05 janeiro 2010

Varela confirma estatuto



FC Porto, 1 -- Leixões, 0
Varela 44'
Nuno (capitão); Miguel Lopes, Maicon, Nuno André Coelho, Álvaro Pereira; Prediguer (Guarín 71); Tomás Costa, Valeri (Sérgio Oliveira 77); Mariano, Orlando Sá, Varela (Rodriguez 62).

Um belo cabeceamento de Varela, num livre de Valeri, decidiu uma partida renhida apesar de disputada em ritmo morno numa noite fria que não deixou de apelar a mais de 16 mil espectadores, o que é notável.
O FC Porto ganhou bem, com justiça pelo mérito e, convém realçar por estes tempos sinuosos quanto a Verdade Desportiva a que uns arautos da dita vão assobiando para o lado e com coro afinado em todos os quadrantes, sem casos de arbitragem.

Mesmo o golo (bem) anulado perto do fim a Sérgio Oliveira devia merecer aplausos pela decisão do árbitro-auxiliar, se lembrarmos a fraude que precedeu o golo do Benfica ao FC Porto antes do Natal com a cegueira inadmissível do "auxiliar" Venâncio Tomé e a imbecilidade generalizada dos experts e jornalistas da treta que nada viram na Luz e, ontem, aqueles toninhos da SIC também não notaram que o miúdo portista estava claramente à frente da linha da bola e do jogador (Mariano) que lha endossou.

Boa réplica do Leixões, com uma maioria de jogadores habituais titulares e que inclusive haviam jogado no Dragão para o campeonato, ameaçando Nuno e pondo-o à prova logo de início (Hugo Morais de cabeça) com uma parada espectacular. Mas o seu guardião Diego também defendeu alguns "golos feitos" e não teve o azar de ser batido nalguns remates portistas desviados em defesas leixonenses e que "assobiaram" junto às redes do Mar.

Não há muito para dizer de um jogo em que o FC Porto fez estrear Miguel Lopes (muito melhor do que Sapunaru em todas as valências); deu a Orlando Sá a sua segunda oportunidade em quatro dias, um e outro vindos de longas lesões; também remeteu o puto Sérgio Oliveira a jogar depois da Taça de Portugal com o Sertanense e o moço voltou a mostrar que a bola não atrapalha e tem espírito para ir à luta por um posto; ainda teve Prediguer (muito discreto) também depois do jogo da Taça em Outubro. Um meio-campo argentino sem raça (de Tomás Costa, inepto com a bola nos pés) nem rasgo (Valeri pouco afoito) que pouco alimentou o ataque, para o qual mais contribuíram os laterais de pendor ofensivo que estiveram também bem a defender.

E, assim, o ataque ficou um pouco entregue a si próprio, com desenrascanços individuais de Mariano e Varela mas sem servirem bem o ponta-de-lança Orlando Sá a quem nem os cabeceamentos, a sua especialidade, estão a sair bem. Nestas condições, a que se juntou a costumeira e imbecil assobiadela a Mariano mal o primeiro lance saiu defeituosamente, sabe-se que o risco é grande de pôr uma equipa assim a jogar. Uma equipa notavelmente jovem e não fora o veteraníssimo Nuno a média de idades andaria pelos 21 anos e raras participações dos seus jovens jogadores na I Liga. E o risco, calculado, de tanta gente sem jogar junta não fazer o jogo fluir e, ao invés, precipitar alguma ansiedade e atrapalhação.

Valha a verdade que tal não sucedeu, a equipa esteve coesa, ainda que "distante" do seu ataque, os médios foram quem acusou mais a falta de ritmo e competição mas jogaram na "defensiva", aventurando-se pouco mas não dando muitas oportunidade ao Leixões de surpreender. Os matosinhenses cruzaram muito com pouco acerto, um bocado à imagem do FC Porto, e Mota tentou um segundo homem na área (Faioli a juntar a Pouga) mas os centrais portistas estiveram calmos e resolveram a contento.

Deixado no início o destaque para o público, os 16 mil e tal sempre foram mais do que os 12 mil de Alvalade onde jogou o líder do campeonato, e não andaram longe dos 22 mil da Luz onde a equipa-maravilha recebeu um adversário de estatuto europeu e precisou novamente da arbitragem para ganhar um jogo...

E a presença de público - embora a mim não me apanhem lá mais, jurei desde que vi o primeiro jogo na competição no Porto-Académica da época passada - é justificativa numa altura em que, subitamente, uns quantos iluminados falaram da calendarização do futebol nacional.

Não é sequer verdade que em Dezembro e pelo Natal o público acorre mais aos estádios, as estatísticas provam-no e já foram, em tempos, publicadas e publicitadas. Há uma série de verdades feitas que não são nem verdades nem sérias, atira-se muita frase vulgar para fora sem sustentação, depois uns parolos acedem a comentar nas tv's sem dados na mão nem memória de estádios vazios. A questão, como sempre em Portugal, é de tradição (má entre nós) e comodismo (visível o ano inteiro), ao contrário de Inglaterra onde o futebol se dá ao respeito e o público adere porque as instituições funcionam, não se fala de verdade desportiva mas a competição é limpa e sem segredos de gabinetes. O futebol, ao contrário do que uns palermas com microfone proclamam, não é um produto televisivo, pode é servir-se da televisão mas para isso precisava que esta evoluísse para boas filmagens, melhor realização e, a par, uma isenção e competência de análise e idoneidade que cá não há mas muitas pessoas acham-se adeptas do futebol, e comentam nos blogs, sem porem os pés num estádio que é onde, na maioria dos países europeus, os verdadeiros adeptos estão se as provas forem coerentes, sérias e livres de más influências.

Jesus não tem razão para criticar a falta de um domingo (pelo Natal) sem jogar, era bem pior antes que já passaram dois domingos (21 dias de intervalo já aconteceram) sem jogar e o esperto técnico nunca se manifestou. De resto, de futebol a trote em Janeiro o loiro de cabelos brancos não se pode queixar, porque está fora da Taça de Portugal e o FC Porto já fez um jogo em atraso e dia 20 tem de defrontar o Belenenses no Restelo nesta competição que é a segunda do calendário.

A única coisa positiva que, há um ano, já mencionei nesta novel competição da Liga - embora a ache desprezível e que não substitui(u) mais quatro jornadas de campeonato com 18 clubes, outra das tretas desta Liga mal parida pelo tasqueiro Hermínio mas a quem os basbaques batem palminhas porque o poder dos gabinetes favorece os clubes do regime - é precisamente o encaixe desta fase de grupos em Janeiro, o único mês disponível para tal. E não há formato melhor para este estádio da prova, dando aos treinadores tempo para recuperar atletas e integrar os mais "atrasados". No resto, a Taça da Liga não liga com nada a não ser os costumeiros roubos e a certeza de haver um vencedor antecipado que este ano, tudo o indica, os "stewards" dos corredores da Liga de Clubes tratarão de pôr as competições desta taberna mal frequentada nas vitrinas de quem tanto gasta e nada ganha a não ser fraudulentamente como na época passada na famigerada Taça Lucílio Baptista cheia de vinagre.

Enquanto o Benfica, precisando de árbitragens favoráveis para vencer na tal Verdade Desportiva tão proclamada mas que não é esmiuçada pelos paladinos das coisas bonitas do podre futebol nacional com os seus vícios atávicos de sempre, vai jogar em Janeiro uma vez por semana à parte a sua visita a Guimarães na próxima quarta-feira para esta taça que não liga mas os seus adeptos já acham credibilizada com a vergonhosa vitória da época passada, o FC Porto recebe a U. Leiria e o P. Ferreira nos dois próximos fins-de-semana, com a Académica em Coimbra de permeio na quarta-feira para esta competição e o Belenenses no Restelo na quarta-feira seguinte para a Taça de Portugal.
Pelo que a rotação do plantel tem todo o sentido, ache-se ou não que o FC Porto o faz propositadamente para desapreciar a competição que, sem dúvida, é a menos importante de todas e merece um destaque relativo que, como é este caso, suscita mais a divagação quanto a teorias que aí vão circulando por gente sem génio nem olhos na cara para apreciar e avaliar as coisas na sua relatividade.

11 comentários:

  1. Eu fui ao jogo-treino, como sempre, e valeu pela vitória e por Varela, Sérgio Oliveira e alguns pormenores de Valeri. Gostava de ver o Oliveira ao lado do Meireles num jogo a sério. Domingo é para ganhar!

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  2. Zé Luís vai desculpar-me mas não concordo em parte sobre a análise ao meio campo, por aquilo que vi na 1ªparte, os rapazes não estiveram assim tão mal e vi bons pormenores,levando em linha de conta que estão quase sem jogar á meio ano, só jogando mais vezes se poderá fazer na minha opinião, melhor juíso de valor, no minimo esta taça da treta terá esta vantagem.
    VIVA O FUTEBOL CLUBE DO PORTO

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  3. paulop, eu não disse nem mal nem bem, se calhar disse mal e disse bem, atendendo às circunstâncias também explicitadas, no que estamos, isso sim, de acordo, bem como o valor a dar a esta taça da treta.

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  4. Esta taça vale o que vale e é pouco mais do que nada.
    Gostei do Tomás Costa e do Varela (claro). O Valeri a mim ainda não impressiona, bateu o livre de forma soberba, mas esteve o resto da partida muito apagado. Prediguer parece que jogou a passo.
    Na genaralida achei uma partida interessante, de uma equipa claramente de segunda linha.

    Abraço

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  5. Curiosamente o jogo acabou quando Varela saiu!

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  6. Meus Caros Amigos
    O jogo foi interessante,deu para vêr que o Valeri têm de jogar mais vezes para ganhar ritmo pois tm pormenores deliciosos e como se viu o jogo decaiu quando ele e o Varela sairam.Também gostava de vêr o Sergio Oliveira a jogar de inicio.
    Abraços e Saudações Portistas
    duck

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  7. Para nós, esta competição serve mesmo para rodar o plantel.
    Nem mais.
    O Varela é sempre a bombar, jovem, português, a custo ... Zero!!!
    Também vi alguns pormenores do André Coelho e o velho Nuno está um jovem.
    Valeri algo lento mas com futebol, Prediguer talvez desmotivado não rendeu. Tomás trapalhão e Orlando a mostrar que quando recuperar pode ser boa alternativa.
    O Puto podia ter entrado mais cedo.

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  8. Disse antes da transferencia do Varela estar concluida, no ano que passou, que este rapaz é jogador de selecçao. Sem qualquer duvida.

    De resto, acho que o Sérgio deve pelo menos estar no banco nos jogos do campeonato. Deve entrar e ser titular nestes jogos da taça da treta. Com um trapalhao Tomas Costa e um desmotivado Prediguer, este puto tem que ser alternativa.

    Guarin é ja um jogador perdido. Nao foi convenientemente trabalhado por quem tinha o dever de o trabalhar. Nao tem capacidade de decisao. Um diamante completamente desperdiçado. Tomas Costa pelo contrario, é técnicamente pouco evoluido comparativamente com o resto do plantel.

    Este puto tem que ser aproveitado. Vejo ali muito potencial.

    O meio campo é coxo, falta criatividade e explosao. Falta um Ruben Micael. Mas ja estou cansado de gastar o meu latim. Nao vale a pena.

    Vejo as conferencias de imprensa e so me apetece desligar o televisor.
    Ora nao precisamos de reforços, ora "numa logica natural de bla bla bla bla, pode ser que venham reforços, bla bla bla". Enfim.

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  9. Depois ha a questao do Hulk e do sistema de jogo. Nao ha pulso nem criatividade na equipa técnica para construir um modelo de jogo alternativo. O resto sao fait divers e mau futebol.

    Espero que a fase da época que se avizinha revele melhorias e traga uma novidade para o meio campo.

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  10. Há um jogador português que eu gostaria de ver no Porto: Tiago. Será demasiado caro para nós?

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  11. Foi uma partida triste sem grande história, a não ser o «vira o disco e toca o mesmo».

    Dizer que os jogadores utilizados não se conhecem, para justificar a má exibição parece-me no mínimo abusivo. Então não treinam juntos todos os dias? Eu sei que até parece que não! E sei também que jogo é jogo e treino é treino, mas que diabo, não havia necessidade de se mostrarem tão fraquinhos.

    Eu acho que a culpa foi do frio.

    Fiquei decepcionado com algumas prestações. Não com a do Mariano claro!

    Talvez a Taça Lucílio nos possa dar mais possibilidades para visionarmos mais uma vez os craques.

    Em todo o caso, vou perdendo paulatinamente a esperança de ver o Porto a jogar à Porto, quaisquer que sejam os jogadores utilizados.

    Um abraço

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