22 março 2014

«A cretain is a cretain» segundo apontou a dedo o senhor Sherwood

Como não posso seguir as notícias na hora, limito-me a apanhar umas coisas soltas por aí. Mesmo que as 3 televisões da pasmaceira tenham, todas, cortado o lance do penálti escamoteado ao Tottenham na Luz, que poderia levar ao prolongamento, ainda me diverti com as declarações do técnico dos ingleses. Lembrei-me, até, de coisas de infância e do Robin dos Bosques, o fidalgo que se dedicou a "roubar aos ricos para dar aos pobres" e trocou uma vida de algum conforto medieval pela rusticidade da floresta de Sherwood, tornando-se salteador aos olhos do mandante local, o infame "sheriff" de Nottingham.
 
A verdade é que em Nottingham não é, à porta do castelo, a figura do "sheriff" que lá está em estátua, mas a de Robin dos Bosques, seja ele quem for. Limitei-me, naquelas bandas, a recolher um barrete triangular verde, parece aqueles aviões de papel de jornal mas invertido, com o vinco para cima, como símbolo de alguma coisa que ficou do imaginário de infância.
 
Veio-me a propósito de gozar à brava com Tim Sherwood e o desplante com que zombou da cretinice própria de Jorge Jesus. Que o "fez suar", que os fez "sentir medo" e nem evocou o penálti por marcar, sem deixar de erguer um dedo (polegar) e de esperar que Jesus mostre os seus dedos a outros treinadores nas próximas eliminatórias.
 
É nisto que gosto dos ingleses, são muito directos e não se fazem rogados. Falou desassombradamente, Sherwood, nem se importando com a eliminação mas apenas com a reacção da sua equipa. Teve um sentido desportivo na verdadeira acepção do termo. E deixou o cretino encaralhado, além de borrado de medo.
 
Não sabemos se, numa semana, Jesus aprendeu mais um número, "for", em inglês. Mas foi a tempo de levar outra ensaboadela de carácter, que é coisa que esse cretino não tem. Como treinador pode ser alguma coisa, mas de personalidade é uma merda. Um tuga insolente, estúpido, ignorante em que muitos se revêem. Mesmo que os ingleses, amiúde, não sejam flores que se cheirem e tenham os seus "ares" de "sheriff" e os urros de "rule Britannia"...
 
Adorei a expressão feliz do inglês e a desenvoltura, mantendo compostura, com que abordou o assunto. Afinal, Sherwood fazia a parelha com Alan Shearer no Blackburn campeão em 1994. E como marcar golos e ser do espírito "go to the point" ajuda a derrotar nas palavras um energúmeno que mal balbucia umas merdas ininteligíveis até para ele, o vintém da história. Outra vez.

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