27 julho 2014

FC Porto sem aparecer quando reapareceu Jara e o seu penálti

Dispus-me a ver na tv a apresentação do FC Porto sem me desiludir quanto ao insosso que ainda é de esperar da nova equipa 2014-15, para já partida em duas consoante o tempo de trabalho de cada bloco. O 0-0 respeita a improficuidade atacante e enaltece, sem espaventos, que se as equipas começam a construir-se de trás para a frente Fabiano merece confiança na baliza. Temos g.r. mas não ainda uma equipa, esteve melhor a facção do 1º tempo que leva mais preparação, a amostra da 2ª parte é a manta de retalhos em cuja base, ofensiva, assentará o onze de Lopetegui.
 
Com um St.-Étienne entrosado, boa equipa e mais trabalhada porque o campeonato começa mais cedo em França onde foi 4º classificado, o FC Porto da 2ª parte correu até o risco de perder, mas este é o risco de fazer uma apresentação em dois tempos tão desfasados da preparação. Nada de anormal, foi sem sabor nem cheiro e não podia ser diferente o desfecho e a moral da história. O Martins Indi da Holanda nem sequer jogou, o Jackson nem sequer chegou, o Brahimi demorou a pegar, o Tello a arrancar e o Adrián a encantar. Valeu o entusiasmo mundialista de Quintero.
 
Os 46 mil e tal espectadores apareceram com a ilusão da equipa mas esta não respondeu à expectativa. Mas foi uma lotação de campeão, quase o dobro da do Benfica na véspera (25 mil e pouco), onde a debandada fez esquecer o triplete doméstico que o FC Porto consentiu na época passada.
 
Vi da apresentação do Benfica apenas o resumo num telejornal, nem sabia sequer o resultado. O que vi assustou-me e não da forma que os adeptos da Luz verão a sua equipa. Porque no penálti de Jara eles acharão normal, eu acho um escândalo mas normal; valeu que não contou e o modesto Ajax ganhou aos herdeiros do ele sébio.
 
O penálti é um clássico na Luz. Lembre-se o Proença a inventar um na semifinal da Taça da época passada para ajudar à reviravolta para a qual o Benfica não tinha ânimo nem arte. O Jara já nem sabia que existia.
 
Mas juntar Jara e um penálti vergonhoso não é novidade e lembrou-me logo o mesmo episódio no jogo do título na Luz, o do apagão e da chuveirada que veio de baixo, quando o palhaço Roubarte Gomes sancionou uma queda teatral do índio argentino que deu o momentâneo 1-1, em Abril de 2011, depois de Guarín ter aberto o activo e antes de Falcao ser (ele sim) derrubado para Hulk converter o penálti que deu o título mais saboroso.
 
Rever a mesma cena, quando nem me lembrava da existência do Jara, pensar que tudo isto é encarado na capital da parvalheira como um lance normal e bem ajuizado e calcular o que pode vir a seguir a um título ganho pelo Benfica, julgando-se investido de ordem moral e técnica para lhe serem concedidos penáltis do calibre mafioso dos que venho citando, põe-me a pensar se o FC Porto não parte mesmo em desvantagem para o Benfica, favorito na Imprensa e preferido dos árbitros. Hugo Miguel foi o palhaço de serviço. E também não é por acaso. Interesses de Capela levantam-se mais alto quando tantos pedem para erguer o andor e levá-lo na procissão esperada.
 
O que é um convite a não voltar a ver futebol por uns tempos. O meu médico recomenda-mo mais do que o do Filipe Vieira enquanto as desilusões a sério não se encadeiam - salvo seja... - também.

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