30 março 2014

Capelada na Liga

No mix de emoções de hoje, o Liverpool encheu-me as medidas e voltou ao 1º lugar da Liga inglesa, quase repetindo (4-0) o 5-0 ao Tottenham que ditou a saída de AVB. E se o Cincazero me fez lembrar o grande futebol dos Reds nos anos 70 e 80, hoje foi mais do que um concerto de bola: a afirmação de uma equipa que, sem Europa, joga e marca que se farta, é uma maravilha de se ver como dizia há dias Brendan Rodgers. Este mês o Liverpool pode decidir a reconquista do título que lhe foge desde 1990, recebendo dia 13 o M. City, com quem perdeu o 1º lugar em Manchester (2-1) tendo sido melhor no jogo, e dia 26 o Chelsea. Vão 8 vitórias seguidas e faltam 6 para ser campeão se vencer todos os jogos. Tal como me apaixonei muito jovem pelo Liverpool (depois do Ajax uns anos antes), a música que ecoava de Anfield e do Kop em particular fez-me fã do clube e da cidade, na tradição dos Beatles, onde durante o jogo não se parou de cantar. Impressionante.
 
Findo o jogo de Anfield, espreitei a 2ª parte do Braga-Benfica. Ao fim de 20 minutos já vomitava o famoso Proença mas ainda tinha de esperar um pouco, dando todas as dúvidas aos benfiquistas, pela não expulsão de Fejsa: amarelado, fez uma (dupla) falta claríssima para amarelo, falta marcada mas cartão não dado. Consta que não é a 1ª vez esta época que o novo esteio defensivo é poupado à expulsão, mas assim se carrega o andor. Por fim, a preciosidade daquele penálti no último minuto, que Rodrigo falhou, foi a cereja no cimo do bolo e da bola.
 
Que o Benfica é a equipa, além do plantel mais rico, mais forte não havia dúvidas e se diferenças houve foi pelo abaixamento estrondoso do FC Porto, à conta da sua SAD. Mas vamos ter um campeão, justíssimo aliás, fraquinho, superior aos demais que são fraquinhos. O nível de futebol da Liga é assustadoramente baixo, a maior parte das equipas joga junto à sua área e a intensidade de jogo é baixa, do que beneficia a equipa com melhores jogadores e a mais bem arrumada e categorizada. Não precisa de ser muito bom, como nem foi para ganhar ao FC Porto na Luz, mas estamos a 6 jornadas do fim e os extrminadores implacáveis não conseguem marcar 2 golos por jogo. É impressionante.
 
Para acabar, a Capelada da Choupana. O nível defensivo portista pede meças ao pior "borra-botas" da história mas é o que deu o mercado de Janeiro, trocando Otamendi por Abdoulaye. Este, patarata em Guimarães, infantil em Alvalade, voltou a deixar marcar um golo fácil, a Rondon, por inexistência. Bah, não existe.
 
De resto, ao nível dos internacionais da arbitragem tuga e num dia em que o Público tinha uma entrevista com o presidente da FPF cujo título falava de os árbitros hoje errarem menos, sabe-se lá porque tal mereceu a chamada a título como se o presidente a FPF não tenha dito mais nada de importante ou interessante, João Capela esmerou-se.
 
O árbitro que no dérbi lisbonense da época passada deixava jogar e negava penáltis (2) ao Sporting permitindo qualquer tipo de contacto defensivo do Benfica sendo, para uns, tudo "limpinho, limpinho", desta vez enxotou os encontrões. Ao nível da indigência habitual dos nossos árbitros internacionais, alguns até capazes de evitarem jogos escaldantes com cómodas dores nas costas, Capela fez por negar um golo limpo para 2-2 a Jackson e trocou um penálti sobre Quaresma por uma alegada simulação.
 
Isto é a segunda semana consecutiva que, depois do famoso Xistra no Porto-Belenenses também a negar um golo a Jackson, tal é conseguido, demonstrando a coerência dos árbitros tugas e o seu contributo para um jogo limpo e, acima de tudo, para um jogo com mais golos.
 
Por sinal, neste campeonato de tão baixo nível tem-se visto vários golos em fora-de-jogo e até golos válidos que não entraram como o do Sporting em Setúbal. Curiosamente, quando o Estoril lá jogou no início da semana, marcou um mas não contou, não viram a bola para lá da linha de baliza. Há coisas raras mas não ajudam a credibilidade do campeonato.
 
Se o golo mal anulado da semana passada podia ser um acidente, ainda que Xistra não seja alguém que se recomende, o golo mal anulado de hoje, com Jackson todo no ar e a fazer-se à bola mas subindo sem fazer falta e cabeceando sem poder evitar o choque do defesa à sua frente que ficou muito abaixo no salto, é o paradigma não só do nível dos árbitros como do nível do futebol.
 
Impressionante é tudo coincidir com uma entrevista do pateta presidente da FPF que julga salvar a imagem da coisa alegando que os árbitros cometem menos erros.
 
E, como vêem, não há equipa com mais de dois golos por jogo, não sendo graças a um elevado nível de jogo jogado. Há árbitros que não contribuem para isso. E se há imponderáveis no futebol, os árbitros não são factores alheios, o que não abona a sua credibilidade.
 
Acabar, por fim, o jogo em confusão, saindo o Nacional vencedor sem saber bem como não sofreu uma meia dúzia de golos graças a uma série de imponderáveis incluindo o celebérrimo Capela, diz bem do que é esta merda toda. E nenhuma equipa tem dois golos marcados por jogo. Impressionante.
 
Fiquem felizes com a "evolução" e batam palmas à situação. Merecem-na. Ou como dizia uma vez o Pasquim, Capela decidiu o que estava decidido.

3 comentários:

  1. Há que salvar o negócio, pois está tudo falido e podre...

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  2. Bom dia a todos.

    Ontem foi um dia em que voltamos a não ganhar!

    É verdade que não nos deixam ganhar, é verdade que nos empurram mais para baixo, mas será que fazemos tudo o que devemos para ganhar?!

    Confesso que depois de 4ªfeira, pensei que as coisas fossem entrar nos eixos,... afinal... Qual é o Porto que é verdadeiro?

    Sabemos que temos que jogar sempre mais para ultrapassar as forças que nos empurram,... sempre foi assim e sempre será. Com exibições como as de ontem não vamos lá. No máximo merecíamos o empate... temos que ser justos.

    O Sevilha será prova de fogo, mas eu acredito em LC.

    Saudações Portistas

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  3. Este ano não temos hipótese nenhuma.Os nossos adversários têm grandes jogadores: Capela, Proença, Soares Dias, Bruno Paixão...
    Manuel Moutinho

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