Espero que todos Portistas de Bancada tenham uma boa passagem de ano e com muitas esperanças de que tudo será melhor no novo ano que se aproxima.
Em termos desportivos esperemos que o nosso FCPorto continue a demonstrar que é o melhor e que as vitórias deste novo ano de 2007 sejam pelo menos as mesmas das de 2006, embora todos tenhamos uma secreta esperança que o ano de 2004 seja repetido.
Boas saídas e melhores entradas para todos os visitantes deste meu cantinho azul-e-branco é o que eu desejo.
VL: “Mas qual é o gajo que o Porto não quer?! O Porto quer todos, pá! Qualquer um lhe serve”. PS: “É… Por acaso é verdade…” VL: “O Porto quer lá saber disso!” PS: “Se é o Lucílio… Se for o Lucílio, era o Lucílio, se fosse o António Costa era o António Costa”. VL: “Ao Porto qualquer um serve!” Diálogo entre Valentim Loureiro e Pinto de Sousa, no Público de 8/9/2006, das escutas do Apito Dourado
Adivinhem qual o "título" de jornal do ano? "Os árbitros temiam Pinto da Costa e Valentim Loureiro" ou "Ameaçado na Luz por Gaspar Ramos e vetado por Luís Filipe Vieira no CA"
CM -- Conheceu casos concretos de corrupção na arbitragem? JC -- Directamente, não. O que sempre notei foi uma enorme subserviência dos árbitros perante pessoas a quem reconheciam autoridade, para progredirem na carreira. CM -- Esse medo está relacionado com as classificações... JC -- Exactamente. A postura subserviente partia do próprio árbitro. (...) CM -- Medo de Pinto da Costa e Valentim Loureiro... JC -- Sem dúvida. Esses eram as principais figuras, aquelas a quem se reconhecia maior poder pelos cargos que ocupavam e os árbitros temiam-nos. O Benfica e o Sporting também tinham o seu peso, mas não como os outros dois casos. (...) CM -- Alguma vez entrou em casa de um dirigente? JC -- Duas vezes. Na de Adriano Pinto, onde almocei e não se falou um segundo de futebol. E, a convite de Pinto de Sousa, acompanhado por mais dois árbitros, na de Valentim Loureiro. (...) CM -- Nunca esteve em casa de Pinto da Costa? JC -- Nunca. Nem faço ideia onde mora. (...) CM -- Foi ameaçado? JC -- Fui, no Estádio da Luz, em 1991, no final de um Benfica-Torreense [expulsou 3 benfiquistas, 0-0 foi o resultado, n.d.zé luís], pelo senhor Gaspar Ramos. Em 1995, o mesmo dirigente disse aos berros que iria fazer tudo para acabar com a minha carreira. CM -- De que clube recebeu mais pressões? JC -- Do Benfica e dos seus dirigentes. Inquestionavelmente. Estou convicto de que se mais carreira não tive foi por influência de gente do Benfica. De Gaspar Ramos a Luís Filipe Vieira que vetou o meu nome, em 2002, para vice-presidente do Conselho de Arbitragem [da FPF]. Entrevista de Jorge Coroado, no Correio da Manhã, 23/12/2006
P.S. - Coroado publicou o livro "Último Cartão" em Março passado. Sobre Pinto da Costa disse ser "intratável na defesa do seu clube" mas de quem não tinha razão de queixa. No Record, o título sobre o livro foi, como se adivinhará, "Pinto da Costa é intratável".
1ª Nomeação “Trabalhei no alterne mas não fui prostituta” Carolina Salgado, SIC, 12/12/2006
2ª Nomeação “Chantagem é palavra que não faz parte do meu dicionário” Carolina Salgado, TVI, 14/12/2006
O “outro lado” do ano
Nomeação única
“Eu não quero entrar mais em esquemas, nem falar muito…Ó major, eu nem quero, nem me tenho chateado com isto. Estou a fazer isto por outro lado” Luís Filipe Vieira apanhado nas escutas do Apito Dourado, com Valentim Loureiro, no Público de 8/9/2006
A “distinção” do ano
Nomeação única
“Está aí, outra vez, o Apito Dourado, curiosamente, ou talvez não, com os mesmos protagonistas de sempre. Do caso Mateus para o Apito Dourado, porém, só um nome aparece repetido: o de Valentim Loureiro.” Hélio Nascimento, chefe de Redacção de Record, a 9/9/2006, sobre as revelações do Público da véspera, inéditas no tocante a Luís Filipe Vieira à conversa com Valentim.
“[Ser adepto do FC Porto contribui para ter boa saúde?] “Dá uma boa ajuda. Ganha quase sempre e ajuda a alimentar a alma”
Nuno Cacho, 101 anos celebrados a 17/11/2006, de Abadim (V.N. Cerveira), entrevistado no JN
“Única declaração” do ano
"Deixem as leituras de faca e alguidar para os tribunais e deleitem-se com o Quaresma e com o Lucho. É que quando derem por ela o Porto já é campeão pela prosaica, irritante e sistemática circunstância de jogar melhor futebol. Em última instância, como o provam os voos europeus, a arte do futebol portista permite-lhe fugir aos vícios do sistema em que teve que crescer. Nesse sentido o jogo praticado pelo Porto, elevado a arte, é, aqui e ali, a única declaração verdadeiramente anti-sistémica do futebol português."
«O desejo de ficar é fácil de explicar: um jogador que é feliz no clube, que sente o amor dos adeptos, ao ponto de ser um dos meninos queridos, apesar de não ser um produto na sua escola de formação, só pode desejar continuar.»
«Hoje em dia o FC Porto é o clube português mais respeitado internacionalmente e está entre os melhores do Mundo. Estou num grande clube, que tem objectivos e que já ganhou títulos importantes. No fundo, estou feliz no FC Porto.»
«o FC Porto não deve ter medo de ninguém. Os portugueses do Chelsea conhecem bem o FC Porto, conhecem o lema desta casa e por isso o clube que representam tem também que se preocupar connosco.»
«Já mostramos que somos fortes nos grandes jogos e com o Chelsea vamos ter dois grandes jogos, em que a responsabilidade será maior. Não vamos ficar contentes se ficarmos por aqui. Um clube como o FC Porto não pode ficar contente quando perde, mesmo que seja com o Chelsea ou o Barcelona.»
«É sempre bom passar por um adversário e ouvir os adeptos a delirar com esta ou aquela finta. Mas, atenção, estou agora mais ciente de que não podemos jogar sempre para lhes agradar, já que antes de mais está a equipa e à frente da equipa está o treinador com as suas ordens.»
«os adeptos do FC Porto são os que mais admiro. Eles vibram, têm o clube coração e, por muito amado que o jogador seja, se não trabalhar para a equipa leva logo com assobios. Eu gosto de ir à procura das palmas, por isso jogo desta forma.»
«(Jesualdo) É um treinador exigente, é verdade. Gosta de trabalhar bem. Mas é igualmente uma pessoa que aprecia bastante falar com os jogadores, procurando transmitir confiança e conseguindo incutir no grupo um espírito de união muito forte.»
«O Vítor Baia é um líder, é a pessoa que merece mais respeito no plantel. É o jogador com mais títulos no Mundo, aquele que dá conselhos aos jovens, a pessoa que transmite a vontade de vencer do FC Porto. Sem excepção, fala sempre com os novos, explica o que é o FC Porto, já que há muitos que chegam e não sabem a que clube passaram a estar ligados.»
Entrevista de Ricardo Quaresma In O Jogo, 26/12/2006
Mourinho
«A minha melhor equipa foi a do FC Porto que ganhou a Taça UEFA, o FC Porto que nós construímos no nosso segundo ano, em 2003. Não me recordo de ver uma equipa defender tão bem ou a definir tão claramente os sítios em que queria defender. Fazia as melhores transições que alguma vez vi. E isto tendo em conta o que, ao mesmo tempo, se conseguiu ao nível individual, que foi fazer com que jogadores que ninguém conhecia assimilassem esses princípios. Recordo que eles não tinham estatuto quando chegaram ao FC Porto; Nuno Valente, Paulo Ferreira, Maniche... O próprio Costinha ainda não se tinha imposto no futebol português. Progressivamente, é uma equipa que ganha a Taça UEFA, a Liga dos Campeões e que faz cinquenta por cento da selecção portuguesa vice-campeã da Europa e semi-finalista no campeonato do Mundo. É um grupo de jogadores que passou do nada à Lua; uma equipa que partiu absolutamente do zero, em França, na pré-época. A forma como cresceu foi absolutamente fantástica. Se me perguntar se a equipa do ano seguinte era melhor, talvez fosse. Já tinha melhores jogadores, que já estavam numa fase diferente do seu processo de formação; e contratou-se mais um ou outro, o McCarthy, por exemplo, que veio trazer mais valor. Se me perguntar se o Chelsea de agora é superior, também digo que sim, porque tem melhores jogadores, mas no conceito de equipa, a construção que mais prazer me deu foi a que me trouxe o primeiro campeonato e a Taça UEFA.»
«No FC Porto foi onde aprendi muito do que sei hoje e onde conquistei os maiores títulos da minha carreira (...) Se marcar um golo ao FCPorto não o festejarei por uma questão de respeito e gratidão»
Entrevista de Ricardo Carvalho In Gestifute Media, 22/12/2006
Costinha
«[O FC Porto será campeão?] Tenho a certeza. O FC Porto tem uma equipa mais consistente do que os demais, teve poucas alterações relativamente à última época e jogadores com grande qualidade para todos os postos.»
Estando o ano de 2006 a chegar ao fim é tempo de “premiar” o que se terá destacado durante os últimos doze meses.
Um dos prémios que irei pôr a eleição (aliás já está na barra lateral do blog desde ontem, na “Opinião da Bancada”) é o do jogador do ano na opnião dos Portistas de Bancada que visitam o blog.
Tentei colocar os jogadores que se terão destacado mais na equipa, tanto na presente época, como no final da época passada sob o comando de Co Adrianse. Lembro que estes últimos se sagraram campeões nacionais e vencedores da taça de Portugal, apesar de o terem feito com uma táctica completamente diferente e, ainda para muitos, apesar de Adriaanse.
Podem já votar no quadro abaixo, quadro que estará na barra lateral até ao reínicio do campeonato. Aproveitem e justifiquem as vossas escolhas contribuindo com o vosso comentário.
“Aquela atitude [de Petit no Boavista-Benfica] de esfregar a testa no árbitro [João Ferreira] na altura do palavreado que se calcula, é totalmente inaceitável. Mas, atenção – é compreensível.(…) Os jogadores não podem deixar de levar para dentro do campo toda essa instabilidade [dos desvarios dos dirigentes]. Ontem, no Bessa, os capitães Nuno Gomes e Petit foram, antes de réus, vítimas ”.
Alexandre Pais, Record, 10/9/2006
2ª Nomeação
“As razões para tanto desinteresse [estádios despejados de adeptos] são muitas e poderosas. (…) Mas há outro motivo para a debandada e, esse de nível cultural. É que já quase não existem os velhos campos, com o público em cima das quatro linhas e árbitros e adversários mesmo a jeito para insultos e cuspidelas”.
Não é a despedida de ano, ainda, mas só uma lembrança de Natal propositadamente atrasada mas a tempo de ser brindada com champanhe. Rica prenda!
2006-2007 volta a dar-nos campeonatos de 16 equipas. Mas o ano que está a findar significou o fim (por quanto tempo mais?) dos campeonatos de 18 clubes de primeira.
É verdade, foram 15 anos e 10 títulos nacionais do FC Porto, desde 1991-92 a 2005-2006.
Quinze anos para cimentar uma hegemonia ímpar que fez, ainda, o FC Porto ser o clube que mais títulos oficiais (29) ganhou em toda a Europa, com provas domésticas e eurotaças juntas.
Quinze anos inesquecíveis: do centenário em 1993, à Taça UEFA, única para Portugal, em 2003 e, claro, a confirmação de Viena em 2004, depois Yokohama.
Quinze anos de glórias sem par, desde a ultrapassagem, já em 1995, ao Sporting na tabela conjunta de todos os campeonatos nacionais, à contagem de mais do que os dois rivais de Lisboa juntos no total de títulos europeus conquistados pelo FC Porto.
Não é nostalgia, que outra fase hegemónica está a caminho. Ao único “penta” de 95 a 99, fugindo o hexa por razões extraordinárias, poderíamos sonhar já com outro penta não fosse mais o caso extraordinário do campeonato forjado de 2005…
Não só. Em 2003 o clube ganhou todos os campeonatos nacionais de futebol nos mais diversos escalões. 1999 não foi só o ano do penta, foi o da conquista de títulos nacionais em todas as competições desportivas, básquete, andebol, hóquei.
A afirmação do clube no panorama internacional, com 9 presenças na Liga dos Campeões (vamos na 10ª), mais a Taça UEFA, a própria Liga dos Campeões e a Taça Intercontinental/Toyota de que o FC Porto foi o último clube europeu a conquistar no Japão, provocou, em paralelo, a perda de 5 títulos nacionais. Não por força disso, mas em consequência. À excepção de 2005, os títulos não conquistados em 1994, 2000, 2001 e 2002 resultaram, e muito, de a equipa atingir sempre os ¼ final das provas europeias, 3 na Liga dos Campeões e 1 na Taça UEFA.
Os campeonatos de 18 clubes, com as suas 34 jornadas obrigatórias, permitiram ao FC Porto somar quase sempre 50 ou mais jogos oficiais por época. Só em 1991-92, 94-95, 2004-05 e 2005-06 o FC Porto não fez mais jogos do que qualquer das outras equipas portuguesas.
A amargura de perder o hexa, em 2000, resultou também de o FC Porto ter feito mais 13 jogos oficiais do que o Sporting! Equivale a quase meio campeonato, imagine-se! Já se sabe a razão de os leões esperarem na próxima Primavera um desgaste maior dos dragões na Europa para sonharem com a chegada à liderança da Liga.
A sério, e a brincar, feitas as contas (ver quadro em baixo), o FC Porto não fez só 15 campeonatos de 34 jornadas. Fez, no total, mais 73 jogos oficiais do que o Benfica e 97 do que o Sporting. Ora, isso significa fazer o correspondente a mais 2 campeonatos do que o Benfica e 3 campeonatos do que o Sporting. É obra. Acredito ser surpresa para todos, porque ninguém quis fazer contas e prestar o devido reconhecimento ao FC Porto.
Essa contabilidade, nunca feita pela Imprensa distraída, não afectou o FC Porto, antes contribuiu para o seu engrandecimento. Sem contar com a chamada aos jogos da Selecção, mais habituada a frequentar as fases finais de Europeu e Mundial, os jogadores portistas acumularam experiência, desgaste e arrelias também. Mas assim se cimentou, com a hegemonia, o carácter competitivo da equipa que contou com jogadores do calibre de Kostadnov e Timofte, Domingos e Jardel, Vítor Baía e Jorge Costa, João Pinto e Secretário, Bandeirinha e Semedo, Rui Jorge e Rui Filipe (autor do 1º golo da série do penta), Zahovic e Drulovic, João Manuel Pinto e André, Silvino, Hilário, Bino, Esquerdinha, todos e cada um que ajudaram a fazer a diferença que faz a marca dos campeões; mais os técnicos CAS, Robson, António Oliveira, Fernando Santos, Mourinho, Adriaanse e, agora, Jesualdo.
Bem hajam por muitos Natais felizes.
Legenda.: CN – campeonato nacional; TP – Taça de Portugal; ST – Supertaça de Portugal (em 2004 e 2005 com as supertaças extra a nível internacional no Mónaco e em Tóquio); EU – Provas europeias
À parte, está o Boavista campeão em 2001 para aferir-se a diferença para o FC Porto (-8 jogos disputados)
Como referência, o campeonato de 90-91, último com 20 equipas, também com mais jogos disputados na época em relação ao Benfica – e também com o FC Porto nos ¼ da Taça dos Campeões.
Isto sai em período festivo e sem afectar o convívio familiar. Para depois fica, a propósito, o que será proposto na semana que vem, para desmontar falácias postas a correr para diminuir as conquistas do FC Porto – farsas e farsolas, cobardes e mesquinhos, atrevidos e manhosos já encavalitados na onda de desacreditação das glórias portistas.
Mas em especial para estes:Alvaro, BlueBoy, Catarina #, Jorge, Ladylover #, Lucho, Malaicus #, Mata-o-Mouro #, Meirelesportuense, Menphis_Child, Mota Gomes, Ninja #, Nuno Nasoni #, PavlovDoorman #, Pedro Reis, Pedro Sousa, Pedroz #, Porto1969, PrikaMS, Quintino, Ricciardi_7, Situacionista, Slayer, Tripamoura, Tripeiro, Vazini, Yagami # e Zé Luís.
Peço desculpas aos que não estão nesta lista, de qualquer modo os votos de bom Natal são extensíveis a todos os outros também, mas tinha que dar uma atenção especial a estes.
Aos que têm o "#" na frente do nome, o que é feito de vocês?
Mais uma vez um bom Natal para todos os Portistas de Bancada.
Chegados à pausa invernal, graças ao respeito das Boas Festas e zombando da bênção metereológica que não nos obriga a parar o futebol, a Liga portuguesa tem pouco que contar, até chegarem magotes de reforços para dourar uns brasões famélicos de parangonas*.
O futebol jogado O FC Porto tornou-se líder incontestado. Todos o reconhecem, elogiam a equipa e alguns dos melhores executantes individuais à vista por cá. Mas bastam cinco minutos para se falar nisso. Pouco mais se acrescenta para além de sublinhar-se-lhe o mérito. E nem merece mais “tempo de antena” do que osrivais precisamente por terem muitas insuficiências para colmatar. Nem de propósito, com Mareque quase a assinar, até no mercado de Inverno os portistas invertem a ordem usual das coisas…
O cenário classificativo, de resto, é repetido há muitos anos. Tal como se repetem as perspectivas de, na campanha europeia da Primavera, o líder enfraquecer, apesar de a redução da Liga dificultar menos a tarefa agora. Aí não faltarão encómios e gente a saltar para o cavalo do vencedor, como sucedeu em quatro ocasiões mal perdidas pelo FC Porto.
O futebol falado Das colunas de comentadeiros de pacotilha, aos programas televisivos “de sempre” que enchem os serões de saturantes minutos como não bastassem as telenovelas, num arrazoado de palavras supérfluas e ideias sem inovação, pouco se fala do jogo.
O futebol acabou, por agora, mas logo o balanço feito no “Dia Seguinte”, da SIC, foi sobre um livro e as consequências que daí possam advir. Não para o desfecho do campeonato. Mas para toldar, alegadamente, de nuvens negras o futuro próximo do FC Porto, ainda o centro deslocado do Apito Dourado porque só transversalmente foi detectado na barafunda criada em Gondomar e a envolver os Dragões Sandinenses…
Só passada uma hora de conversa da treta, em que ao menos se percebeu haver o risco de nada sair deste novo fôlego encontrar pistas palpáveis e iminentes culpados, o moderador apelou: “Vamos falar de futebol”. E com os proverbiais cinco minutos dados ao líder categórico foi conveniente adiantar “que o tempo escasseia”. David Borges, que capitaneou esse infame “Donos da Bola” - cujos restos da placenta do útero imundo que o concebeu estão espalhados por vários tribunais onde os putativos investigadores teimam em não comparecer - bem tentara introduzir o tema do livro no programa anterior.
O futebol enganado. Na semana passada, o “Dia Seguinte” dedicou cinco minutos a alegadas revelações e indícios criminais - atirados, como flatulências, em forma de livro - face a pouca receptividade dos convidados, agora reiterada. O resumo do Record, no dia seguinte, titulava que “o livro esteve em cima da mesa” como “facto incontornável”. Enganoso. Esta semana, após uma hora de coisa nenhuma sobre o livro, o Record falava do “Campeão de Inverno” como se tivesse sido o tópico... Ilusionismo.
Não se falou dos artistas. Nem de propósito, Scolari pediu para a Selecção “o Quaresma do Porto”, o melhor português da época passada a quem ele virou costas para o Mundial, como há dois anos virou costas, para o Europeu, ao melhor guarda-redes da Liga dos Campeões.
Mas há “artistas” que teimam em não sair da cena televisiva. Podiam, à falta de argumentos servidos no livro de apregoadas revelações e alegadas incriminações para se encontrar um só culpado de toda a malfeitoria no âmbito do Apito Dourado, juntar uma moça de cabeleira loira e falsa, de óculos escuros e com bilhete para a próxima viagem ao Brasil. Está tão fresca na memória, essa “Paula”.
O futebol embrulhado Após um ano de dedicação ao programa deixei também de ver o Trio d’ataque, na RTP-N. Fastidioso como os outros, faccioso pelo lado encarnado, inexpressivo pela facção leonina, o espelho das respectivas equipas. Esta semana quis sentir o “momento” e, perdido o directo, aguardei a reposição de 4ª feira, já noite dentro. Pois à excepção de Rui Moreira pôr no seu topo o FC Porto, e recusar amplificar o tema da moda, foi quase uma hora a dar no mesmo sem conclusão alguma. Houve promessas de se falar de muitos temas do futebol jogado. Era 1.45 e leu-se uma missiva de um cibernauta da Guiné-Bissau a elogiar o Quaresma. Há adeptos em muita parte do mundo, até menos favorecido, que sabem dar o valor ao essencial. Adormeci descansado.
O futebol “dessacralizado”. Passaram duas semanas de nada que se extraia do livro da moda, mas a autora assumida como mandante de uma agressão física a uma figura política, que configura crime público, ainda não é arguida de facto. Passeou de Almada a Alfragide a rubricar livros para enganar adultos mentecaptos e agora ciranda por tribunais, na mesma palidez fúnebre da personagem que dizem assustar os portistas.
No turbilhão informativo apropriado, houve má informação: Carolina teria falado de Valentim; teria sido ouvida informalmente em Gondomar; teria prestado depoimento para memória futura (a usar em tribunal, por exemplo, sem estar presente). Houve contra-informação: teria documentação comprometedora; vai publicar ou não um segundo livro a revelar tudo o que supostamente saberá. Houve intoxicação diária de notícias que nada acrescentavam ao caso.
E, afinal, o futebol tão do agrado de todos, em qualquer das versões citadas, foi remetido para um lugar secundário ao verificar-se, pelo “24 Horas”, que Cunhal superou Salazar na lista dos 10 maiores portugueses de sempre, onde nem figuram mulheres nem o futebol está representado. Nem Mourinho, mas esse nunca foi consensual. E nem Eusébio...
O que dirá sobre isto João Malheiro não sei, como já o vi naquele programa matinal da SIC que parece uma reunião de “tupperware”. Mas nessa dessacralização de uma instituição para o povo, que emparceirava com o tríptico das boas famílias a par do fado (Amália também de fora dos melhores) e de Fátima (nem a irmã Lúcia captou votos suficientes), fico com a lapidar frase de um amigo meu: Salazar deixou de herança pobres e benfiquistas.
Cunhal é só parte do embuste de que ainda muitos não se libertaram.
* Num só dia de Record, 4ª feira, lê-se que Mantorras, entretanto, passou a “inspector”, enquanto Rui Costa “já remata”, e “Vieira e Veiga discutiram clube ao jantar”, além de “Miccoli estar a 100 por cento”, qual delas a mais irrelevante ou difícil de concretizar.
Com o intervalo que a liga resolveu oferecer a todos os amantes de futebol e com a reabertura do mercado em Janeiro, começam a surgir na imprensa as naturais notícias, quer de novas aquisições, quer de dispensas.
Quase certa é a cedência de um dos últimos campeões europeus que restam no plantel, Ricardo Costa deverá seguir para o Marselha, isto, dada a reacção deste no final do último jogo. Sabemos que é um grande portista e na minha opinião seria uma boa segunda opção juntamente com João Paulo. Mas talvez o próprio jogador queira jogar com mais frequência e aí a SAD procede bem em deixar o jogador prosseguir com os seus objectivos. Por isto noticia-se também que o FCPorto está no mercado à procura de um central, já que Pedro Emanuel só para Fevereiro poderá dar o seu contributo à equipa.
Ezequias é quase certo que não continua de azul e branco, pelo menos no Porto. Está provado que não é opção para Jesualdo Ferreira já que não é sequer convocado há mais de dois meses e o seu fraco rendimento nos poucos jogos que efectuou leva-nos a concordar com o treinador. Se reparar-mos até tem sido preterido na sua posição natural por um defesa direito (Fucile), que também tira o lugar ao desinspirado Marek Cech. Assim já se fala de um novo reforço para esse sector da defesa. Lucas Mareque de seu nome, é um Argentino de 23 anos que apesar de pouco jogar no River Plate parece ser a opção do FCPorto. Já se falam até de valores, sendo que um milhão e meio é quanto custa 80% do seu passe.
Foi com alguma surpresa que vi no Jornal de Notícias o nome de Adriano como possível dispensa. O avançado brasileiro veio emprestado para o FCPorto a meio da última época e ajudou, e muito, a conquistar o título nacional e a taça de Portugal. Já no final da época foi accionada a opção de compra do jogador. Esta época e depois de uma lesão, perdeu a titularidade para Postiga que a agarrou como mais ninguém, tornando compreensível a pouca utilização de do brasileiro, que ainda contou com outro jovem concorrente, Bruno Moraes. Mas se for confirmada a dispensa, a pergunta que se impõe é, e Sokota que continua ele a fazer no Dragão? Lisandro não pode contar como opção para ponta de lança, a não ser que o FCPorto procure um extremo direito de nível ou se dêem reais oportunidades a Vieirinha. Só assim se compreenderá a dispensa de Adriano, já que para o caso de problemas com Postiga, o treinador terá a opção por Bruno Moraes e Lisandro Lopez. Ou será que o Hugo Almeida vai regressar?
As outras dispensas de que se falam são, na generalidade, consensuais. Tarik nunca mostrou qualidades para jogar no FCPorto e Alan, apesar da boa vontade, pouco mais tem que velocidade. O abandono destes jogadores será então natural, mas deixam de existir opções válidas para os extremos do ataque, ficando apenas Diogo Valente para o lado esquerdo que só por uma vez foi opção do treinador esta época.
Fica então o repto. Que opções válidas gostariam de ver jogar no Dragão já em Janeiro para colmatar todas estas possíveis dispensas? Para ajudar às vossas opções, deixo-vos abaixo todos os jogadores de quem o FCPorto é dono do passe e que estão emprestados:
Como todos sabem o campeonato vai parar por quase um mês. Se os jogadores devem ficar muito satisfeitos com esta paragem, já que têm mais tempo para passarem o Natal em família, já os adeptos, que são quem realmente alimenta o futebol, ficam a perder.
Mas não são só os adeptos. Quando quase todos os clubes se queixam da falta de dinheiro, a paragem de um mês sem receitas poderá fazer muita diferença no seu orçamento e por isso torna-se a mesma incompreensível. É que jogadores, empregados, seguradoras, etc., têm ordenados e mensalidades a receber no final do mês e as receitas de bilheteira, por mais pequenas que sejam, desaparecem. Aliás digam-me que outro ramo de actividade no país se dá ao luxo de ter uma paragem tão grande no ano. Se juntarmos a paragem de Verão são totalizadas, pelo menos, 12 semanas sem futebol, três meses.
Reduziram a nossa liga para dezasseis clubes com a justificação da competitividade, mas o que se tem visto, e apenas com dois clubes a descerem de divisão, é que não se notaram alterações a nível de qualidade das equipas que continuam fracas, tal como os jogos. Os dirigentes da Liga acenaram com uma nova competição, a taça da liga, mas será que esta vai preencher esta lacuna? E em que moldes será disputada?
É evidente que também não desejo aos jogadores o mesmo que sucede, por exemplo, em Inglaterra, em que o campeonato não pára e até no dia 26 de Dezembro e 2 de Janeiro fazem jogos. Mas se virmos as coisas por uma outra perspectiva chegaremos facilmente à conclusão que as equipas inglesas ficam com outro ritmo de jogo e a sua competitividade a nível internacional vai ser, naturalmente, maior em relação a qualquer equipa que pare tanto tempo. Poder-se-á falar sempre que as equipas inglesas estarão mais cansadas, mas não quando se entrar novamente nas competições internacionais. O cansaço a aparecer será mais para o final da época e aí a motivação estará no seu ponto mais alto, já que é uma altura em que muito se resolve em relação a campeonatos e competições europeias.
Não vou sequer entrar em considerações sobre as desvantagens que terá um clube que está em alta, como o nosso FCPorto, ou por outro lado sobre as vantagens que terão clubes que têm novos treinadores, como por exemplo a Naval, porque no início de uma época, altura em que se decidem estas paragens, não se sabe como estarão os clubes no momento em que elas sucedem.
Mesmo sabendo dos altos ordenados deste género de trabalhadores, que são os jogadores de futebol, compreenderia sempre que tivessem duas semanas de férias de alta competição por esta altura, já quatro semanas acho que é um enorme exagero.
É o número 10 Finta com os dois pés É melhor que o Pélé É o Deco Olé, Olé
Pois, o ainda nosso mágico, porque o Deco há-de ser portista até morrer, não conseguiu no passado fim-de-semana pelo Barcelona ser campeão do mundo, mas foi considerado o melhor jogador do torneio. É certo que pouco significado teve para ele depois de perder o título mundial pelo seu clube. Mas sempre serve de consolo e só demonstra o jogador de excelêncai que é o ex-jogador do FCporto, agora português, quando reparamos que, por exemplo Ronaldinho, o ex-melhor jogador do mundo, estava também na equipa e ficou apenas pelo terceiro lugar.
Este prémio, aquando da nossa participação nas finais da Taça Intercontinental, comemoradas na passada semana, foi atribuído a dois excelentes jogadores do FCPorto. No primeiro campeonato mundial ganho, em 1987, foi outro o mágico que venceu o prémio, de seu nome Rabah Madjer. Há dois anos foi um jogador que se evidenciou pela sua raça, Maniche, foi quem trouxe o automóvel (prémio para o melhor jogador) para casa.
Fiquei triste pelo Deco com a não conquista do troféu, até porque o Barcelona o merecia, mas ele para mim também foi campeão do mundo em 2004. Por outro lado, assim o FCPorto continua a ser o último clube europeu que venceu no Japão, assim o grupo restrito de onze clubes europeus que são campeões do mundo não aumentou. Sim, porque esse gigante que é o Barcelona nunca esteve verdadeiramente no topo do mundo. Por isso, mais uma vez se prova que não é para quem quer, só para quem pode.
Vejam agora este video para matar saudades do futebol do nosso mágico.
Parabéns Deco, para nós já és um campeão do mundo.
FCPorto 4-0 Paços de Ferreira (Pepe, Postiga, Pepe e Lucho)
Os sócios e adeptos do FCPorto têm razões para passarem um Natal com muitos sorrisos no que ao seu clube diz respeito. Além dos pontos que levam de avanço em relação aos seus adversários mais directos, a equipa presenteou os adeptos, nesta despedida para as férias de Natal, com uma goleada, com quatro golos sem resposta, demonstrando esta jovem equipa uma maturidade muito grande, conseguindo o manter o controlo e o domínio do jogo por completo, mesmo sem fazer uma partida para além do "quanto baste".
O Paços de Ferreira foi no Dragão mais do mesmo, dez jogadores atrás da linha da bola e apenas um avançado propriamente dito. O resultado para esta equipa foi o do costume, a derrota. A partir da altura que ficou com menos um jogador, mesmo antes do intervalo, a questão, então, seria mesmo a de saber por quantos perderiam.
O FCPorto entrou com um ritmo muito forte na partida, talvez com vontade de a resolverem rapidamente e assim partirem de férias mais depressa. Os primeiros dez minutos foram de muita pressão azul e branca, aparecendo várias ocasiões de perigo na baliza do guarda-redes pacense, que foi, mesmo sofrendo quatro golos, o melhor jogador da equipa visitada. Mas de qualquer maneira o golo não apareceu e o Paços de Ferreira a partir dos dez minutos acertou as marcações equilibrando a partida, contando também com o abaixamento de ritmo dos Dragões, que ia causando perigo, então, através de lances de bola parada.
E foi precisamente num lance de bola parada que Pepe deu o primeiro “tiro” no Paços. Na marcação de um livre apontado por Quaresma, Pepe mesmo depois de agarrado por um adversário cabeceia para o fundo da baliza. Estava iniciado o caminho para um jogo descansado. O jogo continuou num ritmo lento e quase a acabar a primeira parte, mais uma vez num lance de bola parada (um canto), mais uma vez marcado por Quaresma e mais uma vez um "tiro" mandado por Pepe, só que desta vez acerta na barra e Postiga, muito oportuno, aproveita para marcar o seu nono golo na liga.
Para a segunda parte e já com o Paços de Ferreira reduzido a dez unidades, por expulsão de um jogador mesmo em cima do intervalo, entrou Bruno Moraes por troca por Ibson. Sendo um claro sinal que Jesualdo queria mais da equipa, tal como quase todos os 38.213 adeptos presentes no estádio. Mas a equipa apesar de ter mais atacantes ia jogando como se de um treino se tratasse, com calma e sem muito esforço, talvez porque o Paços não obrigaria a mais.
Foi então em mais um canto, marcado mais uma vez por Quaresma, que mais uma vez Pepe aproveita da melhor maneira para dar o seu segundo “tiro” ao adversário, carimbando o selo de melhor em campo definitivamente. Até por isso teve direito a sair mais cedo para o público poder homenageá-lo. E para quem não conhece os jogadores do FCPorto eu esclareço que estamos a falar de um defesa central e não de um avançado.
Saiu Pepe, mas continuava Quaresma a distribuir alegria e magia, mesmo não fazendo um dos seus melhores jogos. Foi então com naturalidade que este fez a sua terceira (ou quarta?) assistência da noite, com um cruzamento milimétrico para Lucho fazer o quarto golo. É Quaresma no Natal como disse o Zé Luís há dois posts atrás.
Assim acabou o jogo e mesmo não sendo um jogo de "encher o olho", foi com toda a certeza um jogo em que os adeptos "encheram a barriga". Uma nota especial para Ricardo Costa que no fim chorou, dando notórias indicações de ter sido o seu último jogo pelo FCPorto, e com essa atitude demonstrou o seu amor ao clube que o fez nascer para o futebol. Não sendo um jogador que aprecie particularmente, merece a minha homenagem porque sempre se dedicou de corpo e alma ao seu FCPorto. Boa sorte Ricardo Costa.
PS: Uma nova pergunta está na "Opinião da Bancada". Qual o melhor jogador deste jogo... para além de Pepe e Quaresma? Creio que estes dois são indiscutíveis, daí excluí-los da resposta.
Sobre Maria José Morgado, de quem todos falam agora, centrando atenções num potencial acusador depois da barafunda sobre vítimas do julgamento popular, prefiro inserir este comentário em vez de descredibilizar suposições e personagens menos importantes que valem o que valem.
Lê-se do director do JN, hoje: "Tem sobre si um peso grande: se falhar, com ela falhará o procurador e quem já não acredita no sistema judicial menos acreditará".
E do director-adjunto de O Jogo:"MJ Morgado não tem espaço para errar. Se falhar será mais uma personagem a ficar conhecida na História como um mito com pés de barro".
Enquanto o Diário de Notícias resume a nomeação ao reconhecimento da sua competência, mas sem impor-lhe a infalibilidade (até salvo erro o Papa João XXIII se despiu do preconceito instaurado por Pio IX em 1870 quase por um século), prolonga-se no Correio da Manhã a ideia de que a mulher há-de encontrar alguém culpado.
Atendendo ao background político de MJ Morgado, inserida num aparelho judicial pesado e complexo pela génese de inspiração comunista do PREC em que ela mesma militou (MRPP), no tempo áureo da saga persecutória com o Campo Pequeno como destino dos "apanhados" pelo sistema, e com competência reconhecida no combate ao crime organizado/corrupção, alvitrar este futuro na sua missão não é encorajar a tese justiceira apregoada pelo povo?
Embora se recuse admitir o contrário, como desenganar a justiça popular se nada se apurar?
Será legítimo pensar que ela - para mais já uma opinadora (livro publicado), mais do que uma operadora (incapaz mesmo de denunciar quem a afastou do alto cargo expiador da corrupção) - destrinçará o essencial do acessório ou embarcará na onda sanguinária pedida pela populaça?
Queriam um justiceiro e têm-no. Para já, uns avisam que se ela falhar será o descrédito total. Arranjem-se culpados, a bem da credibilidade da Justiça. A populaça baba-se de gozo: agora estão feitos, até que enfim chegou o Zorro (conhecem-lhe a máscara) para arruinar os biltres.
Ainda bem que MJ Morgado não é juíza e o julgamento caberá a outros em sede própria. Mas poucos querem saber disso e pensar assim. Há que encontrar bodes expiatórios.
Nada lhe escapa aparentemente, na capacidade de compreensão de aglutinar os fenómenos e enquadrá-los por forma a fornecer cabeças para serem decepadas.
Não me parece que comece bem, desta maneira, mas talvez sirva para acabar tanto ruído e, calmamente, a investigação prosseguir longe dos holofotes e dos microfones com pedidos assinados por várias “famílias”.
A bem da sanidade mental que prezo, como muitos que não se vão escondendo com receio de serem mandados para o Campo Pequeno....
Vem o Natal e temos Quaresma. O “Harry Potter”, o Quaresma dos golos exuberantes de técnica e dignas obras de arte, além das “assistências” mortíferas. O Quaresma fantasista, mágico, desequilibrador, decisivo, Pai Natal de grande barriga que arrebata os admiradores de barriga cheia. O Porto dependente dele, é outra perspectiva muito em voga: se não fosse ele o líder se calhar seria outro. Quaresma que foi só em Novembro declarado jogador do mês pelo Sindicato dos Jogadores (SJ), cujo critério de excelência (supõe-se) o relegou para segundo plano atrás de Simão no mês anterior sem ter-se percebido a razão.
Santo ou demónio?
Quaresma, fora de quadra própria, nesta época de fim de ano é santificado pelos portistas. Para os adversários é um demónio, ainda que muitos adeptos menos atreitos a avaliar a sua imensa capacidade de improvisação – ele que gosta de “jogar no risco e não ser igual aos outros” de cuja massa não se distinguiria – apouquem tanto o seu papel que só a custo aceitaram a sua última convocação para a Selecção – porque, entretanto, convenceu também os mais cépticos que, em cor clubística, têm só uma tonalidade e um nome.
O FC Porto depende de Quaresma, dizem os distraídos. Invisível no primeiro mês de campeonato, a justificar a sua ausência da Selecção alegadamente a renovar (e apressadamente assumida quando a velha guarda não assegurou êxitos de monta), não deixou sequer de ser titular. Um ano antes, a titularidade só a arrancou depois da derrota caseira com o Benfica. Por esta altura, tinha 3 golos e acabou a época com 5 na Liga. Marcou ao Rio Ave em arco com o “pé trocado” a desfazer o 0-0 e abreviar o 3-0 nos 10’ finais. Estourou de primeira (grande centro de Ibson da linha) em Paços de Ferreira. E em Guimarães fez o mais belo golo de todo o campeonato: troca de pés frente a Svärd, flectiu para o meio e, sem Medeiros tapar, do bico da área, sobre a esquerda, o remate em arco, bola a sobrevoar Nilson e a pingar na “gaveta” superior mais distante. Foi antes da interrupção natalícia, quando o FC Porto se abotou com Helton e Adriano apenas, naquele período balsâmico em que os plantéis necessitados se reforçam mediante voos transatlânticos, e comparáveis à heroicidade de Sacadura Cabral em 1922, e defendidos por chapadas impostas por vigilantes privados de um qualquer aeroporto recôndito onde não se vê a Polícia…
Marca da época passada
Quaresma vai com 5 golos, agora, a marca de cada uma das duas épocas no Dragão. Mais um a estrear-se, em Moscovo, na Europa onde foi um “assistente” especial para mais 8 golos da equipa num grupo só de vencedores de eurotaças. Na Liga, começou a marcar (Leiria), “estacionou” em Setembro e em Outubro deu força e jeito ao descolar vitorioso do líder: golo em Alvalade e o soberbo golo (para todo o ano) ao Benfica, com menos ângulo depois de tirar Nélson do caminho como fez com Svärd. Um golo de impacto pelo adversário que era e na 1ª parte galáctica da equipa que luzia o que então se dizia ser o astro maior, Anderson, susceptível de eclipse por um qualquer pedregulho helénico catalogado de feito cósmico noutra galáxia menos visível.
Esse Outubro, contudo, teria de ser vermelho (o hábito faz o monge) como na história que muitos vêem aos quadradinhos. Também não bastou a influência na goleada ao Hamburgo. Quaresma tornou-se, na ausência de Anderson, o mais desequilibrador. A equipa disparava na liderança. O prémio individual perdeu-se, porém, na poeira de meteoritos e na visão lunática do futebol a preto e branco onde só se vê sombras…
Já marcou de livre, soberbo, em Setúbal. E deu mais “assistências”: Hamburgo e Académica. Alguém, ainda assim, viu-o melhor em Novembro do que em Outubro. Pelo meio, igualou os dotes de atacante aos de melhor defesa: desmentiu categoricamente, em três linhas apenas de texto, interesse em sair do clube, para desconfiança dos próprios portistas. Provou ser mais de um craque, um Dragão de corpo inteiro.
Dezembro, entretanto, trouxe outro golo (Boavista) e mais “assistências”: Boavista e Nacional num virote, iludindo rudes caceteiros e torcedores de magia negra.
Não se vislumbra, com Anderson de muletas, melhor por perto, mas veremos se há golpe de vista para outro astro. Importa diversificar, a bem da indústria…
Quantos mais, melhores
Até uma altura era o Anderson. Lisandro, de somenos, e Lucho parecia comum mortal, acessível até aos pobres de espírito. O Porto de Anderson-dependência é agora o dependente de Quaresma, quando não dos golos de Postiga porque alguém os constrói e, por isso, seria desprezível se não fosse uma fonte de alimentação porventura inesgotável.
É o desespero dos rivais, o desencontro de opiniões (quem é melhor, mais eficaz e desequilibrador) a razão de ser dos inêxitos de quem olha com inveja mas admite que, por exemplo, Simão está ao nível de Quaresma mas o resto da equipa não, tal como Moutinho carrega o Sporting mas os goleadores passam ao lado da baliza.
Então não é um jogador que decide o campeonato. É uma equipa, que tenha vários jogadores de jeito e bons de preferência, tanto que o episódico apagar de uma lâmpada não afecta o rendimento luminoso do conjunto.
Para lá de Quaresma há uma equipa a carburar muito bem, sincronizada, competente a defender e contundente a marcar golos, items com estatísticas invejáveis também no líder. Quem só vê uma árvore não se apercebe da dimensão da floresta.
Quaresma bem merece os elogios, na esteira do sucedido há um ano. Não houve unanimidade sobre qual o melhor jogador da época passada: Lucho, Quaresma, Assunção, Pepe, Helton, até Baía e Adriano. Quando se perdeu Anderson por uns meses as suspeitas vozes catastrofistas ouviram-se mesmo baixinho. Se Quaresma brilhar menos, há Lucho, Lisandro, Jorginho. A equipa, porém, diria Galileu apóstata, move-se.
O FC Porto recuperou Bruno Moraes em bom tempo, tem Adriano na rampa de lançamento e terá Anderson para a Champions. Como é diferente a perspectiva do Dragão!
Mercado aberto
Entretanto, o Natal promete prendinhas com sucesso garantido, boa ressonância mediática e rivais entusiastas em brindes a novo ano. Champanhe na moda no calor da noite do 31…
De repente, até o fracasso total não invalidou uma manchete de um dia só: Moutinho seduzira o Inter (Record), como a paixão digna de uma medusa por um camafeu…
Não só: o inêxito de outros não beliscou a cotação de Nélson, a quem nem o grande golo de engate em Manchester lhe valeu, no Record, evitar uma “medalha de lata” por ter sido batido em dois golos dos ingleses. De herói e putativo Lord a vilão da coroa furada, mas abençoado por uma alegada oferta de 25 milhões de euros e dos “mercados do costume” citados na rádio por um empresário de quem nem percebi o nome…
O mercado está para reabrir e de tal forma “liberal” que, no México, em nome da globalização que não é só para o McDonald’s, sem se saber de banhos de multidão ou outros, o presidente do Benfica foi obsequiado como novo conquistador dos aztecas: com a perspectiva de comprar um clube local; adquirir uns jogadores ao pacote, quiçá declarar só um e deixar outro em nome duma “off-shore” a caminho de volta; ou porventura “cambiar” Kikin (cujo ancestral português poderia ser um Joaquim Fonseca) por Simão, a quem alvitravam um preço, baixote como ele, de 10 milhões de euros. “Cojones, hijos de puta slb”, em gritaria para desvalorizar a mercadoria, a compensar a queda da coca.
Ah, mas a manchete do dia seguinte (porquê sempre o Record?) já punha o cai-cai na órbita do Manchester United. Há instituições que só têm cotação ou na Baixa da Banheira ou no mercado bollywoodesco na versão indiana da indústria de filmes para multidões ignaras…
Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Hilário e José Mourinho.
FCPorto - Chelsea
Restantes jogos dos oitavos de final da Champions League:
Celtic vs AC Milan PSV vs Arsenal Lille vs Manchester United Roma vs Lyon Barcelona vs Liverpool Real Madrid vs FC Bayern Munique Inter Milan vs Valencia
Chelsea, Bayern, Liverpool, Valência, Lyon, Manchester United ou AC Milan. Hoje pouco depois das 11H00 da manhã já saberemos qual destes adversários nos calhou em sorte para os oitavos de final da mais importante prova de clube do mundo.
Tendo o FCPorto atingido o objectivo mínimo, agora é tempo de sonhar e como tal a vontade é ir até ao fim. E se queremos lá chegar temos de estar preparados para bater qualquer adversário, por isso, e como já tinha dito, não tenho qualquer preferência.
Para fazer a abordagem ao assunto aproveitei os resultados da “opinião da bancada”, que, em princípio, corresponderá, na generalidade, à opinião dos visitantes do blog, e, embora uma amostra mínima, porque não dos portistas em geral.
Ao fazer a “contagem dos votos”, a conclusão é que tanto o Liverpool como o Valência agradariam mais aos portistas, o que dá perfeitamente para entender. O Liverpool está a passar por um mau período na liga inglesa, mas alerto que normalmente estas equipas querem salvar a época nas competições europeias, além de que não sabemos como estarão eles em Fevereiro. Já o Valência, e olhando para o resto dos possíveis adversários, seria realmente o mais acessível.
Sendo o resto um “venha o diabo e escolha”, seguem-se, com mais voto ou menos voto e por ordem de preferência, o Bayern, o Chelsea e o AC Milan. Curiosamente os clubes menos escolhidos são logo os dois únicos que eliminamos quando fomos campeões europeus em 2004, o Manchester United e o Lyon.
“Inesquecível mas não irrepetível”. Porque será que me tenho lembrado muito desta frase nos últimos tempos?
Hesitei muito em colocar no blog qualquer texto que fosse a falar sobre uma famosa biografia (?) e as suas repercussões, até porque pouco tem a ver com o futebol propriamente dito. Não queria realmente dar ao assunto esta importância porque acho que simplesmente ele não a merece, mas por outro lado não queria que me acusassem de fugir a ele.
As opiniões abaixo transcritas (que aconselho vivamente a lerem) são de adeptos de bom senso dos dois clubes rivais do FCPorto, um benfiquista e um sportinguista, respectivamente, por isso, opiniões suficientemente isentas e que falam exactamente da importância que se deve dar a coisas destas, ou seja, pouca ou nenhuma. Na sua generalidade os textos reflectem a minha opinião e tal leva-me a concluir que, e ao contrário do que diz Miguel Sousa Tavares embora entenda algumas das suas razões, Pinto da Costa não se deve demitir, não agora e não por isto. Se não o fez quando foi constituído arguido, a propósito do processo "Apito Dourado", porquê agora se, e como diz, tudo não passa de uma calúnia?
A melhor resposta ao tão falado livro e respectiva autora já foi dada pelo presidente com as queixas crime apresentadas em tribunal. Portanto, como no "Apito Dourado", esperemos pelas decisões judiciais. Um benfiquista
Os ingleses chamam a este género ‘kiss and tell’. Beijar e contar. Um género que não obriga a boa escrita, só a fraco carácter.
A expressão é dos ingleses, porque por lá há demasiados canalhitas que a ilustram: ‘Kiss and tell’. Beijar e dizer. Histórias de amantes, que deveriam ser só assim, pertença de dois – e se assim fosse, a expressão ficava-se pelo ‘kiss’, beijar.
Mas porque o amor é volátil, uma das duas partes do casal é abandonada, torna-se ressabiada e passa à fase seguinte, ‘tell’, põe a boca no trombone.
Aquele oficial tão pouco cavalheiro que foi amante da princesa Diana e tudo contou para os jornais é do género. E, como prova de que a igualdade de sexos não se fica pelas coisas recomendáveis, o recente livro de Carolina Salgado, ex-mulher de Pinto da Costa, é do género, também. O livro ‘Eu, Carolina’ é, em metade das páginas, ‘kiss’, e, na outra metade, ‘tell’. No conjunto das páginas, é lamentável. E não é crítica literária que faço. É crónica de costumes.
Carolina Salgado dedica o livro aos seus pais, aos seus filhos e a alguns amigos. E a última dedicatória é assim: “E, por fim, a Jorge Nuno [Pinto a Costa], por tudo o que me ensinou. Sem ele este livro nunca teria sido possível.” Ficam prevenidos os pais, os filhos e os citados amigos ao serem colocados nesse rol. Já sabem que Carolina Salgado com uma mão dedica e com outra crava um punhal nas costas.
O livro faz rejubilar muita gente. Pinto da Costa é odiado (por vezes, por legítimas razões) por muitos e é costume que tudo de mau que aconteça aos nossos inimigos seja bom. Mesmo se uma pulhice os ataca, é bom. Eu, porém, não acho isso. Não embarco no “ele estava a pedi-las”. Não aplaudo o livro de Carolina Salgado contra o seu ex-marido. Desde logo, as acusações que ela lhe faz são de boca. E eu continuo a ser dos que não acham que, na Justiça, a palavra de um (que acusa) vale a palavra de outro (que nega). Quem acusa tem de provar – a sua palavra vale menos e só inverte essa relação quando se faz acompanhar de provas. No livro, Carolina Salgado só diz coisas pela boca fora. Por mais que achemos que o que ela maldiz dele confirma aquilo que nós suspeitamos, isso não passa disso, de achismo. Os tribunais dirão o envolvimento de Pinto da Costa no caso Apito Dourado ou no caso da agressão ao vereador Ricardo Bexiga. Os tribunais, não Carolina Salgado.
Mas, como eu disse no princípio, isto é um caso de beijar e dizer’. Sobre o dizer, estamos falados. Sobre o beijar, prefiro a história contada pelo outro lado do casal. Ele, Pinto da Costa, encontrou a sua mulher numa casa de alterne. Num entrevista recente, ele contou que o coração é para amar ou não é. Isso pode chocar pessoas mais conservadoras mas temos de reconhecer em Pinto da Costa a lhaneza na sua relação com Carolina Salgado. Não a escondeu nem a exibiu, fez dela sua mulher pela única das boas razões, porque a amava. Fê-la sua mulher e fê-lo saber, dos amigos ao Papa João Paulo II. Sobre esse amor, Pinto da Costa disse muito menos que Carolina (nunca nos mostrou os bilhetinhos que ilustram ‘Eu, Carolina’). Mas disse muito mais.
Vai ganhar uns cobres. Sobretudo com os tansos que querem ver ali a prova provada das vigarices de Pinto da Costa.
O livro chegou-me às mãos por via clandestina. Um envelope sem remetente. É óbvio que quem assim procedeu queria que eu falasse sobre as memórias de Carolina e Pinto da Costa. Hesitei. Até porque não consegui ler mais do que uma dúzia de páginas. Mas o noticiário tem sido abundante e quem me ofereceu o livro, seguramente com a expectativa de me ver desancar Pinto da Costa, merece que não o deixe lamentar o dinheiro que gastou com esta inusitada prenda.
A senhora produz graves acusações contra o seu ex-companheiro. Acusa-o de crimes graves e de manobras de influência para condicionar resultados de futebol. Nada que não seja dito à boca pequena, sobretudo entre sportinguistas e benfiquistas ressabiados com as vitórias do Porto. Eu próprio, depois de cada derrota do Sporting, invento remédio para a mágoa com o penálti que não foi marcado ou pela suspeita quase certa de que o outro comprou o árbitro. Passa a birra e a maioria das vezes tenho de admitir que o Sporting perdeu porque jogou mal. E pronto!
No entanto, existe em cada vencido a necessidade de encontrar um Pinto da Costa vencedor para se lhe chegar a roupa ao pêlo. A culpa nunca é nossa. É sempre do outro. É assim no futebol e nos restantes aspectos da nossa vida colectiva. A inveja, o despeito, a mediocridade produzem Pintos da Costa com a mesma velocidade com que os comerciantes ornamentam lojas com o Pai Natal.
Carolina escreve ressabiada. Não por causa das vitórias do Porto mas porque algo correu mal com o seu ex-marido e, vai daí, revela intimidades. E sobre coisas que muitos gostariam que fossem verdade. Não é um livro. É uma fisgada contra o ex-companheiro. Um murro. No mínimo, um insulto.
Duvido, por aquilo que li, que se faça qualquer prova judiciária. A palavra dele vale o mesmo que a palavra dela. Não existe um único elemento probatório que permita ir para além da confissão da senhora e bem se sabe que a confissão, só por si, não é elemento de prova.
Fica a ideia de que Carolina percebeu a importância da podridão para vender coisa ruim. E embora não haja demonstração judiciária, até à data, todos repetem que o mundo do futebol é de podridão habitado por coisas ruins. Vai ganhar uns cobres. Sobretudo com os tansos que querem ver ali a prova provada das vigarices de Pinto da Costa. Mas não destrói nada. Nem belisca. Em vez de uma zaragata à portuguesa com o marido, decidiu zaragatear sozinha. Escreve e não aceita resposta. É uma boa solução para estancar a violência doméstica verbal mas insuficiente para desnudar o tal mundo tenebroso do futebol.
Este ‘Apito Dourado’ há muito que se tornou uma farsa pública. Que vai tendo mais este ou aquele ingrediente conforme o protagonista do momento, mas sem resultados práticos nem fim à vista. Basta que se diga que todos os seus intervenientes, anos depois, continuam nos mesmos lugares. Nem uma única beliscadura. E já poucos duvidam que o Porto vai ser outra vez campeão. E nós cá ficamos com a Carolina chamando nomes ao Pinto da Costa e aos árbitros. E ele que se deve ralar!