31 março 2014

Ao Benfica nem ser campeão europeu de hóquei salva os patins até o andebol...

Às vezes podia jogar-se com 10

Também Luís Castro ainda não percebeu a origem do fracasso desta época: juntar gente de muito pouco valor ao mesmo tempo. Não uso a expressão maçãs podres, e nem teria sentido pejorativo pois não questiono que os jogadores não sejam correctos, esforçados, profissionais. Mas ter muita gente fraca em simultâneo reduz a qualidade da equipa. Foi assim que o incompetente Preocupações Fonseca destruiu o "jogar" do FC Porto, com a conivência da SAD. Agora, o novo técnico, que é ponderado e não é distraído, lembrou-se de juntar Abdoulaye, Herrera e Licá, como antes se combinava Licá, Josué e Herrera ou...
 
Ora, não é preciso tirar um curso, nem de treinador, para perceber que com certa massa não se faz farinha. Ao intervalo lá teve de tirar Licá, que é um jogador de contra-ataque e não pode jogar em ataque continuado por pouco saber que fazer à bola em espaço reduzido e com defesas plantados. Meteu Ghilas, mas já vimos com o Belenenses que não pode jogar como extremo, a bola assim atrapalha um pouco. Depois, Herrera nunca saberá fazer um bom passe e a circulação de bola irá ressentir-se e o bom futebol, a servir a avançados bons, precisa de bola redondinha, bem recebida e bem passada mesmo que pareça uma definição crua no futebol que requer boa posse. E jogar com Abdoulaye Ba, é certo que foi em recurso, é como jogar não com 10, mas contra 12 porque o rapaz, claramente sem ter aprendido algo no último ano e meio, é um golo na própria baliza. Como em Alvalade, deixou o avançado contrário marcar à vontade. Pior é impossível!
 
Bem, se continuamos a meter gente forte e robusta só para encher o meio-campo não vamos longe. Quintero lá teve de entrar, desta vez por Defour que jogou uns furos abaixo do normal. Mas ver Ghilas de novo a flanqueador e voltando Kelvin a não ser utilizado começa a ser um caso de psiquiatria ou de polícia.
 
Se há que fazer gestão e cuidar das taças a jogar ainda mais vale saber deitar fora o pechisbeque do campeonato, há muito perdido pela incompetente SAD e lentamente triturado no lume brando de opções técnicas e tácticas desastradas e arbitragens do regime que, dignamente, salvam a honra do convento que lhes convém entre labaredas extintas no FC Porto e fogos de entusiasmo na "Emprensa" conivente com o andor lisbonense.
 
O potencial dos jogadores do FC Porto continua a não ser... potenciado. Luís Castro vai, sem querer, repetindo os erros do antecessor no banco, de má memória. Se voltar a precisar de jogar com Ba, bah, meta só 10 em campo ou tire o rapaz do Senegal se tiver de meter 11 mas troque-o logo. Não vale a pena, a época tem sido isto, com azares do caralho e muitos árbitros de merda, mas muito, muito mesmo por culpa própria. De um lote de jogadores que não é muito bom mas deve ser usado com critério para ser melhor do que parece, como defende o treinador. É que nem a água liga com o azeite, sendo dois líquidos nobres, saudáveis e elementares para a boa saúde humana, e o mix arranjado esta época é pior que vinho com borra que não se vê mas desconfia-se que está lá no fundo da garrafa.
 
O Sporting não joga um corno e vai com 8 pontos de avanço confiando que este futebolzinho da treta dará resultados mais do que um ano feliz. Não dará. Mas para o ano o FC Porto terá de fazer melhor. Pelo menos saber evitar juntar coisas que não se misturam. O segredo amiúde está nas coisas simples. E esta época já não tem mais nada a esconder nem a descobrir. Há jogadores muito fracos, outros subitamente valorizados, alguns ainda a merecerem cuidados e um, como Kelvin, simplesmente rejeitado. Um desastre, portanto. E anunciado.

30 março 2014

Capelada na Liga

No mix de emoções de hoje, o Liverpool encheu-me as medidas e voltou ao 1º lugar da Liga inglesa, quase repetindo (4-0) o 5-0 ao Tottenham que ditou a saída de AVB. E se o Cincazero me fez lembrar o grande futebol dos Reds nos anos 70 e 80, hoje foi mais do que um concerto de bola: a afirmação de uma equipa que, sem Europa, joga e marca que se farta, é uma maravilha de se ver como dizia há dias Brendan Rodgers. Este mês o Liverpool pode decidir a reconquista do título que lhe foge desde 1990, recebendo dia 13 o M. City, com quem perdeu o 1º lugar em Manchester (2-1) tendo sido melhor no jogo, e dia 26 o Chelsea. Vão 8 vitórias seguidas e faltam 6 para ser campeão se vencer todos os jogos. Tal como me apaixonei muito jovem pelo Liverpool (depois do Ajax uns anos antes), a música que ecoava de Anfield e do Kop em particular fez-me fã do clube e da cidade, na tradição dos Beatles, onde durante o jogo não se parou de cantar. Impressionante.
 
Findo o jogo de Anfield, espreitei a 2ª parte do Braga-Benfica. Ao fim de 20 minutos já vomitava o famoso Proença mas ainda tinha de esperar um pouco, dando todas as dúvidas aos benfiquistas, pela não expulsão de Fejsa: amarelado, fez uma (dupla) falta claríssima para amarelo, falta marcada mas cartão não dado. Consta que não é a 1ª vez esta época que o novo esteio defensivo é poupado à expulsão, mas assim se carrega o andor. Por fim, a preciosidade daquele penálti no último minuto, que Rodrigo falhou, foi a cereja no cimo do bolo e da bola.
 
Que o Benfica é a equipa, além do plantel mais rico, mais forte não havia dúvidas e se diferenças houve foi pelo abaixamento estrondoso do FC Porto, à conta da sua SAD. Mas vamos ter um campeão, justíssimo aliás, fraquinho, superior aos demais que são fraquinhos. O nível de futebol da Liga é assustadoramente baixo, a maior parte das equipas joga junto à sua área e a intensidade de jogo é baixa, do que beneficia a equipa com melhores jogadores e a mais bem arrumada e categorizada. Não precisa de ser muito bom, como nem foi para ganhar ao FC Porto na Luz, mas estamos a 6 jornadas do fim e os extrminadores implacáveis não conseguem marcar 2 golos por jogo. É impressionante.
 
Para acabar, a Capelada da Choupana. O nível defensivo portista pede meças ao pior "borra-botas" da história mas é o que deu o mercado de Janeiro, trocando Otamendi por Abdoulaye. Este, patarata em Guimarães, infantil em Alvalade, voltou a deixar marcar um golo fácil, a Rondon, por inexistência. Bah, não existe.
 
De resto, ao nível dos internacionais da arbitragem tuga e num dia em que o Público tinha uma entrevista com o presidente da FPF cujo título falava de os árbitros hoje errarem menos, sabe-se lá porque tal mereceu a chamada a título como se o presidente a FPF não tenha dito mais nada de importante ou interessante, João Capela esmerou-se.
 
O árbitro que no dérbi lisbonense da época passada deixava jogar e negava penáltis (2) ao Sporting permitindo qualquer tipo de contacto defensivo do Benfica sendo, para uns, tudo "limpinho, limpinho", desta vez enxotou os encontrões. Ao nível da indigência habitual dos nossos árbitros internacionais, alguns até capazes de evitarem jogos escaldantes com cómodas dores nas costas, Capela fez por negar um golo limpo para 2-2 a Jackson e trocou um penálti sobre Quaresma por uma alegada simulação.
 
Isto é a segunda semana consecutiva que, depois do famoso Xistra no Porto-Belenenses também a negar um golo a Jackson, tal é conseguido, demonstrando a coerência dos árbitros tugas e o seu contributo para um jogo limpo e, acima de tudo, para um jogo com mais golos.
 
Por sinal, neste campeonato de tão baixo nível tem-se visto vários golos em fora-de-jogo e até golos válidos que não entraram como o do Sporting em Setúbal. Curiosamente, quando o Estoril lá jogou no início da semana, marcou um mas não contou, não viram a bola para lá da linha de baliza. Há coisas raras mas não ajudam a credibilidade do campeonato.
 
Se o golo mal anulado da semana passada podia ser um acidente, ainda que Xistra não seja alguém que se recomende, o golo mal anulado de hoje, com Jackson todo no ar e a fazer-se à bola mas subindo sem fazer falta e cabeceando sem poder evitar o choque do defesa à sua frente que ficou muito abaixo no salto, é o paradigma não só do nível dos árbitros como do nível do futebol.
 
Impressionante é tudo coincidir com uma entrevista do pateta presidente da FPF que julga salvar a imagem da coisa alegando que os árbitros cometem menos erros.
 
E, como vêem, não há equipa com mais de dois golos por jogo, não sendo graças a um elevado nível de jogo jogado. Há árbitros que não contribuem para isso. E se há imponderáveis no futebol, os árbitros não são factores alheios, o que não abona a sua credibilidade.
 
Acabar, por fim, o jogo em confusão, saindo o Nacional vencedor sem saber bem como não sofreu uma meia dúzia de golos graças a uma série de imponderáveis incluindo o celebérrimo Capela, diz bem do que é esta merda toda. E nenhuma equipa tem dois golos marcados por jogo. Impressionante.
 
Fiquem felizes com a "evolução" e batam palmas à situação. Merecem-na. Ou como dizia uma vez o Pasquim, Capela decidiu o que estava decidido.

De que se queixam os portistas quanto à "Emprensa"?

Se não fosse o Vermelhices.com não teríamos uma notícia em 1ª página que nem o próprio FC Porto deu. Certo é que os portistas compram poucos jornais, devem estar bem servidos de informação própria... Queixam-se muito das tv's e afins, de Lisboa, esquecendo a frustração quanto ao suposto "canal do clube" que não se sabe para que serve e se está ao serviço do FC Porto ou o FC Porto faz de conta e faz o favor de lhe dar uso ao Torto Canal.
 
Esta cena de ler jornais remete-me para um livro desconcertante, surpreendente e chocante do período soviético, o "Coração de Cão", de Mikhail Bulgakov, onde um diálogo trata assim, entre o médico Filip Filipovitch e o assistente Ivan Arnaldovitch:
- Deus o livre de ler jornais soviéticos antes da refeição!
- Hmm... Mas não há outros jornais.
- Então não leia nenhum. Fiz trinta experiências na clínica e sabe o que descobri? Os pacientes que não liam jornais sentiam-se muito bem, enquanto aqueles que eu disse especificamente para lerem o Pravda perdiam peso!

29 março 2014

Eis um bom 30 ou até 31 para lembrar as boas decisões de quem se habituou à roda livre dos disparates



Mas é um bom começo reconhecer o fracasso: "O FC Porto cometeu erros, toda a gente os comete"; pena foi não ter sabido evitá-lo quando estava à vista de todos: dizer que o "Luís Castro é uma aposta minha" não pode apagar que Paulo Fonseca também foi e o próximo também será, o presidente já tem ideias nisso. A questão é corrigir os erros do processo em curso: o mercado de Janeiro, salvo Quaresma e mesmo assim com as naturais dúvidas sobre a sua condição física, voltou a ser fraco e a equipa nesta altura tem um plantel curto para as frentes que restam e para as quais não parece poder aguentar com um nível competitivo ideal, portanto pelo terceiro ano consecutivo o "mercado de reparação" mereceu a incompetência do costume.

E é sempre um álibi para recomeçar a fazer asneiras. Elas repetem-se ciclicamente, parece que um longo ciclo de vitórias tem de acabar em nada, foi após o Penta em 1999 e após o Tetra em 2009, foi após o 2011 de todas as conquistas e agora após o Tri; e os pategos aplaudem porque, nos intervalos, às vezes sabe-se lá como, lá ganha alguma coisa de jeito com os maiores orçamentos do futebol português, mas, à maneira socialista, sem evitar cair no abismo. Nem quero imaginar o Benfica a somar estes ciclos de triunfos e a reforçar-se para os ampliar, incluindo manter um treinador por cinco anos como o FC Porto nunca teve porque a SAD julga-se acima da componente técnica do futebol e são experts em avaliar jogadores muitos deles, confessadamente, descobertos depois de avaliados pelo Benfica.

A questão é que hoje já é difícil enganar todos todo o tempo e tanto conta para o Benfica - cujo título deste ano lhe custará, financeiramente, muito caro, tal a aposta feita - como para o FC Porto.

Não fosse Paulo Fonseca ter teimado em sair e ainda teríamos Pinto da Costa, mesmo com o 3º lugar, com vontade de renovar-lhe o contrato (dixit em Janeiro). Realmente, a preparar 30 anos de vitórias com os fracassos que se sabem noutros projectos e "ideias" como o Torto Canal e a somar às 31 decisões dos seus mandatos, dizer que esta época será um desastre à falta de título nacional, assumido, e não apostando na Liga Europa por causa da Juventus, o que é de bom senso mas não se deve dizer em público, o novo ciclo tem que se lhe diga e o augúrio para o futuro é de alto "labirinto", como diz o outro...

28 março 2014

A queixa contra o Sporting

 

Obviamente, tudo isto deve, prudentemente, fazer-nos esperar sentados. Tirar três pontos ao Sporting por coacção inadmissível sobre árbitros em geral é esquecer que outros clubes, como o Benfica, fizeram o mesmo e que só o Boavista sofreu uma despromoção por coacção telefónica sobre um árbitro... depois de um jogo com o E. Amadora no Bessa.
 
As pessoas que assobiam para o lado são as que cospem acusações para o ar e, tanto evocando o Pífio Dourado como rebuscando as incidências que o wishful thinking garantia mas sem base jurídica e legitimidade do Direito, pensam que o sucedido, indevidamente, aos outros não tem razão de ser aplicado, justamente, contra si mesmas. No caso é o Sporting que está em causa.
 
É que o próprio Pífio Dourado, como muitas matérias de ordem política, económica e financeira, teve acções e reacções incandescentes mas fruto de se tresler o que se passava. Fácil, sim, é condenar na praça pública e ainda hoje os moralistas de Alvalade, mais ou menos broncos ou com menos ou mais catarro do que o palhaço do seu presidente, acham despropositada, e injusta, a reintegração do Boavista na divisão principal ditada, à luz da própria Justiça e não de um arrazoado jurídico avulso e conspiratório do Bosta da Liga y sus muchachos, pela FPF e em vias de acontecer, como é de Lei.
 
E leis é coisa que convém salientar ou afugentar consoante as conveniências.
 
Por isso, o palhaço presidente de Alvalade confunde a queixa que o FC Porto tem pendente contra a Liga, ainda em recursos, legítimos, sobre as decisões mais abstrusas do Pífio Dourado - uma delas que permitiu, administrativamente, reduzir de 21 para 15 pontos a desvantagem do Sporting para o FC Porto em 2007-08, com os seis pontos retirados, em delírio regimental e com a conivência da Imprensa de sarjeta e sequazes vários, ao pujante campeão nacional dessa época.
 
E o Bruno do catarro confunde o que acha ser seu direito levar toda a gente a tribunal, de árbitros a Liga, por classificações tão más que na época passada afastaram o Sporting dos lugares europeus por imbecilidades próprias e não por mérito dos árbitros, numa lunática e demencial acção de terrorismo verbal e processos de intenções, com a busca e Justiça que o FC Porto traz pendente há vários anos como recurso, em sede própria, a acções de tribunais legítimos que unanimemente têm dado razão - como deram ao Boavista e, antes, até à U. Leiria - ao FC Porto.


As suas peregrinas ideias, longe de serem ideais, sobre a arbitragem, já nem digo o deve-haver risível em que o palhaço do Sporting se diverte solitariamente, fazem lembrar o arrazoado desfocado da realidade e ao arrepio dos regulamentos exposto ainda esta manhã pelo pequeno dinossauro anacrónico do BE, pela voz da bolchevique Catarina Martins a vomitar ódio como se estivéssemos em 1914 a preparar o assalto ao Palácio de Inverno.

Porque a retórica propagandística dificilmente colhe. O Sporting não pode julgar que só a si cabe desconfiar da CD da Liga e queixar-se que o FC Porto, frontalmente contra a CD da Liga, não pode contestar decisões abstrusas reprovadas em todas as instâncias judiciais. O patético clamor dos pategos de Alvalade está ao nível da maior indigência intelectual exposta no futebol tuga, já de si pouco recomendável, bem ao nível dos disparates ideológico-políticos da escardalhada retrógrada que ainda julga servir-se do Campo Pequeno, ao lado de Alvalade, para tourear os "fassistas". A palhaçada do Bruno do catarro e os seus arrufos sobre arbitragem e órgãos decisórios vários está ao nível do circo merdiático montado pelos que pediam segundo resgate e hoje querem saída limpa, os que nos aproximavam da Grécia e já julgam estarmos ao nível descomprometido da Alemanha, aos que receavam pela mão estendida (pelos socialistas) e agora acham que devemos cagar em que nos emprestou dinheiro para resgatarmos a nossa dignidade.

A dignidade do Sporting e a sua apregoada virtude, a dizer pelo BE catatónico, está ao nível da "palavra que nada vale" e da situação financeira dos viscondes falidos como uma fatalidade designada "impagável". Isto para não esquecer que falamos do clube cujo vice-presidente à altura depositou dinheiro na conta de um árbitro. De facto, com o Sporting parece que ainda nos confrontamos com a tragédia grega que os da propaganda e intoxicação políticas nos lembravam todos os dias.

De resto, o palhaço presidente deve julgar-se tanto o novo herói quanto o "stakhanovista" desenterrado das minas do silêncio merdiático tuga como se isto não fosse uma aldeia com muitas casas em que praticamente todos se conhecem. Pior, quer ser um herói vivo, mas nem prestável é para fazer-nos rir. Dá pena.

Isto é como pensar que certos casos que levam pessoas à Justiça têm de implicar sempre os clubes. Mas no futebol português ou se mistura alhos com bugalhos, ou se separam águas quando convém e só por isso se admite qu João Vieira Pinto, à conta de um contrato ilegal em Alvalade, seja vice-presidente da FPF e figura sempre presente na selecção que se diz Nacional...

Olhó Obama a entrar na Basílica de S. Pedro

Há muito deixei de ver debates de bola, apesar de indefectível; e evito reportagens de tv onde, como à espera da hora em que os polícias furavam as barreiras e subiam as escadas da AR aqui há dias, tudo em directo durante 2 horas de um não-evento, se procura saber se há incidentes: havendo reporta-se, não havendo, quase como se fosse a "notícia do homem a morder o cão", reporta-se também.
 
Obviamente, não ia ver as chegadas dos adeptos e as partidas muito menos. Também para que serviriam as observações se, à moda do Rascord, depois do assalto de uns "Casuals" na Praceta do Dragão, a culpa era dos adeptos do Porto vitimados pela falta de segurança a que os adeptos do Sporting se tinham, e conseguiram, proposto com pleno êxito?
 
Se no dia do jogo os telejornais, mesmo o da RTP às 20h e com directos talvez por causa dos potenciais incidentes, a uma hora de começar o jogo, abriram com a notícia do Porto-Benfica que ia começar em breve, que tal ver os telejornais sem abrirem com o Porto-Benfica já realizado e de resultado conhecido? Deixou de ser notícia de 1ª página, aquela que imaginamos existir até na informação televisiva que comummente chamamos "telejornal", hoje uma boutade e de tal modo indiferente que nem ligamos ao canal nem sabemos o nome de cada "telejornal": como os jornais, são quase todos iguais.
 
Isto é tudo um must dos distintos editores e directores de Informação, dos que ganham em números de cinco dígitos, mensalmente, sendo até capazes de separar o noticiário do jogo com o do outro jogo das meias-finais tratado à parte uns largos minutos depois, com intervalos para sopas, pobres, estatísticas e finanças de que não percebem um corno.
 
Pela manhã de ontem, já moído pela contínua repetição de notícias ouvidas na noite anterior e que em cada noticiário de meia em meia hora passam como se não houvesse amanhã nem sequer mais nada durante a manhã à parte o trânsito na Segunda Circular e na Calçada de Carriche (é com x?), fiquei sobressaltado com o directo que a TVI24 passava: a de Obama a chegar ao Vaticano nums visita oficial.

A moça, que podia declamar poesia ou vender sabonetes, lá dizia que Obama ia entrar na Basílica de S. Pedro que é ao que resumem o Vaticano e supõe ter como porta de entrada para todos a porta da igreja, enquanto o presidente americana cumprimentava dignitários e anfitriões e uma locução nos lembrava que Obama é "protestante". Vá lá que à frente da Igreja nunca está a Guarda Suíça ou a moça diletante ainda pensaria ser um desfile de moda nas Escadas Espanholas de Roma tal o garrido vestuário dos "soldados do Papa" e podia ser difícil compatibilizar o mais pequeno exército do mundo com o presidente do mais poderoso arsenal de armamento do planeta se não fosse perguntar para que quereria o Papa uma GNR à porta ainda que mais vistosa; ou que...
 
Deus nos livre!

27 março 2014

Vamos ter sempre presente a história do velho, da criança e do burro

Ah, só agora soube daquela do "quase": "quase vulgarizámos". Percebe-se o desencontro com a História mas já não há volta a dar, a podridão assentou de vez. (ACT: 13h)

Eram os confrontos com o Benfica que eu temia e viu-se na Luz. Já temia este de ontem e os que se avizinham, o do final do campeonato está perdido. Em pouco tempo a equipa reergueu-se. Reencontrou o seu futebol. Falta a sorte. Mas ela procura-se e o Inverno foi penoso, uma escuridão total.
 
Só agora alguns dos burros percebem que, em vez de "t(r)emerem" pela troca de treinador a meio da época que nunca resultara, andou-se meses sem treinador mesmo, como eu disse logo em Setembro e no célebre jogo do Estoril que não podia servir para, à custa do miserável árbitro Rui Silva, sacudir a água do capote. Como o mito Mourinho, o "feeling" de Pinto da Costa nada me diz. As coisas são para ser feitas quando devem.
 
Há muitos camelos a aguentarem esta carga; os responsáveis, silenciosos, passam pelos pingos da chuva que nem há.
 
De resto, reabilitação à parte,o plantel continua curto para tantas frentes e o campeonato já nem conta.
 
O barato sai caro, mais uma vez, não obstante os orçamentos de 70, 80 e 90ME anuais.
 
A incompetência devia dar prisão, mas nem dá despedimento. Foi preciso o desprendimento do ex-treinador. Aí é que mostrou convicção e competência: estava a mais e ninguém via, teve vergonha. Faltam os outros...

26 março 2014

(in)Felicidade na Finalização

É o que tem faltado. Tal como em Alvalade. Podiam-se ter sido 2 ou 3 de diferença. Desfrutemos o futebol reencontrado - estiveram l´´a os predicados todos do "check up -, no melhor momento, contra o adversário interno mais forte e que fez valer o seu peso: quando não fez, simulou faltas e Gaitán é muito bom nisso, sobrou o chuveirinho no final e lembrei-me de Vítor Pereira (Bolas longas para o Cardozo e ir às segundas bolas, o Benfica voltou a ficar resumido a isto). Tudo em aberto, mas como na Europa o 1-0 é bom. Jackson merecia mais e participou no jogo, defendendo sempre, como nunca.

Como se deixou descambar a um ponto de quase não retorno é que ainda custa entender.

Quanto à Europa, o Sevilha recebeu e venceu o Real Madrid (2-1) que caiu para 3º. Carlos Bacca, chegado do Brugge em Janeiro, bisou. Mais um que foi melhor do que CR7.

Fica o aviso para a Europa: 6 vitórias consecutivas do Sevilha. E espera-se mais protestos de CR7. Já agora...

Já fiz o meu...

CHECK-UP - exame que vem a calhar, depois de tudo dissecado antes e de tudo refeito depois na medida do possível e salvável.
 
Ao contrário de há um mês, penso que a equipa está melhor preparada, apetrechada, organizada, aperaltada, melhorada, orientada, concentrada, treinada, arrumada, atrevida, reconhecida - até o divino a trata pelo nome "FC Porto" e não por "nosso grande rival" -, estimulada, engrandecida (jogos europeus ajudam), agradecida, apreciada, entranhada - lá está, primeiro estranha-se, depois entranha-se -, acicatada, orientada (já disse), treinada (idem, melhor).
Salve-se o que resta. Já esteve tudo perdido. Haja confiança. Apesar de as diferenças de classe e de plantel terem sido cavadas com a complacência da SAD, talvez os onzes ainda possam ser minimamente igualados. Nem eles são tão bons como se pintam, nem nós tão fracos como parecíamos.

Da pobreza

 
Podemos considerar mais hardcore a reportagem da RTP junto de uns sem-abrigo circunstancialmente a ocuparem uma fábrica abandona, sendo, para mais, emigrantes e restava saber se legais (cabo-verdeanos, no caso). Para aferir da pobreza, que há anos e anos, não fossem os esquecidos, ronda os 25%, podiam ir ouvir um tuga e até perguntar-lhe quando começou a sentir-se pobre. Mas, prontos, foram ouvir emigrantes que nem se sabe em que condições vieram do seu país que não é propriamente um símbolo esquivo da pobreza...

 
 


 
Também nos últimos dias se falou da pobreza que é a aparição socretina na tv pública mas esta pobreza é endémica, como se sabe... de resto brindada por uma bonequinha de corda.
 
Entretanto, no que à bola diz respeito, a pobreza de argumentos anda pelas ruas da amargura e amiúde são blogs de uma cor a usar os arremessos de outra cor para justificarem uma qualquer coisa. Sendo que, para falar de arbitragens, casos e corrupção, continuamos à espera do desenvolvimento do caso do dirigente identificado que pôs dinheiro na conta de um árbitro.
 
Os lagartixas andam preocupados, apesar da vantagem no 2º lugar e de até já terem garantido a Europa. Não se percebe, mas o facto de poder haver um alegado acordo entre Porto e Benfica para reduzirem a sua falange de apoio como visitantes no campo do rival deve ser, como para o Sótraques, uma cabala para atingir alguma coisa.
 
Ainda que eu ache que isso é um escândalo, seja reduzir as quotas de adeptos em estádios alheios seja o Porto fazer algum acordo com o Benfica... Como não sei o que se passa, não li e apenas apanhei uma solta num blog alheio, prefiro pensar na pobreza de espírito generalizada e que não poupa nem sequer quem devia andar contente e confiante com o 2º lugar.
 

25 março 2014

Bayern «feiern»

Outra vez o campeão mais precoce na temporada, agora com 25 pontos de avanço sobre o Dortmund: há dois anos foram 20... Sempre a festejar ("feiern").

O City também ganhou: 3-0 ao United, 3ª vitória seguida no derby e apenas a 3 pontos da liderança (com dois jogos a menos que o Chelsea).

São City e Bayern das equipas que mais gosto dá ver jogar, já o tinha dito.

Espero que o Liverpool também ganhe amanhã ao Sunderland. Sempre dá para ver a 1ª parte antes do clássico de cá.

Herança de Mourinho em Madrid

Pero en el Madrid dejó un poso de amargura al que lo que menos falta le hacía era la levadura de Mourinho, que varió los modos del club, le hizo victimista y con frecuencia grosero, le sacó de su óptica tradicional. Y eso ha quedado. Mourinho se ha ido, pero en cierto modo sigue metido en el Madrid. Y la consecuencia no es sólo que Casillas falte en la Liga.

Por Alfredo Relaño, hoje no editorial do As (sublinhados meus), de Madrid
 
Coinicdência, Santi Nola, hoje no editorial do Mundo Deportivo (sublinhados meus), de Barcelona
 
Cristiano Ronaldo y Sergio Ramos se ducharon y fueron elegidos por el club para dar explicaciones a los medios tras el Real Madrid-Barça. Florentino Pérez había entrado en el vestuario. Dos pesos pesados lanzaron el mismo mensaje, exacto: "Es el club más grande del mundo y genera muchas envidias", dijeron ambos coincidiendo casi en las palabras y Cristiano añadió: "Un Madrid-Barcelona ha de tener un árbitro al nivel de esta dimensión" y Ramos dijo: "Hay ciertos árbitros que están a un nivel y hay que seleccionar a los mejores". Como dos gotas de agua.
A Mourinho le daban la lista de los errores arbitrales. A los futbolistas les apuntan lo que deben decir. Ellos lo asumen, claro. Si no, no lo dirían. Pero éste, el de Florentino, es un Madrid de permanente estrategia de comunicación. Lo importante es lo que sale, lo que se dice, mucho más que lo que pasa. Lo que sucede no interesa si no beneficia. Hay una final de Copa y es necesario presionar a los árbitros y se utiliza a los jugadores
 
Do resto, o costume que é marca da casa: há pasquins tugas que se inspiram no pior...
 
Já agora, hum!..., yo no creo en brujas, pero que las hay, hay e aparece um pupilo de Mourinho a cargar contra o treinador mais odiado por Mourinho, hum!...
 

24 março 2014

Porque é que CR7 é calimero?

Porque mesmo ganhando um penálti com falta fora da área; porque "impugnando" os penáltis dos
adversários; porque não sabe perder; porque não protestou com os três penáltis não assinalados contra no dérbi de Madrid; porque depois de ganhar a Bola de Choro verte lágrimas para lhe oferecerem o campeonato; porque protesta sempre que não é beneficiado e é capaz de dizer que o árbitro roubou quando foi favorecido.

É o estado lastimoso/lacrimoso em que se percebe que os sportinguistas se revêm.
 
Mesmo assim, continuo a achar que o Real Madrid joga mais e que é o mais forte colectiva e individualmente na Liga espanhola. Apesar de só ter ganho um ponto em 12 nos confrontos directos com Atléti e Barça e um ponto ganho à custa da arbitragem... Os outros jogos é que decidirão, mesmo com um Barça-Atléti a fechar a Liga.
 
Mas, como na Bola de Choro, nem sempre os melhores ganham. E no campeonato não há votos por amizade.

Messi, indiferente aos "votos" dos que vêem CR7 a bater todos os recordes, já é o melhor marcador de sempre nos clássicos, superando di Stéfano e em menos jogos disputados. Também superou Hugo Sanchez no total de golos no campeonato do qual será seguramente o melhor de sempre. Ainda deve haver gente que pensa ter Messi 29 anos e CR7 apenas 26... e fantasiam todos os recordes possíveis quando são todos de Messi, o que tem mesmo 26 anos...

 

Barça e Madrid ainda se verão mais uma vez, pelo menos se a Champions (não) o permitir, na final da Taça do Rei a 16/4. Será um reencontro nessa final, como em 2011, onde este mesmo Undiano permitiu toda a violência a Pepe e Cª e CR7 decidiu no prolongamento sem chorar. O Undiano que fez uma arbitragem chocante e que faria chorar qualquer equipa e qualquer jogador agredido permanentemente por Pepe e Cª. O Undiano - por sinal presente nos Cincazero - de que se queixa o Madrid. O Madrid que se queixa... O Tuga que se queixa... Enfim...

23 março 2014

Remeter para Mourinho 2002

A SAD tinha espatifado três épocas (2000, 2001 e 2002) ao tempo, perdendo o hexa numa época de sobrecarga anormal de jogos e apenas com Caju e Clayton de reforço em Janeiro para tanto que havia para jogar e teimando num Fernando Santos que, a despeito de ganhar ainda duas vezes a Taça de Portugal, falhou um campeonato em que Jardel marcou mais golos (38) do que nunca mas a equipa fez menos 19 golos do que no Penta; perdendo o campeonato seguinte para o Boavista; e outro ainda para o Sporting.
 
Tudo porque, em 2000, a SAD apostou em jogadores fracos, de Pavlin e, sucessivamente, Pizzi e até o manco Esnaider, chamando ainda Octávio para render Fernando Santos.
 
É importante contextualizar as coisas e ter memória, porque os pataratas julgam que os "azares" surgem por acaso e os pategos acham que a responsabilidade de gerir pode tanto ser aleatória, e sujeita a imponderáveis (que existem no futebol), como inimputável, o que é criminoso na tentativa de desculpabilizar tantas asneiras.
 
Ao ver a 1ª parte do jogo com o Belenenses, e por ter boa memória e perceber o contexto em que as coisas surgem, sendo preciso avaliar e saber comentar o que venha de bom como o que há de mau, lembrei-me de tudo isso e de como, chegando Mourinho em Janeiro para render Octávio, as coisas tiveram de mudar. Com o dedo de um treinador sabedor numa SAD inepta e imbecil e com o êxito que se sabe. Os pategos podem achar que a SAD fez uma coisa espantosa ao chamar Mourinho (mas não o fez no início da época, deixando-o começar em Leiria já depois de ter feito apenas 9 jogos no Benfica ao qual até o parvo Vale Tudo convocou Mourinho de adjunto no Barcelona!. Mas as coisas correram bem, repito, com o êxito que se conhece.
 
Mas, no percurso, Mourinho perdeu 3-0 no Belenenses e não se coibiu de dizer, com todas as letras:
"Há jogadores que me dão pena" (ver jogar)"
 
Era nisso que eu pensava ao ver, até quando?, Carlos Eduardo de novo inoperante numa posição fulcral; ao ver o trio do meio-campo já com esse handicap e ainda com Josué, sobrando Defour a trinco em vez do castigado Fernando. Dirão que face às ausências e até uma necessária rotatividade - mas ainda bem que Reyes manteve o posto em vez do desastrado bah... - as coisas tinham de ser assim. Mas, como sempre esta época, com certos jogadores e uma súmula de jogadores errados ao mesmo tempo, os resultados são o que são e foram o que foram nas mãos de uma SAD incompetente e um treinador incompetente que a incompetente SAD nem a meio do percurso percebeu ser inapto para o cargo.
 
De incompetência em incompetência, porque isto não são "azares", as coisas deram no que deram e o 0-0 ao intervalo espelhava o que era costume durante vários meses. Ghilas, bem chamado à titularidade, pode jogar como ponta-de-lança de apoio a Jackson, mas nunca a extremo: para isso há Kelvin, por exemplo, se conta para alguma coisa, como Quintero, se conta para alguma coisa. Ghilas pode apoiar Jackson uma posição diferente daquela em que jogou. Na forma que jogou seria difícil não acabar mal uma jogada que, à imagem do sucedido com Licá nas mesmas funções e com a mesma inépcia técnica para certos desempenhos, fazia perder a bola na linha de fundo. Um bom cruzamento, largo e forte, permitiu a Varela cabecear a um poste, mas Ghilas pode ser o segundo ponta-de-lança, num modelo nunca testado seriamente, mas rendendo mais do que rendeu como extremo puro.
 
Isso pressupõe uma arrumação da equipa que passaria por outros jogadores e outras posições, sem ser um 4x3x3 puro e duro. Não quero, com isto, criticar Luís Castro, apenas realçar a razão de muitos jogos, em especial na 1ª parte, correrem mal e não darem vantagem no resultado. Este foi apenas mais um graças aos erros de princípio, programáticos e conceptuais, que se acumularam esta época. Direi, porém, que Luís Castro, a quem tenho em boa conta e acho ter dado a volta ao estigma improdutivo da equipa, devia saber destes males todos e evitar repetir o que era comum no fraco antecessor.
 
Prontos, a 1ª parte acabou como acabou, o Belenenses respondeu com um belo lance e uma bola num poste, o resultado pareceu certo e a 2ª parte tinha tudo para melhorar, com os visitantes reduzidos a 10 por expulsão acertada, de último defesa, numa falta inequívoca sobre Jackson - que Josué,s em categoria para aquilo, desperdiçou sem nexo com um disparate para fora.
 
Tudo o que a época trouxe de mal esteve presente, é certo que o campeonato já importa pouco ou nada e não é isso que está em causa, apenas não se perdendo a noção do fio à meada que Luís Castro, com bom senso e juízo, ajudou a restaurar.
 
Tendo em visto tudo isto, não me restava outra coisa senão mudar para o clássico de Espanha. O FC Porto, este FC Porto que é o da presente época, desastrada, no campeonato, posso passar sem ele, até por não gostar de repisar as mesmas coisas, meses a fio.
 
O resto das competições terão, creio eu, um tratamento mais competente a começar já no próximo clássico. Mas não me obrigam a ver o que não quero e a gramar jogadores - até quando?... - que não podem jogar.
 
O que possa dar a 2ª parte, no contexto actual,já importa pouco e pouco mudará se o paradigma se mantiver ou trará a vitória se algo se alterar de fundo, de substancial, de essencial e que está a ser desperdiçado.

Percebemos que o Quintero não «qonta» mas o que faz o Carlos Eduardo que ele não faça?

Como disse, nem sabia quais os suplentes em Nápoles. Mas vi, de novo, a inexistência de Carlos Eduardo. Não sei o que se passa para mais esta teimosia, limito-me a ver os jogos. Depois de Licá, também com Josué mas com menos ênfase, parece que Carlos Eduardo é outro fétiche que não dá resultado.
 
Não imagino o que Quintero faz ou não nos treinos. Se é no banco ou na bancada que vai aprender. E se o que ele, e nós, vê(mos) no campo ajuda à progressão do colombiano. Custou uns 10ME e devia significar alguma coisa, mas o FC Porto habituou-se a comprar jogadores, caros, para tê-los como depósito bancário, só que os juros são exíguos e a rentabilidade diminuta, o desastre desportivo é evidente e teima-se numa filosofia que tem destruído algo do espírito da equipa.

 
Eu não sei, mas nesta altura penso ser Quintero o jogador mais desaproveitado entre os reforços, aquele com menos oportunidades. E os reforços custaram uns 40ME, ou mais. Vimos, afinal, um pouco de Reyes. Mas vemos que tudo é uma manta de retalhos.
 
Fixei, por isso, uma expressão de Luís Castro na véspera do jogo em Nápoles: "o futuro é acertar com o presente", mais ou menos isto, cabendo resolver uma série de "problemas" (sic) que a desastrada SAD deixou empilhar até ser um fardo desportiva e competitivamente insuportável, além da componente financeira de novo esbanjada em mais uma época de orçamento estratosférico para a realidade tuga.
 
Há gente muito jovem e é uma das causas para o descalabro desta época, a começar pelo imberbe treinador que alguém "inventou".
 
Mas arrepia-me, como antes Licá, ver Carlos Eduardo sem intensidade, virado com um sopro por qualquer adversário, inexistente junto a Jackson a quem é suposto dar apoio mais próximo.
 
Lá teve Luís Castro de refazer o ataque, retirando Carlos Eduardo, lançando Josué para estabilizar e tornar combativo o meio-campo, depois trocando Varela por Ghilas para o ataque mostrar efectividade, duas substituições que melhoraram o meio-campo e o ataque, com isso mudando o cariz do jogo.
 
Carlos Eduardo pode ter valor, mas não o tem, de momento, para ser titular. E o problema do FC Porto, com vários jogadores e a última "invenção" foi Abdoulaye, foi apostar em titulares que não poderiam sê-lo. Pelo caminho, perderam-se Maicon e Defour, por exemplo, mas pior foi a estabilidade competitiva perdida e a descaracterização da equipa e o seu futebol intenso e dominador.
 
Não imagino o que faz Carlos Eduardo que Quintero não possa fazer. Bem não é, de certeza, e a tónica devia ser esta, mas a realidade demonstra-nos, esta época, que se faz praticamente tudo mal.
 
Isto é que não percebo, e não é decerto o jogador de roleta russa a teimar até acertar com a bala no tambor à custa da sua própria sobrevivência.
 
Não houve alternativas aos laterais e vimos a "invenção" de Ricardo a lateral-esquerdo correr mal, quando Ricardo tem tentado aproveitar uma nesga a lateral-direito onde Danilo continua o flop de 20ME.
 
São muitos milhões a pairar e nenhuns resultados a encaixar.

O Jogo de ontem, por exemplo, demonstrava as dificuldades em encaixar os problemas do FC Porto. Desde a capa com Pinto da Costa a falar de Quaresma ao fecho do jornal com um elogio por Quaresma ter vindo a conselho de Preocupações Fonseca, escapou o pormenor de o ex-técnico não ter tirado nada dos jogadores, querendo insinuar-se que deu muito ao incluir Quaresma, enquanto o presidente se desfazia em elogios a Luís Castro dando conta da "empatia" com os jogadores e algo mais. Há sempre algo mais difícil de explicar em futebol, especialmente se não se quer simplificar. O Jogo sempre complicou essa tendência. Já o ressurgimento de Defour, de início agradado com o substituto de Vítor Pereira e em Dezembro já morto por ir embora, também deve ser mérito do Produções Fictícias que fez o belga descansar enquanto "ajavardou" o meio-campo. Isto para não falar em Abdoulaye, que alguém muito em segredo foi repescar a Guimarães mas com vergonha de dizê-lo mas a tempo de se ver a valia comparativamente a um Reyes que não jogava sabe-se lá porquê, para não falar de Kelvin.

Desconfio que se o FC Porto ganhar alguma coisa ainda esta época, e agora acredito que pode ter alguma hipótese com a regeneração futebolística em curso, o técnico que se foi embora porque quis será o grande salvador da época. Sim, porque PF saiu contra a vontade de Pinto da Costa, por sinal o responsável pela vinda de Carlos Eduardo.

Acho que há muitos responsáveis nas coisas boas e não vejo nenhum, nem alguém apontá-lo, com dedo nas coisas más.

22 março 2014

Arbitragem regenerada e Mota até marca penáltis que dantes não via

Esta é outra que vi de relance mas não pude escrever durante a semana.
 
O jogo foi na 2ª feira e só na 3ª vi o resumo. Não sei se alguém reparou, mas o Manuel Mota marcou um penálti contra o Benfica: Luisão cortou um cruzamento da esquerda com o braço.
 
Ora, pode ter passado espercebida a analogia, mas na época passada, em Aveiro, o mesmo Manuel Mota negou ao Beira-Mar um penálti de Luisão rigorosamente idêntico: cruzamento da esquerda e corte com o braço. Nesse jogo o Benfica ganhou 1-0...
 
Não digam que a arbitragem não se regenera.
 
E o Mota assinalar um penálti contra o Benfica nem lhe valeu partirem-lhe os vidros do talho lá na terrinha.
 
Não percebo, assim, como temer por algo quando está em curso, há vários anos e com este mesmo agente que faz capa de pasquim habituado a assobiar para o lado quando a coisa aperta e, além do escroto apertado, os colhões fogem para dentro, a regeneração da arbitragem tuga.
 
Afinal, a Justiça funciona, o capanga agressor de Proença levou 18 meses de pena suspensa, pelo que no próximo ano e meio este pelo menos não agredirá algum. Viu-se ontem o corpanzil do mamarracho a entrar no tribunal como se fosse fazer guarda ao Elefante Branco onde os árbitros devem continuar a ser amigos da casa, como o esloveno que esta semana passeou na Luz...
 
Ora, desta forma, depois de um árbitro agredido no cachaço na Luz significar apenas, nem suspensão de recinto, jogos à porta fechada ou coisa algo mais violenta, uma multa de 2500 euros, como temer por algo mau?
 
Para mais, com o clamor pela regeneração da arbitragem acenado pelos do costume e amplificado pelas trombetas do regime que são os pasquins de caserna que fazem capas com erros de arbitragem consoante dá jeito e dependendo da cor dos prejudicados/beneficiados, como augurar um futuro sombrio com tanta unanimidade sobre os processos de regeneração e colunas de directores de pasquim inflamadas por benfazejos humores e parcimoniosos trejeitos de concordância com as coisas podendo dar umas bicadas nos recalcitrantes mas só e só quando há dois em disputa de comunicados e não quando um incendeia Lisboa e, como nas capas de pasquins, se vê Lisboa a arder?

Essa capa fica na história da pasquinagem. Mas sabem qual é a foto da "nutícia" dentro?

 
Até o Mota, o Manuel dos talhos das cercanias das Taipas, entre Braga e Guimarães, já marca penáltis contra o Benfica, como aqueles que ainda há um ano não via?
 
E o Artur Sonso Dias que fez duas arbitragens esplendorosas na Luz e em Alvalade nas recentes visitas do Porto e do Braga em cerca de dois meses?
 
Eu acho que está tudo na paz dos senhores. Não era um que dizia que isto não ia lá sem Benfica e Sporting a mandar?
 

A vítima que faltava no teste à Liga da treta e a desinformação da RTP sobre um caso de Polícia


Estive algo ausente toda a semana. Mas ainda a 3ª feira marcou-me pelos "bochechos" - há mesmo quem lhes chame broches - de uma informação que, sem querer, fui seguindo todo o dia. Não, não eram os comunicados, onde os das virtudes são impolutos e não têm um ex-vice-presidente em tribunal por depositar dinheiro na conta de um árbitro mas os seus adeptos dizem não ter nada a ver com o clube e é apenas uma questão individual que não vincula a "agremiação"; e onde o FC Porto, como de costume, relapso, reage tarde, não se lembra quando deve agir na hora.
 
O que me perturbou todo o dia, até por não saber do resto, foi um acidente de viação numa rotunda da periferia do Porto. Ouvi pelas 8h na RTP que tinha havido um acidente envolvendo o presidente da Liga. Não sabia o local nem a hora do sinistro. Mas soou sibilina a ideia de ter sido um acidente não parecer normal, na medida em que é noticiado um acidente de viação que não causou feridos ou sequer perturbações de tráfego.
 
Partanto, é associar presidente, Liga, Porto, acidente.
 
Depois de múltiplos afazeres e fazendo-me à estrada, num noticiário de rádio, por sinal da Antena 1 que é do grupo RTP, dada a notícia não aduzia qualquer outro elemento de suspeita, pelo meio-dia.
 
À 1 da tarde, no telejornal que continuam em fazer no Monte da Virgem como se fosse uma conquista do Norte, a notícia já soou estranha. Como tudo o que sai da boca do benfiquista Carlos Daniel de Paredes, já se ouviu que o acidente foi "intencional", "deliberado", atentando por isso contra o presidente da Liga propositadamente.
 
À associação de ideias acima, junte-se o "intencional".
 
Pior, uma fonte da PSP teria dado essa informação.
 
Bizarro. Primeiro, a notícia do acidente só deveria ter sido dada pela vítima do mesmo. Mário Figueiredo. Um que tem boa Imprensa, a começar pelo benfiquista Carlos Daniel de Paredes. Mas citando a PSP? A PSP como sabia que tinha sido intencional? Adivinhou? Foi ao local e percebeu que sim? Apanhou o causador do deliberado acidente? Se o apanhou e julgou como premeditado o acidente, o que sucedeu ao prevaricador?
 
Não sabemos, mas suspeitamos de uma "nutícia" encomendada. Ditada pelo presidente da Liga. Assumida pelo jornalista de serviço, com o respectivo guardanapo na mão.
 
À noite, coincidentemente, o Orelhas da RTP também trouxe o facto à pantalha. Repisou tudo, o acidente provocado, a fonte da PSP, mas com uma nuance importante.
 
Aquilo teria sido uma desavença pessoal de alguém de Lisboa com o advogado Mário Figueiredo, por questões judiciais decerto, pois a função de presidente da Liga não era para ali chamada e o cargo e as questiúnculas, foi frisado, só tinham a ver com processo da esfera privada e profissional de um causídico.
 
Não sabemos se Mário Figueiredo apareceu cheio de sopapos na cara e pensos nada higiénicos a cobrir manchas de sangue. Ou se o seu carro estava amolgado só pelo choque de viaturas ou o agressor também socou a máquina do senhor presidente, perdão advogado.
 
Mas sabemos o que correu durante o dia, umas boas 12 horas de desinformação. Com uma fonte da PSP não identificada, o que não fica bem a uma fonte da corporação que zela pela segurança de todos, incluindo, de alguma forma, a segurança informativa pelo menos no que diz respeito ao que lhe imputam.
 
Presumo que ninguém contactou a PSP para saber se era verdade o que se relacionava com o acidente e a conclusão que se tirava de duas formas:
1) acidente intencional (quem o qualificou?)
2) informação da PSP (pode confirmar?)
 
E, assim, tivemos o exemplo prático de como se pode intoxicar a Opinião Pública consoante o que se publica/difunde.
 
Em tempos, uma tv de bimbos e para bimbos "noticiou" que um adepto desse clube fora morto a festejar um título em Braga...
 
Noutra altura, um comentador dado a Prantos, queixou-se de ter sido agredido à saída de um estúdio de tv, em Lisboa. A celeuma cresceu e havia interessados na história, mas nunca se apurou quem agrediu e a coisa ficou pelo silêncio da vítima.
 
É só associar ideias. Felizmente ninguém pegou em varapaus ou pôs o Porto a arder, à parte algumas Orelhas. Mas um tumulto foi iniciado. Não na rua. Nas redacções. Isto é, se alguma delas se incomodou pelos factos postos a correr, pasto de chamas e atiçador de violência gratuita.
 
Ah, mas esta informação sai do bolso os contribuintes. Paga-se na Contribuição para o Auidiovisual (CAV) na factura da electricidade. Leio, ainda, que muitos rostos - quer dizer, os que vão ler o teleponto onde não se sabe quem escreve - da tv pública estão a pedir para sair.
 
É só associar ideias.

Há quem chame wishful thinking.
Mas isso devem ser os regeneradores da informação mais ou menos "venezuelana".
 

«A cretain is a cretain» segundo apontou a dedo o senhor Sherwood

Como não posso seguir as notícias na hora, limito-me a apanhar umas coisas soltas por aí. Mesmo que as 3 televisões da pasmaceira tenham, todas, cortado o lance do penálti escamoteado ao Tottenham na Luz, que poderia levar ao prolongamento, ainda me diverti com as declarações do técnico dos ingleses. Lembrei-me, até, de coisas de infância e do Robin dos Bosques, o fidalgo que se dedicou a "roubar aos ricos para dar aos pobres" e trocou uma vida de algum conforto medieval pela rusticidade da floresta de Sherwood, tornando-se salteador aos olhos do mandante local, o infame "sheriff" de Nottingham.
 
A verdade é que em Nottingham não é, à porta do castelo, a figura do "sheriff" que lá está em estátua, mas a de Robin dos Bosques, seja ele quem for. Limitei-me, naquelas bandas, a recolher um barrete triangular verde, parece aqueles aviões de papel de jornal mas invertido, com o vinco para cima, como símbolo de alguma coisa que ficou do imaginário de infância.
 
Veio-me a propósito de gozar à brava com Tim Sherwood e o desplante com que zombou da cretinice própria de Jorge Jesus. Que o "fez suar", que os fez "sentir medo" e nem evocou o penálti por marcar, sem deixar de erguer um dedo (polegar) e de esperar que Jesus mostre os seus dedos a outros treinadores nas próximas eliminatórias.
 
É nisto que gosto dos ingleses, são muito directos e não se fazem rogados. Falou desassombradamente, Sherwood, nem se importando com a eliminação mas apenas com a reacção da sua equipa. Teve um sentido desportivo na verdadeira acepção do termo. E deixou o cretino encaralhado, além de borrado de medo.
 
Não sabemos se, numa semana, Jesus aprendeu mais um número, "for", em inglês. Mas foi a tempo de levar outra ensaboadela de carácter, que é coisa que esse cretino não tem. Como treinador pode ser alguma coisa, mas de personalidade é uma merda. Um tuga insolente, estúpido, ignorante em que muitos se revêem. Mesmo que os ingleses, amiúde, não sejam flores que se cheirem e tenham os seus "ares" de "sheriff" e os urros de "rule Britannia"...
 
Adorei a expressão feliz do inglês e a desenvoltura, mantendo compostura, com que abordou o assunto. Afinal, Sherwood fazia a parelha com Alan Shearer no Blackburn campeão em 1994. E como marcar golos e ser do espírito "go to the point" ajuda a derrotar nas palavras um energúmeno que mal balbucia umas merdas ininteligíveis até para ele, o vintém da história. Outra vez.

21 março 2014

Sevilha outra vez será mais fácil?

Em 2011, a fase eliminatória da Liga Europa começou em Sevilha. No horizonte, a seguir, perspectivava-se o CSKA Moscovo. Eram as duas equipas mais fortes e, dali, o FC Porto arrancou para o triunfo em Dublin. Com os andaluzes, que tinham Kanouté e Luís Fabiano que marcaram os golos dos sevilhanos (1-2 e 1-0), o FC Porto mostrou estatuto e confirmou-o em Maio.
 
Agora, tendo Beto na baliza e Daniel Carriço como central, há a tentação de considerar este Sevilha que hoje saiu em sorteio mais fraco. . Só que o actual FC Porto também não é tão forte como era, com Moutinho, James, Guarín, Hulk e Falcao. Daí prever uma eliminatória equilibrada, difícil, mas com o regenerado FC Porto de Luís Castro o Sevilha também não pode ser um motivo de derrotismo. Curiosamente, ao contrário de 2011, o FC Porto começa no Dragão (corrigido) e lá vamos pensar na Taça UEFA de 2003 no Olímpico da capital andaluz.
 
Podia ter sido pior, se saísse a Juventus, ou muito melhor, se saísse o AZ Alkmaar (apesar de ainda não ter perdido em 10 jogos, mas o Salzburgo só ganhava e com o Basileia e em casa nem contra 10 se apurou!), as equipas mais forte e mais fraca do pote. Cabe ao FC Porto passar um adversário espanhol, depois de um alemão e um italiano. Mas era preferível nesta fase em que a equipa se reergue apanhar a equipa que saiu ao Benfica.
 
Dos jogos sorteados:
AZ-Benfica
Lyon-Juventus
Basileia-Valência
Sevilha-FC Porto
 
há um curioso confronto entre equipas que vieram da Champions e equipas na Liga Europa desde o seu início, casos de Lyon e Sevilha que deixaram pelo caminho nos seus grupos o V. Guimarães e o Estoril. Mesmo assim, o Lyon esteve no play-off para a Champions e também foi repescado, no fim de contas.
 
Ou seja, pode repetir-se o ano passado, quando os semifinalistas apurados foram todos repescados da Champions.
 
O que é uma merda que a UEFA não evita de uma vez por todas com a repescagem injusta e imoral das equipas caídas da prova mais forte.
 
Na Champions, a prova que conta, os vencedores de grupos apuraram-se todos. Se isto é uma evolução, duvido, mas o confronto entre clubes de capital mas sem uma dimensão social e histórica como as dos outros parece ser o mais motivador e de desfecho incerto: Paris SG-Chelsea, também com os estádios mais pequenos. Atlético Madrid e Barcelona poderão rever-se mais duas vezes, depois de 3 empates na Supertaça de Espanha e no 0-0 do Calderon no fecho da 1ª volta da Liga espanhola. Já o Real Madrid reencontra o Borússia Dortmund mais fraco em relação à época passada (e Lewandowski dos 4 golos na semifinal suspenso na 1ª mão em Madrid) e o Man. United lá terá o seu embate fetche com o Bayern Munique.

Quaresmaradona

Este ano ainda não tinha gritado, e enrouquecido pela falta de treino, um golo assim. O golo de Quaresma fez justiça ao palco onde o melhor futebolista de sempre criou a sua aura de nº 1 da história do futebol e que tornou o San Paolo lendário.
 
Fez 10 anos e 10 dias da conquista de Old Trafford: esqueci-me da data, apesar de ter a foto de Costinha em agenda, por ter andado em bolandas, pelo que aproveito agora para marca a efeméride de (corrigido) 9 de Março de 2004 com a melhor eliminatória, daí para cá, do palmarés portista na Europa.
 
Uma grande qualificação, um opositor temível, um inicio complicado, uma pressão fortíssima e um esteio defensivo Reyes e não bah!... Fabiano cumpre o que sempre prometeu e é o futuro. Já Carlos Eduardo, não vou borrar a noite de sonho mas não passará muito até voltar ao tema. Até porque estive fora e nem sei quem foram os suplentes, cheguei tardíssimo a casa, já madrugada e apenas com as emoções de mais um grande jogo como o da 1ª mão. Foi sofrer como antigamente, porque a equipa está mais fraca e o Nápoles é muito forte. Mas eu só temia... o contra-ataque. Não é que o 1-0 saiu em contra-ataque (3x2) e não em futebol de pressão constante? Não queria acreditar que a equipa se esquecesse da mais perigosa arma do Nápoles, mas os italianos também sossegaram um pouco e o FC Porto não mais permitiu contra-ataques, soube aguentar firme e assentar o seu jogo mal jogado da 1ª parte e, por isso, por maus passes e má cabeça, sem intensidade, os calafrios foram pelo que não se fez e não pelo que o Nápoles podia fazer em ataque organizado, que isso eu não receava, como confessei de véspera a um amigo. E o 1-0 do Dragão pareceu-me sempre 'gerível', como foi.
 
O FC Porto superou-se e superou uma barreira que há menos de um mês seria impossível. Repito o que escrevi na 1ª mão: piú bella cosa non c'è (agora com os acentos e o apóstrofo que o smartphone não me permitiu há uma semana.
 
Em 1975 o Nápoles ganhou-nos por duplo 1-0. Agora podíamos ter ganho os dois jogos mas a equipa descontraiu e permitiu o empate, qualificou-se mas devia ter assegurado a vitória que estava ali, depois do míssil de Ghilas, crucial como em Frankfurt, e a jogada genial de Quaresma num golo que Maradona subscreveria. O FC Porto não é mais favorito na prova, apenas tem de reencontrar-se consigo próprio, depois de enormes erros e múltiplas imbecilidades que marcarão esta época de forma indelével. A sucessão de jogos pela frente vai exigir mais de um grupo menos forte mas que já parece ser mais do que a mera soma das partes e isso agrada-me. Este é o registo que considero importante, como antes era o desconsolo por ver tanta coisa mal e nada ou alguém para emendar.
 
Quanto às polémicas que campeiam, repito também: regeneração é isto, dos árbitros ainda teremos muito que falar, mas o FC Porto com um nível minimamente aceitável está de volta. Pedia isso para enfrentarmos o Benfica, o rival mais forte, com alguma confiança e expectativa.
 
De novo digo também: parabéns a Luís Castro. Depois dos treinadores "rookies" que ganharam ao treinador da treta - salvo de novo por uma arbitragem amiga que negou um penálti que podia ter empatado a eliminatória, pelo lance que fugazmente vi num resumo -, o FC Porto, mesmo que acidentalmente e não por sapiência de SAD idiota e sempre a reagir em vez de agir, apanhou o técnico da equipa B para derrotar o técnico vencedor da Liga Europa que, entrado a meio da época passada (Rafa Benitez) ganhou ao sempre treinador da treta.
 
nota: a minha ausência deixou-me longe da net e das notícias, não li jornais, desconheço as capas e peço desculpa a quem comentou e só agora publiquei mas não tardarei a responder, como sempre.

18 março 2014

A SAD e Pinto da Costa colhem os frutos que semearam

Nunca foi tão grande a distância do Porto para o Benfica - 12 pontos - em largas dezenas de anos. Nem em 2010 a coisa descambou assim. Mas é lógico o sucedido: nas duas últimas épocas o Benfica colocou-se ao nível que era exclusivo do FC Porto. O FC Porto iludiu várias asneiras que vinha cometendo com dois títulos arrancados a ferros, com todo o mérito. Esse nivelamento era notório e foi aqui comentado. O FC Porto já não tinha um plantel tão bom, mas ainda impunha a qualidade do seu onze, que se superiorizava em jogo jogado e resultados na compita directa com o Benfica. Também se pôs em evidência o risco de refazer o meio-campo, prevendo-se as saídas de James e Moutinho e ainda possivelmente Fernando. A SAD tratou mal o treinador bicampeão, como aqui foi igualmente criticado. E descurou o reforço da equipa, claramente com tiros no escuro, a começar pelo inacreditável processo de veto de Pinto da Costa sobre o treinador.
 
Os 12 pontos para o Benfica são uma enormidade que só o descalabro da SAD justifica. É a marca da incompetência, de resto espelhada no incompetente treinador escolhido, sem carisma e sem traquejo, como praticamente todos os reforços. O Benfica que tudo perdeu em 2013 não mandou tudo às malvas como muitos pediam e facilmente se prognosticava. Manteve a espinha da equipa, que era forte, o treinador já tem mais anos de clube do que alguma vez o FC Porto teve.
 
A FC Porto, SAD colhe os frutos que semeou.
 
Pior, os cinco pontos para o Sporting custam mais a crer, até por o Sporting ser uma equipa apenas bem arrumada, combativa até ao limite da permissividade dos árbitros e livre de compromissos europeus. O FC Porto ainda deveria ser superior ao Sporting e, reabilitado após a catástrofe de mais de meia época perdida com a teimosia estúpida num técnico incompetente, logrou mostrar ao Sporting que tem mais futebol e mais categoria - mas o resultado de Alvalade foi o que foi.
 
Na 1ª volta, o Sporting saiu do Dragão com a 1ª derrota da época e a cinco pontos do FC Porto. A situação inverteu-se e de novo a SAD deve olhar para si própria e ver no incrível fosso em que caiu de forma imbecil, amadora e até despudoradamente autista.
 
A FC Porto, SAD colhe os frutos que semeou.
 
Os alegres artistas gestores do futebol portista andaram estes últimos anos a celebrar festas como nunca - pecado venal que se criticava tanto no Benfica - e a meter-se em projectos que não engrandeceram o clube e depauperaram ainda a sua imagem de inoperância, incompetência e mesmo amiguismo, mais ou menos entre pequenas intrigas palacianas que já noutros tempos, do virar do século, ocorreram nas Antas, com os mesmos velhos protagonistas e à procura de protagonismos menores no círculo abafado de onde não sai uma ideia de jeito, se distribuem umas comendas pelos amigos e se depaupera o património futebolístico ao nível da indigência.
 
Pinto da Costa colhe os frutos que semeou.
 
Nada é fruto do acaso, mas apenas reflexo da falta de estratégia e de visão global, de marca, apesar de se pensar o contrário, só condizente com o silêncio cobarde a que há muito se remeteu. Apenas o estrebuchar do morto, pateticamente, ainda dá nota do que era suposto ser Porto, aviltado pela inacção sepulcral que já se antevia há muito e aqui sempre critiquei.
 
Podem olhar, os pacóvios do costume, para tudo isto com surpresa, que só os parolos, igualmente cobardes, sem ideias e dolentemente entregues ao que acham seu "pai e criador", podem dar conta de si como se nada tivesse sido aventado.
 
E a partir de domingo podem, com pena da equipa que tenta recuperar dos erros de gestão da SAD, fazer companhia ao decrépito presidente nas crescentemente reduzidas assistências do Dragão. Então ver-se-ão os portistas pintistas, que merecem igualmente esta dura realidade e o que pior estará para vir. Serão seguramente muitos menos, num Dragão com a época de recorde em baixa de afluência e abaixo dos 29 mil espectadores, do que eram os muitos milhares que enchiam as Antas só por serem portistas.
 
Pinto da Costa colhe os frutos que semeou.

17 março 2014

Os árbitros estrangeiros

De há muitos anos pugnei por eles e quando o "novo Spórtém" se saiu há pouco com a originalidade, evoquei-o outra vez.
 
É claro que há árbitros e árbitros. Ontem, com acesso livre à net, pude ver resumos do estrangeiro. Um espanhol negou no Málaga-Real Madrid um penálti para cada lado, qual deles o mais bárbaro até por serem muito similares: cacetada no pé de apoio que já no dérbi de Madrid foi negado numa sarrafada de Sergio Ramos a Diego Costa que custa acreditar não ter sido marcado.
 
Entretanto, já surpreso pelo 3-0 do Liverpool em Old Trafford, vi um resumo e nem sabia que Gerrard teve três penáltis, dois marcados e um esbarrado num poste. Clattenburg ainda perdoou um quarto penálti ao M. United, em casa, e um penálti como aqueles não marcados em Espanha: cacetada no pé de apoio de Sturridge.
 
Há penáltis que não se marcam, pelo visto. Como há foras-de-jogo e foras-de-jogo e faltas e faltas.
 
O Sporting reclamou em tempos um golo alegadamente mal invalidado, de Slimani ao Nacional, quando o ligeiro empurrão do argelino desviou um central do corte em execução. Ontem, Cédric desequilibrou Jackson quando este ia cabecear, um jogador no ar (como o central do Nacional) é facilmente desviado no seu movimento com um toque imperceptível mas que tem efeitos devastadores na avaliação ou concretização de uma jogada.
 
O Sporting nunca aprenderá nada sobre faltas, tendo centrais tão duros como Rojo a lembrar a impunidade dos centrais do Benfica aqui há tempos, como acha que foi prejudicado com o Nacional e não beneficiado com o Porto.
 
Felizmente, o futebol ainda é mais do que isto e o jogo está acima do vozeirão que pode pairar, circunstancialmente, por aí com a conivência das entidades que devem zelar pela verdade desportiva com a equidistância devida ao seu estatuto. Árbitros e Jornalistas. A mixórdia que hoje se vive é resultado do caldinho de cultura criado há muitos anos. Uma cultura que permitiu a alguém chegar a seleccionador depois de, treinando em Alvalade, dizer, entre muitas outras coisas, que o Sporting recebia muito bem os árbitros...
 
Para todos, como para Olegário Benquerença, há uma questão estrutural: problemas de coluna. Nos casos doentios, não têm remédio. Portanto, divirtam-se.

Das contas da regeneração

Um curto período de supremacia no jogo do Sporting e um enorme erro de um central portista, jovem, que se farta de fazer asneiras em tão poucas aparições, súbitas, no onze, após uma rápida troca de clubes em Janeiro, definiu mais uma derrota do FC Porto no campeonato e mais um jogo aziago em Alvalade.
ups, enganei-me na fotografia
 
Como acho o erro de marcação e posicionamento de Abdoullaye Ba mais imperdoável do que o distraído auxiliar com o fora-de-jogo, decerto milimétrico e justificado aos olhos dos impolutos sportinguistas, a bem da regeneração da arbitragem tão apregoada, prefiro focar o erro que definiu um vencedor feliz e protegido pela arbitragem à moda de Lisboa, como Lisboa sempre quis e como por muitas décadas foi assim.
 
O FC Porto ficou a 5 pontos do 2º lugar mas esta derrota, apesar de marcado por um erro defensivo de principiante como todos os que marcaram as cinco derrotas no campeonato, é diferente das anteriores porque este Porto joga, impôs-se ao Sporting, tem mais futebol e mostra que a classificação pode nem acabar como está.
 
Os coisinhos das virtudes todas e nenhuns defeitos festejam, como outros coisinhos antes deles, como se tivessem ganho o campeonato, mas nem o da credibilidade deles, e da arbitragem que trazem sempre na boca e nuns números de telefone certos, ganharam. O Sporting joga um futebol duro, com a complacência dos árbitros - Rojo fez três faltas sobre Jackson e nem alertado foi, Abdoullaye fez a primeira e foi logo avisado por Proença -, directo, o que nem sempre resulta, com espírito mas sem classe, sôfrego e pouco vistoso. As suas debilidades notam-se menos, mesmo ganhando à rasquinha os seus jogos de combate puro e pouco jogo jogado, já o disse, por estar ausente da Europa. Ao contrário do que ouvi, não foi por ter jogado uma partida intensa com o Nápoles que o Porto emperrou na 2ª parte, ainda que o desgaste tenha feito efeito. O FC Porto foi superior ao Sporting em 80% do jogo, criou o triplo de oportunidades mas, mesmo não precisando de um golpe de sorte para ganhar em Alvalade, a sorte não acompanhou a equipa, muito superior na 1ª parte e que podia ter definido o resultado, sem um remate de jeito do Sporting nesse período.
 
Pelo que, se a arbitragem continua a coutada preferida dos de sempre, a regeneração do futebol portista está no bom caminho e pelo menos abordámos a eliminatória com o Nápoles com convicção e podemos confiar na eliminatória com o Benfica com mais confiança.
 
Era isso que esperava e a equipa de Luís Castro mostra estar viva. Apesar de ter anjihos que são a base das demoníacas derrotas que tanto custam engolir. Anjinho com Abdoullaye, como Carlos Eduardo e como Jackson. Abdoullaye teve uma falha enorme por burrice e acabou expulso por estupidez (ACT: soube esta manhã que não foi expulso, mas sim Fernando: eu ao ver o lance na tv e antever o cartão vermelho nem vi a quem se dirigiu, presumi que fosse ao Ba por ter-se pegado com Montero pela posse de bola, nem sei se Montero foi admoestado, são pormenores irrelevantes no pormaior que é o "estar" dos árbitros). Veio como se sabe, ainda que envolto em mistério de última hora do fatídico mercado de Janeiro. Entretanto, Maicon lesionou-se e ele jogou, apesar de Reyes ter custado 7 ou 8ME e continuar pela B. Carlos Eduardo foi um passarinho à beira de William Carvalho e Quintero, que custou 10ME, continua a começar no banco. Jackson assustou-se com três entradas intimidatórias de Rojo mas nem sombra de cartão para o argentino e Jackson temeu e tremeu. Mas vejo van Persie falhar no M. United golos cantados e lembro que também foi o rei dos marcadores na época passada e está uma sombra de si próprio numa equipa de fantasmas.
 
Pelo menos o FC Porto está no caminho certo. Resta saber se os tesouros milionários guardados no banco ou na bancada vão continuar a dourar as opções da SAD e os trunfos dos treinadores.
 
Mas é nestas alturas de desvario que as coisas podem correr mal mesmo que se tente emendar o mal que está feito e a equipa, inspirada por um Fernando enorme e um Quaresma mágico, dá conta de si.
 
Isso é o mais importante.
 
Da arbitragem, felizmente, nem Pinto da Costa poderá falar, pelo menos a queixar-se de que na conferência de Imprensa, ao contrário da visita à Luz, não tocaram no tema e não deixaram passar em claro um resultado falseado pelos árbitros, além de enganar o próprio futebol.
 
Mas em Alvalade continuam episódios de outro foro, senão jurídico pelo menos psiquiátrico. As declarações de técnico e jogadores leoninos, que pude ouvir na rádio do carro, são de um delírio paranormal...
 
Se até há pouco dava pena ver o Porto jogar, agora foi pena ver perder uma equipa que tudo fez para vencer mas à qual os erros mais básicos são duramente castigados. Se calhar por todas as asneiras desta época tem a sua justiça "administrativa", mas isso são outras contas e as cinco derrotas podem ser endereçadas à SAD.