28 fevereiro 2009

FCPorto 0-0 Sporting

Equipa: Helton, P. Emanuel, Rolando, B. Alves, Cissokho (T. Costa 71'), Fernando, R. Meireles, Lucho (E. Farias 83'), C. Rodriguez, Lisandro (Tarik 89') e Hulk

48.010 espectadores

Com leão goleado, cuidado dobrado


Convocados:

Guarda Redes: Helton e Nuno
Defesas: B. Alves, Cissokho, P. Emanuel, Rolando e Stepanov
Médios: A. Madrid, Fernando, Lucho, R. Meireles e T. Costa
Avançados: C. Rodriguez, E. Farias, Hulk, Lisandro, M. Gonzalez e Tarik
FCPorto - Sporting, 20H30, SportTv

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27 fevereiro 2009

Crónica de uma viagem a Madrid


O F.C.Porto em Espanha
Aproveitei este jogo do nosso clube contra o Atlético para voltar a uma cidade aonde deixei muitos amigos e onde vivi um ano. Neste regresso, tentei inteirar-me de tudo o que se dizia do Porto actualmente, se mudava muito em relação ao já respeito que existia no ano em que tinha residido em Madrid. Para ter uma noção ainda maior, para além de falar com amigos espanhóis comprei todos os jornais desportivos de todas as conotações pró Madrid, pró Barça e o El Mundo Deportivo do Atlético de Madrid que é diferente do El Mundo Deportivo do Barcelona.

A conclusão que cheguei é que relativamente ao ano anterior há actualmente um grau de conhecimento superior sobre as características do F. C. Porto e certos jogadores que hoje estão mais cimentados que nunca na memória colectiva espanhola.

Lucho é um caso aparte, quando falo em Porto, mesmo que fale com alguém que acompanhe pouco outras ligas me saberá logo relacionar com o Porto e dizer que é um excelente jogador. Todos quando falam de Porto falam automaticamente de Lucho. Muito respeitado, consideram um craque, que faz mover toda a equipa do Porto. Muitos diziam que era o Kun Aguero do Porto. E depositavam muitas esperanças num bom resultado para o Atlético até porque sabiam que Lucho iria jogar limitado e isso poderia ser fundamental para emperrar a equipa do Porto.

Mas sabiam que não só de Lucho o Porto vivia. Pude constatar que perante a classe jornalística e quem acompanha futebol com atenção Bruno Alves é já um nome consagrado como um internacional português de qualidade, capaz de ser mais um caso Pepe ou Ricardo Carvalho. Num jornal diziam mesmo que pelo seu estilo de jogo era o novo Fernando Couto.

Para além disso destacava-se o poder ofensivo do Porto. Que apesar de não ser tão forte como o do Atlético era também o ponto forte da equipa juntamente com o meio campo com o duo: Meireles Lucho. Já Fernando ainda é desconhecido, sabe-se que é o substituo de Assunção mas há ainda muito desconhecimento, ao ponto de ler coisas como o facto de ele não saber jogar com a bola nos pés e só saber destruir.

O Porto estava bem estudado. Sabiam que o ponto fraco e a atacar seria as laterais. Porque Cissokho era inexperiente e vinha do Setúbal e diziam que Fucile era bom atacar mas não era propriamente um Bosingwa. E acima de tudo mantinham a imagem que já no ano passado tinham de Helton, um frangueiro, guarda redes típico da escola brasileira, muito irregular e capaz de meter frangos incríveis. Sempre achei estranho essa imagem tão negativa que tinham sobre o Helton. Mas depois do frango que ele deu com o Chelsea e agora com o Atlético acho normal que essa seja a ideia que fiquem dele.

Destacavam que pelo centro o Porto tinha muita segurança com um grande Bruno Alves e que Rolando apesar de menos bom seguia o estilo do seu companheiro mas que por serem do estilo de centrais altos e mais pesados seriam os ideais para que Aguero pudesse usar a sua velocidade. Mas prova do respeito por Bruno Alves é que a Nike fez um reclame propositado com os dois para este jogo. Via-se na loja do Atlético um grande cartaz assim como nas páginas dos jornais espanhóis de Aguero e Bruno Alves prevendo o grande duelo. Aguero com a mensagem “não me verás” e Bruno Alves com a mensagem “Não passarás”. E afinal aplicou-se mesmo a de Bruno Alves que só reforçou ainda mais a fama de central de classse mundial que já acumula não só em Espanha como por toda a Europa e que o coloca já na rampa de lançamento para mais altos voos.

Lisandro destacava-se como o maior foco de perigo, sabiam já dos estragos que havia feito na champions anterior e o chamavam de goleador. Elogiavam muito o tridente ofensivo com El Cebolla Rodriguez que conhecem bem por ser uma das figuras da selecção uruguaia e o têm em muito boa conta e ainda um tal de... Hulk... Que diziam estar a fazer furor em Portugal mas que o classificavam como um jogador muito forte e muito rápido e muito forte mas sem grande técnica... Pois... Ainda não tinham visto o verdadeiro Hulk... Depois do jogo a opinião deles mudou radicalmente e agora já o temem bastante e não o colocam tão atrás de Lisandro e Rodriguez como antes.

Os cronistas afectos ao Atlético aludiam ao facto do Atlético ter que salvar a época através da champions e que mesmo mal na Liga, na Champions o Atlético nunca havia perdido em casa nem mesmo para o Liverpool. Mas admitiam que quando saiu o Porto ao Atlético os sorrisos eram maiores do que eram actualmente. Porque o Porto de lá para cá melhorou enquanto o Atlético piorou substancialmente e que a experiência do Porto não era de deixar de ser levada em conta e que era uma senhora equipa.

Com alguma graça se vê que ainda não se sabem informar bem sobre o que se passa na liga portuguesa. O ponto mais curioso foi num jornal que diziam que Jesualdo Ferreira dizia-se em Portugal que tinha por hábito lavar os dentes depois de ganhar um jogo. Essa deu-me para rir muito. Claramente andaram a ler a bola, record, etc. depois das declarações de Jesualdo que ganhar no Porto era habitual como lavar os dentes e lá leram algumas provocações a esse facto nesses jornais quando o Porto perdeu algum jogo


Os traidores
Mas a minha estadia em Madrid começou logo com uma desilusão. Traidores. Paulo Assunção já não me surpreendia e até não me afectava muito. Afecta-me é que os argentinos o ano passado pela sua briguinha por protagonismo com Quaresma dessem mais valor a Assunção que a Quaresma e agora ele diz as barbaridades que diz do clube e diz que o Atlético é muito melhor e no final acabam aos beijinhos e abraços com ele. Claramente a mensagem do Jesualdo de que ele já não era um dos nossos não passou para os argentinos.

Mas a verdadeira desilusão veio de Paulo Futre. Um jogador que se fez no Porto, que foi campeão da Europa que ainda hoje é recordado pela exibição memorável de Viena e que em longa entrevista falou que depois de algumas dúvidas agora estava mais que seguro que iria torcer pelo Atlético de Madrid apesar de lhe custar ver o Porto eliminado. Alegou vários motivos…O facto do Porto já ter duas champions, de ter estado mais anos em Madrid que no Porto, o de viver em Madrid e acompanhar mais o Atlético que o Porto, e finalmente o facto de um dos seus filhos que também é portista e torcer pelo Atlético lhe ter dito que ía apoiar o Atlético.

Tudo bem que ele torça pelo Atlético. Mesmo não tendo ganho nada de relevante lá e mesmo sabendo que só chegou lá porque o Porto fez dele jogador. Mesmo assim e visto que ele já la vive tantos anos e até dirigente do Atlético já foi, até aceitava. Não me entra na cabeça foi uma declaração dele... “Foi maravilhoso ser campeão da Europa pelo Porto, é o topo na carreira de um jogador, mas, apesar disso, não se compara com o que eu senti quando ganhei a taça do Rei pelo Atlético de Madrid em pleno Bernabeu, isso foi algo de inexplicável, foi mais marcante que tudo...”. Comparar aquela final mágica de Viena e ser campeão da Europa a ganhar uma mísera taça do rei? Isso no mínimo é insultuoso e chega até a raiar a ingratidão. Fiquei deveras desiludido com Futre. Li isso logo mal aterrei em Madrid e só me deu ainda mais raiva e certeza que o Porto ia a Madrid mostrar o que é o F. C. Porto e que o Atlético pode ter Aguero e as estrelas que quiser mas o que o F. C. Porto vale na Europa e no Mundo não se compra com jogadores, só se tem com rigor, seriedade, profissionalismo, espírito vencedor, adeptos incríveis e uma estrutura que mesmo sendo de um país pequeno como Portugal dá 10 a 0 ao Atlético de Madrid.

Futre ainda conseguiu dizer pérolas como: “O Calderon é um ambiente muito mais difícil de jogar que o Dragão”, ou “prefiro o Atlético pelos seus adeptos que são os melhores do Mundo…”. Sobre o Calderon e os adeptos devo dizer que os vi muito tempo calados. Vi foi o Porto a cozinhar muito bem a equipa do Atlético de Madrid no seu próprio Calderon…

Maniche teve uma postura totalmente diferente. Mesmo sendo jogador do Atlético não teve problemas em já mesmo antes do jogo refrear o optimismo e alertar para o facto de o Porto ser um grande clube europeu, mais experiente que o Atlético e com uma mentalidade vencedora que não muda saia quem saia todos os anos e demonstrou eterno agradecimento e apreço pelo F. C. Porto. Ele mesmo nas suas entrevistas parecia já prever que as coisas iam correr mal para o Atlético e que claramente os seus colegas não tinham noção do adversário muito forte que iam encontrar.


O Calderon
Já ao ir para o estádio e depois da consciência que éramos respeitados mas ainda havia muita confiança que o Atlético ganharia. Verifiquei a realidade logística que me faz ver que por vezes não sabemos dar valor ao que é nosso e tendemos a achar que tudo o que é de fora é bom. O Porto em organização, logística, estádio, etc. dá uma goleada ainda maior ao Atlético do que a que podia ter dado no campo se não tivesse feito um festival de golos falhados.

Falo de acessos terríveis, de um estádio mal localizado, velho e decadente por fora e por dentro, com um péssimo relvado e nada moderno ou funcional e agradável como o nosso estádio do Dragão. Já antes do jogo recomendavam que se comesse fora do estádio porque la não havia serviços de restauração de qualidade o que estranhei. Até ter entrado no estádio... Uma espécie de garagem por dentro em que tinham 3 ou 4 pessoas atrás de um balcão improvisado sem qualquer tipo de higiene ou qualidade, nem licenciamento a vender umas sandes e umas bebidas. Um barraco. Pareciam aqueles barracos que vendem comida nas imediações do estádio. Comparar isso com o que se pratica actualmente nos estádios modernos...

Para além disso, lugares sujos sem se ver bem os números em alguns... E lugares marcados...? Nem pensar, é tudo ao molho... Isso de ter lugares marcados é um luxo. Em Portugal somos atrasados mas até nos jogos da liga nacional se cumpre os lugares marcados já há alguns anos. Então na champions nem se fala... É escrupulosamente cumprido. O Vicente Calderon quer pelos acessos, pelo exterior e interior do estádio, sujidade, degradação, etc. fazia-me lembrar os estádios portugueses de há para aí uns 10 anos atrás ou mais. E ainda dizem que estamos atrasados em relação a tudo ao resto da Europa...

Depois a polícia parecia achar que ia lidar com selvagens na forma como tratava as pessoas. Mas nada demais, apenas zelo. Não fosse os adeptos do Porto estarem separados dos do atlético de Madrid por duas simples tiras de plástico que separavam as duas bancadas. Absolutamente ridículo.

O Jogo
Durante o jogo o Calderon foi silenciado por uma grande exibição e por uns adeptos incansáveis no apoio á equipa que apenas esmoreceram após o frango de Helton que foi um verdadeiro balde de gelo perante o que o Porto vinha jogando. Mas também foi aí que começou a reacção. Ao contrário de outros adeptos e outras ocasiões, os portistas no regresso de Helton mesmo ainda chateados por mais um frango numa fase importante da champions, não lhe furtaram apoio, desculparam o erro e cantaram o nome dele deixando-o visivelmente emocionado e mais focado que nunca para dar o seu melhor para não deixar mal todos os que o apoiaram. Aí viu-se uma união perfeita e sede de vencer entre equipa e adeptos. A união perfeita que já nos levou a grandes vitórias. E provou-se que esta equipa está unida e é um balneário blindado, principalmente quando no golo de Lisandro todos se abraçaram a Helton.

Realmente os ultras do Atlético faziam um bonito espectáculo. Durava era pouco porque depois sofriam a cada vez que Hulk, Lisandro, Rodriguez e companhia tocavam na bola. E após o empate o Atlético ouviu mesmo olés no seu próprio campo tamanho era o domínio do Porto sobre o campo.

Assunção teve a reacção esperado, apupado quando tocava na bola e felizmente Maniche teve a reacção que merecia, aplaudido por todo o estádio ao entrar. Por adeptos do Atlético e pelos do Porto. E quando uma vez rematou para fora teve o seu nome cantado durante vários minutos por todos os portistas numa prova de gratidão a um grande jogador que ainda hoje não se esquece do clube que marcou para sempre a sua carreira e não se furta a elogia-lo e é mais um portista a torcer por fora mesmo não jogando cá já há alguns anos.

Mas o ódio de estimação esse estava guardado para...Simão :-). Esse sim ouviu cânticos ofensivos todo o jogo e das poucas vezes que os adeptos foram até á grade sem se tratar de um golo do Porto era quando Simão se chegava perto daquela zona e aí ele ouvia de tudo mesmo. De início ele sorria perante os cânticos ofensivos. Depois do 2-2 e quando lá ía parecia ficar mesmo irritado até porque se antes estava a conseguir incomodar Sapunaru, agora até já dificuldades em dominar a bola tinha junto da bancada aonde estavam os portistas a chamarem-lhe de tudo.

A acabar o jogo talvez por alguma azia, prolongaram por muito tempo a permanência dos adeptos do Porto. As luzes já estavam quase apagadas e nós ainda á espera de poder sair.

Epílogo
Mas o sentimento era de resignação por parte dos adeptos do Atlético. Sentiam que podiam estar satisfeitos pelo empate que caiu um pouco sem terem feito nada por ele. O F. C. Porto não venceu, mas deixou a eliminatória em vantagem para o jogo em casa e sem dúvida reforçou ainda mais a sua imagem por terras espanholas e viu activos como Bruno Alves, Lisandro, Rodriguez valorizarem-se ainda mais e deu a conhecer um jogador que é incrível e se chama Hulk. Agora muitos já estão com os olhos postos no que ele fará ainda nesta champions e não deve haver um único adepto do Atlético que não o tema neste momento.

Apesar de tudo, eles ainda confiam muito no seu poder ofensivo. Todos os jornais falaram que o Atlético saiu vivo do jogo sem saber muito bem como mas que no Dragão o seu poder ofensivo pode fazer mossa. Por um lado é nisso que se motivam. Mas esquecem-se que o Porto em Madrid assumiu o jogo, coisa que não é o seu melhor estilo e mesmo assim falhando golos atrás de golos, marcou 3, um deles mal anulado e destroçou a defesa do Atlético enquanto que Aguero e Forlan viram-se e desejaram-se com Bruno Alves e Ronaldo e ficou claro que o meio campo e a defesa do Porto são mais fortes que o Atlético e o ataque não é assim tão mais fraco que o deles.

Com uma diferença. O Porto tem treinador (por mais que muitos portistas não o gostem de admitir) e tem por isso uma equipa mais coesa, segura e mais capaz de gerir jogos do grau de exigência da champions. E acima de tudo é uma equipa feita na Europa. Não se encolhe nem se atemoriza com ninguém como o Sporting fez com o Bayern de Munique em que logo pelo discurso de coitadinho de Paulo Bento começaram logo a perder o jogo ainda na sala de imprensa (e ainda falam dele para treinar o Porto... só mesmo se for para piada de Carnaval…)

O F. C. Porto como clube é maior e melhor que o Atlético e parece que muita gente inclusive o próprio Futre se esqueceu disso. Nada melhor que o relembrar com uma exibição convincente em Madrid. Falta agora fazer o que não fizemos lá e matar a eliminatória o mais cedo possível, provando em campo que não são somos o melhor clube, mais organizado, com mais história, mais respeitado mundialmente, mas também temos melhor equipa mesmo actualmente numa época em que o Atlético investe milhões no seu plantel e tem mais dinheiro que o F. C. Porto. Mas nós somos o F. C. Porto, o que somos hoje não o compramos em lado nenhum, construímos com muitos anos, muita dedicação, muita organização e profissionalismo. Por isso dominamos em Portugal mesmo muitas vezes sentindo que lutamos contra o nosso próprio país para vencer não só em Portugal como vencer lá fora levando o nome de Portugal a conquistas que há muito tempo o Sporting e Benfica são incapazes sequer de sonhar em fazer.

Isto tem que ficar claro para os nossos adversários seja em Portugal ou na Europa. Nós somos o F. C. Porto. Ponto. Em qualquer época, com qualquer momento de forma nós somos sempre fortes, sempre têm que nos temer e respeitar. A nossa força está já instituída no futebol Mundial por muito que isso não agrade a muitos.

26 fevereiro 2009

Prioridade - cerrar fileiras e apoiar quem nos defende.


No flash-interview a seguir ao jogo no Vicente Calderón uma das questões do jornalista a Jesualdo Ferreira foi se para o ano este estaria no FC Porto. O jornalista podia ter feito 250 perguntas diferentes mas preferiu fazer o trabalho encomendado de tentar desestabilizar o nosso treinador e balneário. A pouco menos de dois
meses de terminar a época em Portugal, os jornais não querem saber os motivos do sucesso do trabalho do Professor por este ser o timoneiro de uma equipa que vai em 1º na Liga Sagres, que passou em 1º do seu grupo da LC e que deu um banho de bola em Madrid. Quiseram saber se o Professor teme a substituição por Jesus, Bento ou o Zé da Esquina.

Já devíamos estar habituados a estas encomendas, mas pelo que tenho lido na blogosfera e sobretudo pelas conversas em que participo com outros Portistas, parece que existem adeptos que ainda não perceberam o alcance dos boatos que os media estão a cozinhar. Esta é uma conversa que só interessa ao Benfica. Não interessa ao Sporting porque estes também não estarão interessados no assunto da substituição do treinador. Interessa apenas e exclusivamente aos benfiquistas e alguns de nós vão atrás da cantiga discutindo nomes para um lugar que está ocupado por um treinador Campeão.

Não se discute a substituição de Quique - um treinador medíocre, demasiado valorizado e que treina uma equipa que custou milhões. Os jornais não querem discutir a substituição de um treinador que semana sim, semana não, se oferece a todas as equipas de Espanha. Não querem discutir os erros de casting do pseudo melhor director desportivo do mundo. Não querem discutir as opções tácticas de quem treinando uma equipa que até ver “luta” – e que bem que eles lutam… – pelo titulo nacional joga com autocarros no seu próprio Estádio. Não querem discutir que provavelmente o Benfica para o ano recomeçará a construção das suas habituais equipas maravilha de Agosto. Não querem discutir nada disso. Querem discutir a substituição de Jesualdo. Querem colocar este na reforma antecipada e lançar um boato que fere a equipa que poderá uma vez mais colocar o clube do regime na sua habitual travessia do deserto.

E o que fazem alguns Portistas? Assobiam o nosso treinador Campeão e juntam-se ao coro encomendado pedindo e lançando os nomes que a imprensa lhes serve.

Pois eu, que não sou mais nem menos portista do que ninguém que tenha o Dragão no coração, sou da opinião que Jesualdo deve ficar mais uma época. Quero a continuação do bom trabalho. Quero que o processo evolutivo de alguns jogadores como Cissokho, Hulk, Rodriguez , Rolando, Fernando, Guarín, Rabiola, Diogo Viana, Stepanov, Ventura e outros esteja nas mãos dele. Não quero uma razia do plantel no próximo ano. Não quero novas ideias, novos jogadores, novas estratégias. Quero Jesualdo. Não quero o Jesus, o Bento ou o Zé da Esquina. Quero o Jesualdo. Quero estabilidade na direcção técnica.

À SAD, mais do que nós, compete oferecer essa estabilidade. Compete definir o futuro próximo, apoiando quem lá está e não promovendo com o silencio outros treinadores que aparentemente vendem mais jornais com as suas tiradas do "isto mete nojo". O silêncio da SAD em relação a esta matéria – já nem falo de outros assuntos – ajuda a que os media continuem o seu trabalho de desestabilização. É premente uma posição de força e não míseras labaredas lançadas para o ar. É necessário que a nossa política de comunicação seja mais assertiva, combativa e que meta esta gente no seu lugar. É tempo de cerrarmos fileiras contra o inimigo. É tempo de sermos novamente o FC Porto que não se calava perante as injustiças, as campanhas corrosivas dos media ou o veneno dos corruptos encarnados.


Mas cala-se. Pede-se a Jesualdo que defenda o bom nome do FC Porto, que treine, que seja campeão, que chegue aos Quartos de Final da LC, que vença a Taça de Portugal e a Taça dos feijões. A Jesualdo pede-se tudo, inclusive que defenda uma estabilidade que está a ser minada até por dentro. Sabemos que alguns empresários já andam mandatados para trazer mais contentores. Sabemos que estes querem saber quem será o próximo treinador para começar o seu lobbie, avançar com as luvas e sugestões de jogadores.

Sabemos que eles têm de saber. Os vídeos tem de ser feitos e as capas de jornais têm de ser compradas para lançar contratações para a ribalta. Sabemos isso tudo. A SAD sabe mas parece não querer saber. A SAD tem deixado que nos chamem de corruptos. Agora, em pleno mês de Fevereiro, vai deixando que se façam previsões sobre a liderança técnica da próxima época. Deixa e não devia deixar. Cala-se e não se devia calar.

Apoiar Jesualdo deve ser a prioridade de todos nós. Apoiar a continuidade de um projecto vencedor, personalizado e combativo.

Deve-se premiar o campeão. Deve-se ajudar quem nos tem defendido contra tudo e contra todos em matérias que nem são da sua responsabilidade. Deve-se. Deve-se. Deve-se, porque lhe devemos isso.

O meu treinador para a próxima época? Jesualdo Ferreira.

PS.1 – escolhi este assunto porque sei aquilo que nos estão a preparar através das "Cofinas". Não serei o único, pelo que já era tempo de os outros que sabem, os que decidem, os que gerem os destinos do nosso Clube meterem mão nos boatos que para aí andam. É tempo de defender quem nos tem defendido. É tempo de cerrar os dentes. As capas que estão a ser preparadas em Lisboa vão dar razão a esta minha opinião. Serve para estarmos todos alerta. Unidos em redor do nosso treinador e não ansiando por outros que ainda não ganharam "nada" e que actualmente defendem outros emblemas. Para esse peditório não largo nem mais uma moeda. Fica o alerta. Espero que este texto sirva para ajudar a colocar uma pedra no assunto.

PS.2 – fiquei de abordar o assunto FCP TV, mas compromissos profissionais têm-me impedido de escrever com a assiduidade que desejaria. Continuo a entender que necessitamos urgentemente de um veículo próprio de informação, feito por Portistas para Portistas. Parece que dentro da SAD começam a existir pessoas que acham o mesmo. Ainda bem. Esperemos que essa seja uma realidade a curto prazo. Quero acreditar que sim.

25 fevereiro 2009

Jogador da Bancada - Época 2008/2009 - 32º Round

PS: Em comentário coloco os nomes dos jogadores que actuaram neste jogo e o treinador. Só necessitam de copiar, colar na vossa caixa de comentários e atribuir a vossa nota (de 0 a 10).

Com uma enorme personalidade de campeão

Atlético de Madrid 2-2 FCPorto
Maxi Rodriguez 3', Lisandro 22' e 72' e Forlan 47'Equipa: Helton, Sapunaru (P. Emanuel 79'), B. Alves, Rolando, Cissokho, Fernando, R. Meireles (T. Costa 92'), Lucho, C. Rodriguez, Hulk e Lisandro (Tarik 90')

No regresso para a parte decisiva da Champions League, foi um FCPorto com uma enorme personalidade de campeão que se apresentou no Estádio Vicente Calderon, conseguindo arrancar um empate, que perante aquilo que a equipa fez durante a partida, sabe a muito pouco.

O FCPorto mostrou o porquê de continuar a ser uma das equipas mais respeitadas na Europa, e ser a única equipa portuguesa com valor para se bater contra os adversários europeus, banalizou um adversário na sua própria casa, contra uma arbitragem encomendada, jogando num relvado horrível, ficando a sensação que a passagem à próxima eliminatória é bem possível, e só por culpa própria isso não acontecerá.

Foi com uma alteração à última hora na equipa titular que o FCPorto se apresentou em Madrid, Sapunaru a titular, mesmo à última hora, em detrimento de Fucile que se ressentiu da lesão, tendo Jesualdo Ferreira escalado, de resto, a equipa habitual.

Logo no primeiro minuto, o FCPorto mostrou ao que vinha, Hulk quis dar conhecer à Europa as suas arrancadas que leva tudo atrás, teve nos pés a primeira oportunidade de golo, tendo depois Rodriguez não dado a melhor continuidade ao lance. Mas, na resposta, o Atlético de Madrid respondeu com eficácia, num contra-ataque rápido, Aguero desmarca Maxi Rodriguez, a defesa portista fica parada, com Cissokho em destaque a deixar-se antecipar, e o argentino não desperdiça a oportunidade, inaugurando o marcador.

Com o golo sofrido, o FCPorto viveu alguns momentos de desacerto, deixava muito espaço nas alas para os jogadores madrilenos subirem no terreno e criarem perigo, mas Hulk teimava em puxar a equipa para a frente e na resposta quase empatava em mais uma boa jogada individual. Com o tempo, a equipa azul e branca começou a acertar mais nas marcações, controlando a partida, a equipa espanhola já não saía para o ataque com facilidade, e o FCPorto aproveitava para tentar ir à frente.

Com isso, começou a surgir uma coisa que não é nada de novo nesta época: a falta de eficácia portista. As oportunidades surgiam quase em catadupa, mas a equipa falhava no último momento. E quando Lisandro encostou a bola para dentro da baliza, a passe de Bruno Alves, o FCPorto sentiu na pele aquilo que já se calculava: um tremendo “preconceito” dos árbitros europeus ao FCPorto, devido a todo o processo que a equipa tricampeã foi empurrada durante este Verão. Lisandro Lopez estava em jogo, marcando um golo completamente legal, mas o fiscal de linha não teve dúvidas em anular um golo que até poderá custar caro à equipa portista.

Mas, a equipa não se atemorizou, nos momentos seguintes, Lisandro Lopez não perdoou, aproveitando uma falha da defesa madrilena, e empatou a partida, pondo mais justiça no resultado. A partir daí, a tranquilidade do Dragão foi evidente, controlando sempre o ritmo do jogo, e não facilitando defensivamente, enquanto continuava a falhar oportunidades de golo.

Até que, quando se pensava que o empate seria o resultado no intervalo, Helton borra a pintura, não defendendo um remate completamente defensável, tendo o brasileiro deixado escapar a bola entre as mãos. Um filme visto e revisto nesta competição. Se o empate já era injusto, então ir para o balneário derrotado daquela maneira tão cruel, então mais injusto era.

Mas os campeões notam-se quando se erguem nos momentos mais difíceis, o FCPorto entrou, na segunda parte, com a mesma atitude, e até com os mesmos defeitos, logo nos primeiros minutos, Rodriguez falha um golo quase certo. O tempo passava, o Atlético de Madrid tentava acalmar os ímpetos dos portugueses, Lisandro, Hulk e Rodriguez eram uns verdadeiros cabos das tormentas para a defesa madrilena, Lucho comandava, com mestria o meio campo, mas faltava o golo do empate, golo esse que viria a aparecer quando FCPorto já jogava mais longe da baliza adversária, Cissokho cruza com conta, peso e medida para Lisandro que, dessa vez, não facilitou.

Sapunaru lesionado dava o lugar a Pedro Emanuel, os madrilenos tentavam pressionar mais perto da baliza de Helton, mas o FCPorto com uma grande personalidade e atitude iria aguentando a pressão, aproveitando também para ir à frente tentando surpreender o seu adversário. A defesa madrilena tremia toda, os adeptos desesperavam, com a qualidade deste enorme FCPorto que apenas falhou no essencial para vencer um jogo de futebol: na eficácia.

Jesualdo Ferreira, até ao fim, substitui Raul Meireles e Lisandro, dando a oportunidade a Tomás Costa e a Tarik, mas nada de relevância iria acontecer após essas substituições.

Apesar de algumas vicissitudes que o ultrapassam, a falta de sorte, o lance de Helton, o árbitro tendencioso, principalmente na primeira parte, o golo anulado, etc, o FCPorto apenas se poderá queixar de si próprio por ter alcançado um empate. Se, nas competições europeias, um empate, com dois golos marcados fora, poderá ser visto como um resultado positivo, acaba por ser ingrato, por tudo aquilo que a equipa fez e pela personalidade demonstrada no Vicente Calderon.

A este Porto, de reconhecida casta internacional, o empate tem um sabor agridoce, é necessário um pouco mais de maturidade e de eficácia na partida em casa, no dia 11 de Março. Os ingredientes estão lá todos, e de enorme qualidade, apenas faltam pequenas coisas, que são essenciais, para que o resultado final seja diferente. Fica a sensação que no Estádio do Dragão tudo ainda poderá ser melhor. Apenas dependemos de nós próprios. Dia 11 de Março, cá os esperamos.

24 fevereiro 2009

Atlético de Madrid 2-2 FCPorto

Maxi Rodriguez 3', Lisandro 22' e 72' e Forlan 47'Equipa: Helton, Sapunaru (P. Emanuel 79'), B. Alves, Rolando, Cissokho, Fernando, R. Meireles (T. Costa 92'), Lucho, C. Rodriguez, Hulk e Lisandro (Tarik 90')

Vamos pôr o Calderon a ferver

Convocados:
Guarda Redes: Helton e Nuno
Defesas: B. Alves, Cissokho, Fucile, P. Emanuel, Rolando, Sapunaru e Stepanov
Médios: Fernando, Lucho, R. Meireles e T. Costa
Avançados: C. Rodriguez, E. Farias, Hulk, Lisandro, M. Gonzalez e Tarik

Atlético Madrid - FCPorto, 19H45, RTP1

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PS: Não se esqueçam de actualizar as vossas equipas do UEFA Fantasy Football.

22 fevereiro 2009

Jogador da Bancada - Época 2008/2009 - 31º Round

PS: Em comentário coloco os nomes dos jogadores que actuaram neste jogo e o treinador. Só necessitam de copiar, colar na vossa caixa de comentários e atribuir a vossa nota (de 0 a 10).

21 fevereiro 2009

O Dragão, passo a passo, foge dos burros.

Paços de Ferreira 0-2 FCPorto
Hulk 15' e B. Alves 65'


Equipa: Helton, Sapunaru, Rolando, B. Alves, Fernando (M. Gonzalez 82'), R. Meireles (Lucho 68'), T. Costa, Lisandro, E. Farias (C. Rodriguez 62') e Hulk

Embora muitos burros quisessem, a bem da competitividade dizem eles, que não fugisse aos seus oponentes mais directos, o certo é que o FCPorto, passo a passo, com maior ou menor dificuldade, vai conseguindo ultrapassar os seus adversários e vai somando pontos importantes para a conquista do Tetra. Numa jornada onde, pelo menos um, dos seus maiores rivais vai perder pontos, a equipa azul e branca lá conseguiu passar o exame na Mata Real, com segurança e muita combatividade num terreno com um exigente grau de dificuldade.

Jesualdo Ferreira optou, em nome da gestão que tem vindo a fazer ao plantel, por fazer descansar Lucho Gonzalez, colocando-o no banco, dando a oportunidade a Tomás Costa, tendo também Sapunaru substituído o lesionado Fucile, mantendo Ernesto Farías como titular.

Jogado, como habitualmente nos jogos na Mata Real, num relvado irregular e em mau estado, o FCPorto apresentou-se muito combativamente nos primeiros minutos. A equipa entrou com vontade de tentar asfixiar o seu adversário logo na entrada da área, recuperando a bola mais de perto da baliza adversária, o que foi acontecendo normalmente, pelo menos até à altura do primeiro golo.

A equipa tricampeã nacional entrou de forma bastante autoritária, procurando logo marcar um golo cedo, o que aconteceu aos 16 minutos, através de um remate fabuloso de Hulk não dando hipoteses a Coelho. Impressionante o poderio fisico, aliada à sua técnica, do brasileiro que o FCPorto foi desencantar lá para os lados do Japão. É tempo de assumir, de uma vez por todas, quero lá saber o que ele custou, o que é caro poderá ser, um dia mais tarde, barato e Hulk tem todas as condições para ser um jogador que foi barato perante aquilo que ele pode dar à equipa com o seu futebol excitante, electrizante e poderoso que o brasileiro tem nos pés.

Na jogada seguinte, o Paços começou a querer responder, num remate de fora da área, Rui Miguel levou a bola a embater no poste mostrando que podiam contar com a equipa da cidade dos moveis.

A partir daí, a equipa portista quase se transformou, todo o autoritarismo apresentado até ao momento, como se tem visto invariavelmente noutros jogos o meio–campo portista começou a deixar jogar à-vontade os jogadores adversários, faltando-lhe agressividade, no bom sentido, não procurando atacar a bola, mas sim em recuar, o que proporcionava a que os jogadores do Paços de Ferreira pudessem criar perigo para a baliza de Helton e ganhavam confiança em jogar de igual para igual.

O Paços de Ferreira apenas rematava fora da área, e conseguiu, como todo o mérito, acalmar o ímpeto inicial portista, os tricampeões nacionais foram aceitando a jogo feito pelo adversário, até pelo resultado até ao momento conquistado não lhe interessava correr muito, e até ao apito do árbitro para o intervalo o jogo seria mais equilibrado .

Na segunda parte, o jogo continuou como terminou nos primeiros 45 minutos, o Paços de Ferreira queria mostrar algo mais, entrou forte e com vontade de surpreender, mas o FCPorto foi segurando a vontade dos pacenses. Aliás, todo o perigo que veio do lado pacense foi sempre com remates de fora da área, a defesa portista esteve sempre muito concentrada e não permitia grandes perigos .

Jesualdo Ferreira procurava dar maior agressividade à sua equipa e substituía Farias por Rodriguez, a equipa ganhou com essa substituição e, mais uma vez nas suas famosas arrancadas, Hulk apenas foi travado em falta em plena grande área, tendo Jorge Sousa mostrado , e desta vez justamente, uma opinião diferente de um lance na primeira parte onde Cissokho foi empurrado na grande área deixando o jogo decorrer sem marcar falta.

Bruno Alves não perdoava e marcou o golo que viria a dar ainda maior tranquilidade e segurança à equipa portista. A partir daí, o Paços de Ferreira foi uma equipa mais frouxa, com maior desânimo, e ofereceu um resistência menor ao poderio portista.

Depois de Lucho entrar, para o lugar do Raúl Meireles, o FCPorto pôde jogar de forma que pretende, antes de um jogo importante a contar para a Champions League, foi uma equipa inteligente, que quis passar o tempo gerindo o resultado, mas sempre mostrando uma atitude competitiva.

Até ao final da partida, nada de importante a assinalar, apenas um golo, justamente, anulado ao Paços de Ferreira, Carlos Carneiro desviou a rota da bola com a mão, por isso o árbitro esteve bem ao anular a jogada.

O FCPorto continua na senda das vitórias fora de casa, mostrando uma segurança melhor e mais eficaz do que os jogos em casa, vem aí um ciclo infernal de jogos importantes, será importante manter esta atitude mesmo que as exibições não sejam de gala. Com uma atitude lutadora e aguerrida todos os objectivos ficam mais fáceis de serem conquistados.

20 fevereiro 2009

Paços de Ferreira 0-2 FCPorto

Hulk 15' e B. Alves 65'


Equipa: Helton, Sapunaru, Rolando, B. Alves, Fernando (M. Gonzalez 82'), R. Meireles (Lucho 68'), T. Costa, Lisandro, E. Farias (C. Rodriguez 62') e Hulk

"Paço" a passo se conquista o tetra

Convocados:
Guarda Redes: Helton e Nuno
Defesas: Benitez, B. Alves, Cissokho, P. Emanuel, Rolando, Sapunaru e Stepanov
Médios: Fernando, Lucho, R. Meireles e T. Costa
Avançados: C. Rodriguez, E. Farias, Hulk, Lisandro, M. Gonzalez e Tarik
Paços de Ferreira - FCPorto, 21H00, RTP1

VEJAM O JOGO EM DIRECTO AQUI NO BLOG

19 fevereiro 2009

Nos 9 anos do roubo de Campo Maior prejudicar o FC Porto não dá pior nota

A notícia da Lusa sobre a nota dada pelo observador do árbitro Pedro Proença, no Porto-Benfica, deve ser lida a começar pelo fim.

Porque é paradigmático do pulsar dos corações da bola.


Uma crónica de costumes, porque a moral chuta-se para canto.

Porque a moral da história é que prejudicar o FC Porto ainda não dá a pior nota de um observador a um árbitro. E a moral é que importa, tal como a isenção, o respeito, a auto-estima, a idoneidade, a honestidade que um jornal e um jornalista devem ter aos olhos do público, qualquer que ele seja.

A notícia é/era que a arbitragem de Pedro Proença foi anotada com 2,4 no Porto-Benfica. A informação factual relevante. Até pelo ruído seguinte ao jogo, não só pelas capas capciosas da Imprensa Destrutiva. Já nem se fala na ridícula tentativa oficiosa de manipular a CD da Liga a reclamar castigos a Lisandro e Bruno Alves.

Mas se observarmos além do fulcro da notícia, vem uma resenha comparativa de más notas recentes a árbitros. E Pedro Proença, o único conotado com um prejuízo do FC Porto, tem entre todos a melhor nota.

Alarves replicaram na tv que a nota “não foi pelo penálti marcado contra o Benfica”. Que lata! Não! A nota foi pelo penálti não marcado para o FC Porto! Mas diz a notícia:
"A nota 2,4 é, segundo o critério da escala de avaliação, uma nota insatisfatória, consequência de uma grande penalidade não assinalada com influência no resultado e um cartão amarelo não exibido.

Segundo as normas e instruções para observadores, "um árbitro que não assinale uma grande penalidade e esta tenha influência no resultado a nota máxima é 2,5". A Pedro Proença ainda foi descontada uma décima pelo cartão amarelo não exibido a Sidnei.

Nesta temporada, cheia de casos de arbitragem, a avaliação de Pedro Proença está longe de ser a pior. Elmano Santos foi avaliado com 2,1 no Belenenses-Benfica, enquanto Pedro Henriques (Benfica-Nacional), Paulo Baptista (Benfica-Braga) e Paulo Costa (Braga-FC Porto) tiveram 2,3."
Do observador do Braga-Porto já aqui registei que a nota dada a um árbitro-auxiliar, Vítor Carvalho, que assistiu a todos os lances polémicos da partida junto dos ataques das duas equipas, dependeu de ter validado mal um golo ao FC Porto (Hulk) e invalidado mal um golo ao FC Porto (Tomás Costa). O observador, aliás, só viu um dos três penáltis reclamados pelos bracarenses e logo um lance de bola no braço, eventualmente, que se viu mal e a maior distância possível a que se encontrava, na bancada, o observador, face ao canto mais distante da área (curiosamente, tal como o observador do Porto-Benfica confessou não poder ver bem por ser precisamente no lado mais distante do seu ponto de visão).

Esse observador escreveu que a nota “é penalizada pelo golo de Hulk e beneficiada pela anulação do golo de Tomás Costa” (sic). É revelador que, entretanto, alguém tenha esmiuçado que o observador em causa no clássico é dos piores classificados entre os seus pares. Aceitemos como verdadeiro, mas não invalida que o observador tenha o direito de concluir a sua observação do clássico como o fez. Pode ser mau, desde que não seja desonesto. E face à desonestidade que campeou a inverter a gravidade dos lances polémicos no Dragão com influência no resultado, as capas dos jornais e os dislates televisivos falaram por si.

Isto convém evocar numa altura em que se celebram 9 anos da maior fraude num jogo de futebol em Portugal, a arbitragem de Bruno Paixão no Campomaiorense, 1 – FC Porto, 0, a 19/2/2000. Uma arbitragem, volto a lembrar, que mereceu nota 3 de um jornal como Record, depois de o árbitro setubalense ter negado 4 penáltis ao FC Porto, claríssimos, permitido agressões (além de agarrões) do central José Soares a Jardel, todos na área, e invalidado um golo a Jardel sem razão absolutamente nenhuma.


Os recentes casos de arbitragem, aliás na esteira dos múltiplos casos todos neste século sem equiparação a qualquer outro jogo, de que se tenha ouvido falar se porventura não passou na tv nos últimos 20 ou 25 anos em que os títulos do FC Porto são postos em causa pelos invejosos e raivosos dos costumes, já me fizeram alinhavar a lista dos resultados mais falseados no campeonato português.

Sem eu conseguir lembrar-me de erros flagrantes e repetidos para o mesmo lado a viciar resultados, como já se viu neste curto andar do século XXI, sem comparação com jogos visionados nos anos 80 ou 90 com erros em escala, tirei estas conclusões:

15 PIORES ARBITRAGENS QUE JÁ VI NO CAMPEONATO

1 Campomaiorense-FC Porto (1-0), 1999-2000 (19/2/2000)
Bruno Paixão (Setúbal)

2
Benfica-Braga (1-0), 2008-2009 (11/1/2009)

Paulo Baptista (Portalegre)

3
Benfica-Belenenses (1-0), 2000-2001 (15/10/2000)

Isidoro Rodrigues (Viseu)


4
Sporting-FC Porto (0-1), 2002-2003 (11/1/2003)

Lucílio Baptista (Setúbal)


5
U. Leiria-FC Porto (1-0), 2006-2007 (26/1/2007)

Elmano Santos (Madeira)

6
FC Porto-Sporting (2-2), 2001-2002 (12/1/2001)

Martins dos Santos (Porto)


7
Benfica-Sporting (2-2), 2001-2002 (15/12/2001)

Duarte Gomes (Lisboa)


8
Sporting-FC Porto (1-1), 2003-2004 (31/1/2004)

Lucílio Baptista (Setúbal)

9
Sporting-Nacional (5-1), 2006-2007 (3/2/2007)

Duarte Gomes (Lisboa)

10
Benfica-FC Porto (1-0), 1999-2000 (1/4/2000)

Martins dos Santos (Porto)

11
Benfica-Leiria (1-1), 2004-2005 (16/4/2005)

João Ferreira (Setúbal)

12
Rio Ave-Benfica (0-1), 2003-2004 (19/3/2004)

Paulo Paraty (Porto)

13
Boavista-Gil Vicente (2-0), 2005-2006 (17/10/2005)

Elmano Santos (Madeira)

14
Benfica-Braga (1-1), 2007-2008 (24/2/2008)

Jorge Sousa (Porto)


15
Guimarães-Benfica (1-4), 2001-2002 (23/3/2002)

Duarte Gomes (Lisboa)
Os detalhes de cada jogo revelarei com mais espaço e tempo.

Até lá, quem quiser opinar e fornecer outra lista pode complicar factos, datas e resultados.

18 fevereiro 2009

O momento da equipa

O futebol de Jesualdo nunca foi atraente, mas foi-o quase sempre eficaz, salvo momentos de puro azar como o do ano passado nos oitavos de final da Liga Milionária. Estou com o treinador (que às vezes faz de relações públicas e elemento da SAD), até ao fim (eu que cheguei a pensar que o melhor era ele ter dito adeus em Outubro). No entanto penso que é muito importante trazer para a discussão algumas questões que devem ser analisadas.

No último jogo, em que um qualquer Coentro desmioladinho fez uma festa galinácea por ter marcado um belo golo, o Porto mais uma vez não teve meio campo e o que mudou verdadeiramente o rumo da partida foi a entrada de Lisandro. A provar que quando se mexe na equipa deve mexer-se bem e não mal.

Tal como em Belém, onde Lisandro entrou e fez um passe de morte para matar o jogo, as suas movimentações são e foram decisivas para partir a defesa adversária. Sem Lisandro a equipa é uma sombra de si própria, pelo que ele joga e faz jogar, pelos espaços que cria para que os outros dois da frente tirem rendimento do seu repentismo e da sua explosão.

As asneiras tácticas foram desta vez diferentes das do jogo com o Benfica mas igualmente castradoras do futebol da equipa e do domínio que esta pode ter do jogo.

Já fomos testemunhas de muitos erros posicionais. Todos nos lembramos decerto dos primeiros meses da época. Primeiro foi o posicionamento do Rodriguez. Depois foi o do Hulk.

Encontraram-se as posições ideais para os dois e a certa altura o futebol da equipa (antes do Natal) tinha ligação e velocidade, mesmo com o Lisandro e o Lucho em sub-rendimento. Já muitas vezes falei do posicionamento dos dois em Istambul e em casa com o Arsenal.

Já se viu onde podem render os dois (Hulk e Rodriguez), mas neste momento, regressamos a um fosso antigo, entre as linhas de meio campo e ataque que fazem do Porto uma equipa lenta e sem explosão ofensiva. Lembremo-nos que o nosso meio campo não tem transportadores de bola e nem "panzers" de primeira linha. Na hipótese ínfima de o treinador decidir de uma vez por todas juntar as linhas e colocar estes dois jogadores onde eles podem render, então pode ser que voltemos ao rendimento pré-natalício, senão prevejo muitos dissabores até final da época.

A gestão disciplinar do plantel é uma lástima. Estamos com 4 jogadores, habituais titulares, em risco de exclusão. Isto leva a uma gestão obrigatória, mas quase cómica do plantel. Por isso tantas dificuldades, apesar do Lucho estar a subir a olhos vistos e do Meireles estar a voltar à sua melhor forma (será que a subida de rendimento de um ter a ver com a do outro?).

A somar à juventude de muitos e à gestão agora necessária de alguns, as falhas de posicionamento revelam-se suicidas.

A importância dada ao Farías esta semana é justa, mas não deve ser menor que a dada às opções do treinador. Farías não é o avançado de que o Porto precisa. Rendeu mais porque jogou na sua posição natural mais de 90 minutos e porque São Bruno se lembrou, numa jogada de raça, bem à central do Porto, de subir pelo flanco e arrancar um cruzamento com conta, peso e medida, que o rato de área aproveitou. Estas ocorrências intermitentes são próprias de jogos contra uns Coentrozitos, não acontecerão contra Atléticos de Madrid. A falta que não faz Adriano...

Quando olho para Guarín e Tomás Costa, vejo dois jogadores que nada evoluíram desde que chegaram ao Porto. Não por falta de valor, mas por falta de minutos e de quem os faça evoluir. Quando olho para o nosso banco e vejo Guarín, Tomás Costa, Farías e Mariano e depois vejo outros quatro jogadores como Adriano, Ibson, Alan e César Peixoto, que foram esquecidos ou emprestados, facilmente descortino a diferença de valor e de soluções que o nosso banco teria. No jogo com o Benfica, na falta de nervo do treinador para modificar o posicionamento do meio campo, soluções para partir a defesa contrária precisavam-se.

Não vou aqui falar do caso do Luís Aguiar, porque sinceramente para mim a sua situação é algo confusa (alguém da bancada que explique por favor de uma vez por todas se o passe ainda é do Porto ou não) e um ano a jogar com regularidade está-lhe a fazer muito bem. Não vou perder tempo a falar do Renteria porque acho que não é opção que venha acrescentar algo ao plantel. Pode ser que esteja enganado. Mas há “muito boa gente” a jogar por outros emblemas que seria muito útil a este plantel.

Tem sido uma época difícil, muito irregular. Situação expectável dada a inexperiência do plantel. Mas não é com as opções que o banco oferece, as substituições que temos operado e a ridícula gestão dos cartões amarelos que se verifica, que podemos ver os jogos com a certeza de que tudo corre com estabilidade e com a confiança habitual de que se à equipa faltar engenho, a estrutura e a raça tratarão do resto.

Espero que a maioria dos cartões seja “limpo” na véspera da primeira mão da meia-final da taça de Portugal e que a partir desse momento o núcleo duro da equipa se mantenha. Seria quase caricato e amador que uma equipa que levou tanto tempo e esforço para ser trabalhada se visse agora, novamente “amputada” e a perder processos que tão bom resultado deram no passado, porque imagine-se, a questão dos cartões amarelos não foi bem equacionada.

Tanto tempo para encontrar estabilidade táctica e uma equipa base, para depois essa estabilidade se perder, ou porque a posição de algumas pedras fundamentais volta ser o que não deve ou porque as substituições são uma lástima, ou pela impossibilidade de utilizar A ou B porque as questões disciplinares não estavam na agenda.

Estabilidade precisa-se.

P.S. Apesar de devermos ser críticos, devemos apoiar quem entra no campo para representar as nossas cores. O público do Dragão é manifestamente uma vergonha. Um bando de burgueses ignorantes. O Mariano e o Tecla podem não ser os jogadores que o Porto precisa, mas quando jogam devem ser acarinhados e apoiados como qualquer outro. Com tanto assobio e falta de apoio não há aquisição que resista.

Ouro sobre azul




Atleta do Ano: Lisandro López (Futebol)

Futebolista do Ano: Jorge Fucile

Atleta de Alta Competição do Ano: Nuno Marçal (Basquetebol)

Atleta Amador do Ano: Mariana Marinho (Bilhar)

Atleta Jovem do Ano: Ricardo Dias (Futebol de Formação)

Atleta Revelação do Ano: Paulo Santos (Natação)

Técnico do Ano: Franklim Pais (Hóquei em Patins)

Seccionista do Ano: Carlos Carneiro (Basquetebol)

Dirigente do Ano: Fernando Oliveira (Atletismo)

Funcionário do Ano: Vítor Pombo

Quadro do Ano: Daniel Pereira

Sócio do Ano: Jorge Martins

Filial/Delegação do Ano: Casa do F.C. Porto de Espinho (Nacional) e Casa do F.C. Porto de Pretória (Estrangeiro)

Recordação do Ano: Adolfo Roque (a título póstumo)

Dedicação do Ano: João Manuel Barros

Dragão de Honra: Ilídio Pinto e Manoel de Oliveira

17 fevereiro 2009

Gestão sim, experiências não

Quando uma substituição arrasta dois erros e a posição de trinco em vez de ser valorizada é menosprezada, o treinador do FC Porto quer mostrar que é muito mais fácil perder um campeonato do que ganhá-los com base em ideias firmes

Três coisas recorrentes ocorreram no Porto-Rio Ave: a cegueira e maus fígados dos avaliadores e críticos em geral nos casos polémicos que rodeiam jogadas ou golos a favor dos portistas; a quebra da fluidez de jogo e do equilíbrio colectivo da equipa de Jesualdo que teima em persistir nos erros tácticos; uma gestão de efectivos que não pode implicar mais experiências.

Está claro que as três coisas recorrentes não têm a ver com os três golos que o FC Porto só tinha marcado em casa esta época (3-1 ao Fenerbahce, em Setembro). Foi, portanto, uma novidade. Mas nesta altura em que os pirómanos feitos críticos com carta de alforria, com contrato ou recibo verde, na Imprensa do regime, incendeiam cada golo do FC Porto, a equipa quer dar motivos de esperança aos rivais em campo e fora dele, com actuações irregulares.

Desta vez, Jesualdo pode ter a desculpa da lesão de Fucile para substituí-lo ao intervalo, ainda que essa informação seja plasmada como notícia “em primeira mão” no site do clube, o que decerto merece mais leituras diferenciadas do que os alegados casos de arbitragem ocorridos no jogo pelo inefável Elmano Santos.

Mas uma substituição, normalmente, implica uma troca directa. Em vantagem no marcador, é uma imposição, nem que seja uma adaptação, mas sempre uma troca directa, sai um e entra outro para o lugar. Como se já não estivéssemos escaldados por más experiências neste domínio, depois da batalha pelo direito de Fernando evoluir como trinco a caminho da excelência, Jesualdo brindou-nos com uma substituição e duas mexidas, afastando Fernando para a lateral-direita e colocando Tomás Costa a 6.

Ora, Fernando já mostrou que a lateral-direito é pouco mais do que um jogador vulgar e não só pela falta de rotina. Tomás Costa já ali jogou e porventura onde menos comprometeu e revelou menos incapacidades do que em qualquer outra zona onde jogou. Jesualdo quebrou a espinha da equipa e a 2ª parte foi um susto permanente, sem a justificação de o adversário jogar atrás, o resultado ser desfavorável, Marte estar conjugado com Júpiter e não se ter quebrado o enguiço de marcar na baliza norte – ainda assim embruxada, porque um golo contado não foi validado.

Que haja gestão, muito bem. As entradas de Mariano e Farias de início, “sentando” Lisandro e Rodriguez no banco, não fazem sentido nesta fase. Mas, prontos, se tiver que se manter em rodagem os menos utilizados, e tirar-se proveito da fome de jogar de um ou outro, tudo bem. Mariano, com quem a bancada embirra ao primeiro passo errado como se não fizesse outras coisas bem positivas, deu largura e acutilância na pressão ofensiva (até em busca da bola) na 1ª parte.

Farias só não foi melhor servido porque Hulk, para o bem e para o (pouco, felizmente) mal, leva sempre consigo a bola, a irresistível tendência para se revelar incrível e o desejo de comer este mundo e o outro até fazer um golo “a solo”.

Viu-se porque é que com Hulk não adianta Lisandro jogar no centro, como referência no ataque. A fluidez de jogo e as arrancadas de cada um tornam imprevisíveis as manobras de ataque, desprezando a existência de um homem na área. Daí as dificuldades de quem defende em controlar os dois, salvo se o autocarro estacionar em frente à área. Com Farias, menos “móvel” do que Lisandro, mais 9, mais identificado com uma função, a pecha revelou-se: pouco jogo para o ponta-de-lança como referência atacante. E só na parte final Farias se viu com dois golos plenos de oportunidade digna de ponta-de-lança. Além do penálti (empurrão evidente de Gaspar, ainda que muitos façam por não ver), com uma bola metida para o meio dos centrais entre os quais o argentino acabou (empurrado) ensanduichado.

Apesar da perplexidade da ausência de Lisandro e Rodriguez, ok com a opção de gestão. Não acredito, porém, na gestão dos cartões como motivo primeiro, porque nada indica que, entrando na fase de aflição com 1-1, um ou outro não se “esforcem” e não acabem por entrar numa jogada mais ríspida ou duvidosa que motive um cartão.

Não faz sentido, porém, que seja para poupar o físico, com 3 jogos de campeonato em cada fim-de-semana, sendo que a Taça da Liga já evitou desgastes escusados aos habituais titulares.

Acredito na gestão por opção. E que valoriza o resto do plantel. Faz sentido, e a equipa não se ressentiu, que entrem dois ou até três elementos no onze. Foi uma óptima 1ª parte, a melhor nos jogos da Liga no Dragão esta época. Depois, as substituições foram um descalabro.

Note-se só dois exemplos que deram um golo ao Rio Ave depois de uma oferta para o adversário acertar num poste, tudo por maus passes e para trás o que é sintomático. Primeiro, foi Meireles a passar mal a bola e, depois, Fernando entregar mal após um lançamento lateral, com Coentrão a acertar num poste. A equipa não saiu da zona defensiva e deixou-se pressionar, sem ordem nem critério algum em campo. Segundo, de um lançamento do adversário, fruto de um mau passe de Rodriguez para trás, dois jogadores não conseguiram travar Coentrão que fez um grande golo, daqueles que já é hábito engatar contra o FC Porto, vide o golaço de Braga pelo Leixões.

Mas estas coisas combatem-se com competência, não a dar baldas e baldes de trunfos ao adversário.

A entrada de Tomás Costa devia ser directamente para o lugar vagado por Fucile. Não se ganhou um melhor lateral com Fernando e perdeu-se o melhor trinco. Ou seja, para experiências já bastaram os meses anteriores até se perceber que qualidades individuais prevalecem no grupo e respectivos cargos na governação da equipa. Experiências não, por favor. Nem sequer quando o resultado nem estava consolidado e correu-se o risco do empate também recorrente no Dragão.

Ver, por fim, Bruno Alves a cruzar para o golo de Farias é só sintoma do modo errático do jogo em aflição. Quando já se jogava só com três defesas e Lucho recuara para organizar jogo, ver um central a servir de extremo quando os seus centímetros seriam expectáveis na área contrária, não pode servir como modelo.

A vitória não merece discussão, a 1ª parte de Lucho merecia mais, com um Meireles percutante como nos bons tempos. Um golo claramente com a bola lá dentro (na tv parece que só o garantiriam se vissem as bolas lá dentro…) podia ter ajudado a relaxar e gerir melhor a 2ª parte. Acabou-se com o credo na boca quando era hora de a equipa provar ter força de Dragão, sem deixar dúvidas quanto à sua capacidade para manter a liderança. Mas deixou alienar mais uma parte do seu património genético de campeã, com os altos e baixos que não dão um jogo sossegado aos seus adeptos em casa e que até para os ausentes acaba por justificar a redução de 50 mil para 35 mil de uma semana para outra na assistência.

A equipa só lucrará se apostar na estabilidade colectiva e de funções atribuídas a cada um, ganhando mais força pelos resultados e pela confiança que se transmite aos adeptos bem necessários nesta hora de cerrar fileiras para vencer, mais uma vez, contra tudo e todos, tolos do costume incluídos.

A fase decisiva vai começar 6ª feira, com vários jogos cruciais durante duas semanas para três competições em que só o FC Porto está envolvido. Que o onze titular possa ter uma ou outra alteração, vá lá, mas que não se atropele as competências individuais que Jesualdo exalta na equipa, com risco para a própria segurança e estabilidade colectivas.

16 fevereiro 2009

Jogador da Bancada - Época 2008/2009 - 30º Round

PS: Em comentário coloco os nomes dos jogadores que actuaram neste jogo e o treinador. Só necessitam de copiar, colar na vossa caixa de comentários e atribuir a vossa nota (de 0 a 10).

Malapata vencida por Tecla escondida

FCPorto 3-1 Rio Ave
Lucho 37' (gp), F. Coentrão 72' e E. Farias 86' e 90'
Equipa: Helton, Fucile (T. Costa 45'), Rolando, B. Alves, Rolando, Cissokho (Lisandro 74'), Fernando, R. Meireles, Lucho, M. Gonzalez (C. Rodriguez 79'), E. Farias e Hulk

34.808 espectadores

O FCPorto conquistou uma vitória, frente ao último classificado da Liga, justa mas bastante sofrida, que serviu para acabar com a malapata de não conseguir ganhar há 3 jornadas seguidas, no Estádio do Dragão, malapata essa que estava a servir como uma grande barreira psicológica na equipa portista muito difícil de ultrapassar.

Apesar de todo o sofrimento, que foi mais auto-imposto, o FCPorto ultrapassou todas as dificuldades e conseguiu arrancar uma vitória que poderá servir para acabar com os resultados menos positivos na sua casa e, quem sabe, lançar definitivamente para a conquista do tão almejado Tetracampeonato.

Jesualdo Ferreira, contra todas as expectativas, optou por lançar duas surpresas na equipa titular, retirou Lisandro Lopez e Cristian Rodriguez lançando Mariano Gonzalez e Ernesto Farías, que viria a ser decisivo para a conquista dos 3 pontos.

O jogo começou como tem sido habitual ver nos jogos no Estádio do Dragão, o FCPorto cedo se lançou para a frente procurando o golo, mas, como tem sido o normal ultimamente, a equipa começava logo a denotar problemas na eficácia.

Logo aos 3 minutos, Hulk, completamente sozinho frente a Paiva, remata à figura do guarda-redes da equipa vila-condense, sendo de seguida Lucho mostrada a mesma, má, pontaria.

À medida que o tempo passava, o Rio Ave bem tentava equilibrar um pouco as coisas, mas o FCPorto não deixava, com Lucho a tomar conta do meio-campo e a servir bem os seus companheiros, apenas o golo tardava em aparecer, e não era por falta de oportunidades, por vezes a falta de sorte, por exemplo naquele remate de Hulk que seria um golo de antologia, mas por outras vezes eram as opções dos atacantes portistas que não eram as melhores.

Mais uma vez, com o tempo a passar e o golo, apesar das oportunidades criadas, a não aparecer, e com o regresso em força da triste “massa assobiativa” aos seus momentos infelizes, a equipa portista começava a ficar cada vez mais ansiosa e a querer resolver o jogo individualmente. Ora, o futebol é um desporto colectivo, onde apenas todos remando para o mesmo lado dá resultados positivos, uma verdadeira equipa não pode ser um conjunto de individualidades e era isso que o FCPorto se estava a tornar.

Mas, aos 37 minutos, Gaspar trava em falta Ernesto Farias dentro da grande-área vila-condense, e o seu compatriota Lucho Gonzalez inaugurava o marcador que, até àquele momento, era mais do que justo.

Com o golo, o FCPorto vinha com mais tranquilidade para o ataque, e aos 40 minutos, a responder um cruzamento de Raúl Meireles, Mariano Gonzalez cabeceou para a baliza, tendo Paiva tirado a bola de dentro da baliza. Golo? Não, o fiscal de linha assim não entendeu, apesar de estar bem colocado mas não teve dúvidas em mandar seguir a jogo. Espera-se uma reacção da imprensa do regime à semelhança do que assistimos durante a semana que findou sobre os casos de arbitragem na última partida do FCPorto.

Na segunda parte, Tomás Costa entraria para o lugar de Fucile, possivelmente lesionado, remetendo Fernando para defesa direito, mas a equipa portista não entrou tão bem como tinha entrado no primeiro tempo.

O FCPorto baixava o ritmo, e apresentava um futebol confuso, o Rio Ave, que se apresentou como uma equipa descomplexada e sem nada a perder, começava a ganhar confiança e a sonhar com algo bem mais positivo do que a derrota.

O meio campo portista, depois da saída Fernando para o lado direito, perdeu um pouco de tranquilidade e eficácia a defender, a equipa foi demasiado confusa, não sabendo explorar as fraquezas do seu adversário.

A equipa portista acomodava-se ao resultado, ao ponto de não conseguir trocar passes com fluidez e, por vezes, fazendo passes disparatados para os seus adversários, tudo com demasiada ansiedade e pressa de resolver as coisas, mas quase sempre mal.

Mariano dava o lugar a Rodriguez, mas a equipa ainda não se libertava das amarras que ela criava a si própria, e, aos 72 minutos, Fabio Coentrão, confirmou a tendência de apenas jogar contra o tricampeão, fazendo o empate num golo de belo efeito.

A partir daí, Jesualdo Ferreira tirou Cissikho, lançando Lisandro na partida, na busca da vitória, o FCPorto começou a pressionar muito mais, mas nem sempre bem. O Rio Ave ainda tentava uma surpresa maior, mas foi necessário Bruno Alves subir no terreno e cruzar com conta, peso e medida para a cabeça de Farías que não deu hipóteses de defesa a Paiva, voltando a colocar a equipa portista em vantagem.

O Rio Ave ainda tentou responder ao golo sofrido, mas não teve tempo, Lisandro Lopez cruzava para o aparecimento de Ernesto Farías que não perdoava, mostrando, em 5 minutos, um instinto matador que, até então, andava desaparecido naquela partida.

Até ao final, o FCPorto apenas controlou as operações, não deixando o Rio Ave reagir, conseguindo uma vitória importante em casa, mais não seja, para tentar afastar alguns “fantasmas” que circulavam no Estádio do Dragão.

Agora segue-se uma deslocação ao, sempre complicado, campo do Paços de Ferreira, começando um ciclo infernal de jogos, decisivos, para as aspirações da equipa nas três competições que está inserido. Espera-se que toda a falta de sorte e de eficácia tenha terminado e que agora os jogos em casa sejam encarados com outra tranquilidade.