O CJ da FPF, foi noticiado hoje, anulou a sanção aplicada (1 mês de suspensão) a Carlos Queiroz pela CD que analisou os incidentes do controlo antidopagem da Covilhã à Selecção Nacional realizado a 16 de Maio.
Recorde-se que a CD não deu como provado que houve "perturbação" do controlo. Confirmou, e puniu em consequência, insultos do então seleccionador ao dirigente máximo da ADoP que mandou fazer o controlo.
[ACT.: depois disto escrito, li que o Laurentino "Kim Jong-il" Dias acha que fez o que devia fazer, que era não negar o que se passou e considerou "muito grave". O CJ da FPF considera que, mesmo prescrito o caso, os insultos estão enquadros nas "penas leves" do Regulamento de Disciplina. Cada qual avalie o que é "muito grave" e o que são "penas leves". Quanto à "perturbação", só se for de Laurentino. Na Coreia do Norte, foi noticiado, o filho do líder já está escolhido para sucessor e continuador da dinastia que guia o País rumo ao esclarecimento].
Note-se, ainda, que não contente com isto, a ADoP avocou, isto é pegou no processo em que era vítima e queixosa, e decidiu julgá-lo, sendo juiz em causa própria. Antes, sabendo dos factos pela ADoP vítima e queixosa, o sec. Est. Desporto, Laurentino Dias, disse que aconteceram coisas "muito graves" na Covilhã e manteve essa "pressão" como "entorno" esmagador para o processo. A ADoP, por fim, puniu Queiroz com 6 meses de suspensão, falando em "perturbação" para justificar a sentença mas não a demonstrando objectivamente, enquanto o governante, qual Pilatos, lavou as mãos, assumiu a sentença e nem cuidou de ler o acórdão que não provava nada quanto à "perturbação" já antes ignorada pela instância disciplinar federativa com a qual não se conformou. Esta suspensão está em vias de merecer uma análise do TAS, em Lausana, com o objectivo de este recurso de Queiroz anular essa suspensão enquanto o processo todo da ADoP não for analisado naquela sede jurisdicional desportiva na Suíça.
Começando pelos factos, eis o relatório de 2 páginas dos 3 médicos da ADoP que estiveram na Covilhã:
(cliquem nos documentos e ampliem que se lê mesmo bem, fiz esta experiência sozinho e só pude verificar com o resultado feito, pelo que só posso estar contente comigo mesmo)
Não aconteceu nada de especial, mas remete-se para um anexo (
destaque gráfico meu).
O relatório, de 16 de Maio, assinado pelos 3 médicos.
O ANEXO:Pode entender-se como anexo, até por estar manuscrito, o relatório do dr. João Marques
Neste,, diz-se que a ADoP chegou ao hotel da Selecção pelas 8h de 16/5/2010, fez o controlo com a colaboração de médicos e jogadores da Selecção, que deram como terminado às 10h. O treino da equipa estava marcado para as 10.30h.
Obviamente, os sublinhados são meus nos restantes documentos.
João Marques lamentou o comportamento de Carlos Queiroz: "uma reacção não própria" para o cargo do seleccionador. Diz que Queiroz os abordou no hall do hotel e, depois, à medida que caminhavam pelo hotel, "já nos íamos dirigindo para o local onde o controlo ia ser feito", Queiroz "falando sózinho" (junto o acento que está escrito na carta), disse "palavrões de tal ordem que eu por vergonha não escrevo neste relatório".
Como se vê em baixo, há a data e Lisboa como local do escrito da autoria de João Marques.
A partir de 16 de Maio não se passou mais nada.
DEPOIS
DO ANEXO, O(S) RELATÓRIO(S) SUPLEMENTAR(ES)
Subitamente, a 18 de Junho, os outros dois médicos decidem fazer um relatório suplementar cada um.
Este ao lado, de António Queimadela Baptista, cujo email apaguei propositadamente do documento, é uma resposta a uma solicitação do dirigente máximo da ADoP, Luís Horta, um mês depois dos factos.
Aqui em baixo, com a lata de datar de 16 de Maio uma comunicação feita a 18 de Junho e decerto não na Covilhã como está no documento assinado por António Firmino Queimadela Baptista, é descrito sucintamente o que se passou.
Foram os médicos da Selecção, Henrique Jones e Nuno Campos, que "estranharam" o controlo, pois contavam com um, sim, mas da FIFA, até porque à data nem sequer estavam os 23 convocados reunidos na Covilhã.
[note-se que o acórdão da ADoP viria a apontar estranheza pelo controlo, sim, mas de Carlos Queiroz apenas, o que se comprova não ser verdade mas o governante Laurentino "Kim Jong-il" Dias achou que era; já agora António Boronha também deu crédito a tudo o que a ADoP, interessada no processo que tinha em mãos para decidir consoante a sua versão, escreveu e sentenciou]
Para António Baptista, Queiroz não apareceu no hall do hotel, mas mais lá dentro a caminho do local do controlo. Queiroz, é dito, "de uma forma inesperada, desagradável e provocatória proferiu comentários"...
Num parágrafo de um português moderno, talvez dos sms telegráficos dos "Morangos com Açúcar":
"Proferiu para não usar outro adjectivo, me obsto de reproduzir, sendo que as direi quando e se necessário".
Bem, já tinha esgotado, digo eu, os adjectivos de "inesperada", "desagradável" e "provocatória".
Termina com "a acção de controlo, esta decorreu sem nada a registar".
Pronto, a 18 de Junho também, José Silva, fez o seu relatório suplementar e enviou-o a Luís Horta por email (cujo endereço também apaguei deliberadamente). Com uma nota, além de "um abraço", de um alerta que pode ter muitos significados:
(agradeço que me diga se chegou e bem pois tenho uma dúvida)
Está aí ao lado.
E que contou o dr. José Madeira Rodrigues da Silva que Luís Horta quisesse saber um mês depois dos factos?
Os médicos da Selecção, confirma este também, "estranhou o controle por não estar a equipa completa e esperarem, isso sim, um controle da FIFA".
[já agora, no acórdão da ADoP é tido Queiroz como um nabo que não sabia poder surgir um controlo antidoping antes do Mundial, já fiz esta observãção no dia em que saiu esta sentença].
Está aqui em baixo que Queiroz e "alguns membros do staff da FPF dos quais destaco o Senhor Seleccionador Nacional de Futebol", não estavam:
1) nem no hall do hotel, como escreveu João Marques
2) nem no caminho de acesso (sem escadas descritas, porque do hall às escadas há um extenso corredor, como aqui já contei), segundo Queimadela Baptista;
estavam, isso sim, "ao cimo da escada".
Pronto, só o inspector Colombo ou o Maigret, para não falar do Poirot e muito menos do expert Sherlock Holmes, achariam estes detalhes relevantes. Nos filmes. Porque na vida real, um magistrado como PGR Pinto Monteiro achá-los-ia insignificantes quanto à credibilidade destas testemunhas que nem descreviam bem o lugar do "crime" e, saber-se-ia depois, nem escutaram todos as mesmas palavras insultuosas de Queiroz.
Adiante.
"O Sr. Seleccionador, de uma forma pouco normal fez comentários (...) de uma forma que para agora e por escrito me recuso a reproduzir".
E, ainda, a terminar uma carta alegadamente remetida da Covilhã, mas enviada por mail supõe-se que de Lisboa como a anterior de Queimadela Baptista, e mesmo sendo escrita a 18 de Junho vem datada de 16 de Maio. Digo eu que deve ser por esta, e por outras que se saberão, que Queiroz fez uma queixa-crime contra esta gente.
[é curioso que o único relatório, manuscrito, capaz de ser original de 16 de Maio tem Lisboa como local; os outros, escritos um mês depois e enviados por email, foram na Covilhã e datados ao tempo da ocorrência]
"Quanto às tais palavras referidas e não reproduzidas, di-las-ei quando e se necessário na frente do respectivo emissário", assim se assume José Madeira sem receio de confrontar-se com quem (Carlos Queiroz) disse palavrões e não para os comprovar perante o destinatário dos mesmos, o dr. Luís Horta.
Os factos, iniciais, são estes, o português destes médicos é este e a ausência de referências a "perturbação" do controlo antidoping são nulas, zero vírgula zero.
Foi sobre os insultos que a CD se pronunciou, castigando Queiroz 1 mês que agora é anulado pelo CJ da FPF.
Obviamente, pelo que se nota abundantemente destes relatórios, dois deles suplementares, além de nada vir registado de ocorrências que tenham afectado o desenrolar do controlo como no formulário da ADoP em cima exposto, remete-se apenas para palavrões. Mais tarde saberemos que nem todos ouviram a mesma coisa, já sabemos que não aconteceu pelo menos em dois dos três locais mencionados para a ocorrência.
E, claro, há suspeitas de isto ter sido feito fora de horas e em local menos próprio, para o que os tribunais competentes se pronunciarão mediante a queixa-crime de Carlos Queiroz noticiada esta semana.
É claro que, a seguir, darei continuidade a isto, indo ao processo mesmo, às inquirições a estes médicos e às conclusões a extrair e do que pensar quer da ADoP, do seu presidente Luís Horta, do superior hierárquico Luís Sardinha, do IDP, que assumiu a sentença da ADoP como para fazer sério e imparcial o visado Luís Horta, e, por fim, o mastodonte Laurentino "Kim Jong-il" Dias.