31 julho 2014

A culpa é do Pinto da Costa - "esse paneleiro"

Estacionei por uns dias e confirmei não valer a pena ler jornais ou meramente optar por informação televisiva. Procedeu-se à lavagem. Cada vez mais branco. Com montes mais ou menos altos. Suíços e com mais ou menos buraquinhos por onde se espreita Portugal. O propósito da lavagem é tornar tudo cada vez mais limpo, transparente se possível.
Num dia, na rádio do carro, percebi como o comunismo e o seu "pensamento" estão vivos na tugalândia. Foi um desfiar de "opiniões" a defender a Rússia na intervenção feita na Ucrânia - a Crimeia já está no papo e esquecida -, aká o abate criminoso de um avião comercial com 297 pessoas, repita-se, pessoas a bordo. Os EUA é que são culpados, o imperialismo está de volta, a União Europeia é lacaia do capitalismo e, sim, a Guerra Fria já entrou a ferver. Isto, claro, enquanto vemos o Arménio cheio de calos a trabalhar para aparecer nas tv's venerandas diariamente.
No dia a seguir, casualmente, no zapping apressado, uma velha falava do Artur na baliza do Benfica para concluir que a culpa era "desse... desse... paneleiro, o Pinto da Costa". Tiraram o pio a uma caquética que podia debitar coisas contra o capitalismo, a Troika, os alemães e a Banca, mas preferiu falar do Benfica para acertar no FC Porto.
Quase em simultâneo, alguém puxava de novo o autoclismo e não, não era o ponderado e reservado, sempre em profundo recolhimento espiritual e meditação técnica, o grunho de Carvalho. Era alguém a comentar o caso BES e o bilhar grande onde se joga um jogo já conhecido. Podia falar do Benfica, do Porto, da Banca, da Ucrânia, da Palestina, da CES e do TC, mas não, a culpa do caso BES é do Governo e o povo deve deitar o Governo à rua, este Governo maldito que nacionalizou o BPN de onde, aparentemente, tanto se destapa que não saem os PSD's além do Oliveira e Costa, do Dias Loureiro e, transversalmente, além de ajudar a encher a boca, o Duarte Lima, mas numa comissão parlamentar sabe-se que se descobrem tios, afilhados, sobrinhos, todos do PS.
Mas não é tudo mau. Recorde-se que ainda não há muitos anos, sem recuarmos à Guerra Fria, a PGR anunciava urbi et orbi que a corrupção praticamente não existia em Portugal. Cândida referência de "mani pulite" da ex-PGR adjunta que visou sempre branquear a corrupção e a criminalidade política sócretina. Helás, alguém se atreve a pôr Sócrates no olho do Furacão, perdão, a Operação Furacão foi um sopro à beira do Monte Branco e sempre há a dedicada RTP, servidora e sorvedora do regime, para dar espaço ao ex-Primeiro-Sinistro em directo para se defender de, além de "calúnia", "campanha negra", "difamação" e canalhice", defender-se de uma suspeição a sair apenas no dia seguinte em capa de revista, sem se saber o conteúdo. Como não há primos e tios do Zezito que lancem suspeitas sobre o Menino de Oiro do PS, a lavagem continua, depois da lavagem de dinheiro do Monte Branco de proporções bíblicas mas intocável continua o nosso ídolo de pés de barro que teve mais uma vez a tribuna oficial para dizer a sua "narrativa". E o "escritor" JRS, ao que soube, tão interventivo até levar nas orelhas por algum atrevimento no passado recente, lá se esqueceu de perguntar onde trabalha Sócrates, o que faz Sócrates - para além de debitar a sua "narrativa" sem contraditório mas também sem lhe pagarem um tostão -, de que vive, como viveu em Paris, como vive em Lisboa, como pagou o empréstimo da CGD para viver em Paris, o que tinha, desempregado ex-PS, de rendimento para ter o aval de um empréstimo do banco do regime...
Adiante. Acabámos a saber que até na Praia do Meco houve lavagem. O mar funcionou como máquina de lavar: são as garrafas de óleo vazias e os boiões de que se fala nas "Dunas" que são como divãs, do GRN Reininho. Passa-nos, assim, de repente, o filme todo da Democracia e da Liberdade, do 25 de Abril e dos Cravos que ainda nos ferem, todo um filme com cenas em vários palcos e artistas para todos os paladares. Uns não se tocam, outros são intocáveis e outros são ou fala-barato ou paneleiros.
A tasca da Liga lá teve mais uma lavagem e o autoclismo do Zpórtem não funcionou, decerto foi sugado directamente pelo mar do Meco e uma tragédia passou sem responsabilidades, foi um acidente. O Índio Figueiredo foi um acidente perpetrado pelos pequenos clubes que o lançaram na expectativa de um alargamento e mais dinheiro de patrocínios. Não há dinheiro e alargamento só por pecados antigos que levaram o Boavista na lavagem. O Benfica julga-se benemérito, não enterrou o Boavista e o lacaio Álvaro Braga Júnior há uns anitos teve a complacência do clube da Luz para um jogo de beneficência no Bessa. O Zpórtem não teve nada a ver com o voto em Figueiredo em nome da lavagem da "trampa" do autoclismo eficiente. Hoje, o Gil Vicente do Fiúsa que encabeçou o apoio ao índio Figueiredo para dar reservas às tribos pequenas, agora pede apoio à Olivedesportos. Não tarda, o Benfica vai pedir apoio à Olivedesportos, porque não ganhou mais com os jogos na Luz e a proposta que tinha de Joaquim Oliveira, o amigo Joaquim que ainda serve para alguma coisa embora não mande nada, sujeito a um Mosquito angolano e o genro de Cavaco Silva.
Como para isto tudo, que não se passa em manicómio algum oficialmente reconhecido, são precisos grandes crânios para manter a máquina de lavar operacional, o fala-barato de Alvalade que usa a ventoinha para dispersar o seu "mau cheiro" e "pestilência" diz aos outros para se calarem. Responsabilidades? Nenhumas!
A culpa é do Pinto da Costa - "esse paneleiro".
O Sporting não votou em Figueiredo.
O grunho do Carvalho não fala pelos cotovelos e recomenda recato aos lingrinhas insignificantes do Estoril.
O Benfica não disse que "era preciso ajudar Figueiredo".
O BES não governou (2006-2011) com o Sócrates nem a parelha Sótraques-Rameira dos Cantos, no estertor do sócretinismo, não ia reunir com o Salgado.
A lavagem, como as PPP, não sucederam no período que afundou Portugal, 2006-2011.
Vão ver e não aconteceu nada.
Pode não acontecer nada. A PGR já veio desmentir alguma coisa; dantes lia livros de putedo e peidos.
A Justiça, tão esfrangalhada como a Função Pública a que geneticamente pertence sabe-se lá porquê, enterrou-se com o encobrimento PS-BES, não castigou o BPP e o BPN e talvez livre o Salgado de pormenores mais picantes. Tem de ser, ou o Salgado destapa a máquina de lavar e saem todos sujos.
Não tarda e o grunho do Carvalho lembra até ao Estoril que o Espírito Santo ia ao hotel emblemático da zona para destruir papéis.
Papéis, pasquins, literatura e os jornais de economia falam do óbvio que ontem já escorria dos telejornais. Os dois da área não marcaram qualquer golo: nem alusões a crimes, como refere o próprio comunicado do BES, nem pistas para o futuro, para tirar o BES da "tampa". Jornal de Negócios e Diário Económico usam pinças e fatos de mergulho para não se salpicarem. A pub institucional é boa e para manter. Vai ter de ser o ventoinha a pôr merda no funcionamento para o Zpórtem se ver livre dos compromissos - empréstimos e juros, como a merda, até ao pescoço - do primo do Ricardo, o Ricciardi. O grunho do Carvalho quer reestruturar a dívida leonina (adjectivo) e nada melhor do que dissolver o credor. E como Espírito Santo ajuda e já foi do Benfica, o Benfica anda há meses a pedir salvem-me, se o Sporting tiver perdão haja quem perdoe ao clube do povo.
O povo, claro, dirá águias e lagartos da Banca e dos banqueiros, pedirá a demissão do Governo e culpará Pinto da Costa - "esse paneleiro".
Os três grandes estão irmanados (?!) a reunir na FPF contra a Liga. Fosse alguma coisa mais desequilibrada e falava-se em conspiração. Assim, sem se dar por isso, um tipo mais calado como o grunho do Carvalho, não o presidente do Estoril mas o Antero Henrique que nunca fala a não ser de cláusulas de rescisão a respeitar (algo que já cansou a Pinto da Costa), teve de falar à saída da última relação de concubinato socialmente aceite em nome da pacificação e de o negócio ter de continuar. Há uns meses, em Leiria, o Benfica dizia ser melhor nem falar, pela voz do grunho de Vieira, porque "o que se passa ali dentro é uma vergonha", referindo-se a quem pretendia destituir o índio Figueiredo. O Sporting, sim, é verdade, dessa vez nem falou. Mas viria a votar no índio. O Zpórtem tem uma peculiaridade: é diferente, como sabemos. E conseguiram pôr o FC Porto a falar, pior, o Antero a falar: "Está tudo bem, como sempre". Fosse Pinto da Costa e eu insinuaria que estava a ser irónico. 
A culpa, enfim, morrerá solteira, se não for de Pinto da Costa - "esse paneleiro".
O que é isto perante a insolente e permissiva invasão de espanhóis no Dragão? E como o FC Porto arranja dinheiro? São 11 ou 12 reforços? - até se questionam os portistas, como se a equipa da época passada não os precisasse e no passado recente não tenham chegado 11 e 12 novos jogadores mesmo enquanto durava a Visão611, provavelmente uma máquina de lavagem também, dirão os especialistas.
A Maria José Morgado, nunca descaída sequer do pedestal imundo onde os idólatras de ocasião a colocaram, voltará a mover meios financeiros e humanos para perseguir a máquina de lavagem do FC Porto que ainda há umas semanas voltou a passar por um título de jornal.
Com a reabilitação, justa mas tardia e que carece de indemnização pela "camalhice" feita em Lisboa contra os Loureiro, do Boavista o melhor que se podia fazer, 10 anos depois do Pífio Dourado (é, foi em 2004 que começou com umas tangas entre o Passarinhos e o Lavadinhos das duas margens do Douro), era condenar o FC Porto. Zpórtem, Benfica, Sócrates e até os Salgados e os vários Espíritos e Santos descansariam em paz. O pesadelo terminaria. Os da tanga do Constitucional até já passam CS e mais descontos da maralha para a ADSE onde em tempos nem sequer para ela pagavam.
Mas isso era um sonho. A realidade é para desvendar todos os dias. Mais ou menos dissimulada nos paineleiros avençados e mais frontalmente assumida pelos comentadeiros ocasionais que pregam as virtudes do comunismo e a santidade da real politique estalinista, enquanto alvejam esse sacana do Pinto da Costa - "esse paneleiro". Provavelmente, o próximo e único a ir preso. Há quase 10 anos foi a tribunal prestar declarações: Dezembro de 2004, o FC Porto ganhava 2-1 ao Chelsea de Mourinho e partia para ganhar no Japão a segunda Taça Intercontinental. Os escrevinhadores em breve retomarão a história, o génio do Queirós lembrará o livrito vermelho escrito com base em nada e apregoará que Pinto da Costa é o "maior dirigente desportivo" do mundo e arredores. A velhota que lhe chama "paneleiro" não é nada à beira dos lambe-cús da "Imprensa de sarjeta" e do "jornalismo travestido", as duas faces da moeda cunhada pelo par de bandarilhas Santos Silva e Sócrates que muitos, como os saudosistas da velha e relha URSS, gostariam, via um Costa mais benfazejo e próximo do Castelo do poder, replantar no Governo.
O fio condutor deste autocarro desgovernado é um ressabiamento colossal dos velhos do Restelo e arredores. Tudo isto relatado passou-se praticamente só nesta semana. Factos, nomes, expressões, títulos, personagens. Passa-se em Portugal diariamente. Um manicómio de irresponsáveis ou um depósito de trampa com o autoclismo avariado? A culpa é do Pinto da Costa - "esse paneleiro".

30 julho 2014

Do futuro responsável de Média do FC Porto

29 de julho de 2014
A notícia resumida no título ao canto inferior direito da 1ª página do JN de ontem é só um exemplo - há-os diariamente - daquilo em que se transformaram os pasquins tugas: vacuidades e imbecilidades várias em doses massivas. Como ontem falei da iminente transferência do momento, eis um exemplo do que de mal se vai fazendo, repetida e gratuitamente, em Portugal, misturando tempos verbais (presente e passado) num título. Aliás, já a peça sobre a matéria no interior padece do mesmo erro. Foi por acaso, ontem, que tive oportunidade de consultar o JN, coincidindo com o post abaixo entretanto já online. Condiz a cara com a careta, reflete o que é hoje o JN, pasquim sem graça apesar de tanta salgalhada e com o Pretoguês que se vê. O responsável editorial vai administrar a área de Média do FC Porto que já tem uma reputação que deslustra a visibilidade do clube mas também não deixa de ser a cara dos seus responsáveis em vários degraus da rígida hierarquia portista. Bom dia e boa sorte.

29 julho 2014

O asilo do FC Porto na área da comunicação

Soube ontem, de fonte segura, que o FC Porto tem mais um reforço contratado, ainda que não oficializado. O director do Jornal de Notícias, Manuel Tavares, vai engrossar o filão misericordioso albergado no Dragão, passando a administrador na área dos Média do FC Porto. Aquilo começa mesmo a parecer um asilo, de resto recolhendo a tralha que anda por aí e que na área dos Média pouco ou nada acrescenta à bitola medíocre que tem pautado a acção dos portistas nas redes sociais e de exploração comunicativa, do Torto Canal a um site oficial pouco mais do que indigente.
 
Pode sair Varela aos 29 anos, ou ceder-se Josué, Licá e outros medíocres produtos da arrojada época passada que ficou nos anais como a pior dos últimos 30 e tal anos para honra de Pinto da Costa por uns tempos tão preocupado com o Museu. Das saídas do plantel quase ninguém fala para não ter de se remexer no que deu a época passada... 
 
Mas o FC Porto não para de reforçar um sector de administração/gestão que poucos frutos tem dado.
 
O nível online do JN condiz com a queda assustadora do produto que Manuel Tavares pastoreou nos últimos anos. E se o registo em papel é sofrível, o online é demoníaco mas ainda bem que o futuro ex-jornalista não terá influência editorial na área ou arriscar-se-ia a marcar golos na própria baliza. Vai para administrador, ao que me contaram mesmo à porta do edifício do Jornal de Notícias, em Gonçalo Cristóvão. Mas se, eventualmente, puder intervir no Torto Canal, vai ser mais do mesmo, se as pessoas que decerto são mais assíduas a verem aquela coisa perceberem que o canal é fechado, autista e só entre amigos, são quatro ou cinco que, de resto, já estiveram juntos por aí. O problema, para resumir, é que subsiste esta coisa dos "quatro ou cinco" e, pior, aparentemente são muito "portistas" como se alguém antes tivesse dado conta disso. Se o Octávio questionava o portismo de um Manuel Serrão que ninguém sabia quem era nos anos 90, que diria agora de uns quantos que por aí aparecem? Vá lá que Fernando Gomes, passando às boas com Pinto da Costa, não tem assento na Administração sentando-se ao lado de Manuel Tavares - porque há coisas que caem e batem, mas não no vazio... o que para bom entendedor do passado do crescimento do FC Porto, à parte os títulos, é mais de meia, são mil palavras!
 
De resto, parece que pouco faltará acrescentar ao ramalhete da indigência comunicacional que tem a expressão mínima no que apelidei desde o início de Torto Canal e que tantos portistas agora vão vituperando e lamentando.
 
Deve ser a chamada evolução na continuidade. Ao que me consta quem, em segunda via, me confirmou a notícia, uma revista (Visão?) já teria dado o lamiré sem citar nomes ou clubes. Como raramente li jornais e cada vez menos tenho vontade de o fazer, não fazia a mínima ideia. No JN todos falam disto mas nada há de oficial, até uma indemnização compensatória adequada prodigalizar uma saída airosa e um refúgio de asilo em que se tornou o FC Porto. Ainda bem que não é um rato a fugir do Dragão, como clamava há uns meses Pinto da Costa. No JN alguns, por sua vez, sentir-se-ão órfãos. E o mundo continuará a girar sobre si mesmo. Os grunhos mais papistas que o Papa vão assobiar para o lado, como de costume, preferindo nem comentar mais uma e outra e outra desilusões face àquilo que nunca quiseram ver e que rejeitam comentar por muito que batam no peito e sérios que sejam, bah...
 
Ao Jornal de Notícias, por fim, o futuro não deverá reservar pior destino do que o que já tem tido, um OCS sem rei nem roque, pasto das chamas dos negócios de poder em curso na Controlinveste.
 
Aos adeptos portistas isto pouco dirá, os jornalistas do JN apenas encolherão os ombros e aguardarão outro nomeado. Mas os detractores rivais dos vários clubes ressuscitarão o conluio de alguns jornalistas portuenses com o FC Porto e as associações de ideias, com os factos da época e de muitas épocas, para apimentar a relação. A tal questão da promiscuidade. A trampa não é só no futebol, nem apenas a promiscuidade entre o jornalismo e o poder político e económico, como no caso da Banca cuja publicidade tanta falta faz às edições em papel comprando subserviência editorial.

27 julho 2014

FC Porto sem aparecer quando reapareceu Jara e o seu penálti

Dispus-me a ver na tv a apresentação do FC Porto sem me desiludir quanto ao insosso que ainda é de esperar da nova equipa 2014-15, para já partida em duas consoante o tempo de trabalho de cada bloco. O 0-0 respeita a improficuidade atacante e enaltece, sem espaventos, que se as equipas começam a construir-se de trás para a frente Fabiano merece confiança na baliza. Temos g.r. mas não ainda uma equipa, esteve melhor a facção do 1º tempo que leva mais preparação, a amostra da 2ª parte é a manta de retalhos em cuja base, ofensiva, assentará o onze de Lopetegui.
 
Com um St.-Étienne entrosado, boa equipa e mais trabalhada porque o campeonato começa mais cedo em França onde foi 4º classificado, o FC Porto da 2ª parte correu até o risco de perder, mas este é o risco de fazer uma apresentação em dois tempos tão desfasados da preparação. Nada de anormal, foi sem sabor nem cheiro e não podia ser diferente o desfecho e a moral da história. O Martins Indi da Holanda nem sequer jogou, o Jackson nem sequer chegou, o Brahimi demorou a pegar, o Tello a arrancar e o Adrián a encantar. Valeu o entusiasmo mundialista de Quintero.
 
Os 46 mil e tal espectadores apareceram com a ilusão da equipa mas esta não respondeu à expectativa. Mas foi uma lotação de campeão, quase o dobro da do Benfica na véspera (25 mil e pouco), onde a debandada fez esquecer o triplete doméstico que o FC Porto consentiu na época passada.
 
Vi da apresentação do Benfica apenas o resumo num telejornal, nem sabia sequer o resultado. O que vi assustou-me e não da forma que os adeptos da Luz verão a sua equipa. Porque no penálti de Jara eles acharão normal, eu acho um escândalo mas normal; valeu que não contou e o modesto Ajax ganhou aos herdeiros do ele sébio.
 
O penálti é um clássico na Luz. Lembre-se o Proença a inventar um na semifinal da Taça da época passada para ajudar à reviravolta para a qual o Benfica não tinha ânimo nem arte. O Jara já nem sabia que existia.
 
Mas juntar Jara e um penálti vergonhoso não é novidade e lembrou-me logo o mesmo episódio no jogo do título na Luz, o do apagão e da chuveirada que veio de baixo, quando o palhaço Roubarte Gomes sancionou uma queda teatral do índio argentino que deu o momentâneo 1-1, em Abril de 2011, depois de Guarín ter aberto o activo e antes de Falcao ser (ele sim) derrubado para Hulk converter o penálti que deu o título mais saboroso.
 
Rever a mesma cena, quando nem me lembrava da existência do Jara, pensar que tudo isto é encarado na capital da parvalheira como um lance normal e bem ajuizado e calcular o que pode vir a seguir a um título ganho pelo Benfica, julgando-se investido de ordem moral e técnica para lhe serem concedidos penáltis do calibre mafioso dos que venho citando, põe-me a pensar se o FC Porto não parte mesmo em desvantagem para o Benfica, favorito na Imprensa e preferido dos árbitros. Hugo Miguel foi o palhaço de serviço. E também não é por acaso. Interesses de Capela levantam-se mais alto quando tantos pedem para erguer o andor e levá-lo na procissão esperada.
 
O que é um convite a não voltar a ver futebol por uns tempos. O meu médico recomenda-mo mais do que o do Filipe Vieira enquanto as desilusões a sério não se encadeiam - salvo seja... - também.

24 julho 2014

Ponto da situação do situacionismo pontual

 
Podia fazer um post sobre o mercado, de jogadores e das notícias. Não vale a pena: ainda falta mais de um mês para o fecho das transferências e tanto as há extremadas por baixo, vejam-se as jóias da Luz, como extrapoladas, como a de James por quem o cepórtem jura haver cabala já que o Mónaco devia ter vendido o Moutinho ao Real Madrid. De resto, há tantas notícias de mercado garantidas mas poucas oficializadas, numa era de voraz informação e supersónica velocidade de propagação que o segredo dos gabinetes dos clubes já cai no ridículo pré-histórico quando as anunciam - e lá se foi o puxar dos cordelinhos e as risotas para com os jornalistas atarantados com fontes, movimentações e confirmações. Depois, claro, com os clubes na Idade da Pedra comunicacional, culpam os jornalistas... e há os adeptos/leitores acham bem e acham-se bem informados se não forem divulgadas as nuances das transferências.
 
Post sobre o mercado? Está no último parágrafo do post abaixo: Porto e Benfica de novo em contraciclo e o Porto pode levar vantagem. Não ia falar dos empréstimos, bah, se não é cozido é assado, assim e tal, torna-se irrelevante quando o PSG já aceita di Maria por empréstimo porque não lhe convém gastar mais com dinheiro à vista por culpa do fair-play financeiro imposto pela UEFA. Esta é a cereja no topo do bolo.
 
Não ia falar da influência de Lopetegui porque já a antevia no dia da sua contratação, melhor, quando foi publicado que seria contratado (e apresentado no dia seguinte, lá foi a Marca e um jornalista amigo do treinador espanhol a furar o segredo portista ciosamente guardado...). Não vejo treinos, nem jogos, nem jogadores, nem sequer notícias. Apanho umas coisas por aí e vai-se confirmando o que eu temia mas desejava: a) mudança de paradigma no FC Porto, que é mesmo um fim de ciclo de idioticie marcante das últimas épocas e contundente na malfadada 2013-2014; b) um treinador a impor-se e prometendo mudar o ramerrão do futebol portista; c) são a) e b) conjugadas confirmam o que escrevi sobre Vítor Pereira e a insolente mediocridade da gestão recente do futebol portista, de resto sublinhadas pelas dispensas anunciadas pelos jornais que causam engulhos ao clube porque é um reconhecer da sua aposta falhada e não assumida a responsabilidade que deu no que deu e muitos não querem enfrentar as consequências.
 
E sim, palpita-me que temos, felizmente, um novo Adriaanse por aí. Seja bienvenido, me gusta.
 
Portanto, o Salgado que se locupletou durante o sócretinismo 2006-2011 está para ir dentro quando dantes ninguém ia dentro e ele até tinha três oportunidades de corrigir o IRS; o Benfica e o Sporting atrelados à desdita, de resto conluiados javardamente com o Figueiredo novo tasqueiro da Liga que queria fundar na associação de clubes um PROJECTO DE PODER digno do afamado sócretino que ainda por aí anda à solta; um ai Jesus na equipa de todos os títulos que, como também escrevi repetidamente durante a época finda, ia sair estratosfericamente caro.
 
E é isto. Até inícios de Setembro também a boca irá morrer pelo peixe, tantas as peixeiradas avulso plantadas à beira-mar com indignidades de arrepiar. No fim fica tudo na mesma, até o Bento continua na selecção dele e de alguns marmanjões. O futebol que se lixe, a trampa, como diria o outro, é tanto que não há autoclismo. Sobram os grunhos do carvalho e os que dão pão e circo, agora mais barato, ao povo da bola.

15 julho 2014

O FC Porto: muito bem mas uma dúvida

Passou o Mundial e o FC Porto já treina na Holanda. Tenho seguido tudo muito à distância e sido surpreendido com as contratações. Mas estou agradado pelas impressões que me causam os nomes contratados, o último Adrian com uma surpresa total, já não diria o mesmo com o joem Oliver Torres e muito menos Cristian Tello que já antes de chegar Lopetegui se pressentia nos rumores sobre o futuro do FC Porto a reconstruir do nada.
 
A metamorfose da equipa será substancial, para não dizer total. Isto no papel e seguindo eu tudo isto muito à distância e com bastante atraso sobre as notícias do mercado. Gostei de Lopetegui, como do que era suposto vir a seguir e vaticinei: aproveitar o melhor possível a formação espanhola, o Visão 611 foi o fiasco já morto e enterrado. Com ele, o seu mentor Antero Henrique, perde agora protagonismo, mesmo que vá a Espanha buscar jogadores, meio director-geral para o futebol, meio empresário... A verdade é que os reforços, claramente, são ditados pelo treinador, parece não haver a mínima dúvida. Não há palpites de alguns iluminados da SAD, a começar pelo inefável d.g., que julgam perceber de jogadores ou vão metendo nos negócios algo mais do que os interesses do FC Porto...
 
Porém, faltando ver como será a equipa não só nesta fase de preparação mas na competição a sério que tem uma eliminatória da Champions para superar, há uma dúvida que me assalta: com jogadores emprestados, como Oliver Torres e Cristian Tello, serão estes os que estarão a 100%  com a cabeça no FC Porto, como exigia Pinto da Costa? Espero que o elemento aglutinador que será Lopetegui o consiga e que os espanhóis, jovens que saíram da formação do Atlético e do Barça, não tenham saudades de casa, da família e um desejo de dar um salto lá à terrinha de onde vieram com a proximidade que tanto atrai - uma fatalidade que fez fracassar vários portugueses que passaram a fronteira para jogarem e treinarem até em Espanha.
 
Se se mentalizarem que o FC Porto é um óptimo trampolim e uma certeza nas suas carreiras, confirmarão o seu profissionalismo e a aura de categoria com que vêm justamente rodeados. Adrian Lopez, a mais cara transferência paga pelo FC Porto, ao que ouvi no domingo, por 11ME por menos de 3/4 do passe, já não será o caso, mas trata-se de um belo jogador e um avançado lateral, que não joga fixo no meio ou sequer seja um homem de área, ao jeito de Lisandro Lopez e que pode valer ouro. Não se sabe se Jackson fica, mas se ficar teremos uma dupla de avançados ao jeito de Domingos-Kostadinov e uma forma de jogar e de atacar que marcará uma diferença profunda em relação aos últimos 10 anos, talvez, e o puro 4x3x3 que fez marca no Dragão. E nem estou a contabilizar o resto da equipa, apenas os nomes sonantes que terão de fazer a diferença após uma época sem um nome sonante e com uma equipa divorciada do seu avançado de eleição tão desaproveitado e desacompanhado também por um treinador medíocre precocemente contratado.
 
Parece que Mangala também sai e por preço recorde, pelo que há que estabilizar a defesa tão permeável na última época. Mangala era um portento físico mas ainda imaturo e algo ingénuo, capaz do melhor e do pior, mas o eixo defensivo precisa de outra autoridade e não será fácil consegui-la, conquanto Rolando tenha voltado mas sem nunca ter tido a aura de patrão do sector em que entrou sendo supervisionado por alguém como Bruno Alves. Afinal, soube ontem que voltou para não ficar: sobra um problema dos muitos antagonismos criado pelo inefável director-geral - mas a culpa deve ser do jogador...
 
Resta saber, ainda com o mercado em aberto por muito tempo, o que será de Jackson: fica ou sai? O Mundial poderia ter imposto a sua venda obrigatória, mas Pekerman optou por piores opções nunca justificadas no Mundial com a Colômbia, como esse fantasmagórico Teo Gutierrez que parecia o Jackson do FC Porto dos últimos meses, divorciado da equipa e uma não referencia em campo.
 
Posto, então, que Pinto da Costa confirmou ter absoluta confiança no treinador que escolheu, como já observei, esperemos que os que ficam no plantel fiquem mesmo a 100% e só pensem no FC Porto. Sinal de que poucos pensavam assim nos últimos tempos e decerto não foi só na malfadada época finda que marcou a pior da sua presidência. Já noutras épocas isso seria notório mas o equilíbrio foi conseguido e os títulos disfarçaram muita coisa. A mediocridade destapou-se no FC Porto e parece que chegou a hora de o presidente mandar mesmo e o resto da maralha deixar-se de diletantismos e devaneios que de fora se perceberam ser o cancro da gestão desastrada do futebol portista. Era o que se pedia. Agora pedem-se títulos. E bom jogo.

Pode ser uma nova época de viragem. No FC Porto e no Benfica: parece claro que o Benfica vai desbaratar a sua equipa, vai-se desfazendo aos pedaços, grandes jogadores saem a preço de saldo e não estariam a 100% na Luz porque o Benfica não é o que se apregoa. Já tinha sublinhado que o título do Benfica saíra muito caro, um plantel dispendioso que deu troféus mas não poderia durar muito mais. As vendas teriam de ocorrer, ou por cobiça dos seus valores ou por pressão dos jogadores para saírem, como Matic a meio do ano. Tal como o Benfica beneficiou do desinvestimento do FC Porto, agora o FC Porto pode aproveitar o desmantelamento da equipa de Jesus. Apesar de o técnico se manter na Luz, o que é sempre benéfico porque o trabalho já tem uma sequência. Não sucederá a estupidez que se instalou no FC Porto, a perder jogadores e o treinador bicampeão, mas sem dúvida que o Benfica já perdeu e poderá ainda ser desfalcado de mais alguns dos seus principais jogadores, como Gaitan e Enzo Perez.

O FC Porto em contraciclo face ao Benfica para abrir outro ciclo de vitórias?

14 julho 2014

Profecia de Bilardo vale meio Guttmann

"Dejaré que me incule el que haga Argentina campeona", profetizou um dia Carlos Bilardo, técnico que levou a Argentina ao título mundial em 1986 e à final de Roma de 1990, ambas com a RFA. Esteve para suceder o fim da maldição, numa bem organizada Argentina que teve claras ocasiões para ganhar à Alemanha, mas já vai em 28 anos o jejum argentino, pouco mais de metade da famosa profecia de Guttmann sobre o Benfica triunfador na Europa.
 
A Argentina tinha certamente a melhor linha avançada do Mundial. Mesmo com Aguero a meio gás, ter Lavezzi e Higuain na frente apoiados por Messi é garantia de sucesso, de resto complementados por di Maria: enquanto jogou foi o maior desequilibrador e fez muita falta nesta ponta final do Mundial. Porém, foram dois jogos sem golos a fechar o Mundial, o que não deixa de marcar o jogo argentino feito de muito futebol atrás e esticões na frente. Messi foi mais nº 10 agora do que foi em 2010 com Maradona, mas creio que voltou a jogar demasiado longe da área e talvez o peso do jogo mais fechado defensivamente tenha passado a factura: em quatro jogos a eliminar, a Argentina teve de ir a prolongamento em 3 e só a custo evitou outro desempate por penáltis com a Suíça. Não foi a equipa mandona que a categoria dos seus avançados exigia e se Messi jogou mais recuado foi possivelmente por não haver médios de génio para lançarem os homens da frente. De resto, o técnico Sabella não só mudou frequentemente a equipa, o que denota insegurança e indecisão sobre o 11 e a forma de jogar, como alterou significativamente todos os sectores, acabando por melhorar progressivamente mas sempre com uma tracção atrás que atraiçoava um pouco o dinamismo dos homens da frente. Digamos que foi como Bilardo, muito fechado e organizado defensivamente à espera que Maradona fizesse tudo do meio para a frente: fez em 1986 no México, ajudou em 1990 em Itália mas foi insuficiente e já não estava nas melhores condições e, de resto, a equipa era medíocre até chegar a Roma.
 
Pareceu, de resto, que Sabella olhava muito para os nomes, daí punir Enzo Perez com a substituição quando não se justificava. A ter de sair alguém era sempre o médio do Benfica, aquele que desde o primeiro jogo se percebeu que faltava no meio-campo argentino pela sua força, mobilidade, disciplina táctica e atrevimento ofensivo. Enzo, tal como Garay e Rojo, estiveram muito bem durante todo o Mundial em que os dois defesas foram titulares indiscutíveis com forte poder de marcação.

13 julho 2014

Alemanha, claro!

Repetiu-se o 1-0 de 1990 em Roma, quando o penálti de Brehme decidiu a final com uma Argentina focada só em defender como nas eliminatórias que foi passando por penáltis. E como em 2010, decisão no prolongamento, agora foi Goetze em vez de Iniesta e a Alemanha voltou a vencer a Argentina, esta sim digna vencida e uma equipa de primeiro plano ainda que com tracção atrás mas com umas variantes de ataque e de atacantes do mais rico e da mais pura classe que se viu no Mundial do Brasil, acabando até Messi eleito o melhor da competição - o que é discutível mas lança-o já para o FIFA Player of the Year onde poderá nem figurar o chorão CR7 porque Bale e di Maria foram melhores no Real Madrid e Robben fez um Mundial fantástico depois de uma época triunfante no Bayern de Munique.
 
E foi o Bayern, ou a sua base, como há quatro anos o Barça igualmente de Guardiola a inspirar a Espanha na África do Sul, a consolidar o poder do futebol alemão que não triunfou na Europa mas por questões aleatórias e meramente futebolísticas em que os pormenores decidem.
 
Goetze marcou o golo da diferença e, tal como a Holanda em Joanesburgo, a Argentina até podia ter saído vencedora pelas ocasiões criadas e a última do jogo a seu favor, por Palácio, tal como Robben em 2010 ante Casillas. Mas foi assim e, no final, além do insípido "ganham sempre os alemães", acabou premiada a melhor equipa do torneio e que conseguiu os resultados mais espectaculares: 4-0 a Portugal e 7-1 ao Brasil. A Argentina fez talvez o melhor jogo neste Mundial mas pessoalmente não gostaria que uma equipa fosse campeã mundial após dois jogos com 0-0. E foi assim que a Argentina passou a Holanda num jogo insosso e no jogo em que a falta de aventureirismo ´dos laranjas lhe retiraram arte e engenho para vencerem - cabendo a Robben, de novo, a última oportunidade da semifinal.
 
Felizmente houve Goetze tal como felizmente não foi o básico Paulo Sérgio a relatar na RTP ou chamar-lhe-ia Gótze, o que diz da sua impreparação e incapacidade de locutor mesmo que seja chefe de uma merda qualquer na sub-informação televisiva e radiofónica do caseiro serviço público. E ainda bem que Rui Costa, ponderado e sabedor, fez o comentário digno de uma final e não o parolo Tadeia, conquanto Bruno Prata e em especial Nuno Dias tenham estado muito bem nos jogos que lhes ouvi a sapiência.
 
E houve Goetze, como houve Schuerrle, dois jogadores saídos do banco para fabricarem o golo de uma Alemanha supercompleta e um treinador sem opções de ponta-de-lança para além de Klose já com 36 anos e que foi bem gerido e saiu goleador de todos os Mundiais. Low ganhou o jogo e foi finalmente coroado, como foi coroada a eterna renovação da equipa alemã relançada em 2006 era Low adjunto de Klinsmann. Em 2008 e 2012 foi 2º no Europeu, em 2010 foi 3º no Mundial só superado pela Espanha. A Alemanha sempre lá no alto e um treinador não inibido apesar de perder sempre nas pontas finais.
 
Em 2006 era Lahm um desconhecido lateral-esquerdo apesar de abrir o Mundial na Alemanha com um golo portentoso ao Equador, fletindo da lateral para um disparo com o pé direito, cruzado, ao ângulo mais distante. Agora foi Lahm a levantar a Taça do Mundo e com ele eram 5 jogadores resistentes dessa equipa criada por Klinsmann... E vários jogadores campeões europeus nas camadas jovens - isto sim é formação de primeira água.
 
É a confirmação, ainda, da supremacia do futebol europeu, tal como em 2010. A Holanda no pódio, depois de 3-0 ao Brasil básico do bazaroco Scolari e nova humilhação do Brasil cada vez mais ultrapassado pelas potências mundiais. A Holanda que pecou apenas por alguma timidez com a Argentina, o que me surpreendeu, mas acaba no pódio e o Brasil de novo fora dele como esteve, estupidamente, fora do Maracanã onde em 1950 fez todos os jogos com os recordes de assistência dos Mundiais de 150 mil espectadores para cima.
 
Não só os europeus já ganham noutros continentes, como marcam vincada supremacia. Em 2010 foi Espanha, Holanda, Alemanha, Uruguai; agora Alemanha, Argentina, Holanda, Brasil. O equilíbrio continental Europa-América do Sul vai-se desfazendo porque o trabalho, a ordem e o progresso continuam marcas europeias indeléveis.

09 julho 2014

Brasil perdeu 1-7 e a RTP por 17

Mais do que a inverosímil humilhação do Brasil a sofrer um Maracanaço sem lá ter posto os pés no cúmulo do ridículo de um Mundial absurdamente coberto de estupidez desde antes do início, tal como um estádio para a abertura descoberto e, à moda de outros séculos, um mamarracho terceiro-mundista hoje a revisitar na Arena Paulista para o Argentina-Holanda,  o 1-7 ante a Alemanha conseguiu ser score fraco para a catadupa de bacoquices e parvoíces dos dois pataratas palradores da RTP. Podia facilmente enumerar 17 asneirolas e quejandos filhas da ignorância crónica e pesporrência menor, mas se esta semifinal ficou para a história será também pela concupiscência imbecil do duo Paulo Sérgio-António Tadeia - de tal maneira histórico que me faz ter saudades das bravatas bem intencionadas de Gabriel Alves que era o bombo(m) da festa há uns 20 e tal anos mas esforçava-se por aprender e aperfeiçoar, esforçava-se mesmo ainda que progredindo pouco mas denotando trabalho de casa.
 
Para perdoar o velho Gabriel Alves levado pelo seu entusiasmo como genuíno adepto da bola tropeçando no que tanto queria contar a mostrar que sabia, bastava a lapidar frase do Paulo Sérgio a dizer que o Brasil perdia por 5-0 e a Alemanha ganhava por 5-0. Isto sem se rir, sem ser irónico mas decerto não esquecendo que a direita de quem sobe é a esquerda de quem desce e, como na França, uma janela pode ter o estilo fenetre e uma casa ser tipo maison... Não chegou a ser tão bom, mas a busca de factos históricos comparáveis à derrocada brasuca de um bando de pardais de novo e ainda sempre protegido pelo árbitro (ai o caceteiro David Luiz...) foi um delírio a comprovar a estupidez natural e fidedigna de dois bestuntos que, imagine-se, alcandoraram-se a cargos de chefia na informação dita desportiva, o Sérgio nas catacumbas da emissora pública e o Tadinho Tadeia de volta ao Rascord que já vendeu mais de 100 mil diários e agora está nos 42 mil (APCT de Janeiro a Abril 2014).
 
A edição primeira do Mundial em 1930 teve um duplo 6-1 no Argentina-EUA e no Uruguai-Jugoslávia e tanto cirandaram os dois parvinhos até se deterem no Itália-RFA de 1970 que teve 4-3 mas foi no prolongamento, aos 90' havia apenas 1-1, para arranjarem um resultado semelhante que tanto amaçava subir a 6-0, dizia o Tadeia após o intervalo, como estacionava porque, afinal, os alemães acomodaram-se: é o tudo e o seu contrário entre dizeres sem nexo enquanto as ejaculações e elucubrações não acompanham as incidências do jogo. A falta de trabalho para enfrentar um serviço deste tipo prodigaliza a incompetência de quem devia saber e mostrar mais, mas a Imprensa tuga de trazer por casa certo passou ao lado do 60º aniversário do 7-5 de 1954 entre Áustria e Suíça (com 5-4 ao intervalo), é certo que nos 1/4 final mas a única vez que uma equipa marcara 5 golos antes do intervalo, como a Alemanha a descobrir o minério no Mineirão de Belo Horizonte na noite da exibição perfeita: "oh, so schön, oh, so schön, oh, so schön, so schön, so schön" - que bonito, que bonito, que bonito, que bonito. O parvinho Tadeia, uma absurdidade marcante do periodismo parolo radicado no Rascord e paradigma do ignorante pavão das pantalhas tugas e da desinformação galopante, procurava resultados de cabeça, esquecendo a última grande goleada alemã em 2002 por 8-0 à Arábia Saudita em que Klose fez 4 golos e arrancou para o recorde goleador ontem coroado nas trombas dos brasileiros, na prosápia do Ronaldo batido nos 15 golos totais e no vaticínio moralista de Mourinho, de novo a falhar rotundamente no prognóstico como se rezar, jogar em casa e ter os árbitros a favor fizesse do Brasil o campeão anunciado quando não me lembro, em 40 anos, de ver um semifinalista tão fraco no Mundial desde 74 como esta equipa sem rei nem roque com a varejeira do Scolari a dar o lastro necessário para ir ao fundo na concepção de jogo, na operacionalidade das suas peças e no entendimento do jogo do adversário - rivalizando apenas com o tadinho Tadeia que nunca percebeu porque a bola pincha e sempre foi um zero à esquerda apesar de tornar-se subitamente subdirector do Rascord, o mesmo é dizer director de sub-informação de um título que foi respeitado e subiu aos píncaros mas deixou de ser quando tipos como o Tadeia passaram a cobrir Mundiais como excurcionistas que é o que a maioria dos jornaleiros faz a bajular a selecção e a condecorar o Ronaldo de trazer por casa.
 
A Alemanha continua a ser a Alemanha, a mais forte equipa do Mundial que deve ser acompanhada da Holanda - e creio que, ou Messi tem um dos seus melhores dias, ou à falta de di Maria a dar "profundidade e largura", diria Vítor Pereira, ao jogo argentino, sobrará a irrelevância de Sabella, outro técnico da treta que van Gaal deve explorar sagazmente e prevejo não outro 1-7 mas uma viória folgada dos laranjas para a final desejada com o Maracanã como palco onde o Brasil nunca pisou - o que devia fazer corar de vergonha quem a tiver naqueles lados mas ficará a assobiar para o lado como o parvo presidente da FPF com o bentinho de merda na selecção e o imbecil presidente da Liga a anunciar um sorteio do campeonato sem condicionamentos e cartas marcadas para os 3 grandes saírem a jogar entre si praticamente nas mesmas jornadas da época passada.
 
Isto num país de burros é burrada e coices por todo o lado. O futebol, a Informação e o País que temos, equilibradamente medíocres mas todos muito felizes com o serviço público à guitarra e o comodismo atávico à viola no fado de sempre.

08 julho 2014

Alemanha-Holanda, sff

Vá lá que pude ver os quartos do Mundial, ainda que não o prolongamento do "não jogo" da Costa Rica com a Holanda, por não ter paciência para os elogios à "organização defensiva" que só é elogiada porque não levou 3 ou 4 nos 90' de uma defesa porfiada tipo Argentina do Itália-90 mas sem Maradona para decidir e Goycoechea para defender os penáltis jogo a jogo. Ainda pensei, ao ouvir no carro o relato dos penáltis via TSF e enquanto passava pela frente da Câmara de Vila Verde com um ecrã gigante, sob chuva, a transmitir o jogo sem ninguém a ver - gorduras de um pequeno estado... -, que a maldição holandesa iria repetir-se como em 1998 e 2000, até que adorei ouvir que van Gaal substituía o g.r. para as grandes penalidades e ganhou a parada mesmo!
Ao Brasil sem Neymar resta mesmo só o apoio dos árbitros, patente mesmo com Neymar. É indecente ver o proteccionismo arbitral como no caso de Fernandinho carregar repetidamente James Rodriguez e não ver só um amarelo, algo que só mesmo Vítor Pereira poderia sublinhar e não o patarata parlador de serviço na RTP. Nem Hulk parece capaz de fazer a diferença, mas o futebol caceteiro de que se servirá Socolari só vai longe com árbitros medíocres: como é que a carga do Zuñiga a Neymar nem amarelo dá? Bom, se fosse o Bruno Alves por ca pediam vermelho, bastava ser do FC Porto. Já li referências a um excelente Mundial e a boas arbitragens. Tenho tido azar com estas. O uzbeque que não expulsa um gajo da Costa Rica a derrubar estrondosamente Robben junto à área e que era um segundo amarelo sagradinho pode ir para casa também ver a coisa pelo olho do cu. Vi alguns, poucos, jogos de muita qualidade mas não o das equipas categorizadas, à excepção da Alemanha e da Holanda. A Argentina vale por Messi e vai faltar-lhe di Maria - depois da época fantástica no Real Madrid, para mim um candidato ao pódio do FIFA Player of the Year, muito mais do que o embeiçado CR7 que voltou a meter a viola no saco. E se Messi cumprir um desígnio e o seu destino, se levar a Argentina a campeã com o seu talento ímpar presente em cada jogo, lá vai Bilardo ser "enculado" depois da profecia à Bella Guttmann...
Daí esperar a reedição da final de há 40 anos em Munique. O meu 1º Mundial apenas com 12 dos 36 jogos na tv: não vi muitos mais este ano. Também não esperava ver o Atlético de Madrid de novo quase campeão europeu para deixar escapar o troféu nos últimos segundos, como em 1974. Venha esse Alemanha-Holanda, equipas com grande parte ou a maioria dos jogadores que actuam no seu país e que me parecem ter os dois melhores treinadores. No fim, penso eu de que ganha a Alemanha. Helás, o Cruijff também acha o mesmo...

06 julho 2014

Pinto da Costa depois de Preocupações Fonseca

Depois de muitos dias fora e com ocasional acesso e tempo na net, que me fez acumular erros em escrita rápida num smartphone "comprado aos ciganos", também não tenho muito para comentar, até por acompanhar pouco, e de muito longe, as coisas, sem ler jornais, o que não faz falta mas já li que a média do Record já vai em 42 mil diários até Abril o que confirma que nem o Benfica vende pasquins quando ganha, e muito menos ver blogues, que me mantêm minimamente ligado ao mundo. A tv dispenso, não sou audiência nem aturo imbecilidades e vacuidades permanentes assim ao estilo Paulo Bento por isso tão apreciado nos me(r)dia, nem metade do Mundial segui nem vi sequer o jogo do adeus tuga ao Brasil, só o resumo e já não sei se em holandês ou em flamengo...
 
Entretanto, do pouco que vi ou ouvi ou li, retive uma frase de Pinto da Costa que diz bem do momento portista. "Tenho absoluta confiança no treinador". Uff, como se não fosse ele a escolhê-lo sempre, como se não tivesse dito já na apresentação de Lopi que este foi "a primeira, a segunda e a terceira escolha e por isso não podia recusar o convite do FC Porto", como se os portistas já tivessem esquecido a mesma garantia dada há um ano com o tristemente célebre Produções Fictícias, o maior imbecil que me lembro de ver treinador o FC Porto em pelo menos 40 anos mas que teve a hombridade de colocar o lugar à disposição e, por fim, porfiar para o mandarem embora, algo que sua santidade não teve a coragem de assumir e, cobardemente, Pinto da Costa, num toque caciquista marcante do final da sua era, jamais fez o mea culpa como se pudesse esconder o seu fracasso pessoal e a inoperância da SAD imobilista que vai conduzindo o FC Porto para a irrelevância sem ter tido a capacidade de explorar a subida, fugaz, ao topo. O que se vai comentando é uma torre de 7 metros para ver o treino, filmado ou só olhado. O costume.
 
O filão espanhol já eu antevia, na altura da descoberta do novo técnico, poder ser explorado à exaustão e resta esperar o que o mercado pode fazer em termos de vendas.
 
Mas fica, além da renúncia a comunicar o regresso a conquistas de vulto como o campeonato e o fim das ironias que poderiam, como em tempos, prognosticar que o FC Porto lutaria para "não descer de divisão", zombando com o "mercado" dos rivais, a lapidar e já consagrada certeza do presidente: ele escolheu o treinador, logo tem absoluta confiança nele.
 
Espero que corra bem e desde já afirmo que Lopetegui é uma excelente aposta. Pode correr mal, não deixa de ser um pequeno salto numa área sombria de desbravar em terreno de técnicos menos conceituados alheios às vicissitudes do nosso campeonato. Mas fico aliviado por o presidente ter confiança absoluta em quem escolheu. Ficaria admirado se dissesse, ou sequer pensasse, o contrário.
 
EM TEMPO - Lembro-me da capa do Rascord com o Jackpot da venda, em finais de Janeiro, de dois benfiquistas em mais uma operação esquisita e só para parvos do mercado e das notícias correlativas sopradas pelas instituições que operam no meio. Depois chamei-lhe(s) Jerkpot, por ser mesmo só para parvos engolirem. André Gomes e Rodrigo foram tão vendidos como uma vez Rui Patrício despediu-se de Alvalade a chorar no fim de uma época e repetidamente ser anunciado o seu último ano no clube até pelas presenças em fases finais pela selecção coincidindo com a ausência da Champions, por exemplo, sem nunca garantir qualidade e admiração para ser cobiçado. Vejo, entretanto, que Garay, um enorme central de qualidade indiscutível, foi vendido ao preço de saldo de outros no passado recente. E que Enzo Perez acha Portugal "uma merda!". E estou de volta ao Portugal que já esqueceu as agruras dos bentinhos e às notícias fabricadas por aqueles que em tempo anunciaram que os jornais são para embrulharem as notícias com o melhor papel enquanto prognosticavam que as vendas de 100 mil diárias pertenciam ao passado. De outro século, é verdade, mas o regresso ao futuro não traz nada de novo. E eu vou estar longe disto outra vez, cada vez mais distante. Já nem irei inserir capas do passado nem prognósticos só no fim do jogo, que me entupiam o computador de casa.

01 julho 2014

Penalti contra Proença

Em 2012 Pedro Proença chegou à final da Champions e do Europeu e saiu em grande de uma época que os consocios tugas amaldicoaram por uma coisa ligeira num Benfica-Porto
Neste mundial 2014 também se esp lha para o pior a má época que teve mas sem sobressalto da crítica muito menos dos consócio fugas que há dois anos lhe partiram os dentes. Proença fartou-se de errar em vários jogos o Porto nomeadamente m alvalade e na luz e no mundial fez asneiras graves. A última na vitória da Holanda.
Se pensava acabar a carreira na final do brasil pode perder  ilusão do maracanã mas pendurar o apito na mesma. O México levou com o mau ano de Proença tal como o FC Porto. Calhou-me felizmente não ter visto os seus jogos do mundial e domingo estive de regresso a Portugal mas ja li as críticas e vai as imagens. O teste do algodão não engana e Proença também não...
Tal como a selecção a arbitragem está entregue aos bichos e incompetentes. Gostam-se todos de se elogiar em mas não saímos disto.