11 dezembro 2009

Futre, Hulk, transferências, jogadores, Lucho, Diego: FC Porto


A avaliação do mercado (de jogadores) não é fácil, até porque deixa os seus especialistas verdadeiros às vezes sob algum embaraço. Também neste ponto, como a “fazer o onze” para cada jogo, os adeptos dão largas à sua imaginação e… confusão. Depois, fica-lhes criticar o “trabalho” dos experts de mercado e demais directores-desportivos, porque as opções dos adeptos não restam para se debaterem… da mesma forma que “nunca perdem um jogo”.

Isto a propósito de avaliações, várias, avulsas ou centradas num clube apenas, que recentes acontecimentos e opiniões suscitam.

Tome-se Futre, na mais recente “opinião”. Pensei que Futre poderia lembrar que o golo de Hulk em Manzanares lhe faria lembrar o Futre que em 1987 foi arrasar para o Atl. Madrid: fuga em ziguezague e tiro poderoso com o canhoto. Mas não. Futre, que devia saber não ter feito a melhor opção desportiva quando trocou o campeão europeu pelo clube então de Jesus Gil y Gil, diz que Hulk tem como destino um clube “maior” do que o FC Porto. Há vários na Europa, de facto, mas de há muitos anos não está o clube colchonero entre os melhores. Se Futre pensa em Hulk para algum dos clubes, sete, que como o FC Porto passaram os últimos quatro anos a fase de grupos da Champions, então o destino de Hulk é mesmo um clube endinheirado capaz de pagar os 100 ME da sua cláusula. Aí faz sentido, embora fique a ideia de Futre, porventura, revendo em Hulk o diabólico esquerdino português que arrasou o Bayern de Munique em Viena, porventura imaginar Hulk como um novo Futre no Calderon.

Dos clubes que têm passado a fase de grupos da Champions nos últimos quatro anos, só Jesualdo Ferreira compete com “sirAlex Ferguson, sempre presentes nesta pequena epopeia. Entretanto, com o Marselha desviado para a Liga Europa, o ex-portista Lucho podia “acompanhá-lo”, tal como está Lisandro pelo Lyon. São os sobressaltos na carreira de jogadores e treinadores. Mas tremeliques que não têm os adeptos que palpitam sobre isto e aquilo. Ainda há dias, inconscientes de que Lucho garantira quatro anos maravilhosos no Dragão com proveito de títulos e dinheiro na sua transferência irrecusável, muitos portistas lembravam o genial 8 argentino com saudade como se fosse, num período conturbado do FC Porto, a solução dos males que apoquentavam a equipa. Lucho que, há um ano, era apontado como em fora de forma…

Poderiam apontar-se muitas das risíveis tiradas de comentaristas mais ou menos conhecidos e “encartados” a papaguearem banalidades. Poderia equiparar-se-lhes o epíteto de “palhaços” com que os deputados da Nação se tratam neste triste circo político a que o Zé Povo dá o voto estupidamente. Bastaria, por exemplo, ainda sobre o Atl. Madrid-FC Porto, evocar como os homens de serviço na pobre RTP elogiavam os “fantásticos” jogadores Aguero e Forlan, enquanto Bruno Alves marcava de cabeça no 3º andar, Falcão actuava como “matador” e Hulk punha de novo, 10 meses depois, a cabeça em água aos defesas colchoneros. Fantásticos e extraordinários eram os jogadores do Atlético, os do FC Porto estavam lá para os estorvar, embora liderassem a partida de fio a pavio.

Mas há mais, ainda na vertente exploratória dos dotes de adivinho e de premonição de quem gosta de comentar as coisas da bola. Ciclicamente, o ex-portista Diego foi sempre referenciado como uma perda para o FC Porto. Ou porque era muito bom, ou porque os 5 ou 6 ME de encaixe na sua venda ao Werder Bremen foram escassos, ou porque a posterior transferência dos alemães para a Juventus (25ME), no Verão passado, era um negócio que o FC Porto deve “ter feito” e “acautelado”.

Pois bem, independentemente das culpas de Adriaanse em “despachá-lo” enquanto dava a pré-temporada na Holanda em 2006, da inadaptação de Diego ou da melhor saída para um equívoco para o qual o nº 10 brasileiro nunca deu a resposta conclusiva à equipa portista, a verdade é que Diego ficou, nestes quatro anos de qualificações portistas com Jesualdo, sempre na fase de grupos: antes com o Werder Bremen, agora com a Juventus.

É um facto que passa despercebido, eu sei e por isso aqui o deixo. E é um realce à capacidade do FC Porto continuar a brilhar, ganhando no campo e na tesouraria, comprando e vendendo grandes jogadores e sendo o ponto comum de um fio condutor da realidade que é a grandeza do clube: os jogadores e treinadores passam, o clube fica e segue em frente.

Ironicamente, isto é escrito na véspera de comemorar-se, sábado dia 12, 5 anos da vitória portista em Tóquio, na Taça Intercontinental, o último grande troféu conquistado por Diego (no desempate por penáltis em que foi expulso após converter o seu e ir azucrinar o g.r. Henao do Once Caldas), no tempo de Victor Fernandez no Dragão, Porque a Taça da Alemanha ganha pelos verdes de Bremen na época passada na despedida da equipa que antes perdera a Taça UEFA (Diego no banco por suspensão) em Istambul para o Shakhtar Donetsk, não deve ser um troféu à altura da categoria indiscutível de Diego, que aqui enalteço e não ponho em causa porque esse não é o ponto deste escrito.

Mas só lembra que os clubes fazem os jogadores e treinadores. E rancores como os que Diego manifestou durante anos nem lhe permitiram ganhos maiores nem apoucaram o FC Porto. Como se vê.


Crónica semanal do blog Portistas de Bancada para o Futebol "O desporto rei"

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