31 outubro 2006

Anderson's lesionados não movem o FCPorto

Por isso há que andar para a frente agora que já festejamos, e bem, e embora o clássico de sábado ainda esteja muito à “flor da pele” por razões que não podem nem devem ser esquecidas tal a sua gravidade, eu prefiro falar de futebol propriamente dito e é altura de vermos o que esteve mal. O porquê de uma segunda parte muito abaixo do nível da primeira, o porquê de tanto sofrimento e como tentará ser o FCPorto sem o nosso puto prodígio, já que como poderão ver na "Opinião da Bancada" está tudo muito dividido quanto às consequências que isso poderá acarretar.
O professor, aquando da agressão que pôs fora do jogo Anderson, resolveu colocar em campo Raúl Meireles, que como todos sabem é um trinco. Com isso o meio campo deixou de pressionar tão à frente como desejado e com isso o adversário teve mais espaço para construir as suas jogadas de ataque, tal como já tinha acontecido noutros jogos. Tenho algum receio, confesso, que Jesualdo Ferreira comece a adoptar este esquema com a falta do puto. A sua substituição natural seria Jorginho, faz o mesmo lugar, tem boa técnica e sabe perfeitamente fazer as tais transições defesa-ataque que parecem deixar de existir quando falta alguém nesse lugar. Lucho Gonzalez pode e tem técnica para fazer esse lugar, mas a sua forma, longe da do ano anterior, coloca-o a um nível até abaixo do mediano, tendo Jorginho muito mais espírito de sacrifício para desempenhar a função.
Quando o técnico coloca Raul Meireles juntamente com Paulo Assunção, ambos dividem a mesma zona do terreno, ainda que acredite que o professor dê mais liberdade a Meireles. Mas o que se passa é que a tendência será sempre a de recuar e ficar sempre a dúvida de quem marca quem. É evidente que o treino pode ajudar a clarificar posições e marcações, mas não raras vezes os adversários entraram pelo nosso meio campo dentro com tabelinhas entre jogadores que simplesmente não estão a ser marcados.
Muito pertinentemente um visitante do blog (Zé Luís) lembrou que o ano passado já os dois médios jogavam juntos e jogavam bem. Mas na minha opinião e numa situação defensiva, com a táctica de Co, Paulo Assunção funcionava como 2º central e Meireles era o real trinco não defendendo propriamente juntos a mesma área do terreno. Mas ainda existe outra grande diferença, é que o número de atacantes do FCPorto era maior, logo prendiam mais adversários no seu meio campo, não tendo estes os espaços que tiveram, por exemplo, na 2ª parte do último jogo.
Outra situação que por certo todos terão reparado foram as entradas dos adversários pelo lado direito da defesa, em que Fucile terá muitas vezes apanhado dois adversário pela frente, faltando então um médio que o ajuda-se, já que Quaresma raramente o fazia. Algo que não sucedeu do lado contrário estando Lisandro sempre pronto a ajudar Cech aquando da subida do lateral contrário. É realmente o que falta ao grande jogador que é Quaresma e que muito nos agradou no ano passado, espírito de equipa e prontidão a correr juntamente com o defesa mais próximo. Ainda assim em Fucile nota-se alguma falta de frescura física, natural depois de tanto tempo sem jogar e chamado para grandes jogos. Nota-se também alguma inocência na marcação individual que sendo ainda novo estará sempre a tempo de aprender.
São estes para mim os principais problemas com que o FCporto se debate no pós-Anderson. Evidentemente existirão outros problemas, mas serão, para mim, pormenores comparativamente com estes.
PS: Não se esqueçam de actualizar as vossas equipas da “Liga da Bancada”. O Fantasy Football tem hoje e amanhã mais uma jornada e têm até às 18H15 de hoje para a actualização.

30 outubro 2006

É revoltante

Inqualificável, triste, vergonhoso, indecente, nojento, lamentável, etc., etc., etc.. Escolham vocês o adjectivo. Soube há pouco que Anderson terá fracturado o perónio. Em linguagem mais corrente partiu a perna. Aliás partiu é muito evasivo, a bem dizer partiram-lhe a perna. Estou completamente revoltado. Tudo indica que estará parado por um período nunca inferior a 3 meses. Só espero que esteja apto para "lhes fazer a folha" na 2ª volta.

Mais uma vez um grego, daquela equipa da capital, que terá tido instruções claras para o fazer. Quem esteve no estádio, como eu, pôde ter visto aquele dirigente vermelho, que já foi presidente duma casa do FCPorto, ao intervalo a esperar pelo grego que praticou aquele atentado ao Anderson e a ele se abraçar, talvez com o objectivo de lhe dizer missão cumprida e lhe “dar uma beijoca".

Já o ano passado tinha acontecido e são demasiadas coincidências. Em lances a meio campo que em nada punham em perigo a sua baliza, os jogadores daquele clube que já têm fama de “caceteiros”, fizeram o que melhor sabem fazer, dar cacetada. O ano passado Lisandro Lopez, que estava a fazer um campeonato de alto nível, foi ceifado por outro grego que, penso agora, terá tido o mesmo tipo de instruções. Só no final da época regressou e nunca mais foi o mesmo jogador, estando agora a querer mostrar-se mais.
A esta vergonhosa coincidência junta-se o árbitro S.L.B. (senhor Lucílio Baptista) que, tal como no ano passado, também não sancionou o agressor. E este ano ainda teve o desplante de nem marcar falta perante uma entrada assassína daquelas. Que dirão as pessoas de outros países viram uma coisa destas? Que pensarão essas pessoas do futebol português? Que pensarão da nossa liga? É uma boa oportunidade para direcção da liga que acabou de entrar em funções mostrar que está realmente em prol do futebol e do que ele tem de melhor, e castigar quem o tenta destruir.
Solicito ao FCPorto que apresente queixa contra esse jogador e que seja castigado por tanto tempo quanto Anderson estiver parado. Todos nos lembramos que Paulinho Santos já uma vez foi castigado por um tempo semalhante. Só assim não me sentirei injustiçado. Só assim poderei compreender o afastamento de um dos jogadores mais entusiasmantes que apareceu no nosso futebol desde há muito tempo. Só assim continuarei a acreditar no verdadeiro futebol espectáculo.

29 outubro 2006

Coração de Dragão

FCPorto 3-2 Benfica
(Lisandro, Quaresma, Katsouranis, Nuno Gomes, Bruno Moraes)
O 12º jogador
Foi num ambiente como nunca antes tinha visto no Dragão que se jogou o jogo de ontem. O público foi ontem sem dúvidas o 12º jogador de uma equipa que teve a alma, o coração e a garra que todos nós queremos no nosso FCPorto, pelo menos na 1ª parte, mas já lá vamos.
O Estádio do Dragão, perto de fazer 3 anos, registou talvez a sua maior enchente depois da inauguração. 50.223 adeptos quase todos do FCPorto viram o jogo e foram simplesmente extraordinários conseguindo tornar o ambiente para os visitantes sufocante. Parabéns a todos.
Exibição de Sonho
Com este fantástico ambiente foi também mais fácil aos jogadores se empolgarem e partirem para um primeira parte simplesmente sublime em que a equipa de Jesualdo encostou às cordas um adversário que pareceu chegar a um ponto que quereria apenas perder por poucos. Quaresma estava endiabrado, Postiga exuberante e Anderson, enquanto lá esteve, sempre empolgante. A pressão era feita à saída da área encarnada e as oportunidades sucediam-se umas atrás das outras, acabando o FCPorto por marcar num lance de felicidade, quando Postiga, que jogador que ele está, rematou de fora da área embatendo a bola em Lisandro e acabando por enganar o guarda-redes contrário.
Estava feito o primeiro golo aos 12 minutos e o FCPorto continuava numa toada muito ofensiva e parecia querer humilhar por completo um adversário que parecia não ter forças para reagir. Foi com naturalidade que aos 20 minutos Ricardo Quaresma resolveu “dar um nó cego” ao defesa contrário e enfiar a bola “na gaveta”, um golasso só ao alcance dos melhores. O público ficou completamente extasiado e a continuação da exibição dava a entender que a noite e a ser uma noite verdadeiramente memorável.
O pesadelo
Aos trinta minutos de jogo, um jogador grego adversário tem uma entrada dura que atinge Anderson. Imediatamente me lembrei de uma situação idêntica que acontecera no ano passado e curiosamente quase no mesmo sítio. Curiosamente essa entrada dura também não teve qualquer sanção por parte do árbitro, curiosamente também enviou o nosso jogador para o “estaleiro”. Curiosamente, e ao entrar R. Meireles para o lugar do Anderson, o jogo virou-se ao contrário e o adversário começou a equilibrar o jogo, criando até duas boas oportunidades ainda antes do intervalo, tendo Helton que mostrar o grande guarda-redes que é. E assim chegou o intervalo.
Na 2ª parte, a pressão que fazíamos na defesa dos encarnados começou a ser feita apenas perto da nossa defesa, o meio campo começou a ser dominado e quase não conseguíamos sair do nosso meio campo. E voltamos ao mesmo. A semana passada tinha escrito o seguinte: “Ao colocar dois trincos em jogo, os jogadores no seu inconsciente assimilam que é para ter medo e para defender, exactamente como fizeram em Londres e em Braga. Apesar de Paulo Assunção fazer de Meireles (trinco), Meireles não faz de Lucho e Lucho,(…) não é construtor de jogo, para isso existem outros jogadores no plantel.” Está mais que provado que Meireles e Assunção juntos só representa confusão. E está provado pelo quarto jogo consecutivo. Jorginho, apesar de não se poder comparar a Anderson, é o homem certo para o substituir e para continuar a manter o adversário em sentido e a defender no seu meio campo.
Assim, a equipa lisboeta conseguiu criar oportunidades e consequentemente o seu golo que fez a equipa portista se descoordenar em todos os sectores e o golo do empate adivinhava-se. Para piorar a situação, Jesualdo resoveu tirar o jogador mais criativo que ainda tínhamos em campo (Quaresma, que fez uma grande exibição) para entrar um jogador que nada acrescenta ao futebol do nosso clube (Tarik). Surgiu então o empate e o sonho tornou-se me pesadelo para as 50.000 pessoas que estavam naquele estádio. Faltavam apenas 10 minutos para o final e já ninguém acreditava na mudança do resultado estando o adversário satisfeitíssimo com o empate.
A alma portista
Muitos adeptos saíram então do estádio, mostrando a fraqueza do seu portismo e mostrando que não são necessários no apoio ao FCPorto. E os jogadores numa demonstração de crer, garra, atitude e esperança não desistiram e foram buscar forças para, depois já dos noventa minutos, darem uma enorme alegria aos excelentes adeptos que acreditaram sempre. Bruno Moraes fez o estádio do Dragão explodir como nunca antes tinha visto. Foi impressionante e eu tive o prazer de lá estar. Quebrou-se assim a “malapata” com o clube da Luz no Dragão e com o S.L.B. (Senhor Lucílio Baptista).
Esta vitória poderá ser um tónico para o resto do campeonato, fazendo sempre acreditar em todos os jogos até ao fim. Esta vitória e como bem dedicou o nosso presidente é dedicada sobretudo para o grande postista Pôncio Monteiro. Os meus desejos de rápidas melhoras para ele.
PS: Está uma nova questão na "Opinião da Bancada" na barra lateral. Tenta-se saber juntos dos portistas o que pensam da ausência de Anderson, se a equipa é ou não dependente dele ou se as tácticas é que não são as melhores com a sua saída, etc. Informo que Helton foi considerado o melhor em campo no jogo com o Sporting com 51% dos votos (21). Quaresma ficou em 2º lugar com 20% (8 votos) e Lucho em 3º com 15% (6 votos).

27 outubro 2006

Um Dragão de honra

Este é um dos jogos que os portistas mais esperam todos os anos. A rivalidade existente com o clube que nos vai visitar amanhã é das mais antigas do futebol português e assume (já assumiu mais que agora) uma rivalidade entre o Porto, cidade oprimida pela capital, e a própria capital, Lisboa, em termos mais gerais entre o norte e o sul. São também as equipas que mais títulos conquistaram em Portugal e de há uns anos para cá as duas equipas com mais adeptos do país.
Talvez por isso o anterior técnico, Co Adriaanse, nunca terá sido perdoado, apesar de ter ganho o campeonato e a taça. As derrotas que "Mister Co" obteve com o clube lisboeta ficaram sempre entaladas nas gargantas de muitos portistas.
Por ironia, o técnico actual do FCPorto, é (ou era) um antigo benfiquista e estará amanhã debaixo de fogo se a equipa não der o que os adeptos pretendem, uma vitória. Aliás nestes jogos para os adeptos só existe um resultado possível. E para Jesualdo, tal como para os adeptos, essa vitória tem mais importância do que os simples 3 pontos que dela resultam.
Depois de um clássico em que a equipa não correspondeu ao esperado pelos adeptos e pelo seu treinador, o FCPorto tem de regresso uma das suas “pedras chave”, Anderson. Sobre o novo mágico do Dragão estão depositadas grandes esperanças para fazer a diferença na equipa em relação ao último jogo. É verdade que todos confiamos que ele faça essa diferença, mas também é que verdade que estamos a falar de um jogador que por mais genialidade que tenha é um jovem de apenas 18 anos. Mas com o Dragão lotado a puxar por ele, tal como todos os outros jogadores, terá uma motivação que poderá até suplantar o que ele tem feito nos outros jogos.
As alterações na equipa serão sobretudo a troca de P. Assunção por Anderson, o que faz a diferença toda no meio campo e na forma como a equipa ataca, havendo assim uma grande ligação entre a defesa e o ataque. Meireles deverá continuar na equipa e sendo um trinco com boa técnica será a melhor opção apesar da sua forma não ser a melhor. Fucile, depois do bom entendimento que teve com Quaresma em Alvalade, parece ter ganho a confiança de todos e deverá ser titular, isto mesmo com o regresso do castigado Bosingwa.
Acima de tudo o que se pede à equipa é que ela seja digna, que honre os seus adeptos e que mostre ao adversário o significado dessa palavra depois de todos os enxovalhos de que somos vítimas durante todo o ano. Pede-se um público unido em torno da sua equipa e que mostre o orgulho de sermos dragões, porque assim a vitória não escapará.
FCPorto - Benfica, SportTv1 Sábado 19H45
PS: Destaco mais um troféu para o melhor guarda-redes de sempre no nosso futebol, Vitor Baía. Desta vez ganhou o troféu de melhor guarda-redes da época passada que tem em consideração factores estatísticos e é atribuído pelo Sindicato dos Jogadores. Pois é mesmo no banco supera, e com 37 anos, certos guarda-redes sempre muito sobrevalorizados. Parabéns Baía.
PS2: Na "Opinião da Bancada" desta semana em que estava a votação o melhor jogador do empate do clássico entre o Sporting e o FCPorto, Helton foi considerado o melhor jogador com 50% dos votos (17), seguido de Quaresma com 24% (8 votos) e Lucho com 15% (5 votos). A votação fica abeta até ao final do jogo de amanhã, por isso ainda pode ser alterada.

26 outubro 2006

A mística do FCPorto

Muitos já devem ter ouvido falar, outros já devem ter falado, alguns dizem que ela falta na equipa de agora, ainda outros dizem que é um mito e alguém até já disse que ela não é possível no futebol de hoje. Os jogadores nos dias que correm mal chegam a conhecer bem o próprio estádio quanto mais a mística do clube. Mas de repente é possível lembrar vários jogadores que representaram a mística do FCPorto, por exemplo o João Pinto, o Jaime Magalhães, o André, o Paulinho Santos, etc.
Mas o que é a afinal a mítica mística do FCPorto? Para tentarem ter uma ideia do que ela é deixo aqui dois trechos de uma recente entrevista a um jornal:
“A primeira lição que recebi no FC Porto foi a lição do respeito. Aprendi a observar o grupo, aprendi a necessidade de conhecer cada uma das pessoas e a ser educado. Transmitir aos que chegam a mística do FC Porto é, também, transmitir-lhes a mística da cidade. Sempre que chegava um estrangeiro eu próprio fazia questão de lhe mostrar o melhor do Porto. E ainda hoje há jogadores que me telefonam com saudades de comer um bom cabrito.”
“O FC Porto não era o nosso emprego, era o nosso trabalho. A grande diferença é que fazíamos mais do que aquilo a que estávamos obrigados. Trabalhava-se por gosto e habituávamos os mais novos à ideia de que ganhar todos os títulos era natural e a nossa obrigação. Nem nós próprios nem nenhum portista esperava menos de nós. Essa era a mística do ‘dragão’”
Quem "recitou" estas palavras foi um senhor chamado Jorge Costa. Ele fala no passado quando diz “essa era a mística do dragão”, mas eu acho que um grande clube como o FCPorto tem sempre essa mística. Nem que ande mais acanhada que noutros tempos, ela está lá, dentro daquele balneário. Principalmente quando nesse balneário está um outro senhor chamado Vitor Baía. Ele é uma referência, tem o carisma, a liderança, a humildade e é um exemplo para todos os outros como bem podemos comprovar quando o FCPorto marca um golo.
Se a mística muitas vezes parece andar desaparecida, é em jogos como o do próximo sábado que reaparece. E nós sócios e adeptos também fazemos a mística portista, quem não se lembra do antigo tribunal das Antas?
Por isso vamos encher aquele estádio e fazer dele um verdadeiro inferno para os nossos adversários. No sábado todos ao Dragão apoiar a melhor equipa do mundo, o nosso FCPorto.

25 outubro 2006

Será medo, temor ou receio?

Uma das definições que vem no dicionário (da Porto Editora) a respeito da palavra medo diz o seguinte: “sentimento de inquietação que surge com a ideia de um perigo real ou aparente”.
Vem isto a propósito do próximo jogo do FCPorto no Dragão com um dos chamados grandes.
No FCPorto tenta-se falar de futebol, tentando nada mais por em causa. Fala-se de tácticas e de como elas se alterarão com o regresso do Anderson; falam os jogadores da confiança que têm na vitória, afirmando que se sentem os favoritos para vencer o jogo; falam os adeptos das opções do treinador, da má forma de alguns jogadores, do que esteve mal no último jogo, etc. Resumindo falam de futebol.
Por parte da equipa lisboeta também se fala de muita coisa, mas há uma coisa de que definitivamente não falam, que é de futebol. E não falam porque se sentem inquietos com a ideia de defrontar uma equipa que acham melhor, o tal “perigo real ou aparente”. Assim, cobardemente, tentam arranjar armas para tentar vencer esse perigo, já que não o podem evitar.
Uma das armas que acham poder melhor os ajudar é precisamente essa figura incontornável nos jogos de futebol em Portugal, que é o árbitro. Tentam a todo o custo condicioná-lo, isto mesmo antes de saberem quem era e agora que sabem que contentes devem estar. Fazem pressão na Liga de Clubes, fazem pressão na comissão de arbitragem, fazem exposições sobre a actuação do último árbitro à liga, fazem insinuações do mais reles que pode haver, fazem em suma o que podem para que no jogo com o FCPorto o “homem do apito” lhes dê a “mãozinha” que pensam terem necessidade. E o pior ainda, é que dá resultado. Basta ver que vai apitar o jogo um árbitro que ainda há 3 jornadas apitou o nosso clube, na nossa única derrota. Pensarão eles que será uma óptima ajuda, não duvido.
Outra coisa que fazem são nojentos e soezes ataques pessoais ao presidente do nosso clube, tentando criar guerrinhas sabe-se lá para esconder o quê dos seus adeptos. Talvez seja para fazer esquecer alguma derrota por 3-0, algum lapso sobre um pedido de bilhetes para os seus adeptos ou até um certo passivo que ultrapassa os 300 Milhões? Não sei, nem me interessa, são problemas deles e tudo isto, vindo de quem vem, acaba por já não ser novidade.
O que já é novidade é o engenheiro que nos fez perder o “Hexa-campeonato” também entrar nesse jogo das insinuações e dizer que receava expulsões no último jogo da sua actual equipa, precisamente por causa do seu próximo jogo, o jogo contra o FCPorto. Então resta-nos perguntar, tal como o faz José Manuel Ribeiro no seu comentário de ontem em O Jogo:
a) o que o fez recear as expulsões?
b) se o que insinua lhe vem da experiência vivida no FCPorto, foi assim ou não que ganhou o único título nacional da sua carreira?
c) a ser verdade, como raio arranjou maneira de perder dois campeonatos?
Agora digam-me se, e perante tudo isto, os responsáveis do clube que vem jogar no próximo sábado ao Dragão não padecem por inteiro do sentimento descrito no primeiro parágrafo?
PS: Gostava muito de saber, e a respeito do cartoon, porque é que um homem que passa a vida a insultar o nosso clube não é expulso de sócio do clube.

24 outubro 2006

A equipa mais jovem... da terra deles

«Dragão 14 anos mais jovem
Mais ou menos pertinente, mais ou menos frequente, a estatística invadiu os relvados e serve há muito de suporte a análises complementares e, inclusive, alternativas. Posse de bola, remates, ataques e faltas ganham corpo em cifras, hoje muletas de utilidade inegável a ensaios futebolísticos. Dos mais simples ou mais intrincados, podendo, inclusive, ser elaborados para sublinhar o índice de aproveitamento de um jogador ou a juventude de um plantel.
Venerada por treinadores, a estatística é também uma ferramenta indispensável para televisões, rádios e jornais. Seguindo a tendência, confiando na exactidão da matemática, que não deixa os números mentir, o www.fcporto.pt decidiu dedicar as próximas linhas a um breve e despretensioso estudo em que os algarismos aparecem nos lugares dos jogadores.
O recurso à estatística surge aqui a propósito do Sporting-F.C. Porto de domingo à noite, revelando a frieza e o rigor dos números que Jesualdo Ferreira fez alinhar em Alvalade uma equipa 14 anos mais jovem do que a escalada por Paulo Bento. O onze portista totalizou 263 anos contra os 277 da formação sportinguista. Ou seja, a média de idades dos leões ultrapassou os 25 anos (25,1), enquanto a dos dragões não atingiu os 24 (23,9).
A média da equipa inicial do F.C. Porto sai ainda penalizada pela ausência do brasileiro Anderson, um habitual titular que não integrou a lista de convocados para o jogo de Alvalade, devido a uma distensão muscular na face posterior da coxa direita, que impôs a sua substituição no encontro com o Hamburgo. Para além de começar, o F.C. Porto terminou a partida de Alvalade com a equipa mais jovem. As três substituições operadas por cada um dos treinadores não permitiram mais do que o atenuar da diferença etária: os portistas acrescentaram a experiência de um ano com as entradas de Jorginho, Bruno Moraes e Diogo Valente para os lugares de Paulo Assunção, Ricardo Quaresma e Lisandro López; os sportinguistas rejuvenesceram quatro anos com as inclusões de Miguel Garcia, Alecsandro e Carlos Martins, em substituição de Marco Caneira, Paredes e Nani.
Ao apito final de Pedro Proença, o F.C. Porto voltava a ser a equipa mais jovem em campo, com menos nove anos do que o adversário e uma média de idades de 24 contra os 24,8 do opositor.»
Início do jogo
Sporting: 277 anos somados no total dos onze jogadores, média de 25,1 anos
F.C. Porto: 263 anos somados no total dos onze jogadores, média de 23.9 anos
Após as substituições
Sporting: 273 anos somados no total dos onze jogadores, média de 24,8 anos
F.C. Porto: 264 anos somados no total dos onze jogadores, média de 24 anos.
Pois é, cai por terra mais um mito da "imprensa" lisboeta. A jovem equipa de Alvalade afinal não é a mais jovem equipa do campeonato.
Mas não se preocupem que não mais irão ouvir falar do valor e do mérito das equipas jovens da nossa liga.
Nota adicional: A equipa que jogou no último jogo da "Champions League" (equipa que aparece na imagem) e que venceu o Hamburgo por uns concludentes 4-1 tinha uma média de idades de 22,4 anos.

23 outubro 2006

Ponto de equilíbrio

Sporting 1-1 FCPorto
(Yannik, Quaresma)
Detesto enganar-me nestes casos, mas o que é certo é que o professor deu novamente avanço ao adversário ao colocar em campo uma equipa mais defensiva. Ao colocar dois trincos em jogo, os jogadores no seu inconsciente assimilam que é para ter medo e para defender, exactamente como fizeram em Londres e em Braga. Apesar de Paulo Assunção fazer de Meireles (trinco), Meireles não faz de Lucho e Lucho, apesar do excelente jogo que fez, não é construtor de jogo, para isso existem outros jogadores no plantel.
O que aconteceu na primeira parte deveria ser uma aula do que o treinador não deve voltar fazer. O meio campo a jogar com dois jogadores que são trincos por natureza tem tendência a encostar na defesa, criando um fosso enorme com o ataque. Por isso foi muito natural as bolas raramente chegarem jogáveis ao trio de ataque e com isso as ocasiões de perigo a favor do FCPorto terem sido quase inexistentes na primeira parte.
O Sporting é já de si uma equipa pressionante e com o esquema táctico do FCPorto, a equipa de Alvalade aparecia sempre a pressionar em cima da nossa área. Com frequência as oportunidades foram aparecendo sendo salvas pelo enorme Helton, até que quase no fim da 1ª parte aconteceu um golo, apesar de tudo, resultante de uma falha defensiva inadmissível a este nível, com a defesa a deixar completamente só na pequena área um adversário. Mesmo assim merecem destaque na defesa Fucile e os dois centrais, principalmente o Bruno Alves que fez um grande jogo.
Para a 2ª parte aconteceu a mudança esperada. Saiu o P. Assunção para a entrada do Jorginho, claramente um jogador que esticava muito mais o meio campo e assim dava profundidade ao futebol dos azuis-e-brancos. A equipa entrou a pressionar muito mais à frente e com clara vontade de serem eles a mandar, com vontade de conseguir o empate.
Logo no início da segunda metade apareceu o golo por Quaresma, numa excelente assistência do guarda-redes adversário. E assim o FCPorto controlou por completo o adversário na 2ª parte (algo que não tinha acontecido na 1ª) e apareceram algumas boas oportunidades. Isto claro está sem nunca o Sporting deixar de procurar também a nossa baliza. Mas notava-se que o jogo estava claramente controlado pelo FCPorto.
Perto do final do jogo Jesualdo Ferreira trocou os dois extremos, Quaresma e o apagado Lisandro Lopez, por Diogo Valente e Bruno Moraes, passando a equipa a jogar num claro 4-4-2, o que fez desequilibrar a equipa do Paulo Bento. Mas o jogo já estava perto do final e acabou precisamente com o FCPorto em cima da área do adversário.
O empate acaba então por ser um resultado justo, num jogo em que o FCPorto praticamente só jogou meia parte. É um resultado positivo se pensarmos que estivemos a perder e sobretudo é positivo já que continuamos na frente depois de jogar com um adversário directo em casa deste.
PS: Na "Opinião da Bancada" está uma nova pergunta, desta vez para elegerem o melhor jogador do FCPorto neste jogo. De salientar que à pergunta "Agora, onde acham que poderá chegar o FCPorto na Champions League?", a grande maioria (quase 80%) acha que passará aos oitavos de final.

21 outubro 2006

Garra de dragão

O clássico com o Sporting, apesar de ainda muito campeonato haver para jogar, é já um jogo determinante para as duas equipas em questão, mas é-o principalmente para o FCPorto em caso de vitória. O empate não seria mau, já que o primeiro lugar se manteria nas nossas mãos, mas se vencer o FCPorto ganha um embalo muito grande para o êxito no campeonato porque interiormente os jogadores ganharão uma confiança extra que os permitirá encarar todos jogos com apenas a pressão do primeiro lugar, que é óptima, e sobretudo com a confiança total dos adeptos.
O adversário tem uma equipa muito jovem e bem aproveitada pelo seu técnico, mas a diferença da média de idades para o FCPorto não é assim tão grande, apesar do que a imprensa tanto apregoa, e com uma enorme vantagem para os dragões: os jogadores azuis-e-brancos são os campeões, estatuto que injecta motivação e que nenhum dos jovem jogadores verdes-e-brancos faz ideia do que é.
A equipa de Paulo Bento tem como base a coesão defensiva, explorando sempre o erro do adversário. Mas a essa mesma equipa quando acontece estar em desvantagem tem tendência a desorganizar-se e a não conseguir reagir a essa adversidade.
Jesualdo deveria jogar com a mesma equipa que jogou na passada terça-feira, só que terá de ser Jorginho no lugar de Anderson. O puto é a grande ausência, principalmente por ser um jogo em que a diferença poderia estar na sua magia e consequentemente poderia ter influência no resultado final, mas isso nunca saberemos. E Jorginho, um mal amado, não é tão mau como o "pintam", é evidente que não é o Anderson, mas jogaria na sua posição natural (o ano passado raramente o fez), tem boa técnica e ainda por cima tem muito boas recordações daquele estádio.
Vários portistas são da opinião que ao sair Anderson entraria Paulo Assunção. Mas isso seria mudar a estrutura da equipa e passaríamos a jogar com dois trincos. Eu pergunto, mudar para quê? Não se lembram de termos mudado com o Arsenal? O que disseram de Jesualdo? Que diriam depois de uma derrota em Alvalade a jogar com dois trincos? Afinal temos medo do Sporting? Nunca ouviram a expressão “em equipa que ganha não se mexe”? Mudar por mudar, preferiria a solução de jogar com o Lisandro Lopez atrás dos avançados, indo Vieirinha para a direita e Quaresma para o extremo oposto. Mas o Jesualdo lá saberá o que fazer e terá o meu apoio seja qual for a decisão.
A nossa defesa, que é considerada porventura o nosso pior sector, parece estar bem, embora com alguns percalços nos últimos jogos que felizmente não deram em golo. Mas com os erros aprende-se, os níveis de concentração têm tendência a melhorar a cada jogo e o entrosamento entre os jogadores e entre os sectores também. Fucile que já teve uma prova de fogo e terá uma segunda ainda maior, parece dar conta do recado. Bruno Alves, outro mal amado, tem estado também muito bem, muito certo e não tem dado muitas hipóteses aos adversários.
Mas para vencer o que esta equipa necessita é da atitude que teve no jogo com o Hamburgo, necessita que os jogadores entrem com a vontade que não demonstraram em Braga, necessita no fim de contas de mostrar a... garra de dragão.
Sporting - FCPorto - SportTv1 Domingo 20H30

20 outubro 2006

Dúvida e certeza

Anderson em dúvida
Ontem o jornal “O Jogo” noticiava que ainda existe uma ténue esperança que o Anderson possa jogar em Alvalade. Eu quero a todo o custo acreditar que é possível a sua recuperação, já que, e tendo em conta o estilo de jogo do adversário, seria o jogador ideal para romper com uma defesa como aquela.
Lembro que o estilo de jogo do clube lisboeta é baseado na eficácia defensiva, jogando no erro do adversário. Jogadores desiquilibradores como o nosso puto e por exemplo Quaresma podem resolver com apenas um lance de génio um jogo que se prevê muito equilibrado e muito jogado no miolo do terreno.
Muitos pensam que é preferível o puto recuperar bem para depois estar a 100% para o clássico seguinte. É evidente que sim, mas acho que ele fará muito mais falta para o próximo jogo que para o jogo no Dragão. A equipa que nos visita no jogo seguinte está claramente inferior a todos os níveis em relação à equipa verde-e-branca e um FCPorto mesmo sem um jogador como Anderson tem mais que capacidade para vencer a partida no Porto.
Números de campeões
Talvez seja um pronuncio, mas curiosamente no dia em que aqui a bancada registava a marca falada no post anterior, no Estádio do Dragão, estádio que faz três anos no próximo mês, foi atingido um impressionante número de espectadores. Segundo dados oficiais do FCPorto, mais de 2,5 Milhões de adeptos já entraram no nosso estádio para ver futebol.
Por coincidência, nesse jogo com o Hamburgo, o FCPorto marcou pela primeira vez na Champions League 4 golos numa só partida, conseguindo assim, nessa competição, ultrapassar a marca dos 100 golos, somando precisamente 101 remates certeiros.
O Dragão é há muito uma certeza de sucesso e terça-feira foi realmente um dia em cheio.

19 outubro 2006


Talvez não tenham reparado, mas na passada terça-feira o "Portistas de Bancada" atingiu o, para mim, fabuloso número de 10.000 visitantes. Tendo acontecido em apenas 3 meses de existência do blog, considero o facto merecedor de destaque e só me resta agradecer a todos os que o visitam diariamente.
O meu muito obrigado.
Um Dragão não muda, inova. Por certo repararam em pequenissímas inovações feitas no blog. Aproveitando a ocasião estou aberto a sugestões vossas para que, de cada vez que visitarem este blog, se sintam melhor ainda.
Digam de vossa justiça. Está bem assim, voltamos ao que era dantes ou nem notaram nada?
PS: A "Liga da Bancada" conta com um novo 1º lugar que tem ao mesmo tempo uma pontuação das melhores a nível mundial (204 pontos). O Lokomotiv da Foz do Mister Filipe Rocha segue na frente logo seguido (com 8 pontos de diferença) pelo Pinguim do Mister Luís Novo. De salientar que finalmente na frente estão 2 portistas como se previa que, mais tarde ou mais cedo, acontecesse. Atenção aos Mister's que têm o Samuel Eto e o Peter Cech na equipa, são jogadores que têm lesões graves e que nos próximos meses não devem jogar.

18 outubro 2006

Dragão devorador

FCPorto 4-1 Hamburgo
(Lisandro, Lucho, Postiga, Lisandro, Trochowski)
Foi um FCPorto muito pressionante o que entrou hoje debaixo do dilúvio que se abateu sobre o Dragão. Com um verdadeiro temporal a cair sobre os jogadores, estes entraram com grande vontade de marcar cedo. Conseguiram-no por Lisandro, depois de uma excelente jogada do persistente Anderson, logo aos 15 minutos, dando a respectiva tranquilidade para fazer um bom jogo.
Jesualdo surpreendeu pela positiva ao colocar Fucile de início em vez de R. Costa como todos prevíamos. E deu-se bem já que o uruguaio, apesar de ser o seu primeiro jogo na Europa e logo um jogo para a “Champions League”, esteve muito certinho e mostrou a Bosingwa que não tem o direito de fazer “berreiros” só porque pensa que o lugar é seu.
Com Raul Meireles como o primeiro homem a ajudar a defesa e Lucho, que parece ter voltado às boas exibições, a fazer todo o meio campo (defensivo e atacante), foi com facilidade que o FCPorto controlou o jogo. Mesmo antes do fim da primeira parte e após uma mão na área de um alemão, Lucho acabaria por aumentar o marcador através de uma grande penalidade.
De salientar pela negativa a lesão de Anderson ao acabar a segunda parte. Esperemos que não seja nada demais, já que temos dois jogos importantíssimos para o campeonato e não estou a ver-nos fazer esses jogos sem ele. Para o seu lugar entrou Jorginho, que não tendo estado mal, não tem sequer comparação.
Para a segunda parte esperava-se um Hamburgo muito mais atrevido, já que para os alemães, tal como para o FCPorto, nem o empate servia para manter as esperanças de continuar na competição. E foi exactamente o que aconteceu. Com isso o FCPorto teve mais espaços e foi com alguma facilidade que chegou ao terceiro golo após um bom cruzamento do Quaresma, que esteve melhor que nos últimos jogos, a que Postiga respondeu com uma excelente cabeçada.
Para o fim, e já com Bruno Moraes em jogo, o FCPorto chegou ao quarto golo novamente pelo “guerreiro” e incansável Lisandro, com o brasileiro a fazer uma grande jogada e a assistir na perfeição o argentino. O Hamburgo que apenas tinha criado algum perigo por remates de fora da área, marcou o seu golo de honra exactamente assim já no cair do pano.
Em suma viu-se um FCPorto com a garra que sempre pedimos, a fazer pressão aos adversários muito à frente da sua defesa e com uma defesa relativamente segura, com dois jovens laterais a mostrarem-se muito boas opções. E talvez esteja também provado que poderá estar resolvida questão do ponta-de-lança, com o confiante Postiga, com o acutilante Lisandro e com o inconformado Bruno Moraes prontos para “facturar”.
A noite só não foi completamente “azul-e-branca” porque o resultado do Arsenal foi negativo, o que complica as contas do grupo para o FCPorto. Está agora em terceiro com 4 pontos, estando na frente o CSKA Moscovo com 7 pontos e em segundo o Arsenal com 6. A taça UEFA parece estar garantida e tive hoje um pensamento que vou partilhar «talvez ganhemos outra taça europeia esta época» (mas façam de conta que não disse nada).
PS: Está uma nova questão na "Opinião da Bancada", desta vez para se saber o que acham os portistas das possibilidades do FCPorto na Europa, agora que estamos a meio da fase de grupos. Aproveito para dizer que o Anderson foi considerado o melhor jogador do último FCPorto-Marítimo com 55% dos votos (17) contra os 32% dos votos (10) no Postiga.

17 outubro 2006

Menu para hoje: Fast Food

Hoje o FCPorto tem já um dos mais importantes jogos da época. Embora não seja decisivo, a actual posição do FCPorto na tabela do seu grupo da Champions League não lhe permite dar mais tréguas na luta por um lugar na próxima fase da competição.
O Hamburgo, adversário de hoje, esta época ainda não venceu um só jogo e este desafio poderá ser ainda mais importante para eles que para nós. Mas esta equipa está muito longe de dar as facilidades que os maus resultados aparentam. São uma equipa forte, organizada e com uma boa defesa. Por isso o grau de exigência é enorme, mas torna-se obrigatório vencer para não desperdiçar mais pontos onde não se podem perdê-los, em casa.
Vindo moralizados do último jogo, os nossos jogadores vão querer entrar a “matar” e conseguir muito rápido o primeiro golo, o que deixaria a equipa descansada e sem pressões, quer psicológica, quer dos adeptos que como se viu no último jogo estarão sempre prontos para assobiar... os seus jogadores.
Bosingwa será a grande baixa já que nem foi convocado estando a cumprir castigo pelo que terá feito ao intervalo no jogo passado. Fucille foi convocado e seria interessante vê-lo jogar na equipa titular, tanto como opção a Ricardo Costa, que não consegue convencer ninguém, como para pela primeira vez mostrar as suas capacidades perante os adeptos. Mas é minha opinião que o feitio conservador de Jesualdo Ferreira não o fará arriscar um novo jogador, ainda por cima num jogo desta importância.
O treinador do FCPorto deverá colocar uma equipa muito parecida com a do último jogo, mas não me acredito que no mesmo esquema. Ele próprio diz que não vai fazer muitas alterações mas diz também que “F.C. Porto vai entrar com uma estrutura táctica equilibrada que nos permita ter vantagens durante o tempo máximo de jogo”, o que poderá querer dizer que poderá reforçar o meio-campo. Eu arrisco, de qualquer maneira, um onze onde incluo Fucile em vez de R. Costa e P. Assunção em vez de R.Meireles, isto em 4-3-3, mantendo o resto da equipa.
.

FCPorto - Hamburgo RTP1 19H45

PS: Não se esqueçam de actualizar a vossa equipa do Fantasy Football da UEFA Champions League, têm hoje até às 18H15. Informo que a Liga da Bancada já conta com 38 equipas.

16 outubro 2006

O Capitão Porto

Jorge Costa fez no sábado 35 anos e recebeu uma bela homenagem da claque Colectivo95, tendo o público do Dragão o presenteado logo de seguida com um enorme aplauso. Hoje dá uma conferência de imprensa em que se despedirá do futebol profissional como jogador. Eu como portista só tenho o dever de prestar a homenagem ao homem que vi levantar mais taças dentro do FCPorto.
Fiquei desapontado quando o ano passado resolveu abandonar o FCPorto porque o treinador o afastou da equipa principal. Julguei que ele pensasse que o FCPorto seria mais importante que o treinador e que quisesse fazer tudo para ajudar a equipa apesar de estar afastado dela. Mas não. Resolveu abandoná-la e pensar mais em si próprio que no clube que diz que ama. Não o compreendi e ao contrário da maior parte dos portistas não lhe perdoei nessa altura o que achei ser uma traição.
Agora que tudo passou venho pelo melhor meio que tenho disponível (este blog) prestar a minha homenagem ao Capitão. Porque se não lhe perdoei foi porque o admirava muito e porque ele representa tudo o que pode existir da mística azul-e-branca. A raça, a vontade, o respeito que impunha em campo e a maneira como acordava a equipa quando esta se começava a desconcentrar é algo que nunca esqueceremos e de que agora cada vez mais sentimos saudades.
Jorge Costa parabéns pela belíssima carreira que tiveste em que os teus êxitos se confundiram com os próprios êxitos do FCPorto nos últimos anos. Que sejas muito feliz.
Bosingwa
Bosingwa ter-se-á exaltado com Jesualdo Ferreira ao intervalo do jogo com o Marítimo, daí a substituição por Ricardo Costa. O Bosingwa neste início de época tem estado em muito boa forma e tem sido um defesa direito como há muito não víamos no FCPorto, mas actos de indisciplina não se admitem num grupo de trabalho que se quer coeso. Por muito que custe ver o R. Costa no próximo jogo a defesa direito, ainda por cima um jogo tão importante, Bosingwa tem de ser castigado para bem do FCPorto e da sua equipa principal.

14 outubro 2006

3… Pês - Postiga, Penaltie e Puto

FCPorto 3-0 Marítimo
(Postiga, Lucho, Postiga)
O jogo de hoje era importantíssimo em termos anímicos para a equipa do FCPorto. Com os jogos complicados que estão pela frente era necessária uma vitória robusta e moralizadora. Foi exactamente o que aconteceu, três golos sem resposta que alegram, moralizam e mantêm o FCPorto no primeiro lugar.
O jogo começou como é normalidade, pelo menos no Dragão, com o clube visitante a “colocar o autocarro” em frente à baliza. Só que a diferença desta vez foi a inoperância do ataque do FCPorto, não em termos de golos falhados como é costume, mas mais em termos de criação de jogadas de golo. Na primeira meia hora não existiu uma única jogada de perigo junto às balizas. Um jogo chato e triste que se continuasse assim até ao intervalo de certeza que faria muita gente pensar em ir embora.
O Marítimo parecia ter arranjado maneira de não deixar o FCPorto sequer aproximar-se da sua área e estava contente com isso. Só Anderson ia fazendo uns passes mágicos que eram desaproveitados pelos avançados. Então Pepe resolve aparecer onde não é normal e desequilibra por completo a defesa dos insulares, que não contavam com aquele elemento naquela zona do campo, e mostra aos extremos como se deve fazer. Uma desmarcação rápida e um excelente passe para os pés de Postiga que aproveita muito bem e faz o golo que dava vantagem ao intervalo.
Na segunda parte, com as alterações efectuadas pelo adversário, o FCPorto teve muitas dificuldades em segurar o meio campo e teve em risco a vantagem que tinha. O Marítimo começou a fazer muita pressão, o meio campo do FCPorto recuou e defendia quase junto aos centrais, dando muito espaço para o adversário construir as jogadas. Aliás, acho que é um dos problemas da equipa de Jesualdo Ferreira, já tinhamos visto em mais jogos os jogadores adversários a trocarem completamente à vontade a bola no meio campo do FCPorto.
Foram várias as jogadas de perigo criadas na baliza do Helton. Jesualdo Ferreira fez uma alteração logo no início da 2ª parte muito contestada e que eu até compreendi. Tirou Lisandro e colocou P.Assunção para tentar ganhar o meio campo que parecia estar a ser completamente perdido, apesar disso não parecia resultar. Mas logo de seguida apareceu o bendito penaltie. Bendito porque aliviou a pressão que parecia ir cair por completo por cima dos jogadores por parte dos adeptos, como se já não bastasse a pressão do adversário, e porque virou o jogo quando se adivinhava o golo do Marítimo.
A partir daí Anderson, que já tinha estados nos vários lances de perigo criados até aí pelo FCPorto, começou a brilhar ainda mais e a empolgar qualquer pessoa que goste de futebol. Mas que jogador! O puto só ainda não consegue aguentar um jogo por completo, porque quando conseguir gerir bem as suas forças ainda será melhor. Com as suas arrancadas e dribles foi criando perigo atrás de perigo e acabou por oferecer mais um golo a Postiga.
Postiga que tem estado muito bem, muito lutador e sobretudo goleador. Notas positivas também para Marek Cech que fez mais um grande jogo, para Pepe e para Lucho que voltou muito bem, apesar de ainda poder render muito mais.
Apesar de tudo o resultado não espelha as dificuldades passadas pelo FCPorto e as debilidades defensivas por que atravessou. Ainda não convence. Ainda não é seguro como pretendiam todos os portistas, mas é assim que vamos atravessar esta fase difícil e os adeptos têm que ter muita paciência com esta jovem equipa.
PS: Mais uma "Opinião na Bancada" aberta na barra lateral. Desta vez para eleger o melhor jogador em campor no jogo com o Marítimo.

13 outubro 2006

Por via Marítimo até um Porto seguro

Depois de duas derrotas seguidas, uma para a champions e outra para o campeonato, a equipa do FCPorto teve tempo mais que suficiente para sarar as feridas dessas batalhas perdidas e teve tempo também para recuperar jogadores que não se encontravam bem. Alguma vez esta selecção haveria de ser útil ao FCPorto!
O próximo jogo, contra o Marítimo, é o primeiro de uma fase complicadíssima e já muito decisiva para o FCPorto. Seguem-se o Hamburgo no Dragão, em que uma derrota pode acabar com as esperanças para a passagem à fase seguinte da champions. Vai a Alvalade e recebe o outro grande da 2ª circular. Tudo isto até ao final deste mês.
Torna-se por isso importantíssimo vencer este jogo. Um empate, por exemplo, pode pôr a equipa do professor com o ânimo de rastos e virará com toda a certeza os adeptos contra Jesualdo Ferreira, o que antes de um jogo tão importante é péssimo dada pressão que se irá sentir.
Depois do “sermão” dado por Pinto da Costa no balneário, esperemos que os jogadores se tenham apercebido em que clube estão e que a garra seja o “doping” que os fará honrar aquela camisola e será o suficiente para chegar à vitória.
Para este jogo com o Marítimo, Postiga, afinal, está recuperado e é opção. Em princípio estará na frente de ataque de uma equipa que Jesualdo Ferreira deverá pôr a jogar no 4-3-3 que lhe trouxe os melhores resultados. Anderson será o “distribuidor” e terá ao seu lado na linha média o Lucho, que vem desgastado da selecção mas que será titular, e Raúl Meireles mais atrás. A defesa será a do costume com Marek Cech já a defesa direito. Quaresma e, espero, Vieirinha, que já está também recuperado, tentarão oferecer a Postiga os golos que darão tranquilidade à equipa para as difíceis travessias que se adivinham.

PS: Queria aqui fazer um apelo a todos os portistas que, como eu, se vão deslocar ao estádio. Por favor não assobiem a equipa. A equipa já por si vai entrar nervosa e os assobios apenas poderão deixar os jogadores ainda mais ansiosos. Se sofrermos alguma contrariedade ou não gostarem de alguma opção do treinador, lembrem-se que até ao fim todos os jogadores precisam do nosso apoio. Se sofrerem um golo, por exemplo, é aí que eles precisam de ver que nós, grandes adeptos, estamos com eles.

11 outubro 2006

Selecções do Madaíl

Sub-21
Portugal 3-0 Rússia
(João Moutinho g.p, Yannick Djaló, Tarabov p.b.)

AA
Polónia 2-1 Portugal
(Smolarek, Smolarek, Nuno Gomes)

Nota 1: O único jogador do FCPorto que foi à selecção principal do Madaíl vai voltar lesionado ao Dragão. Por mim não ia nenhum.

Nota 2: O ridículo a que chega a nossa imprensa desportiva, um momento de bom humor: aqui. E esta capa é um extra: aqui.

Três anos a descer

O FCPorto apresentou ontem as suas contas relativas à época 2005/06* e os resultados não estariam nas previsões dos mais pessimistas. Foi apresentado um prejuízo que ronda os 30 Milhões de Euros.
Estes valores até poderiam não ser muito alarmantes tendo em conta o que acontece com outros grandes clube, mas lembro que há apenas três anos ganhamos a liga do campeões e que conseguimos receitas na ordem de 25 Milhões de Euros, já no pós-Gelsenkirchen o clube com a venda de jogadores arrecadou milhões e milhões de euros, como todos se devem também recordar. Tudo isto sem falar noutras mais valias e receitas importantes. Tudo indicava que estávamos em condições óptimas para o conseguir ter uma grande equipa e, melhor que isso, mantê-la por muitos anos. Aliás como fazem os ricos clubes da Europa.
O que é certo é que se foram gastando “rios” de dinheiro em negócios, digamos, incompreensíveis. Nestes três anos movimentamos mais de setenta jogadores, seis equipas técnicas e os resultados financeiros fizeram-se ressentir. Basta verem que em 2004, já depois de vender vários jogadores campeões europeus, o resultado terá sido de +/- 25 Milhões de Euros positivos, mas em 2005 já tínhamos um resultado de +/- 1 Milhão de Euros negativos, até que chegamos aos resultados apresentados ontem.
Isto é muito preocupante, muito mesmo. Onde é que pode isto chegar por este ritmo?
É certo que a falta de receitas da Liga dos Campeões (e isto é cada vez mais importante num clube como o nosso), juntamente com a não venda de jogadores no final do época, são grandes atenuantes para esta situação, aliás Pinto da Costa fala em prejuízo consciente. Contudo a pergunta que se impõe é: Como foi possível gastar todos aqueles milhões do pós-Gelsenkirshen? Ainda se se tiver reduzido o passivo ou se se tivesse abatido a dívida em relação ao estádio...
Uma coisa é certa, agora que se conhecem as contas, torna-se obrigatório passar aos oitavos de final. Mas, e será que temos equipa para isso? E como poderá Pinto da Costa cumprir o seu (e já agora nosso) sonho de construir o tão necessário pavilhão multiusos?
Impõe-se urgentemente uma aposta séria na formação para a primeira equipa, alguns (poucos) passos terão já sido dados. Ainda ontem pela selecção sub-21 vi três ou quatro putos dos nossos que têm muita qualidade e que esperemos que não se percam como muitos. Impõe-se também comprar pela certa, comprar poucos jogadores mas de grande qualidade e com provas dadas. Outras medidas no corte das despesas serão também necessárias.
Compreende-se então porque não foi possível comprar um certo avançado. Mas apesar de tudo temos uma equipa jovem, com muito valor e esperemos não chegar ao ponto de ter que a vender.


*Esta é apenas uma definição simples, o correcto será dizer «relatório e contas consolidado de 2005/06» que podem consultar aqui.

10 outubro 2006

Entrevista ao Sr. Presidente

As duas últimas derrotas
A derrota no Arsenal tem que ser considerada, não normal, porque uma derrota nunca é normal, mas compreensível (…) Agora, em Braga, perder até pode não ser muito anormal, mas houve uma forma de encarar a partida por parte de alguns jogadores que levou a que, no final do encontro, tenhamos que reconhecer que o Braga venceu bem (…) tenho a certeza absoluta que não se vai voltar a repetir.
As dispensas de Adriaanse
Não é a primeira vez que não concordo com os técnicos, mas a minha discordância fica comigo. Como presidente, se confio no treinador, tenho que procurar fazer o plantel que ele considera melhor. Não é primeira vez que tomo decisões com as quais não concordo.
A saída de Adriaanse
A verdade é que fomos surpreendidos com esse facto e houve que encará-lo. O treinador abandonou o trabalho, considerou-se afastado e temos o problema para resolução na FIFA.
Jesualdo Ferreira
Foi a primeira escolha. (…) Para mim, o professor Jesualdo até podia nem ter contrato que eu continuaria descansado. Estou seguro de que vai ficar não só este ano, nem dois; estou convencido de que vai ficar muitos mais.
Anderson
FC Porto tinha só 65 por cento e passou a ter 80. (…) Se um jogador está bem no FC Porto, vai sair para quê?
SAD e jogadores que podiam ter sido vendidos
O Anderson, o Lucho, o Helton e o Quaresma. Se os tivéssemos vendido, em vez do prejuízo que temos apresentaríamos os mesmos números, mas de lucro. Não estou preocupado com esse resultado porque podemos invertê-lo; a tendência é que os jogadores se valorizem.
Provas europeias
O objectivo mínimo seria o que não conseguimos na última temporada, que foi o apuramento para a UEFA. A UEFA também pode ser muito rentável, como foi há poucos anos para o FC Porto, aliás, mais rentável que muitas participações na Liga dos Campeões. Esse é o objectivo mínimo. O objectivo que traçámos é de facto o acesso aos oitavos-de-final.
Recandidatura
Não saio por vontade dos cronistas, que podem continuar a insultar-me e a mentir a meu respeito. Saio em duas situações: se não quiser continuar e se os sócios não quiserem que continue. (...) Quero sempre mais. Se vir que podemos fazer mais e coisas que gostava de deixar no FC Porto, é óbvio que, se tiver saúde, recandidato-me. Vamos ver se é possível levar a cabo o projecto com o qual gostaria de terminar a minha careira de presidente do FC Porto, concretamente o pavilhão gimnodesportivo, em frente ao Dragão. Esse é o meu objectivo prioritário, porque é uma necessidade premente para as modalidades.
Baía
Baía faz 37 anos este mês. Não será inédito se continuar a jogar, mas também já não é exactamente um jovem. Por outro lado, se não puder contar com Helton, não vejo nenhum outro guarda-redes que me pudesse dar garantias.
Jorge Costa
Saiu contra a minha vontade e continuo a dizer que foi uma má opção ter ido para a Bélgica. Desportivamente, não lhe acrescentou nada: não lhe prorrogou a carreira por mais um ano, um dos argumentos que usou para sair.
PS: Não mencionei propositadamente as referências a outros clubes e ao processo apito dourado.

09 outubro 2006

Para clubes diferentes…

Creio que há dois anos atrás, contrariando as regras existentes, um clube de Alvalade, que os seus adeptos dizem ser diferente de todos os outros, resolveu, aquando do clássico com o FCPorto no seu estádio, não enviar para o Porto a quantidade de bilhetes estipulada por lei enviando apenas 1500 bilhetes. Na altura o presidente desse clube ainda teve o desplante de dizer que lhes compensava pagar a multa numa clara afronta à autoridade. E, contra as regras da UEFA, decidiu colocar os adeptos do FCPorto em dois pequenos sectores separados, algo que a polícia acabou por impedir. Na altura Miguel Sousa Tavares escreveu o seguinte: “Notável o descaramento com que ele [Dias da Cunha] enfrentou o problema criado com a atitude antidesportiva de limitar, contra a lei, a venda de bilhetes a adeptos do F.C. Porto (e, afinal, estavam dez mil lugares por preencher no estádio...), dizendo que tudo se resumia a uma multa que o Sporting pagaria «sem problemas». Elucidativa das suas boas maneiras a forma como, tendo visto contrariada pelo MAI a tentativa de separar os adeptos portistas uns dos outros, de modo a que o seu apoio não se sentisse, e mesmo pondo em risco a sua segurança, ele reagiu acusando as autoridades de «terem baixado as calças» às ameaças portistas (respondeu-lhe e muito bem o Comando-Geral da PSP, dizendo que não estavam habituados a discutir «a esse nível»).”. Para quem não se lembra foi o famoso jogo em que disseram que Mourinho terá rasgado a camisola do Rui Jorge. Como resultado detodos estes factos o FCPorto cortou na altura relações institucionais com o clube dos “viscondes”.
Nessa mesma época o clube do outro lado da 2ª circular também entrou nesse “esquema”. Resolveram, também à revelia da lei, dizer que cederiam apenas 1008 bilhetes, acabando por não ceder nenhum. O FCPorto resolveu na 2ª volta ceder os 1008 bilhetes falados de início.
Passados dois anos e mudado o presidente em Alvalade as provocações voltaram, embora de um modo mais subtil. Os directores do clube de Alvalade, numa atitude uma vez mais lamentável, talvez mercê das suas insuficiências monetárias, resolveram inflacionar os preços dos bilhetes colocando o bilhete mais barato para não sócios à módica quantia de 55 €uros (11 contos). O preço é por si só absurdo, mesmo sabendo que o FCPorto é uma grande equipa e que todo o dinheiro é pouco para a ir ver, mas se pensarmos que por exemplo ver um jogo em Stamford Bridge (Estádio do Chelsea) na bancada central se paga à volta de 15£ (+/-20€) e tendo em consideração o nível de vida dos ingleses, o absurdo torna-se completamente anedótico.
Mas a vontade de rir é pouca. A estas provocações o FCPorto deve dar uma resposta incisiva. Tem que acabar com os actos cavalheirescos e com essas “bofetadas de luva branca”, que pelos vistos para esses clubes são já um “fetiche”. Existem vários ditados populares que me vem à cabeça, desde o “olho por olho, dente por dente” ao “quem não se sente não é filho de boa gente”, mas até acho que se impõe algo mais. Pagar na mesma moeda acaba por ser pouco, por mim os preços dos bilhetes no Dragão na segunda volta seriam exactamente o dobro dos preços deste jogo, pagando desta vez, se necessário, o FCPorto a respectiva multa. Mas avisava já do preço desses bilhetes e justificava precisamente com esta situação, para que as memórias selectivas não venham por essa altura armadas em “virgens ofendidas”.

07 outubro 2006

Selecções do Madaíl

Sub21
Rússia 4-1 Portugal

AA
Portugal 3-0 Azerbaijão
(C.Ronaldo, R.Carvalho, C.Ronaldo)

PS: Recuso-me a comentar estas selecções do sr. Madaíl. Apenas coloco aqui os resultados por respeito aos portistas que, muito naturalmente, as apoiam.

Das promiscuidades silenciadas

«Como o leitor muito bem sabe, a comunicação social, particularmente a televisão, é useira e vezeira em campanhas contra políticos e autarquias que se relacionem com clubes de futebol. As aproximações e colaborações são, por via de regra, vistas como perigosa e inaceitável «promiscuidade». A sanha persecutória é de tal ordem que até parece que o futebol é causador de uma lepra que mina irremediavelmente os fundamentos da democracia e do regular e sadio funcionamento da sociedade.
Claro que há algum exagero neste meu reparo; e não é bem assim. De facto os media não visam todas as autarquias, todos os políticos e todos os clubes por igual. A acusação de «promiscuidade» e de esbulho do erário público tem destinatários privilegiados. Se em causa estiver uma autarquia e um clube da «província» ou o governo e os clubes da Região Autónoma da Madeira, é certo e sabido que a acusação atinge o espírito de cruzada. Pelo contrário, ela nunca se aplica aos clubes da capital e à respectiva autarquia. Neste caso, não apenas fica de fora a acusação de «promiscuidade», como são escondidos da opinião pública os montantes dos apoios e benefícios concedidos. O que se passou, há tempos, com a construção dos estádios constitui prova irrefutável do que acabo de afirmar; a dualidade e a parcialidade de tratamento do assunto pelos media foram por de mais manifestas.
Não, não estou a mexer no passado. Estou a referir-me a coisas muito graves do presente e à demissão da comunicação social de exercer a função da crítica, denúncia e questionamento. Vou ser mais explícito. Imaginemos que a Caixa Geral de Depósitos apoiava a construção de instalações do Futebol Clube do Porto, para não falar noutro clube longe da capital. Certamente se levantaria no panorama mediático um coro inflamado de suspeitas, protestos e condenações que fariam cair a Torre dos Clérigos e os responsáveis pelo apoio concedido. Alguém tem dúvidas de que seria assim?
Todavia o caso ocorreu, só que com um clube da capital; e sobre ele não se levantou a mais pequena pergunta. Ninguém questionou os critérios que levaram a CGD a praticar tal colaboração. Ninguém se preocupou com a legitimidade da operação. Ninguém perguntou que tipo de negócio e investimento é esse. Ninguém se interrogou acerca das motivações dos administradores da Caixa. Ninguém quis saber se isso é benéfico ou lesivo dos contribuintes para a dita instituição. Ninguém rotulou de «promiscuidade» intolerável aquele casamento de interesses nada transparentes.
Não sei se o apoio da CGD é ou não plausível no plano jurídico e financeiro, tendo em vista a defesa dos sagrados direitos dos seus contribuintes. Mas gostava de saber; mais, todos temos o inalienável direito de conhecer a verdade, o alcance e a justificação da operação em causa. E a comunicação social tinha e tem o dever de questionar, de não se calar, de não se remeter a um silêncio envergonhado e de nos informar com rigor, responsabilidade e clareza. Porém até agora optou por colaborar no encobrimento de uma situação que se apresenta — ela sim! — com contornos de uma promiscuidade abusiva e perversa.
Não escapa a ninguém que no País, tal como no Mundo, imperam lobbies e organizações, pouco propensos a dar a cara à luz do dia. Igualmente é conhecida a existência de duas grandes organizações, uma de ordem religiosa e outra de matriz laica, que têm forte presença na cena nacional e nela exercem uma influência impossível de negar. Contudo pouca gente se apercebe de que há uma terceira força com evidente capacidade de manobra nos areópagos do poder. É ligada a um clube de futebol que tem gozado e goza de impunidade, proteccionismo e cobertura crescentes. Por este andar, é plausível supor que, dentro em breve, será vedado o desempenho de funções públicas de relevo a todo aquele que não se identifique com essa força e que denuncie os favores activos e passivos de que é beneficiária. Afinal, o sol quando nasce não é para todos.»
Jorge O. Bento - Um olhar do norte - In A Bola

05 outubro 2006

A culpa é uma traidora…

Nos últimos dias muito se tem falado por essa “blogosfera” fora, e não só, dos problemas que assolaram o FCPorto destes últimos dois jogos. A falta de garra, a atitude medrosa e a táctica do treinador têm sido as principais razões evocadas para os maus resultados.
Sobre o treinador têm caído a maior parte das críticas. Têm se visto legítimas comparações com o último técnico campeão pelo clube, comparações com o pulso sobre os jogadores e comparações da influência do treinador a nível psicológico na equipa. Eu inclusive fiz algumas. Não retiro nem uma só das que fiz, continuo a achar que a táctica infligiu medo nos jogadores e como a táctica é feita pelo treinador logo a culpa tem que ser “casada” com este.
Mas a culpa tem amantes. O treinador não entrou nas condições ideais, todos sabemos disso, e esse pormenor tem de ser levado em conta, muito em conta. Se um jogador corre pouco, se falha um passe, se falha um golo feito, se não cumpre as tarefas estipuladas pelo seu treinador a culpa não pode nunca só ser atribuída à táctica. Longe disso.
Os jogadores têm mostrado neste dois últimos jogos quebras de ordem física que há muito não víamos, assim como alguma lesões musculares, mas, em princípio, poderá ser atribuída à mudança de métodos de trabalho a nível físico e será um problema apenas a curto prazo. Mas quando um jogador não tenta pelo menos acompanhar o adversário que leva a bola como aconteceu no 2º golo do último jogo, com toda a certeza o jogador deixou de fazer o que foi pedido pelo seu chefe. E como este caso existiram vários. Os jogadores parecem não acatar as ordens tácticas, com isso ressente-se a equipa e por sua vez os resultados.
Para provar isto mesmo que acabei de dizer, veio ontem no jornal a seguinte notícia: “Pinto da Costa e Antero Henrique ao lado de Jesualdo. Palestra mudou para o balneário”.
In "O Jogo"
Para que se quis mostrar Pinto da Costa e Antero Henrique ao lado do treinador e perante os jogadores se não achassem que a culpa tem outros “amores”?

04 outubro 2006

Carta aberta ao NOSSO treinador

Exmo. Sr. Professor Jesualdo Ferreira
Não fossem essas velhas manias e hábitos que interiorizou enquanto treinador de um “clubezeco” que o despediu depois de ter perdido com o enorme Gondomar e não teríamos adeptos de certos clubes nestes dias a “azucrinar-nos” o juízo.
É certo que de vez em quando eles também tenham o direito de o fazer, mas não vá por isso cometer os mesmos erros dos últimos jogos. Certo?
Veja lá se se decide de uma vez por todas por uma táctica arrojada e ensine aos seus jogadores a fazerem alguns movimentos de desmarcação básicos, já que dá pena ver passes de morte desaproveitados porque o legítimo destinatário ou anda noutros terrenos ou está no banco.
Veja se aprende com os seus jogadores campeões que o habitual no FCPorto são as vitórias e que se o adversário lhe ganha é porque a sua equipa o permite. Já agora professor puxe as orelhas a todos os jogadores que achar que necessitam do puxão. Sem medos!
Se não, não dá professor! Eu sei que lhe é difícil, mercê da idade e do passado, comandar assim de repente um potente iate de luxo após ter navegado a vida inteira agarrado aos remos das galés. Mas faça um esforço para levantar os olhos e perceber que quebra as ondas aos ombros de um gigante.
Não tem de ter receio professor, tudo isso é passado. Tem que ser audaz como o clube que lhe abriu as portas.
Sem mais, despeço-me na esperança de no final da época ter de lhe agradecer o campeonato conquistado.
De V/ Exa,
Atentamente,
Zirtaev - Um Portista de Bancada cheio fé.

03 outubro 2006

Depressão azul

Braga 2-1 FCPorto
(Marcel, Postiga, L.Filipe)
As palavras parecem não querer sair. Não por estar nervoso, mas por estar sem qualquer reacção em relação a tudo o que se passou hoje. A anestesia da equipa do último jogo parece ter passado para mim.
Durante o jogo apetecia-me “desancar” em tudo o que era azul na televisão. Mas com o desenrolar da segunda parte fui perdendo as forças e a descrença foi aumentando. Mas o problema é que esta descrença parece, pelo menos na minha mente, querer abater-se pelo resto da época.
Apetecia-me “escarrapachar” aqui tudo o que disse contra a saída de Co Adriaanse. O que lutei para os portistas compreenderem o seu futebol espectáculo e compreenderem sobretudo a equipa que ele tentou reconstruir depois de uma época miserável. Quase não tenho ânimo para isso e “aguas passadas não movem moinhos”, "para a frente é que é caminho", temos de remediar.
Jesualdo Ferreira parece ter resolvido dar a mesma “táctica psicológica” aos jogadores. “O Braga é uma equipa complicada e vamos ter medo”. Parece ter sido isso que lhes disse ao colocar em prática exactamente a mesma táctica (defensiva) que colocou contra o outro Arsenal, o de Londres.
Um 4-4-2 que está mais que visto que está longe de estar assimilado pelos jogadores. O treinador demorou hoje meia hora a entender isso e isto já depois da equipa estar de rastos, depois de sofrer o primeiro golo. Tarda em saber que na frente estes jogadores só se entendem a três. Tarda em saber que estes jogadores têm que entrar em campo para correr riscos, estão habituados a isso. Tarda em saber muitas coisas…
Lucho é uma sombra de si próprio, quase não teve descanso e está na altura de descansar, onde está o Ibson? Quaresma joga para si próprio, onde esteve o Vieirinha? Anderson quase não me apercebi dele durante o jogo, que venha o Jorginho. O Ezequias esqueceu-se de um tal de Marcel. Luís Filipe “galopou” até ser feliz sem ninguém se opor. Postiga esteve…fora de jogo, na única vez que não esteve marcou.
Lisandro lutou, Meireles também e Vieirinha teve o condão de acordar um pouco aquele Dragão adormecido, mas foi já muito tarde.
A equipa não faz pressão sobre o adversário, deixa jogar livremente. Não tem garra, não reage, ficam completamente derrotada após um golo. Falta uma voz de comando, uma voz que faça os jogadores animarem-se nas horas piores. Enfim falta mística e amor à camisola.
PS: Uma ressalva para os numerosos adeptos que cantaram até ao fim debaixo daquele dilúvio. Tomara os jogadores terem metade do amor à camisola que eles têm.
PS2: Coloco exactamente a mesma questão na "Opinião da Bancada" que coloquei contra o Arsenal. Porque perdeu o FCPorto?

01 outubro 2006

FC Porto sentido

Começou contra o Arsenal e da pior maneira um ciclo terrível de jogos para o FCPorto. Vamos jogar nos próximos quatro jogos com os três clubes classificados no campeonato passado logo a seguir ao campeão nacional. São eles o Braga, já amanhã, e os dois grandes da segunda circular. Pelo meio temos em casa o Marítimo para o campeonato e um dos jogos já mais decisivos do ano, o Hamburgo para liga dos campeões, um jogo importantíssimo.
Um FCPorto magoado pela desgarrada derrota europeia, já amanhã contra o moralizadíssimo Braga, além de trazer para casa a vitória, tem a missão de mostrar aos seus adeptos que o mau jogo da quarta-feira passada foi apenas um percalço.
Jesualdo Ferreira, bem à imagem do saudoso José Mourinho, tem de incutir nos jogadores um espírito de vergonha pelo que (não) fizeram no jogo anterior, um espírito de dívida para com o clube que lhes paga o salário, um espírito vingativo, gerreiro e vencedor. Em suma um espírito que os faça suar a camisola do primeiro ao último minuto com a garra e a mística que todos nós gostamos de ver, mostrando que sentem o clube.
Se assim for a vitória fica ao alcance da vontade, mas acima de tudo, mesmo que algo corra mal, nós em vez da crítica encheremos o peito de orgulho.
Braga - FCPorto SportTv1 21H15
PS: Não, não me enganei na foto.