16 agosto 2010

O Processo (Q): a defesa de LFV e de PdC

Ainda não será esta terça-feira o Dia (C)D da FPF para decidir o Processo a Queiroz, coisa maquiavélica que requeria celeridade especial, pediu-se 4 dias à defesa para opor os seus argumentos à Nota de Culpa (fundada em factos com mais de 60 dias de existência, prazo excedendo largamente a lei geral que regulamenta estas coisas), ouviram-se testemunhas em 4 dias também e já passam precisamente 4 dias sobre as últimas inquirições pelo que seria legítimo esperar a sentença mas parece que a tomada de decisões não acompanha os passos já percorridos.
Amanhã ou depois, contudo, obviamente, arquive-se.
Se tiver, depois, de seguir outros caminhos, por instâncias judiciais fora do âmbito desportivo, o Processo (Q) levantará certamente outros motivos de interesse e talvez menos desejados de serem expostos perante a Opinião Pública, ao contrário do que preconiza Laurentino Dias, como se não soubesse serem já conhecidos os factos relevantes, não esquecidos nem menosprezados para sobrevalorizar outros e destacar só alguns.
Para já, na FPF, a coisa atingiu proporções bem acima do desejado à potencial vítima, pois o rol de testemunhas de Carlos Queiroz espantou toda a gente. Luis Filipe Vieira e Pinto da Costa foram os ases de trunfo. Figo, por exemplo, o pagem escondido. Ferguson, o joker institucional, sim tipo Rainha de Inglaterra, cheia de boas intenções.
O Benfica entrou a perder na nova época, mas em comunicação continua a golear o FC Porto. As saídas de LFV e de PdC, circunstancialmente do mesmo lado na defesa do seleccionador por causa do escabroso caso da Covilhã que de substancial nada pode ter a não ser teimar na importância e significado de um insulto em português vernáculo relativamente comum, demonstram isso.
Luís Filipe Vieira terá, aqui, pela primeira, espero que única, vez o meu elogio. E é extensivo, ou resultado disso, da política de comunicação assertiva, consistente, benéfica para os seus interesses (obviamente), atingindo objectivos e difundido da melhor maneira para todo o país em defesa do seu clube.
Como o fez?
Aludindo ao caso Nuno Assis, jogador apanhado no controlo antidoping a quem evitavam dar a punição devida. O ADoP e a tutela secretaria de Estado do Desporto não o permitiram e Nuno Assis acabou a cumprir a suspensão devida. O Benfica estrebuchou, comeu páginas de jornais do regime com peças de opinião à medida pelos cicerones desta maneira de estar. Por momentos parecia escapar ao castigo, mas acabou a fazer-se justiça. No fundo, além do ADoP, o Benfica resmungou contra a insistência de Laurentino Dias, da tutela governamental, em levar o caso às instâncias internacionais para ser exarada a suspensão devida e incontornável.
Sem ter razão nesse caso, o Benfica não deixou de falar de Nuno Assis, por ser pretexto para atacar o ADoP agora virado contra Carlos Queiroz. Mais: o presidente do Benfica disse que, se a intromissão, legítima mas abusiva nas condições já conhecidas e indesmentíveis depois de tanto tempo escondidas, dos "agentes antidoping" no hotel da selecção se passasse no seu clube decerto ele, e o seu treinador e demais responsáveis, reagiriam como CQ reagiu.
Acho que chega em benefício da sua intervenção, puxando a brasa à sua sardinha em nome do clube pelo tal caso que o Benfica quis reavivar, mesmo não tendo razão mas teimando em veicular a sua opinião, ainda que irrelevante para a história do mesmo.
Quanto a Pinto da Costa, como então critiquei, teve direito a ver explorada na tv a sua versão de como, em geral, muita gente saúda os amigos com um "fdp, como é que vais". Obviamente, nem CQ teve essa intenção perante os médicos do doping, logo o exemplo dado por PdC não favorece a sua defesa, apesar das boas intenções.
E o pior não foi, como destaquei e insisto, vir PdC falar em defesa de CQ - o que lhe fica bem, como a qualquer um que interceda por alguém contra uma injustiça. É que os adeptos portistas suspiram ainda por intervenções do presidente em defesa do FC Porto e o jogo da Supertaça era um bom pretexto para falar de mais uma arbitragem miserável e prejudicial ao FC Porto tanto quanto protegeu o Benfica, em Aveiro.
Não, o pior é que Pinto da Costa podia aproveitar, como LFV, para visar Laurentino Dias. Mas não o fez. Em devido tempo também aqui fiz o reparo à inacção do FC Porto quando toca a jogar no Jamor a final da Taça de Portugal. Um estádio sem condições para o público. Um campo sem relvado digno. Balneários com tectos a cair, como aponta agora Carlos Queiroz para justificar a razão de a selecção nem treinar no designado Estádio Nacional onde há anos não joga a Equipa de Todos Nós.
O FC Porto não aproveitou a "boleia" e uma iniciativa que dali não teria o melhor acolhimento, quanto era o D. Chaves a opor-se a jogar no Jamor, sugerindo um palco a Norte e a contento dos finalistas e seus adeptos que bem poupariam em deslocações, gasolina, portagens e mesmo comidas. O FC Porto, cobardemente, calou-se e o Chaves não tinha força para forçar a final em Braga, como era bom para ambos. Depois, irónico mas sem piada nem persuasão, PdC ainda quis dizer que "obrigavam" os adeptos flavienses a uma longa deslocação, sem se preocupar com os adeptos portistas... Enfim, PdC perdeu uma boa ocasião para, com razão, dizer ao sec. Estado do Desporto para, como exige Queiroz, se preocupe com o relvado e o estado do Estádio dito Nacional, em vez de se preocupar que é ali que deve fazer-se apenas um jogo por ano no concerto do futebol maior em Portugal. Um relvado do Jamor onde até as selecções jovens têm renitência em treinar mas o FC Porto não enjeita jogar. Balneários a cairem de podre, acessos complicados, questões de segurança sempre em equação.
O FC Porto, até neste domínio, podia ter goleado e acabou vencido por um Benfica sem razão na razão que aduziu mas soube evocar a seu favor.
Em defesa de CQ, PdC acabaria por dizer na entrevista ao Expresso, perdido no meio de tantas linhas com coisas mais importantes na agenda, que defenderia uma tomada de posição semelhante à do seleccionador se tal se passasse no FC Porto. Tal como faria o Benfica e qualquer outro clube, aliás. Pelo que era na escolha de outros argumentos que se deveria diferenciar a intervenção dos dois presidentes.
Tinha dito e reitero agora.

3 comentários:

  1. Acabo de oficiar à SAD do FCP no sentido de contratar o Sr. Zé Luís como conselheiro do Presidente, pois na sua (dele) opinião, o PdC não acerta uma para a caixa, e precisa de alguém a seu lado, para o guiar, ou conduzir, ou controlar, ou elucidar, ou, ou, ou,...

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  2. Bininho, o presidente não precisa, como se vê e lê. Se está bem assim, para quê mudar?

    Pelo visto isso incomoda-o, deve ser por achar que está mal.

    A mim importa-me pouco e digo-lhe a razão. Burro velho já não muda...

    Pode pensar se o burro é o velho, o cigano ou a criança.


    Mas como ao bininho perturba-o quem possa pensar pela sua cabeça >(não a sua, evidentemente), até a ironia sai fraca, ao nível da do presidente. Daí eu achar que pelo menos o bininho nunca seria candidato a conselheiro nem de um burro novo, se calhar o seu filho, tal o exemplo que dá da sua incapacidade intelectual de mais um arrivista de ocasião.

    Prefiro continuar a pensar o que digo e escrever o que penso, como aqui no blog, por muito que incomode certos parolos que se dizem portistas só porque seguem, como animais, o seu líder.

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  3. O vieira queixou-se de uma doença que não tinha, agora com a baixa recebe quase o dobro do ordenado.

    O Sr Pinto da Costa vergastado com punição encomendada, com mazelas e escoriações reflectidas na equipa através dos resultados e classificação, desperdiçou a oportunidade de expôr a podridão dos apitos, dos túneis, dos sumaríssimos, das claques, das acções pré sad, do impulso económico do País graças ao glorigozo. Não aprovo esta vénia ao mais repelente inimigo do FC Porto. É preciso levantar a voz porque o pudor já engoliu a conspiração e parece-me que o meu Presidente anda melancólico ("SAD" como dizem os Britânicos).

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