Perde-se o melhor jogador da Liga dos últimos 4 anos. Bem ou mal, para melhor ou para pior no Marselha, uma estrela a menos no FC Porto, um potencial "fortalecimento" dos adversários mas não há insubstituíveis
Uma das anunciadas transferências do FC Porto concretiza-se, por fim. Pelo preço de Quaresma, com os potenciais ganhos também consoante a performance desportiva de Lucho e do Marselha que o compra, a Liga portuguesa perde o seu melhor jogador dos últimos 4 anos.
Assim o defini em cada época: pode haver jogadores decisivos, fulcrais num momento ou numa época, como Liedson ou Lisandro, mas não houve jogador de mais classe em Portugal do que o Comandante Luís Gonzalez. Aos que lhe reprovavam correr pouco ele vinha a correr mais que todos e os que não o notavam em campo por ter menos bola é porque não repararam que Lucho tinha mais uma relação com o jogo do que com o esférico. Daí ele iluminar o jogo e o campo, até sem bola, pelo que sempre defendi que Lucho foi o melhor neste tetra do FC Porto.
A notícia era esperada, mas temida. As vicissitudes de mercado já me faziam encolher os ombros perante tantas notícias de transferências. Lucho vai-se, o FC Porto perde a sua maior referência actual e o futuro capitão, mas não fica diminuído. Os adversários estão extemporaneamente satisfeitos, vendo o tetracampeão perder tão grande jogador, mas o FC Porto soube sempre encontrar as melhores soluções para as saídas, fossem por substituições directas (muitos chamam-lhe troca por troca, de forma absurda) ou por arranjos colectivos.
Se se fala tanto em Lucho e em 20 minutos a notícia da sua venda ao Marselha captou 57 comentários no Maisfutebol, é porque o homem é algo que o valha. Valerá, seguramente, os 18 milhões de euros pagos à cabeça, com possíveis proveitos de 24 ao fim de quatro anos nos franceses.
Eu falo já com saudade da sua imensa classe, indiferente à componente financeira que poderá, no mínimo, servir para o FC Porto encontrar, quiçá, um 10 que não tem e Lucho nunca foi: era um 8 soberbo e não um 10 que o (agora chamado politólogo) Rui Oliveira e Costa achava que era e o novo leão Matías Fernandez se lhe assemelharia mas só este é mesmo um 10 ainda que em ponto pequenino.
O FC Porto será, por isso, diferente no ataque ao penta. Nem melhor, nem pior, mas diferente. Como diferente foi sem Bosingwa, Quaresma e Assunção. Porque Lucho era a luz do jogo portista e a despeito de ter o FC Porto acabado bem a época sem ele em campo desde Abril, a verdade é que o meio-campo afadigava-se para fazer jogo sem Lucho, fazendo-o de forma diferente, obviamente, mas muito em esforço.
É essa a perda que registo, mais do que registei a de Quaresma há um ano, por muito desequilibrador que fosse a nível individual. E registo, também, a mágoa por ver Lucho partir para um OM que não tem a estaleca do FC Porto nem ganhará tantos títulos. Pensei que ele não cedesse, que considerasse as diferenças de estatuto para preferir o Porto que o acolheu de braços abertos e enorme admiração. Lucho era um dos nossos e a entrevista a O Jogo, que aqui trouxe propositadamente pelo qe dizia e o que representava, há uma semana, não fazia perceber que poderia estar de saída. O mercado, porém, dita as suas leis e os jogadores são capazes de tudo para ganharem mais 500 mil euros anuais de vencimento líquido, o que não é de desprezar nem de censurar.
Eu queria muito que ficasse, mas só ajudará a que seja mais indefectível do Marselha, o meu clube preferido em França apesar de não lhe reconhecer nível para ombrear com o FC Porto na Europa nem ser sequer um clube com a estabilidade directiva e futebolística do FC Porto.
O comunicado da SAD sobre a venda é o mais lacónico e formal possível que fica apenas para conferir o ponto de vista oficial de uma transferência que mais me custa como portista pela enorme afeição que senti por este tipo esguio, muito índio de feições mas de inatacável lisura de comportamentos. Um senhor.
Mas se for o suficiente para não se vender mais alguém será muito bom. Apesar de o mercado ditar as suas leis, a perda de Lucho nunca seria irreparável. Se der para manter as outras jóias da coroa, para as quais poucos clubes têm dentes mesmo lhes fenecer o apetite, Lucho será para o FC Porto manter a estrutura rumo ao penta.
Uma das anunciadas transferências do FC Porto concretiza-se, por fim. Pelo preço de Quaresma, com os potenciais ganhos também consoante a performance desportiva de Lucho e do Marselha que o compra, a Liga portuguesa perde o seu melhor jogador dos últimos 4 anos.
Assim o defini em cada época: pode haver jogadores decisivos, fulcrais num momento ou numa época, como Liedson ou Lisandro, mas não houve jogador de mais classe em Portugal do que o Comandante Luís Gonzalez. Aos que lhe reprovavam correr pouco ele vinha a correr mais que todos e os que não o notavam em campo por ter menos bola é porque não repararam que Lucho tinha mais uma relação com o jogo do que com o esférico. Daí ele iluminar o jogo e o campo, até sem bola, pelo que sempre defendi que Lucho foi o melhor neste tetra do FC Porto.
A notícia era esperada, mas temida. As vicissitudes de mercado já me faziam encolher os ombros perante tantas notícias de transferências. Lucho vai-se, o FC Porto perde a sua maior referência actual e o futuro capitão, mas não fica diminuído. Os adversários estão extemporaneamente satisfeitos, vendo o tetracampeão perder tão grande jogador, mas o FC Porto soube sempre encontrar as melhores soluções para as saídas, fossem por substituições directas (muitos chamam-lhe troca por troca, de forma absurda) ou por arranjos colectivos.
Se se fala tanto em Lucho e em 20 minutos a notícia da sua venda ao Marselha captou 57 comentários no Maisfutebol, é porque o homem é algo que o valha. Valerá, seguramente, os 18 milhões de euros pagos à cabeça, com possíveis proveitos de 24 ao fim de quatro anos nos franceses.
Eu falo já com saudade da sua imensa classe, indiferente à componente financeira que poderá, no mínimo, servir para o FC Porto encontrar, quiçá, um 10 que não tem e Lucho nunca foi: era um 8 soberbo e não um 10 que o (agora chamado politólogo) Rui Oliveira e Costa achava que era e o novo leão Matías Fernandez se lhe assemelharia mas só este é mesmo um 10 ainda que em ponto pequenino.
O FC Porto será, por isso, diferente no ataque ao penta. Nem melhor, nem pior, mas diferente. Como diferente foi sem Bosingwa, Quaresma e Assunção. Porque Lucho era a luz do jogo portista e a despeito de ter o FC Porto acabado bem a época sem ele em campo desde Abril, a verdade é que o meio-campo afadigava-se para fazer jogo sem Lucho, fazendo-o de forma diferente, obviamente, mas muito em esforço.
É essa a perda que registo, mais do que registei a de Quaresma há um ano, por muito desequilibrador que fosse a nível individual. E registo, também, a mágoa por ver Lucho partir para um OM que não tem a estaleca do FC Porto nem ganhará tantos títulos. Pensei que ele não cedesse, que considerasse as diferenças de estatuto para preferir o Porto que o acolheu de braços abertos e enorme admiração. Lucho era um dos nossos e a entrevista a O Jogo, que aqui trouxe propositadamente pelo qe dizia e o que representava, há uma semana, não fazia perceber que poderia estar de saída. O mercado, porém, dita as suas leis e os jogadores são capazes de tudo para ganharem mais 500 mil euros anuais de vencimento líquido, o que não é de desprezar nem de censurar.
Eu queria muito que ficasse, mas só ajudará a que seja mais indefectível do Marselha, o meu clube preferido em França apesar de não lhe reconhecer nível para ombrear com o FC Porto na Europa nem ser sequer um clube com a estabilidade directiva e futebolística do FC Porto.
O comunicado da SAD sobre a venda é o mais lacónico e formal possível que fica apenas para conferir o ponto de vista oficial de uma transferência que mais me custa como portista pela enorme afeição que senti por este tipo esguio, muito índio de feições mas de inatacável lisura de comportamentos. Um senhor.
Mas se for o suficiente para não se vender mais alguém será muito bom. Apesar de o mercado ditar as suas leis, a perda de Lucho nunca seria irreparável. Se der para manter as outras jóias da coroa, para as quais poucos clubes têm dentes mesmo lhes fenecer o apetite, Lucho será para o FC Porto manter a estrutura rumo ao penta.