseguindo o FC Porto repor a vantagem.
Há instruções claras em aspectos de festejos, como mostrar camisolas interiores com qualquer tipo de mensagem. Mas, lembro bem, Iniesta não viu amarelo a marcar na final do Mundial e evocar a memória de Dani Jarque, que ainda há dias lhe mereceu uma ovação do público rival do Espanyol por ter tido esse arrojo e na ocasião que foi. Iniesta não viu amarelo, embora a situação fosse clara mas ninguém fez o reparo, porque cairia mal fazê-lo. Outra situação tipificada claramente nas regras é tirar a camisola ou mesmo apenas tapar a cara com ela. Isso sim, não implica com a subjectividade de um árbitro, é um facto em si e distinguível o suficiente para ter acção disciplinar, objectivamente.
Então, Xistra deve ter dado um amarelo pela primeira vez por um festejo num golo que não foi por tirar a camisola, mostrar uma inscrição numa t-shirt interior ou tapar a cara com o equipamento que enverga.
Mas Xistra já se tinha mostrado como é, cretino, quando mostrou a Jorginho um amarelo por demorar a sair do campo numa substituição. Na altura assinalei-o aqui, mas ninguém pareceu compreender ou aprender a lição. O caso era bem conhecido, infelizmente, dos portugueses. Para quem não se lembra, foi no tempo de Adriaanse, o FC Porto ganhava 2-0 e se risco passou a existir no resultado foi apenas porque Xistra inventou um penálti de Marek Cech por falta inexistente a permitir o 2-1 à Académica...
O árbitro Marc Batta expulsou Rui Costa em Berlim, ao sair para uma substituição. Com o 2º amarelo no jogo, Rui Costa deixou Portugal com 10, a ganhar 1-0 a poucos minutos do fim. Não pôde ser rendido. Kirsten empataria pouco depois e o 1-1 final atrasou Portugal que não se apurou para o Mundial-98. Batta ficou bem conhecido dos portugueses. A idiotice de dar um amarelo naquelas circunstâncias, trocando até pela bravata que poderia dar-lhe de acrescentar longos minutos de descontos ao jogo de apuramento na Alemanha sem que alguém pudesse levar-lhe a mal, ficou para amaldiçoarmos isto e aquilo. Mas não aprendemos e temos macaquinhos de imitação até para isto.
Com o amarelo a Guarín por cretinice adveniente de excesso de zelo, Xistra foi igual a si próprio, depois da asneira, quase parecendo deliberada, do mau julgamento de um lance em que Sapunaru sofreu falta, saiu lesionado e levou um amarelo, com o FC Porto a sofrer um golo escusadamente.
Não iria passar a semana sem tocar nesta arbitragem de novo inquinada com preconceito arbitrário com o FC Porto.
Pouco a dizer nos outros jogos dos grandes, acho que Bruno Paixão voltou a fazer uma arbitragem de alto nível em Alvalade, no Sporting-Braga. Parece tão distante do burro ignóbil que o distinguiu por mais de 10 anos, uma transfiguração inverosímil de um tipo que, afinal, tantas críticas merecia de todos os quadrantes como árbitro medíocre. Tenho notado que está muito diferente, sereno e competente. Xistra, por exemplo, é o Burro Paixão de há alguns anos atrás...
Quanto a Duarte Gomes, como vi pouco do Leiria-Benfica não me posso pronunciar. Não houve erros com influência no resultado, ainda que me afiancem que não puniu devidamente os habituais caceteiros da Luz que prevaricam e seguem impunes. Mas isso também já é normal. O Benfica é que se desabituou de não ter tantos adversários expulsos como na 1ª volta da época passada. E estranhou tanto que se atrasou...

6 comentários:

  1. Li, com a melhor atenção, e só posso estar de acordo.
    Estamos na mesma carruagem e linha.

    ResponderEliminar
  2. Xistra é definido por esse cartão ao Guarin: patético.
    Veremos quando apitar os mouros se utiliza o mesmo critério nos festejos.
    Guimarães o ano passado já nos tinha dado a conhecer a classe deste paspalho.

    ResponderEliminar
  3. Atenção, Bruno Paixão nunca foi burro, bem pelo contrário...E arbitrou o Sporting.Ele "estupidifica-se" quando arbitra o Porto!

    ResponderEliminar
  4. É curioso, parece que todos se lembram do amarelo a Jorginho...

    ResponderEliminar
  5. Pequena correcção: Iniesta viu efectivamente o amarelo na final do mundial.
    Nada que retire sentido ao texto.

    ResponderEliminar
  6. Obrigado, miguel87.

    Iniesta viu um amarelo, não sei se foi por essa acção. Curiosamente, no dia da final fui procurar à ficha do site da FIFA e não estava lá algum amarelo. Depois nunca mais olhei para a coisa e fiquei com essa memória. Nenhuma imagem de tv do cartão, por isso registei dessa maneira o facto.

    Confirmei no site da FIFA que recebeu um amarelo.

    ResponderEliminar