04 novembro 2017

Herrera Herrera

O Ferrari utilitário de Sérgio Conceição começa a sentir dificuldades com o andar das competições. O pior jogo da época, a vitória menos expressiva em casa no campeonato e só ampliada no fim, em contra-ataque, depois de golo saído de um canto.
Com lesões e castigos, a pouca amplitude de opções e talentos vai estreitando o canal de exibições vistosas. Chegou a arrepiar os cabelos a falta de qualidade no último terço do campo. Porque, sabedor, Domingos fez bloco baixo e tapou espaços entre linhas. E André André jogar atrás do Aboubakar só acentua as dificuldades de fazer a diferença que um fatigado Brahimi e um trapalhão Hernâni agudizaram.
Teve de ser o pulmão e a confiança renascida de Hector Herrera a mexer com tudo. Com Reyes bem na posição de Danilo, a cumprir castigo, o mexicano até distribuiu com mais acerto passes de médio alcance. Mas a locomotiva não tinha maquinista a não ser Herrera, a marcar sem cerimónias antes do intervalo e a conduzir a vitória a fechar a partida numa assistência para Aboubakar finalizar com classe.
Um oásis de categoria, clarividência e tranquilidade graças ao duplo Herrera que teve se impor o seu ritmo sempre forte numa equipa em desaceleração da Europa. Mais do que o cansaço, a falta de lucidez e desembaraço de André André restringiu muito o volume ofensivo que esmorecia de forma exasperante com o desacerto no remate: apenas um terço dos muitos tiros foram enquadrados, mesmo com muitas situações de remate dentro da área. Aboubakar e André André não obrigaram o gr do Belenenses a qualquer defesa e isso espelha a falta de decisão ou resolução na área que fez o resultado ficar em dúvida até ao fim de uma actuação globalmente em decrescendo, de pujança física, futebol vistoso e finalização ao nível arrasador que se via.
Vai-se espremedor o que há é nem assim, note-se, Oliver chega a ser solução...

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