O FC Porto marcou 3 golos nos últimos 4 minutos incluindo os 3 de compensação e acabou com 5-0 por estender o Rio Ave ao comprido e que parecia na predisposição de se fazer de vítima. Depois dos 5-0 em Arouca, os dragões ainda não têm o melhor ataque (24-25 face ao Benfica), mas já ostentam a maior diferença de golos (19) no campeonato.
Um jogo de campeonato igual a tantos outros, também aqueles em que se defrontam equipas vindas de jogos europeus; mas entre, quase sempre, jogos em que uma equipa descansadinha nas lides domésticas calha apanhar um adversário que vem de jogar na UEFA. Ou seja, mais coisa menos coisa, ordinária administração dos calendários da bola.
E o FC Porto, mais uma vez, como sucedeu após a entrada no grupo da Champions (de 6-0 ao BATE ao 0-0 com o Boavista) ou ainda a recente visita ao Estoril (2-2 sofridinho e quase derrota) no rescaldo da saída vitoriosa a Bilbau, voltou a sofrer de descompressão competitiva, agonizando no regresso ao campeonato. O 0-0 ao intervalo era de algum modo castigador para o FC Porto, esta noite, apesar de Jackson ter falhado duas oportunidades claras e quase sempre perdido todas as bolas. A equipa empastelou o jogo e era o costumeiro rescaldo europeu já visto vezes sem conta.
Lopetegui demorou a perceber que Brahimi e Herrera não tinham a explosão do costume e só quando os substituiu após uma hora infrutífera de jogo a equipa assentou a posse de bola e foi percutante, visando vitória mais confortável e acabando a golear quando menos se pensava mas em que não mais tirou o pé do acelerador competitivo que R. Neves e Quintero trouxeram, mais Quaresma por Tello quase no final.
Lopetegui demorou a perceber que Brahimi e Herrera não tinham a explosão do costume e só quando os substituiu após uma hora infrutífera de jogo a equipa assentou a posse de bola e foi percutante, visando vitória mais confortável e acabando a golear quando menos se pensava mas em que não mais tirou o pé do acelerador competitivo que R. Neves e Quintero trouxeram, mais Quaresma por Tello quase no final.
Portanto, a coisa soltou-se na 2ª parte por dois erros defensivos do Rio Ave, no primeiro Tello decidiu a solo logo à saída do intervalo e só aos 79 minutos Jackson também cavalgou para o seu golito da ordem e ainda numa má saída de bola do Rio Ave mas esta junto à linha divisória.
E depois de um golo fortuito, de ressalto em Alex Sandro - o FC Porto já sofreu um golo assim, de Fucile, na Amadora e até da linha de fundo, no tempo de Jesualdo -, a torneira abriu-se, era cada recuperação de bola no meio-campo cada golo, Oliver Torres, isolado por Quintero, e Danilo, a repetir os golos a solo de Tello e Jackson, a arredondarem a mão cheia na qual os laterais foram determinantes pelo empurrão dado ao ataque.
Não foi pelo alegado cansaço do Rio Ave, mal comentado antes do jogo e mal apreciado durante e no final do mesmo, que sucedeu a enxurrada final. Simplesmente, tentando o empate e jogando bem, controlando a bola e com movimentos incisivos nos flancos, o Rio Ave desguarneceu a defesa, sua preocupação primordial. E pagou caro. Fim da história. Mas o começo foi outro e o final teve algo mais do mesmo.
Serem Pedro Martins, na véspera do jogo, e Ukra, nas reacções pós-jogo, ex-jogadores do FC Porto, espanta que, não sendo titulares mas conhecedores dos meandros e aqui e ali envolvidos na trepidação do calendário europeu quando vestiram de azul-branco, tenham saído a despropósito com essa coisa do descanso, rigoroso, de 72h entre jogos - que cumpriram, nem mais nem menos.
Como se o FC Porto, enfim, não sofresse com isso mas que não o favoreceu tendo mais descanso (um dia) do que o Estoril na jornada anterior, pois quase sempre joga contra os Rio Ave do campeonato que não andam na Europa e apenas cumprem calendário interno.
Como se o FC Porto, enfim, não sofresse com isso mas que não o favoreceu tendo mais descanso (um dia) do que o Estoril na jornada anterior, pois quase sempre joga contra os Rio Ave do campeonato que não andam na Europa e apenas cumprem calendário interno.
Portanto, Pedro Martins e Ukra comentaram de forma idiota uma realidade que conheceram por dentro. Mas não só, para agravante da estupidez revelada.
Reparando nos jogadores utilizados nos dois últimos jogos, temos que o Rio Ave usou em Kiev 5 jogadores que não foram sequer utilizados ontem. Mais 5 jogadores que só jogaram esta noite no Dragão e não defrontaram o Dínamo. E 6 jogadores que actuaram nos dois jogos mas em pequenos períodos.
De resto, uma coisa é ir jogar a Kiev para defender e perder por poucos, já eliminados da Europa e rodando jogadores - foi o que Pedro Martins fez.
Outra coisa é o FC Porto jogar perto de Kiev (Borisov), jogando para ganhar mesmo com o apuramento garantido e querendo o 1º lugar do grupo, tendo para o efeito utilizados quase os mesmos jogadores nos dois jogos. Apenas Quaresma, hoje entrado quase no fim, Quintero, R. Neves e Tello, este hoje titular, foram de alguma forma poupados, mas a base do FC Porto - 7 jogadores - manteve-se inalterada.
Não sei a que regulamento se reporta, ou protecção legal reclama, para se comentar depreciativa e levianamente esta questão, mas pareceu central e, de resto, acabou como justificação para os 3 golos finais num resultado que o FC Porto não justificou com tão bom futebol assim, apenas penalizou a acabar a descompensação defensiva de quem procurava obter um pontito.
Na semana em que mesmo 3 dias depois o treinador do Benfica não sabia que tinha sido eliminado da Europa, precisando de um alerta na hora para evitar mais tropelias intelectuais para além da condescendência que Jorge Jesus merece da Imprensa apascentada do regime, esta atitude e declarações de Pedro Martins mostram realmente que poucos treinadores têm competência e estatuto para andarem pela Europa - por muito boa, mas nem é o caso, imagem que as suas equipas possam ter, o que no Benfica é falso pelas constantes barracas na Champions até ao fracasso da eliminação precoce antes do Natal embora o Rio Ave mereça uma palavra de incentivo pela seriedade e determinação demonstradas na estreia europeia.
Mas estamos condenados a ter banalidades, ouvir barbaridades e comentar inverdades nas coisas da estúpida bola tuga em que ninguém pensa, todos mimetizam e replicam os clichés e os maus jogos são transpostos para maus programas onde o futebol é tratado aos pontapés. A merda do costume, em bom português.