Estacionei por uns dias e confirmei não valer a pena ler jornais ou meramente optar por informação televisiva. Procedeu-se à lavagem. Cada vez mais branco. Com montes mais ou menos altos. Suíços e com mais ou menos buraquinhos por onde se espreita Portugal. O propósito da lavagem é tornar tudo cada vez mais limpo, transparente se possível.
Num dia, na rádio do carro, percebi como o comunismo e o seu "pensamento" estão vivos na tugalândia. Foi um desfiar de "opiniões" a defender a Rússia na intervenção feita na Ucrânia - a Crimeia já está no papo e esquecida -, aká o abate criminoso de um avião comercial com 297 pessoas, repita-se, pessoas a bordo. Os EUA é que são culpados, o imperialismo está de volta, a União Europeia é lacaia do capitalismo e, sim, a Guerra Fria já entrou a ferver. Isto, claro, enquanto vemos o Arménio cheio de calos a trabalhar para aparecer nas tv's venerandas diariamente.
No dia a seguir, casualmente, no zapping apressado, uma velha falava do Artur na baliza do Benfica para concluir que a culpa era "desse... desse... paneleiro, o Pinto da Costa". Tiraram o pio a uma caquética que podia debitar coisas contra o capitalismo, a Troika, os alemães e a Banca, mas preferiu falar do Benfica para acertar no FC Porto.
Quase em simultâneo, alguém puxava de novo o autoclismo e não, não era o ponderado e reservado, sempre em profundo recolhimento espiritual e meditação técnica, o grunho de Carvalho. Era alguém a comentar o caso BES e o bilhar grande onde se joga um jogo já conhecido. Podia falar do Benfica, do Porto, da Banca, da Ucrânia, da Palestina, da CES e do TC, mas não, a culpa do caso BES é do Governo e o povo deve deitar o Governo à rua, este Governo maldito que nacionalizou o BPN de onde, aparentemente, tanto se destapa que não saem os PSD's além do Oliveira e Costa, do Dias Loureiro e, transversalmente, além de ajudar a encher a boca, o Duarte Lima, mas numa comissão parlamentar sabe-se que se descobrem tios, afilhados, sobrinhos, todos do PS.
Mas não é tudo mau. Recorde-se que ainda não há muitos anos, sem recuarmos à Guerra Fria, a PGR anunciava urbi et orbi que a corrupção praticamente não existia em Portugal. Cândida referência de "mani pulite" da ex-PGR adjunta que visou sempre branquear a corrupção e a criminalidade política sócretina. Helás, alguém se atreve a pôr Sócrates no olho do Furacão, perdão, a Operação Furacão foi um sopro à beira do Monte Branco e sempre há a dedicada RTP, servidora e sorvedora do regime, para dar espaço ao ex-Primeiro-Sinistro em directo para se defender de, além de "calúnia", "campanha negra", "difamação" e canalhice", defender-se de uma suspeição a sair apenas no dia seguinte em capa de revista, sem se saber o conteúdo. Como não há primos e tios do Zezito que lancem suspeitas sobre o Menino de Oiro do PS, a lavagem continua, depois da lavagem de dinheiro do Monte Branco de proporções bíblicas mas intocável continua o nosso ídolo de pés de barro que teve mais uma vez a tribuna oficial para dizer a sua "narrativa". E o "escritor" JRS, ao que soube, tão interventivo até levar nas orelhas por algum atrevimento no passado recente, lá se esqueceu de perguntar onde trabalha Sócrates, o que faz Sócrates - para além de debitar a sua "narrativa" sem contraditório mas também sem lhe pagarem um tostão -, de que vive, como viveu em Paris, como vive em Lisboa, como pagou o empréstimo da CGD para viver em Paris, o que tinha, desempregado ex-PS, de rendimento para ter o aval de um empréstimo do banco do regime...
Adiante. Acabámos a saber que até na Praia do Meco houve lavagem. O mar funcionou como máquina de lavar: são as garrafas de óleo vazias e os boiões de que se fala nas "Dunas" que são como divãs, do GRN Reininho. Passa-nos, assim, de repente, o filme todo da Democracia e da Liberdade, do 25 de Abril e dos Cravos que ainda nos ferem, todo um filme com cenas em vários palcos e artistas para todos os paladares. Uns não se tocam, outros são intocáveis e outros são ou fala-barato ou paneleiros.
A tasca da Liga lá teve mais uma lavagem e o autoclismo do Zpórtem não funcionou, decerto foi sugado directamente pelo mar do Meco e uma tragédia passou sem responsabilidades, foi um acidente. O Índio Figueiredo foi um acidente perpetrado pelos pequenos clubes que o lançaram na expectativa de um alargamento e mais dinheiro de patrocínios. Não há dinheiro e alargamento só por pecados antigos que levaram o Boavista na lavagem. O Benfica julga-se benemérito, não enterrou o Boavista e o lacaio Álvaro Braga Júnior há uns anitos teve a complacência do clube da Luz para um jogo de beneficência no Bessa. O Zpórtem não teve nada a ver com o voto em Figueiredo em nome da lavagem da "trampa" do autoclismo eficiente. Hoje, o Gil Vicente do Fiúsa que encabeçou o apoio ao índio Figueiredo para dar reservas às tribos pequenas, agora pede apoio à Olivedesportos. Não tarda, o Benfica vai pedir apoio à Olivedesportos, porque não ganhou mais com os jogos na Luz e a proposta que tinha de Joaquim Oliveira, o amigo Joaquim que ainda serve para alguma coisa embora não mande nada, sujeito a um Mosquito angolano e o genro de Cavaco Silva.
Como para isto tudo, que não se passa em manicómio algum oficialmente reconhecido, são precisos grandes crânios para manter a máquina de lavar operacional, o fala-barato de Alvalade que usa a ventoinha para dispersar o seu "mau cheiro" e "pestilência" diz aos outros para se calarem. Responsabilidades? Nenhumas!
A culpa é do Pinto da Costa - "esse paneleiro".
O Sporting não votou em Figueiredo.
O grunho do Carvalho não fala pelos cotovelos e recomenda recato aos lingrinhas insignificantes do Estoril.
O Benfica não disse que "era preciso ajudar Figueiredo".
O BES não governou (2006-2011) com o Sócrates nem a parelha Sótraques-Rameira dos Cantos, no estertor do sócretinismo, não ia reunir com o Salgado.
A lavagem, como as PPP, não sucederam no período que afundou Portugal, 2006-2011.
Vão ver e não aconteceu nada.
Pode não acontecer nada. A PGR já veio desmentir alguma coisa; dantes lia livros de putedo e peidos.
A Justiça, tão esfrangalhada como a Função Pública a que geneticamente pertence sabe-se lá porquê, enterrou-se com o encobrimento PS-BES, não castigou o BPP e o BPN e talvez livre o Salgado de pormenores mais picantes. Tem de ser, ou o Salgado destapa a máquina de lavar e saem todos sujos.
Não tarda e o grunho do Carvalho lembra até ao Estoril que o Espírito Santo ia ao hotel emblemático da zona para destruir papéis.
Papéis, pasquins, literatura e os jornais de economia falam do óbvio que ontem já escorria dos telejornais. Os dois da área não marcaram qualquer golo: nem alusões a crimes, como refere o próprio comunicado do BES, nem pistas para o futuro, para tirar o BES da "tampa". Jornal de Negócios e Diário Económico usam pinças e fatos de mergulho para não se salpicarem. A pub institucional é boa e para manter. Vai ter de ser o ventoinha a pôr merda no funcionamento para o Zpórtem se ver livre dos compromissos - empréstimos e juros, como a merda, até ao pescoço - do primo do Ricardo, o Ricciardi. O grunho do Carvalho quer reestruturar a dívida leonina (adjectivo) e nada melhor do que dissolver o credor. E como Espírito Santo ajuda e já foi do Benfica, o Benfica anda há meses a pedir salvem-me, se o Sporting tiver perdão haja quem perdoe ao clube do povo.
O povo, claro, dirá águias e lagartos da Banca e dos banqueiros, pedirá a demissão do Governo e culpará Pinto da Costa - "esse paneleiro".
Os três grandes estão irmanados (?!) a reunir na FPF contra a Liga. Fosse alguma coisa mais desequilibrada e falava-se em conspiração. Assim, sem se dar por isso, um tipo mais calado como o grunho do Carvalho, não o presidente do Estoril mas o Antero Henrique que nunca fala a não ser de cláusulas de rescisão a respeitar (algo que já cansou a Pinto da Costa), teve de falar à saída da última relação de concubinato socialmente aceite em nome da pacificação e de o negócio ter de continuar. Há uns meses, em Leiria, o Benfica dizia ser melhor nem falar, pela voz do grunho de Vieira, porque "o que se passa ali dentro é uma vergonha", referindo-se a quem pretendia destituir o índio Figueiredo. O Sporting, sim, é verdade, dessa vez nem falou. Mas viria a votar no índio. O Zpórtem tem uma peculiaridade: é diferente, como sabemos. E conseguiram pôr o FC Porto a falar, pior, o Antero a falar: "Está tudo bem, como sempre". Fosse Pinto da Costa e eu insinuaria que estava a ser irónico.
A culpa, enfim, morrerá solteira, se não for de Pinto da Costa - "esse paneleiro".
O que é isto perante a insolente e permissiva invasão de espanhóis no Dragão? E como o FC Porto arranja dinheiro? São 11 ou 12 reforços? - até se questionam os portistas, como se a equipa da época passada não os precisasse e no passado recente não tenham chegado 11 e 12 novos jogadores mesmo enquanto durava a Visão611, provavelmente uma máquina de lavagem também, dirão os especialistas.
A Maria José Morgado, nunca descaída sequer do pedestal imundo onde os idólatras de ocasião a colocaram, voltará a mover meios financeiros e humanos para perseguir a máquina de lavagem do FC Porto que ainda há umas semanas voltou a passar por um título de jornal.
Com a reabilitação, justa mas tardia e que carece de indemnização pela "camalhice" feita em Lisboa contra os Loureiro, do Boavista o melhor que se podia fazer, 10 anos depois do Pífio Dourado (é, foi em 2004 que começou com umas tangas entre o Passarinhos e o Lavadinhos das duas margens do Douro), era condenar o FC Porto. Zpórtem, Benfica, Sócrates e até os Salgados e os vários Espíritos e Santos descansariam em paz. O pesadelo terminaria. Os da tanga do Constitucional até já passam CS e mais descontos da maralha para a ADSE onde em tempos nem sequer para ela pagavam.
Mas isso era um sonho. A realidade é para desvendar todos os dias. Mais ou menos dissimulada nos paineleiros avençados e mais frontalmente assumida pelos comentadeiros ocasionais que pregam as virtudes do comunismo e a santidade da real politique estalinista, enquanto alvejam esse sacana do Pinto da Costa - "esse paneleiro". Provavelmente, o próximo e único a ir preso. Há quase 10 anos foi a tribunal prestar declarações: Dezembro de 2004, o FC Porto ganhava 2-1 ao Chelsea de Mourinho e partia para ganhar no Japão a segunda Taça Intercontinental. Os escrevinhadores em breve retomarão a história, o génio do Queirós lembrará o livrito vermelho escrito com base em nada e apregoará que Pinto da Costa é o "maior dirigente desportivo" do mundo e arredores. A velhota que lhe chama "paneleiro" não é nada à beira dos lambe-cús da "Imprensa de sarjeta" e do "jornalismo travestido", as duas faces da moeda cunhada pelo par de bandarilhas Santos Silva e Sócrates que muitos, como os saudosistas da velha e relha URSS, gostariam, via um Costa mais benfazejo e próximo do Castelo do poder, replantar no Governo.
O fio condutor deste autocarro desgovernado é um ressabiamento colossal dos velhos do Restelo e arredores. Tudo isto relatado passou-se praticamente só nesta semana. Factos, nomes, expressões, títulos, personagens. Passa-se em Portugal diariamente. Um manicómio de irresponsáveis ou um depósito de trampa com o autoclismo avariado? A culpa é do Pinto da Costa - "esse paneleiro".
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