É a solução possível, de remedeio e potencialmente de futuro se se precipitarem as coisas e alguma política desportiva em curso, apesar de tudo, for mandada às malvas: Luís Castro sobe da equipa B ao comando do FC Porto (não é bem a passagem do adjunto VP para suceder a AVB) quase nas mesmas condições de José Couceiro, em 2005, o último dos treinadores portistas resultantes de uma mudança de técnico no Dragão. Curiosamente, no dia em que faz 9 anos que se defrontaram, em Penafiel, com um golo aos 90' de McCarthy (1-2) num jogo equilibrado onde se confrontaram a disciplina táctica do Penafiel, adiantado no marcador por Wesley, e a desorganização descrente portista, que ganhou um balão de oxigénio na luta pelo título que mais tarde, no início de Maio, Luís Castro ainda instilou no Dragão, vencendo o Benfica com golo solitário de Wesley, para o FC Porto desaproveitar no dia seguinte, 8 de Maio, com 1-1 no Moreirense em mais uma arbitragem à Bruno Paixão, com um auxiliar como o célebre Sérgio La Croix, sendo Quaresma expulso aos 80 e McCarthy desperdiçando a vitória quase no fim diante do g.r. dos minhotos.
É um sinal da história na última oportunidade, ainda que muito tardia, para substituir Preocupações Fonseca, arrastado por uma teimosia doentia para a rescisão no dia do seu 41º aniversário, no que pode ser uma ironia trágica para um treinador sem credenciais que não se percebe como poderá levantar-se na carreira e um motivo para as teorias de conspiração indicarem a perversidade da data quiçá pelo SADismo de uma equipa dirigente atávica a quem foi imposta a reacção em vez da acção própria da sua compreensão do que sucedia ao FC Porto desde Outubro e quando eram gritantes os indicadores de decadência do futebol portista deixado nas mãos de um imberbe pela condução de uns gestores incompetentes e relapsos.
Couceiro chegou a 1 de Fevereiro de 2005, depois de na noite anterior ter ido com o V. Setúbal empatar a Alvalade para atrasar ainda mais o Sporting (1-1), uma 2ª feira à noite, 24h depois de Fernandez ver o último jogo no banco com 1-3 em casa com o Braga de Jesualdo. Couceiro foi e é um produto de marketing, de resto acolitado pela "boa Imprensa" lisbonense que manteve em graça, mesmo no Porto, o técnico bisneto de Peyroteo. Tinha pela frente, em Fevereiro, uma eliminatória com o Inter para a Champions e a recepção ao Benfica, que falhou graças a um cabeceamento fortuito do famoso Soneca e que deu 1-1 a marrar a bola contra o solo num canto da direita. O 0-4 depois com o Nacional, em casa, antes da ida a Milão, sentenciou a perda do título, ainda que restaurada a confiança até aquele descoroçoante empate no Minho, a duas jornadas do fim e que podia fazer o FC Porto apenas de si próprio para ser campeão, depois um sonho ainda desfeito com o tal golo de Luisão ante o passarinho Ricardo na penúltima jornada na Luz.
Luís Castro fez trabalho de qualidade em Penafiel, aparentemente como Paulo Fonseca fez na época passada em P. Ferreira. Mas a época seguinte em Penafiel, perdendo titulares, não correu tão bem e Luís Castro sairia da ribalta até reaparecer, algo incógnito, no "Visão 611", entre um agente de recrutamento na América do Sul e a ligação com os diversos sectores estruturantes do projecto imaginado por Antero Henrique - contemplando um sistema fixo de jogo à moda do Ajax e desvirtuado esta época na equipa principal com a passividade da SAD - e que redundaria num fracasso total e sem registo de maior, até ao ressuscitar da equipa B onde agora Luís Castro guindou tal força de reserva ao comando da II Liga.
Castro tem ideias, sabe falar, é culto e com perfil académico, metódico e que sabe usar conhecimento interdisciplinar. Contactei com ele em Penafiel, visitei-o em Águeda onde vive, percebi ser um estudioso mas acima de tudo muito prático. Felizmente, uma boa solução interna, já conhecedor do clube e da sua mística e onde não dará, como o inefável Preocupações Fonseca, mostras de estar desenraizado e desfocado da realidade do FC Porto - até nesse aspecto de cultura PF falhou desde o início e deu a perceber ser um peixe em aquário estranho. É seguramente muito melhor do que o patético Couceiro, a última experiência mal sucedida de Pinto da Costa então desesperado com o terceiro treinador da época e até há pouco renitente em usar a chicotada metodológica que era preciso e Luís Castro servirá.
Agora, com um mês a menos para trabalhar num campeonato que fechará mais cedo do que fechou em 2005, Luís Castro tem outros italianos pela frente na Europa (Nápoles) mas acima de tudo duas competições domésticas, a eliminar com o Benfica, para salvar alguma coisa. O campeonato está mesmo perdido, sobra a hipótese do 2º lugar a discutir directamente com o Sporting em Alvalade - onde Couceiro no seu tempo perdeu um jogo com uma arbitragem surreal do João "Pode vir o João" Ferreira, expulsando McCarthy apenas "sentado" em cima de Rui Jorge num lance dividido sem falta e Seitaridis por jogar com a mão uma bola na área que não se sabia se daria golo.
A margem é muito estreita e não podem esperar nem milagres do novo responsável, sendo que toda a responsabilidade é da SAD por tudo o que sucedeu desde Novembro, nem que perca a noção das prioridades. Ao contrário do idiota Couceiro, que poupou titulares para Milão para ser goleado em casa com o Nacional (e depois em S. Siro no jogo dos 3 golos do "Imperador" Adriano) na jornada que permitiu ao Benfica saltar para a liderança fruto da perda de noção de prioridade no campeonato, Castro deve pensar em recuperar no campeonato e não em fazer frente ao Nápoles, sob pena de perder pau e bola, numa Liga Europa com competidores muito mais fortes e que inviabilizam pensar num êxito uefeiro, até pela presença da Juventus com a final em casa se lá chegar.
E pensar no campeonato é acreditar que se pode reorganizar e estabilizar a equipa para assegurar o 2º lugar e ganhar tempo para moldá-la para os embates com o Benfica, um no final do mês na Taça de Portugal em casa e que marcará o resto da época. Não é crível que o jogo com o Arouca sirva para de per si enfrentar o Nápoles, onde o espírito da equipa estará à prova e não a obrigatoriedade de superar tão credenciado adversário. Já basta o que sobra na frente interna e o que é preciso fazer para restaurar um orgulho competitivo perdido - dizem que por falta de concentração e erros sem explicação, quando resultam apenas e só da falta de treino e da ausência de comando visíveis desde Setembro - e uma organização de jogo que a estúpida SAD não percebeu estar a perder-se às mãos de um lunático Produções Fictícias armado em imberbe cavaleiro da imaculada mas sem ponta de estratégia nem para quixotescamente lutar contra moinhos de vento.
Desta vez, o Sancho Pança da estória são os amadores da SAD, aguadeiros para salvar o salvável depois de meses de estéril ponderação dos riscos e de serem submergidos por risos de tamanha irresponsabilidade de não entenderem os sinais de fadiga e estoiro de uma opção fracassada e uma época miseravelmente perdida e na qual os ratos ainda restarão para nos lembrarem da sua pestilência e causa de infestação de doenças contagiosas para o futuro do FC Porto.
Para completar a história, que tem apenas um pequeno interlúdio de final imprevisível, Couceiro ainda assegurou o 2º lugar em 2005 e vangloriou-se disso, dizendo que a SAD apenas lhe pediu isso e não o título, mas o certo é que teve ainda condições para ser campeão e perdeu-as no empate com o Benfica, perdendo em Alvalade mas com a desculpa de uma arbitragem monstruosa, até ceder "inexplicavelmente" com o Moreirense. Este fds, Couceiro volta com o V. Setúbal a defrontar o Sporting como em 31 de Janeiro de 2005, o FC Porto estreia um treinador com o Arouca quando Couceiro se estreou no Estoril (2-1) em mais uma arbitragem à moda de João "Pode vir o João" Ferreira a negar um penálti ao FC Porto e a permitir um golo ilegal ao Estoril para reduzir (1-2), mas o trôpego Benfica de então com Trapattoni está agora muito isolado e mais confiante, com um plantel melhor do que o da concorrência, algo que não era visível em 2005 onde um bando de maltrapilhos com arbitragens à moda de antigamente fez triunfar uma equipa que nas 9 jornadas finais não marcou qualquer golo de bola corrida, era só livres inventados (João "Pode vir o João" Ferreira mais uma vez em evidência para evitarem a derrota caseira com o Leiria e um golo inventado de Mantorras aos 94') e penáltis de conveniência (Belenenses e Boavista, dois nas últimas quatro jornadas) - na verdade foi o "pior" campeão de sempre e esta época, apesar dos de Lisboa irem à frente, nenhuma equipa tem sequer dois golos marcados por jogo...
Castro, como era de ver, pega amanhã na equipa que depois das selecções voltará a treinar normalmente, uma razão para esta semana a situação do treinador não ter sido resolvida atempadamente. Era escusado deixar PF fazer de conta com uma dezena de figuras nos treinos de ontem e de hoje. Mas era escusada muita coisa no FC Porto onde dificilmente esta gente alegadamente entendida em futebol e enganadoramente com perfil de gestora não deixa de dar tiros nos pés e demonstrações de pensar muito longe de satisfazer quem há muito sabe não estar ali a suposta "estrutura" que ganha por antecipação na estratégia do seu gabinete. A crise, para todos os efeitos, vai continuar e estará sempre presente, porque a calamitosa situação a que se chegou dificilmente terá remédio e Luís Castro é apenas a solução de recurso mais à mão - ainda que muito válida.
A realidade voltou a superar Pinto da Costa e a aura de infalibilidade a cair por terra com gritante incapacidade de gerir e antecipar problemas - que é o fundo de toda a história fracassada deste malfadado 2013-2014.
Alea jacta est (os dados estão lançados).
(vejo entretanto que os pacóvios de caserna limitam-se a:
1) dizer que era inevitável a troca e que já a percebiam desde Novembro
2) que o que está para trás não interessa, o que é isso de chamuscar a SAD
3) o Porto B é um modelo e o senhor é o nosso deus
4) nenhum parolo das redes sociais sabia quem era Luís Castro, como não percebeu o que era logo no início PF, como não tem noção do ridículo de comentar sobre o comunicado da SAD sem acrescentar nada e pensar que o "provisoriamente" é algo de "revogável" como se fosse possível ter outro treinador ainda mais tarde na época
5) os adeptos grunhos estão bem para os grunhos que os comandam)
Para... bens aos primos.
(vejo entretanto que os pacóvios de caserna limitam-se a:
1) dizer que era inevitável a troca e que já a percebiam desde Novembro
2) que o que está para trás não interessa, o que é isso de chamuscar a SAD
3) o Porto B é um modelo e o senhor é o nosso deus
4) nenhum parolo das redes sociais sabia quem era Luís Castro, como não percebeu o que era logo no início PF, como não tem noção do ridículo de comentar sobre o comunicado da SAD sem acrescentar nada e pensar que o "provisoriamente" é algo de "revogável" como se fosse possível ter outro treinador ainda mais tarde na época
5) os adeptos grunhos estão bem para os grunhos que os comandam)
Para... bens aos primos.
Por que omitiu na sua análise o trabalho de Luís Castro na Académica? O que acha desse trabalho?
ResponderEliminarNão me lembrei, sinceramente, e agradeço a memória. Tenho ideia de ter sido de curta duração, a Académica tem pouca estabilidade de plantel e nenhuma ambição a não ser participar. Castro foi apenas mais um peixe fora de água num sítio que não é propriamente animador e motivador, onde a crítica fácil campeia e os doutores estão por toda a parte. Mas falhou, penso eu de que...
ResponderEliminarObrigado de novo.
Está tudo doido !!! O Luís Castro nunca jogou nem trabalhou na Académica , de certeza absoluta .
ResponderEliminarTenho ideia que passou lá um bocado, mas não tenho a certeza, não consultei nada para o confirmar, o Carlos até pode ter razão ainda que eu tenha a noção de ele ter passado por outro clube que não lembro. Mas mal conheço o percurso dele pouco antes de chegar às Antas.
ResponderEliminarPeço desculpa ao Zé Luís, o Carlos Castro tem razão. Quem treinou a Académica foi o José Guilherme em 2010.
ResponderEliminarPodemos ter confundido com Rogério Gonçalves...
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