Acho inadmissível que a Liga de futebol vá começar, daqui a duas horas, sem um minuto de silêncio pela tragédia dos fogos e vítimas daí resultantes que enlutam Portugal.
Já tivemos minuto de silêncio no futebol por ocorrências no estrangeiro e por nomes sonantes da modalidade em Portugal, outros nem por isso e que até passaram despercebidos apesar do protocolo dado ao respeito por alguma entidade ou figura representativa que nada dizia nem aos adeptos da bola. Respeitou-se a tragédia da Madeira, mas não é o volume de danos e o número de vítimas que fazem declarar o sagrado minuto de silêncio e partilha de dor que devia unir-nos.
Na semana em que a Liga, pelo seu novo presidente, anuncia que os seus principais quadros serão doravante remunerados e o profissionalismo avança, com resultados a avaliar mais para a frente, Portugal viveu sob fogo permanente a transformar o verde da sua bela mancha florestal no cinzento e negro deixados pelas chamas inclementes que nem vidas pouparam. Mas os novos profissionais não tiveram uma ideia, uma atenção para a realidade dura que se vive e afecta tantos.
Pode fazer-se um ou dois dias de luto e colocar a bandeira a meia-haste pela morte de um cidadão que se destaque e devia fazer-se um minuto de silêncio em nome daqueles que dão algo, sem retribuição ou só um dízimo irrelevante para tanto risco e custo da própria vida. O futebol, pela dimensão mediática condizente com o alcance social e transversal do tecido humano português, é um palco ideal para que estas coisas sejam mais do que simbolismo.
Portugal, no terreno, está de luto. O PR e o PM interrompem as férias para, finalmente, se mostrarem "interessados" pelo que está a acontecer e é dada notícia ao facto, que também é simbólico e pouco acrescenta ao combate aos fogos. Mais vale tarde que nunca. Para a Liga será tarde demais.
Há uns anos cheguei do estrangeiro e vi um cabeçalho de um diário desportivo a negro, pelo luto devido à morte de alguns bombeiros na região de Águeda, creio, naquela semana. Pouco antes eu próprio testemunhei o que é andar a apagar fogos, com o empenho de alguns e o alheamento de muitos mais, mesmo os das redondezas onde ocorria um incêndio a ameaçar casas. Foi ali na Marginal do Douro na zona de Meda, Lomba, Gondomar onde esta semana pereceu queimada uma jovem de Santa Maria da Feira em vias de ser doutora, trabalhando em part-time e com tempo de sobra para dar algo à comunidade tantas vezes alheada das pessoas quando não mesmo dos terrenos vizinhos. Muitos anos depois, vejo ao longe as mesmas falhas, o mesmo alheamento e desinteresse até do cidadão comum, a não ser quando começa a arder o seu próprio palheiro.
Lembramo-nos da santa Bárbara quando troveja e dos bombeiros quando a casa arde e é a nossa. Pelo que conheço da vida, do que vivi de perto e do que sinto dos que me rodeiam, há muito deixei a treta do patriotismo, do dar a vida pela bandeira e dar o coiro pelo bem comum e por gente que desconheço e não me merece cuidado. Sobram os últimos mohicanos quando alastra a indiferença para o seu esforço e dedicação até de quem não teria necessidade de se sacrificar. Por esta gente, dos doutores e engenheiros, nem dou a camisa e espanto-me com aqueles que ainda dão a vida em nome de quem não a respeita.
Esta Liga, sendo o futebol o fenómeno social entranhado no zé tuga, começa de luto, mesmo que os jogadores profissionais nem enverguem sequer os "fumos negros".
Como em tudo, continuamos amadores. Muitos doutores e engenheiros. Mas amadores. E desumanos.
adenda: a talhe de foice, mal acabei de escrever o que me vai na alma, leio isto aqui http://cachimbodemagritte.blogspot.com/2010/08/anvs-scholae.html, que remete para uma reportagem da TSF sobre o que uns alunos de Valpaços sabem, dizem e sentem sobre o que foi Auschwitz - onde já lá estive, a chorar - que acabam de visitar, parece que num convénio com uma escola polaca. Entre putos e filhos da puta, renovo o meu voto de mandar toda esta gente à merda e não dar um caracol para coisas tão reles. Nem sei como há tipos a pensar que "isto" ainda se assemelha a um país e que só se pode morrer de fome e não de ingorância e vergonha.
Ze Luis,
ResponderEliminarSubscrevo na integra as tuas palavras.
Um abraço
http://fcportonoticias-dodragao.blogspot.com
subscrevo e assino por baixo, tenho casa na Lomba e sei bem o que é andar apagar fogos e lutar junto com os bombeiros mas nada é reconhecido...
ResponderEliminarcumprimentos
Angel Of Death
ResponderEliminarAuschwitz, the meaning of pain
The way that I want you to die
Slow death, immense decay
Showers that cleanse you of your life
Forced in
Like cattle you run
Stripped of
Your life's worth
Human mice, for the angel of death
Four hundred thousand more to die
Angel of death
Monarch to the kingdom of the dead
Sadistic, surgeon of demise
Sadist of the noblest blood
Destroying, without mercy
To benefit the Aryan race
Surgery, with no anesthesia
Feel the knife pierce you intensely
Inferior, no use to mankind
Strapped down screaming out to die
Angel of death
Monarch to the kingdom of the dead
Infamous butcher,
Angel of death
Pumped with fluid, inside your brain
Pressure in your skull begins pushing
Through your eyes
Burning flesh, drips away
Test of heat burns your skin,
Your mind starts to boil
Frigid cold, cracks your limbs
How long can you last
In this frozen water burial?
Sewn together, joining heads
Just a matter of time
'Til you rip yourselves apart
Millions laid out in their
Crowded tombs
Sickening ways to achieve
The Holocaust
Seas of blood, bury life
Smell your death as it burns
Deep inside of you
Abacinate, Eyes that bleed
Praying for the end of
Your wide awake nightmare
Wings of pain, reach out for you
His face of death staring down
Your blood's running cold
Injecting cells, dying eyes
Feeding on the screams of
The mutants he's creating
Pathetic harmless victims
Left to die
Rancid angel of death
Flying free
Angel of death
Monarch to the kingdom of the dead
Infamous butcher,
Angel of death
... e no meu quarto está a bandeira desta banda "SLAYER"
O que interessa é a vitória, e assim foi. Boa ou má, conseguimos.
ResponderEliminarÉ verdade que a primeira parte foi péssima, pelo menos para mim, mas na segunda conseguimos melhorar imenso e passámos a dominar o jogo, há que continuar a trabalhar para evoluirmos ainda mais.
Um abraço
Olá,
ResponderEliminarSou adepto fervoroso do Futebol Clube do Porto, já crei alguns blogues nos quais abordava as temáticas do nosso querido Clube, entre os quais o Alameda do Dragão, que entretanto encerrou. Actualmente, escrevo num blogue, o Interjeições, sobre várias temas não relacionados com o futebol, porém o que eu gostava mesmo era de ter um espaço onde pudesse expressar-me acerca da minha grande paixão, o FCP. Peço-vos por isso uma oportunidade para me deixarem escrever neste vosso magnífico.Garatindo, com toda a certeza, que serei uma mais valia e ajudarei a defender os interesses do nosso Porto. Enviem-me a resposta de aceitação ou rejeição para aquelequedizcoisas_@hotmail.com.
Espero que deixem ser colaborador deste magnífico cantinho.
Obrigado,
Mário Castro.