30 julho 2010

Agora ficam os bois, com canga e sem carro...



Vários dias de alarmismo noticioso e tremendismo regulamentar, ensopados num caldo de ignorância perene, litigância bacoca, "opinariedade" desfocada e até imbecil e trabalho jornalístico por fazer foram hoje desmontados, por enumeração de factos com garantias de objectividade e veracidade, por Carlos Janela na RTPN a resumir o essencial do chamado (mais um) "caso Queiroz".
Ex-dirigente, ex-empresário de jogadores e hoje formado na área do Desporto em que sempre teve um comportamento inatacável, Carlos Janela arrasou o diz que disse, fugiu à polémica estéril e infundada e apontou factos até hoje não conhecidos e reafirmados como verídicos sobre a intromissão, quase uma investida policial num estado tomado pelo terrorismo processual contra os próprios cidadãos, no caso jogadores da Selecção Nacional, da "brigada do vampiro" no estágio da Covilhã e que, muito tempo depois, parece que causou um terramoto nacional.

Mais do que ufanar-se do que terá dito Queiroz aos médios do controlo antidoping, como já consta noutros fóruns que hoje consultei com as "novidades" dos últimos dias, Janela questionou se, não se tratando de um final de etapa de ciclismo para levar a urina dos corredores regulamentarmente apurados, não seria excesso de zelo entrar intempestivamente no hotel da Selecção pelas 7 da manhã em dia que era de meia folga dos jogadores e impôs a recolha dos líquidos da praxe, algo que poderia ser feito, sem prejuízos nem adulteração de resultados, em hora mais conveniente. Janela adiantou mesmo, e subscrevo integralmente, que não imagina um treinador a permitir tal invasão na sua equipa, o que não significa obstrução ao trabalho legítimo e regular da brigada antidoping.

Invariavelmente, aparecem os bobos da corte a puxarem outros argumentos já inutilizados por avaliação federativa, como os resultados desportivos no Mundial que foram minimamente cumpridos. Inevitavelmente, um gordo de nome Gobern continua lamentavelmente a confundir factos com opinião pessoal que carece, sempre, de ser bem fundamentada, o que a sua balofa cabeça nunca consegue fazer ao ritmo do corpo volumoso que ostenta. Desgraçadamente, juntou-se à peça um Boronha sempre a pensar por si mas a mostrar porque foi, não deveria ter sido e provou que não merecia ter estado como vice-presidente com o cargo das selecções e contra os seleccionadores do seu tempo Humberto Coelho e António Oliveira. Quando soube do programa não resisti a vê-lo. Opiniões, de Gobern e de Boronha, que revelam má-fé além de total desinformação que caucionam a sua pobre visão dos acontecimentos, distorcendo factos e carreando a sua mera opinião pessoal que, obviamente, vale o que vale, como é zero para muitos que possam e saibam ouvir e ler o que vale a pena de retirar-se de jeito de comentadores de pacotilha.
Lembrei-me a descrição de Carlos Carvalhal, em Alvalade, contra o Shreck, o Gordo e o Barbas, que enquadra fisionomicamente em certos responsáveis do Rascord. Pois na RTP-N lá tivemos outro Gordo e outro Shreck. Quanto ao Barbas, é a própria estória e o essencial que dela querem extrair os que dizem rejeitar mas alimentam do vómito destes esquemas sabujos já com barbas. Estes mesmos pategos não comentariam, como não o fizeram, de forma diferente, por exemplo, o famoso caso da reunião do CJ da FPF para abater o FC Porto na Champions e o Boavista na Liga na celebérrima reunião do motim contra Gonçalves Pereira, fez há pouco dois anos e mais uma intentona derrotada em tribunal verdadeiro e não nos pasquins de lodo informativo.

Não bastava, entretanto, ter-se posto o carro à frente dos bois. Era, há dias, um processo do IND que, afinal, foi apenas um relatório do que ali foi apurado e com conclusões enviadas à FPF. Um organismo sem interferência na FPF e esta ainda à margem do Regime Jurídico das Federações Desportivas, por isso susceptível de provocar a ira da tutela como se comprovou pela inopinada opinião do secretário de Estado Laurentino Dias que não arranja forma de pôr a FPF no ritmo legal e restituir-lhe a Utilidade Pública Desportiva - a cuja falta, de resto, não proibiu a selecção de ir ao Mundial.

Pôs-se o carro à frente dos bois, pela segunda vez em 15 dias, com uma reunião da Direcção da FPF, esta tarde, aparentemente para despedir Carlos Queiroz. Sem razão atendível sequer o facto de não ter sido escutada a sua versão dos factos, factos que nunca foram investigados pelos jornais e que, agora, facilmente, dolorosamente, Carlos Janela expôs dando a certeza de serem verídicos porque em tempos ouviu uns zunzuns e foi confirmar o que se passou. Elementar.

Mais uma vez, a FPF não podia tomar outra decisão que não esperar para ouvir Queiroz. Fala-se apenas de inquérito para averiguações, não de um processo disciplinar que, desde já, enfermaria de duas maleitas graves e insanáveis para a prossecução de qualquer argumento legal para despedimento. Primeiro, passaram mais de 60 dias sobre os factos para se proceder a um processo disciplinar; segundo, uma alegada tomada como certa decisão federativa de despedir CQ esbarraria na denúncia do seleccionador de nem sequer ter sido ouvido e sê-lo-á, agora, não num processo disciplinar impraticável neste tempo, por forma a expor a sua versão dos factos que devia ter sido em conta no tremendismo em que, capciosamente, muitos jornaleiros e opinadores de merda, incluindo directores de jornais susceptíveis de fazerem internamente processos de índole idêntica, enredaram o seleccionador para o tal "linchamento mediático".
Como poderia, no limite, a FPF empurrar CQ se o caso teve de ser do conhecimento de vários directores envolvidos no estágio, um deles, Amândio de Carvalho, com assento no executivo que vota estas coisas?, foi a questão que deixei no post "Queiroz ou não queiras" depois de, muito de longe, ter sabido do que se passava, a meio da semana. Se encobriram o "chefe" das selecções, o director-técnico Godinho, o director de comunicação Onofre também não mereceriam confiança nas suas funções, entre outros directores de logística e de operações porventura presentes na Covilhã. E que nada transmitiram ao executivo que reuniu a 14 de Julho para fazer o baçanço do Mundial que se sabe...

E como os factos estragam uma boa estória e a verdade que querem vender, jornais e blogs, sendo que Boronha deve saber tanto como nós do que se passa no executivo da FPF, por muita cagança que queira ostentar, eis que não há meio legal de despedir Queiroz. Há, mas vão buscar coisas que não contaram para o efeito, validando uma opinião catastrofista da presença de Portugal no Mundial que nem todos partilham.
Depois do carro à frente dos bois, agora sobra a canga e não há carro. O bronco do Gobern, de falácia argumentativa digna de filme infantil de uma tv para bonzos e bimbos, lá puxou que sentenciava CQ mesmo assim, não por isto, mas pelo que se fez no Mundial, algo que não é para aqui chamado. E, ufano, partilha da opinião do insidioso Boronha, de que CQ não será queimado em lume brando, mas em chama viva, um argumentário já preparado nos bastidores pois ainda hoje li num periódico qualquer algo do género: estão e vão fazer a cama ao seleccionador. Alegadamente, porque ninguém gosta do seleccionador, como poderiam não gostar da cara do guarda-redes ou da marca das sapatilhas de um central. Desgraçadamente, é esta gente que pensa representar não só a Opinião Pública: hoje ouvia-a de manhã na SIC-N e a maioria das intervenções foi em defesa de CQ face a este miserável estratagema que traz outros interesses na cauda... E quanto a opinião publicada, vai muito do que se entender como válida, sendo que ela é tão pateta como a do Magalhães do Rascord como a do Boronha no seu blog frequentado por algarvios e alentejanos, a competirem pela bacoquice e a mais miserável falta de bom senso que o autor deixa praticar por dele prescindir com regularidade assustadora. Estes estarolas todos a pugnarem, como almas civilizadas e isentas de problemas éticos, para que CQ saia. Se não é despedido, ao menos que saia. Se tal suceder, depois vão apontar-lhe a choruda indemnização, mesmo que inflaccionada como o Rascord fez e teve o desmentido federativo sobre os prémios, os ganhos e as perdas com o Mundial.

Talvez CQ ceda. Talvez devesse ter fugido e não chegado de férias, acossado como criminoso e despedido, de novo, no tribunal mediático. A porcaria está cá toda, ainda e sempre. Boronha passou por ela no Europeu-2000 que futebolisticamente foi um sucesso mas que, institucionalmente, disciplinarmente, foi uma vergonha com as cenas da semifinal com a França, o penálti que o loiro Xavier nega ter cometido ante todas as evidências, a retaliação bacoca de que se fosse contra eles não era penálti e, claro, os castigos de vários meses a figuras que, no fim, do berço lisbonense e dos clubes do regime, não deixaram de ter boa Imprensa como foi com Paulo Bento, Rui Jorge e Nuno Gomes, mas do que Boronha, então, não extraiu consequências pessoais para se pôr a andar como agora pede a CQ e a Madaíl que façam pelo seu pé.

Sobra a canga, no fim, para carregar quem deve. Quem não teme, segue em frente.

27 julho 2010

Portugal sob fogo (I): Hulk incendeia alguma coisa?

Vejo num escaparate que A Bola faz uma manchete com a chamada de David Luiz à selecção brasileira onde parece já não caber Luisão. Os altos patrocínios do mercado fazem isto, tanto como os milhões que presumivelmente chovem sobre a Luz debaixo de uma protecção como se dinheiro fosse lixo.
Já Hulk fez um golo monumental, vi na TV em resumo, e tem marcado sempre, mas já não vale os 100ME que estupidamente lhe colocaram sobre a cabeça como preço para inglês ver. Não noto muitos títulos com isto.
Mas devo ser eu a derreter com o calor. Para já tenho um joelho magoado e um pé torcido numa queda enquanto magicava nos incêndios ao ver uma encosta a arder depois de um ministro ter aparecido a dizer que os meios de combate aos fogos são suficientes, mesmo após ter-se noticiado que há menos sete mil bombeiros na causa. Esta minha queda fez-me, sintomaticamente, recordar outro tombo por causa de um incêncio, logo no dia da minha despedida da tropa e porque tive de levar um destacamento a dar apoio aos bombeiros, vão quase 27 ano, então com um ombro e respectiva omoplata a doerem.
Tanto tempo depois, vejo que as pessoas nem acodem aos fogos a 20 metros das suas casas e quando chegam, ainda que tardiamente, os bombeiros são prestáveis a oferecerem-lhes... vinho. Também há 27 anos assisti a isso. Vinho para a tropa, fossem soldados da paz ou mal preparados para a guerra. Os fogos, antes como agora, ardem, até quando um ministro, em 2005, decretou o fim dos fogos logo na abertura da época, a 1 de Junho. Os meios, dizem, agora servem, mas não vi helicópteros, ouvi-os ao longe, ainda que o Apocalipse Now me tenha aparecido sob a forma de fumo a encobrir o sol e cinzas a fazer de mortalha num país a arder mas que Hulk não incendeia. Só os panfletos desportivos tão afectos ao regime como os louvaminhas que acreditam não precisar a Constituição de ser reparada seriamente de anacronismos e fogos de vista, como a Saúde, o Ensino gratuitos e o trabalho para sempre, que os tugas gostam de ter ao pé da porta sem terem de se maçar muito se a coisa der para o torto.
Nota (actualizado 5ª feira 29/7 às 23.47h): peço desculpa pelo erro no título de que só agora dei conta ao chegar a casa e ver até um comentário a propósito, mas escrevi sem corrigir os 5 posts que tive de fazer no limite de 1 hora de internet aí pelo Portugal Profundo. Nem sei se há mais erros por aí, mas depressa e bem há pouco quem.

Portugal sob fogo (II): Freeport e Apito Dourado

Numa rara escapadela ao contacto mundano, lendo o JN num café, vejo que o Freeport vai dar lugar a acusação a dois empresários. Como na Casa Pia, só um Bibi paga, o bimbo ou mexilhão, ainda que Charles Smith e Manuel Pedro (acho que é o nome) não passem por ser meros peões de brega. Sócrates, apesar de muitas suspeitas e um telejornal incómodo eliminado sumariamente à moda estalinista, passou de novo pelos pingos da chuva. Apesar de o tio, o primo e até a mãe terem sido investigados, incluindo uma compra misteriosa e milionária de um faraónico apartamento na alta-roda do imobiliário lisbonense, Sócrates safou-se e nem as suas contas bancárias foram sequer investigadas. Pode ser que seja assim.
Sempre alertei para se comparar a forma como foi conduzido, nos meandros judiciais, o Freeport e o Apito Dourado. Neste, com condenações sumárias no palco mediático, ninguém foi condenado ao fim de seis anos e só com um caso levado a tribunal, aquele que há pouco absolveu o pai e o filho Loureiro no caso, com o E. Amadora, que serviu para o Bosta da Liga despromover o Boavista.
Tenho pena que Carlos Daniel não tenha escrito sobre o fim do Pífio Dourado, depois de partir para uma entrevista-relâmpago no dia das acusações e despromoções na Liga, algo que nem os tempos estalinistas desdenhariam em termos de pôr água na farinha e mexer bem. Mas com os meios alocados ao processo, mais a procuradora toda-poderosa com máscara de Zorro, incluindo levar e trazer a D. Carolina pelo País com segurança que não evitou um despiste da testemunha-chave e suspeitas de consumo de droga, era bom que se pedissem responsabilidades, aquelas que se alvitaram no início da coisa com pena de a dra. falhar nos arranjinhos.
Os bimbos da clubite acharam que o Pífio Dourado, que pariu um rato, devia dar condenações para exemplo e ainda hoje muitos energúmenos acham que a Justiça está mal. Olhem para o Freeport e vejam quem escapa a quem e quem protege quem. Sim, a Justiça é a mesma, mas não pareceu a mesma coisa.

Portugal sob fogo (III): Baía perdeu o Porto

Já tinha lido a coisa como possibilidade, há uns tempos, e confirmou-se que Vítor Baía deixou o FC Porto, onde a famosa política de comunicação inexistente obviamente não deixa lugar a um pomposo mas igualmente inútil lugar de Relações Exteriores que destinaram ao maior guarda-redes de todos os tempos.
Aqui deixei, então, a minha reflexão que vai neste sentido acima descrito. Quando não há algo mais para um homem como Baía fazer, claramente esvaziado de conteúdo, sem que a pompa envolva o clube tão fechado como um sepulcro, o melhor é partir. Também para a informação miserável e o apoio ridículo, além do entusiasmo canhestro, que o clube presta aos sócios, o lugar de director de Comunicação vale o que vale. E o de Director de Relações Exteriores idem.
A hipótese em tempos aventada, a ida para o Málaga como director desportivo, noticiada com a saída de Jesualdo, pode nem se concretizar. Mas a saída de Nuno a acompanhar o ex-treinador no clube espanhol veio a confirmar-se e Nuno rescindiu porque quis. Vítor Baía, leio, até interrompeu as férias para vir ao Porto, conversar com o presidente e dizer adeus. Ou até breve, para os mais optimistas que alimentaram o sonho de um dia o ver a presidente a agora dão-lhe uma amiga palmada nas costas como se isto fosse fácil de encaixar como verosímil.
Para um jogador que tem os títulos que mais ninguém tem mas não teve sequer o jogo de despedida que o seu adeus aos relvados justificava, esta é a maneira de mostrar que a sucessão dinástica não passa por ex-jogadores, ainda que se perfile que Fernando Gomes, já antigo mas sem metade da aura e do reconhecimento de Baía, ocupe o lugar vazio do guarda-redes que um dia lamentou não ter no estádio uma estátua como Eusébio, claramente uma ambição desmedida que Baía não podia alimentar no Dragão.

Portugal sob fogo (IV): Queiroz ou não queiras

Tá visto que querem arrumar com Carlos Queiroz. Agora foram insultos a um médico do CNAD, naquela "visita do vampiro" à Covilhã que, li no JN, pôs o Carlos Daniel a "colunar" uma série de desculpas que o melhor amigo do seleccionador consideraria de algibeira. Então ninguém soube de nada? Se os resultados fossem bons isto seria público? O seleccionador não pode barafustar em vernáculo com uma visita de médico que não pediu?
Pergunto eu, face à rescisão que assinam em vez de Queiroz um pouco por todo o lado: então se a Direcção da FPF reuniu no pós-Mundial e no balanço desse ponto da situação sobre o Mundial deixou a Selecção para o 4º parágrafo, ninguém disse que, alto lá, passou-se isto ainda antes da África do Sul?
Na Covilhã, onde a costumeira pleîade de repórteres nem suspeitaram ser trivial que se faça um teste de despistagem de doping e outras drogas, que em 2002 deixou Kenedy de volta já em Macau como aqui lembrei, não estavam o vice-presidente com o pelouro das selecções e o director-técnico da FPF em permanência, um e outro, com a Selecção? E decerto terão visto ou sabido do que se passara e não reportam à Direcção que analisou a preparação e os resultados no Mundial?
O Carlos Daniel, neste campo, toma partido cegamente pelo seleccionador, como toma noutras matérias, mas escusava ser mais papista que o papa. Queiram ou não, Queiroz está sob fogo. De vista, se outros não partilharem responsabilidades. Já os jornalistas que acompanham as selecções, para relatar o trivial, já só falta virem a saber, como nos sub-21 em 2006 no Europeu de cá, que os jogadores levavam telemóveis para o banco nos treinos e é um director de um periódico desportivo a contá-lo muito tempo depois e em mera coluna de opinião, não como notícia e factos assumidos.

Portugal sob fogo (V): bem fica mostrar cagança?

Ouço na rádio que, agora, a parada teria subido a 32ME, alegadamente do Chelsea por David Luiz. Não importa particularmente. Podia ser o mija na escada, que o Benfica ilude-se a prescindir de uma maquia, a ser verdade, que nenhum clube recusaria. Nem sei já se passa a cláusula que muitos presidentes bimbos dizem respeitar até mais não, a não ser vender depois pelo preço da uva mijona. Até a banca portuguesa mostra cagança, sujeita a um teste de stresse de que nunca se ouviu falar e todos passaram com distinção. A cavalo disso, e de um lucro semestral acima do previsto, também de um milhões largos, o presidente do BES, Espírito Santo de apelido, já se antecipa ao Governo para decretar o fim da crise para breve. Aí, o Benfica também entregue à banca, deve presumir que venderá até o Cardozo por 60ME, ou menos um bocadinho apesar de a crise estar para fazer os clubes abrirem os cordões à bolsa.
É uma loucura, bendita crise.

21 julho 2010

Incrível!





um jogador colombiano leva 27 jogos por agarrar árbitro pelo pescoço (na verdade, faz-lhe uma gravata por detrás).

É mais ou menos o que Hulk pagou por alegadamente ter acertado num "stuart".

E ainda dizem que a regulamentação dos "stuarts" como agentes desportivos está bem feita e assim é que deve ser.

Mais valeria mesmo agarrar pelo pescoço um Xistra que permite agressões constantes a Hulk ou um qualquer árbitro luso que se marimba para a protecção dos melhores jogadores e, ao invés, incentiva a perseguição aos mesmos.

Isto é como gostar muito de ouvir nos telejornais confidências amorosas do casal Sarkozy-Bruni. Ou os paparazzi atrás de Diana de Gales mailos relatos das suas aventuras nos tablóides britânicos. Desfrutar das aventuras do "cavaliere" Berlusconi na sua "villa" da Sardenha com o pirilau à mostra e meninas desnudadas. Ou, agora, repetir até enjoar a história do guarda-redes Bruno do Flamengo e ouvir vezes sem conta a gravação da alegada namorada presumivelmente assassinada. E, ainda, o confronto Ribéry-Benzema face a uma prostituta de origem marroquina que teria, aos factos, idade menor mas comportava-se, publicamente, com maioridade sexual a que pouco importa dar destaque. Gosta-se de tudo, mas não há coragem para contar as revelações sobre a mãe rejeitada do filho de Cristiano Ronaldo tão badalado na informação politicamente correcta. O que escalda e tenha a ver connosco é olimpicamente desconsiderado.

Sobre a empregada de restaurante de Los Angeles que engravidou numa "one night stand" ler http://www.mirror.co.uk/news/top-stories/2010/07/18/ronaldo-s-baby-mama-is-revealed-115875-22420599/o Sunday Mirror do passado fim-de-semana (respigado do "Portugal Profundo"). A mim, contudo, ainda custa a crer que se o jogador andou por lá há um ano nas férias, em Julho, de que tanto se falou sobre a Paris Hilton, os nove meses de gestação deveriam acabar por Abril, vá lá Maio, e não Junho como foi revelado pelo jogador. Mas estas coisas que metem seriedade e raciocínio não interessam, pois não?



20 julho 2010

Quando Moutinho for a Alvalade com o FC Porto...

um fim-de-semana de futebol em cheio na península, com o Sporting-Porto para essa data na Liga portuguesa.
Talvez o clássico de Alvalade se jogue no sábado 27 de Novembro, pois as duas equipas não terão nessa semana Liga Europa e sim apenas na semana seguinte que não terá, por sua vez, Champions e que pode fazer o clássico espanhol jogar-se ao domingo 28, ainda que seja pouco habitual na Liga espanhola.

O novo-velho FC Porto



Não vi o jogo com o Ajax e, longe do Porto, não foi por esperar que desse no site do clube... E não verei o jogo com a Samp, também sem esperanças de vê-lo pela internet... Dessas coisas não percebo como se fazem, mas sei de gente que sabe e ninguém sabe como no FC Porto não sabem fazer as coisas a este nível, o nível a que eu estou mas eu não tenho responsabilidades num clube que atingiu desportivamente um estatuto de elite internacional. E poder haver muitos, alguns ou nenhuns elementos licenciados em Comunicação Social, como gostam de apelidar-se como se mostrassem mais competência na matéria, ou vários ou raros génios de marketing e "management" desportivo não servem de nada como desgraçadamente se tem visto com sócios e adeptos mera carne para canhão. É por isso, como já o disse, que perfilho a filosofia de Max, o Groucho e não o Karl Marx, o de não poder ser sócio de um clube que me aceitasse como sócio.

Da pobre, amiúde nem isso por ser inexistente, imagem do clube há muito não sobra mais do que os resultados em campo. E, por acaso, na última época não foram totalmente satisfatórios, o que deveria obrigar a outros cuidados para a nova época. Mas não se vêem, como não servem de estímulo os reforços, alguns meio-reforços que estão mas não contam como Walter, outros reforços nem por isso, enquanto se faz uma primeira aparição no Dragão com um Tomás Costa ou um Sapunaru a titulares.

Limito-me, por isso, a flashes que apanho num ou dois blogs portistas, porque desconfio que a Imprensa dita desportiva não conta o que deve nem deve registar o que conta. Mas não vi, também nesses blogs que consultei, por gente que esteve no Dragão, algo de palpável relativamente ao novo "paradigma" que supostamente esteve na acção de "despedir" Jesualdo e contratar André Villas-Boas de que só há pouco tempo se soube que tinha duplo "ll" no nome de família e até hífen...

O que noto, porque ausente, é a referência ao tal novo futebol prometido, ou melhor não prometido mas que muitos confiaram antes de ver. Tirando algo do Jorge Maia em O Jogo, que vi agora plasmado num blog, em que vê o que ninguém viu no domingo, isto é só um exercício de fé, mas percebo, no fundo, que há muita desconfiança e tamanho desencanto. Não dou colo a esse choradinho. Ver para lá do nariz é um exercício a que muitos se propõem e à falta de notícias concretas é o que está a dar. Enquanto não se definirem as saídas e as entradas, o que já deveria estar feito, não há volta a dar a mais fantasias. Fucile está sem estar, poderá ser um LIsandro vendido antes de aterrar de férias, mas com muito menos dinheiro. E, entretanto, se está Walter sem estar, notando-se mais uma mulherona a seu lado na tribuna do que negociações em curso que até podem rebentar na cara como sucedeu já este ano com Kléber do Cruzeiro que se viu pelo aeroporto, não há equipa que assente em pressupostos tão falíveis.

Mas há, isso sim, ideias do treinador. Embora, convenhamos, sejam aquilo que se diz serem as ideias do treinador que só treinou escassos meses a modesta Académica. O diário de Villas-Boas ou os quadros magnéticos com zonas de pressão e ataque à bola no terreno contrário é conversa para boi dormir. Pelo menos devia ser no FC Porto, onde se querem coisas concretas mas muitos embarcaram já no navio dos sonhos, especialmente os mais dotados que tanto execraram Mourinho mas sentem saudades, como assobiaram Quaresma e reconhecem a falta de magia das suas fintas e, do mesmo modo, quiseram ver Jesualdo pelas costas, escrevendo do piorio de um homem que foi tricampeão e passou por quatro vezes a fase de grupos da Champions entre outras minudências e algumas taças que foram infamemente impedidas de conquistar.

E, helàs, sem ninguém o comentar, sem alguém que tenha lido na bluegosfera o apontar, eis que o 4x3x3 foi o início e o fim do jogo com o Ajax. Mais claro não pode ser quanto a preferência estilística do novo treinador que retoma o vício do anterior e que tantos contestaram.

Mas há mais. Se notei, ainda por Jorge Maia, a alusão concreta ao sistema de jogo, reparo que se dá ênfase à luta pela bola e a pressão mais alta e consistente. Como não vi, não posso confirmar. Melhor: percebi que se perderam duas bolas com o Ajax em zona perigosa, por um trinco ou um central, enquanto a equipa estava já virada para a frente. É imagem de se querer mais gente à frente da bola, mas requer cuidado de quem a tem cá atrás. Foi assim que o Ajax fez dois remates à baliza, vi num resumo.
O sistema percebi pelo 11 e pelas substituições. O modelo que está por detrás do sistema pode ter essa preocupação de recuperar a bola rápido, aí sim em contraponto ao que vinha sucedendo com Jesualdo mas o problema do futebol portista não vinha daí. O problema que havia, e permanece, é a falta de eficácia. Daí o um-zerinho nesta pré-época. Nuns resumos muito curtos já se viu Falcao e Hulk falharem golos de forma escandalosa... E quanto à preponderância de Hulk, mesmo sem o Bosta da Liga a vigiar e a castigar, esperem até os árbitros lhe darem o tratamento de amarelos e vermelhos às suas explosões.

O 4x3x3 e a pressão alta, porém, não resolveram os problemas de se criarem poucas ocasiões de golo. Isso sim, todos notaram frente ao Ajax. O "jogo morno" ou que "nem deu para aquecer" é sintoma de que não é só o sistema que está em causa, é a forma de usá-lo em benefício próprio e pôr em prática o que já têm, os jogadores, obrigação de saberem de antemão, com vários anos a jogar dessa maneira. Mas há pouco rendimento no ataque que nem as explosões de Hulk permitem encobrir nem a juventude de James Rodriguez deve à partida solucionar.

Para primeiras notas, ainda, pelo apanhado de coisas destes jogos de preparação, saliente-se a segurança defensiva. Poucos golos sofridos, sendo que nenhum dos defesas titulares habituais esteve em campo. É curioso. Porém, não faltaram os atacantes habituais e até João Moutinho serviu de "duplo" do ausente Raul Meireles que, como os mundialistas portugueses, voltaram só hoje ao trabalho. Mas faltaram golos. Não houve, Hulk à parte mas só em forma individual e amiúde sem servir colegas para marcarem, explosões colectivas no ataque. Daí as esparsas situações de golo. Daí o 1-0 à espanhola, só não sei se com a recuperação e manutenção da bola por mais tempo como o estilo-Barça dos "nuestros hermanos".
Pode aceitar-se a alusão às características da pré-época e o necessário afinamento dos processos de jogo. Mas não podem ser assim tão diferentes do que já vinha sendo hábito. E não houve contratações notáveis, nem com João Moutinho, por forma a dar outro "ar" à organização de jogo e aí creio que muitos portistas, tão ásperos contra Jesualdo que nem os adversários ousavam a tanto, irão torcer a orelha, já que ainda não deram o braço a torcer. Não será apenas por defender/atacar mais à frente na procura da bola que o jogo será substancialmente diferente. Espero estar enganado, aliás não olhei com muito entusiasmo a explicação da troca de treinador para a "mudança de paradigma" preconizada. Mas também não falta muito para novo confronto com o Benfica perante o qual um eventual resultado negativo será interessante para aquilatar da bonomia com que os adeptos e bloggers passarão a tratar o novo treinador. E ganhar a Supertaça também não será, até pela tradição, nada de anormal, pois até Victor Fernandez o conseguiu, em Coimbra, sim, com uma magia de Quaresma como pode ter Hulk em Aveiro no dia 7 de Agosto.
Não há nada de novo no velho Porto. Talvez ainda não se tenha dado conta disso. Não notei escrito por aí a não ser a desilusão, o que contribuiu para reforçar as críticas ao que se passa fora do campo e tem a ver com a direcção da SAD. Quiçá se, perdidos nos meandros do que julgam entender das negociações pelos direitos tv e ainda às voltas com a quadratura do círculo que é a comunicação do FC Porto, mailos remoques aos jornais e tv's que não ajudam mas muitos acham que não há volta a dar e enterram a cabeça na areia, os muitos adeptos que se acham entendidos mas pouco adiantam nestas matérias, então as suas atenções voltarão a centrar-se na SAD e no planeamento desportivo em que muitos dos problemas anteriores persistem. Ou os escolhos Farías, Tomás Costa e Sapunaru; ou alguns novos de como meter Ukra ou pôr a render Castro, tão acarinhados pelos adeptos enquanto encolhem os ombros à contratação de um estrangeiro para terceiro guarda-redes como em tempos aqui comentei.


De longe, por terceiros, em flashes, com intuição é o que me sugere o novo velho FC Porto. Quem puder aclarar esta imagem faça favor.

17 julho 2010

A estrada da Beira e a beira da estrada



Fica mais uma para repousar durante o fim-de-semana. Agora que, passado o Mundial (mas não as suas sequelas), com as competições nacionais à porta, também as equipas portuguesas jogam na Europa, eis que o sorteio de hoje na Liga Europa propiciou os tropeções habituais com os nomes dos clubes esquisitos lá de fora que não precisam de equipar de xadrez como o Boavista para lançar confusão no "inimigo".


Primeiro foi o bom e o bonito para dizer, simplesmente, Nord Zeland, como se lê Nordsjaelland, o clube dinamarquês que vai defrontar o Sporting.


Bom, mas o potencial adversário do Marítimo é que motiva um curso de Geografia, matéria em desuso na escolaridade lusa e tão carente na classe jornalística. Calhou-me ouvir a TVI aos bocados durante o dia. O primeiro nome do Nordsjaelland que ouvi na TVI24 logo após o sorteio era tudo menos Nord qualquer coisa. Já quanto ao Honka (Finlândia) e Bangor City (Gales), no caminho do Marítimo caso os funchalenses sigam em frente depois do 3-2 da Madeira com uns estreantes irlandeses, a coisa foi assim para o trágico-cómico e é daquelas que dá para meter num livro de "barracas" do "futebolês" como aquele publicado este ano e mostrado em cima.


O Bangor City passou a ser só Bangor da Irlanda, o que é verdade mas são dois clubes diferentes. A meio da tarde era este que poderia sair no caminho ao Marítimo. À noite, sempre na TVI, o telejornal mostrou um verdadeiro enviado "espacial", daqueles que vão a um sítio e não sabem no que se/os meteram. Então leu "Bangur", mas ao menos disse que era de Gales. O problema é que o Bangor City é de Gales e está na eliminatória com o Honka. O Bangor FC é da Irlanda e não é chamado para estas coisas. Enfim, 30 anos depois e ainda tenho pena de tanto matreco que pulula na Comunicação Social, com caneta ou microfone...

16 julho 2010

Esqueletos no armário com cheiro a Bosta da Liga




ainda havia este pendente da época passada e esperemos que antes da nova época, sem cheiro a Ricardo Bosta, uma nova aragem sopre no campeonato português. Já é tempo, mas ainda há esqueletos no baú que o ogre deixou (e, de repente, andou o ex-taberneiro sem papas na língua a falar da selecção e da federação...).

Os jogadores e o FC Porto tinham sido punidos por, alegadamente, revelarem coisas sobre aquilo dos túneis que era para manter secreto. A caixa de Pandora foi aberta e o fedor continua. Será a maré negra do Golfo do México, o navio dos século XVIII que ficou soterrado debaixo das antigas Torres Gémeas ou esta pestilência da anterior Liga não vai passar tão cedo?

O primeiro acto de contrição - haja mais corajosos a confessarem-se



Repeti-o aqui várias vezes: muitos jogadores, especialmente médios-ofensivos, não renderam o que deviam para marcar presença no ataque de Portugal no Mundial. Atiram-se a Carlos Queiroz porque sim, os críticos sem isenção e com parcos conhecimentos. Outros, cobardes, partiram para nunca mais, deixando no ar dúvidas sobre o ambiente da selecção. Para já, Danny, o "russo", que foi um dos maiores fracassos na linha de apoio ao ataque, assume a sua parte. Eis, na íntegra, o depoimento ao Maisfutebol, onde um parágrafo de enquadramento demonstra como se deve tratar do assunto (vou deixá-lo a negro).


Danny não esquece o Mundial:

«Fiquei triste com o que fiz»Ao Maisfutebol, avançado assume desilusão pela campanha sul-africana

Por Pedro Jorge da Cunha

O deslumbrante cenário do Mundial ficou para trás. Sobram as imagens e as memórias, provas incontestáveis de fantasia e cor. Na Selecção Nacional, o enquadramento é mais sombrio. A cada declaração, ganha mais força a mágoa e a decepção pelo aforismo tristonho que foi a participação lusa.
Entre alguns mea culpa camuflados por subterfúgios e silêncios farisaicos, lá surge um ou outro acto de contrição pertinente e objectivo. É o caso deste recolhido pelo Maisfutebol junto de Danny.
«A Espanha teve sorte de marcar em fora-de-jogo»
O avançado do Zenit sabe não ter cumprido aquilo que dele se esperava e assume-o sem rodeios. «Faltou-me dar muito mais à equipa. Tenho consciência que devia ter feito mais. Senti-me muito bem no estágio na Covilhã, fiz um golo a Moçambique e cheguei cheio de expectativas à África do Sul», assume o internacional português.
«Pensei que ia ajudar mais à equipa, sinceramente. Fisicamente estava bem, forte, mas nunca consegui fazer aquilo que faço normalmente.»
Danny participou em três dos quatro jogos da Selecção Nacional ¿ 177 minutos, duas vezes titular -, teve um ou outro lance digno de registo, embora sempre longe do nível comprovado em aparições anteriores.
«Não sei se foi a forma diferente da equipa jogar ou se o problema era realmente meu. Fiquei triste com o que fiz, pois quem me conhece sabe que tenho qualidade suficiente para resolver jogos», desabafa ao nosso jornal.
«Tínhamos jogadores para chegar longe»
Nem tudo foi negativo, porém. Após quase um ano de sofrimento castigador, em virtude de uma lesão, Danny foi recompensado com a participação na mais importante competição futebolística.
«Senti-me um privilegiado por estar lá. O ambiente em redor da prova é impressionante. Nunca tinha visto nada assim. No futebol nada se compara àquilo», sublinha o atacante, que só tem elogios para o ambiente no grupo de trabalho.
«Tudo correu bem nesse aspecto. Competitivamente, passar a primeira fase foi óptimo. Mas tínhamos jogadores para chegar longe. É essa a minha impressão.»
Daqui para a frente, Danny está plenamente concentrado no Zenit e na qualificação para o Euro-2012. «Quero estar bem no Zenit, fazer um bom resto de temporada e ser importante na caminhada da selecção para o Europeu. Olho com ambição para essa prova», concluiu o jogador de 26 anos.

15 julho 2010

Retrete pública



http://aeiou.expresso.pt/o-pais-precisava-de-uma-chicotada-psicologica-forte=f593901 é uma expressão do ex-ministro das Finanças do tempo do Cavaco PM, Eduardo Catroga, a propósito do Estado da Nação em que, dolorosamente, nos querem mergulhar mais ainda, depois das arrelias da Selecção, da subida do desemprego, dos ratings caídos da Banca cujos donos se apresentam quais princípes de Montecarlo e do filho do Cristiano Ronaldo a provar que os homens podem criá-los dispensando as mães, mas pelo visto sem prescindir das avós...
Muitos pensaram em despedir Queiroz, a começar pelo Joaquim Rita e a acabar no António Boronha.

Beckham, por exemplo, em Inglaterra culpa mais a "performance" dos jogadores dos Três Leões do que o seleccionador italiano Capello, mas nós por cá somos mais prosaicos e atacamos directamente um seleccionador que não tem sotaque. Mas para pedir responsabilidades aos jogadores é preciso tomates e não deve ser só o que, alegadamente, dizem faltar apenas a CQ.

Outros ainda questionaram, de calculadora, quanto é que o gastador e complacente Madaíl dispendeu para sustentar as aventuras dos Navegadores na selva africana para onde o próprio CQ não levou os exploradores necessários e foram os jogadores que mais falharam nos palcos da África do Sul.

Ficamos a saber que os adolescentes portugueses lavam pouco os dentes diariamente, apenas um em cinco (20%, o que não tem a ver mas é uma ironia com os chamados 20% de pobres em Portugal) fazem da higiene dental básica o que muitos mais não contemplam na higiene mental a preservar também com vista ao futuro.

As médias a Matemática continuam baixas e até o absentismo aos exames volta a rondar os 33%, o Camões continua fora do Português e o falecido Saramago praticamente entronizado em seu lugar - como é que, assim, a malta entende o que é a História, senão pela Viagem de um Elefante em vez de enfrentarmos os perigos do Adamastor no Cabo, de que não se sabe metade dos nomes dos reis e nem a Centenária República está perto do topo dos conhecimentos?

Por outro lado, parece estar tudo posto em sossego por nem o "Pinóquio" ser Sócrates, segundo o "I", mesmo que a dita alcunha também não tenha sido de um "boy" a quem lhe queriam expor na testa e ele disse, como o Bocage, que o "peido que aquela senhora deu, não foi ela, fui eu", nem o PM mais optimista do mundo, cujas reformas colocam o País na vanguarda na sua douta e ousada opinião, ter estado envolvido ou no Freeport ou no caso PT/TVI - pelo que podemos todos dormir descansados e, claro, a Manuela Moura Guedes é que é burra...

No mundo, amenizou-se o fosse entre os mais ricos e os mais pobres, pelo que tão cedo o Nobel da Economia não irá para um gajo do Bangladesh que inventou um banco para financiar os indigentes que já não comem só uma malga de arroz... Entretanto, depois dos 7-0 de Portugal aos rapazes da Coreia do Norte, as raparigas de sub-20, decerto todas "filhas" do Querido Líder, começaram o seu Mundial, na Alemanha, para quem não sabe, a vencer o Brasil por 1-0... isto depois de uns quantos engraçados terem ficado com a batata quente de questionaram as sortes da rapaziada goleada na África do Sul, como se soubessem por onde andam as raparigas de sub-20 norte-coreanas campeãs mundiais de 2007 na Rússia que, então, deram 5-0 à China, por sua vez com as suas raparigas em parte incerta mas menos preocupante para o jornalista de suposição de que somos pródigos pelo menos tanto quanto elucidamos o povo sobre os prémios, e até as despesas, da Selecção Nacional...

E no FC Porto, onde o tal Catroga, acima citado, um dia fez figura de Estado a penhorar uma retrete da cabina dos árbitros nas Antas, além dos estupendos reforços contratados mailos previstos, teremos dois jogos no Dragão sem transmissão televisiva. Parece que continua sem haver chicotada psicológica a nível promocional e comunicacional e ainda se queixam de não dar os directos dos jogos de domingo passado e do de hoje à tarde com o Trabzonspor.

Aparentemente, o site oficial do clube, renovado há um ano mas sem revelar algo de novo a não ser confundir-se o azul carregado predominante com o cinzentismo informativo de sempre, ainda continua a fazer as delícias de uns quantos parolos que acham aquilo tudo muito bonito, interessante e (in)formativo), enquanto lamentam a ausência da RTP no estágio alemão e confiam que, como num jogo recente anunciado mas não transmitido do andebol campeão nesse mesmo site, a transmissão com o Ajax e a Sampdória se concretize em dose dupla... Se for assim, e dependendo dos comentários a preceito, é um bom termo de comparação para a tv dos bimbos produzida com o pior da ralé informativa. Deve ser por isso que aguardo a chicotada psicológica de uma FC Porto TV... mas entretanto é o FC Porto a anunciar que o Torneio de Paris poderá não ter transmissão "em directo e exclusivo" pela SportTV: o FC Porto também boicota os jogos em que não é organizador, resta saber se a "notícia falsa" é por não ser exclusivo ou não dar mesmo os jogos. Logo agora que estava a ficar com água na boca, enquanto outros salivam por reforços sonantes...

Continuando com Espanha... e a missão-Mourinho



Creio ser desnecessário traduzir, mas vindo esta peça sobre o Real Madrid num jornal "inimigo" (Mundo Deportivo) volta a evocar a tarefa principal que espera Mourinho já nas "oficinas blancas" e a pontos de começar, no terreno, o trabalho com o vicecampeão espanhol.


A Mourinho não basta ter ganho a Champions com o Inter e, para mais, tendo superado antes da final no Bernabéu o Barcelona.


É que se tornou flagrante o estilo Barça na campeã mundial Espanha e para Mourinho, antes de títulos que, obviamente, só poderão chegar no final da época, há que pôr o Madrid a jogar. Porque ali ganhar não basta, o jogar é essencial e a grande questão, tal como a coloquei na altura do anúncio oficial de Mourinho no Madrid, o desafio, de sempre mas agora colocado no topo face ao poderio técnico do Barcelona, é mesmo apresentar futebol com positivismo, ataque, golos - e o mesmo deixou ficar, em declaração de terrível impacto, o ex-treinador merengue Pellegrini, ao prognosticar que seria difícil fazer 98 pontos na Liga e marcar mais de 100 golos.


Pois sirvam-se. Está lá tudo. E nenhum jornal português faria algo semelhante, mesmo descontando o "veneno" destilado num diário desportivo catalão. Note-se o elencar das fraquezas dos mundialistas que ou desiludiram (C. Ronaldo) ou brilharam mas, entretanto, já não estão no Bernabéu, como os holandeses. Aliás, nem falta a referência a Del Bosque, que Florentino não manteve apesar dos títulos e o único da Champions que a sua anterior gestão alcançou.



Florentino: "¿Qué hacemos 'Mou'?

Florentino pidió al técnico que se 'invente' algo para recuperar la ilusión del madridismo
El presidente del Real Madrid está tocado porque muchos piensan que el Mundial lo ha ganado el Barça
La era Mou comienza hoy sin Raúl ni Guti
El nuevo Real Madrid de Jose Mourinho iniciará hoy la pretemporada con sólo diez integrantes del primer equipo: Benzema, Mahamadou Diarra, Lass Diarra, Drenthe, Dudek, Gago, Garay, Granero y Marcelo y el portero canterano Adán. No estarán Raúl y Guti. Los dos quieren seguir, pese a la invitación del club a irse, y si no se van deberán incorporarse el 26 de julio, el mismo día en que llegarán Cristiano y Pepe, mientras que el 2 de agosto aterrizarán en Madrid los mundialistas madridistas más Van der Vaart, Higuaín, Di María y Kaká. Sergio Canales está en la selección Sub'19, preparando el Europeo que se jugará en Francia, del 18 al 30 de julio


Florentino Pérez mantuvo ayer una larga comida de trabajo con Jose Mourinho para acabar de perfilar las bases de la próxima temporada. En la 'cumbre', el presidente del Real Madrid confesó al técnico luso su preocupación por el hecho de que muchos aficionados españoles piensan que el Mundial no lo ha ganado España, sino el Barça, y le pidió que se 'invente' algo (en forma de fichaje) para recuperar la ilusión del madridismo.
Florentino ha salido muy 'tocado' tras la proclamación de España como campeona del mundo. Su nivel de polularidad ha decrecido muchísimo, debido principalmente al éxito de Del Bosque, el técnico a quien no renovó en su primera etapa en la poltrona blanca pese a los títulos que logró. Ahora muchos se lo echan en cara. Y, mientras, Florentino ve que el nuevo Real Madrid sólo tiene como gran estrella a Jose Mourinho, un entrenador ganador pero que imprime un estilo defensivo a los equipos que entrena. La parroquia blanca ha disfrutado con el 'tiqui-taca' de la selección 'azulgrana' y Pérez quiere que también se enamore del juego del Real Madrid, cosa difícil teniendo al portugués en el banquillo.
Además, las estrellas rutilantes del club 'merengue' tampoco brillaron en el Mundial. Salvo Iker Casillas, el resto fracasó estrepitosamente. Cristiano Ronaldo no pudo ser el líder de Portugal y tuvo que volver a casa después de su derrota ante España en octavos de final. Kaká tampoco pudo demostrar su valía y Brasil dijo adiós a Sudáfrica en cuartos, tras ser eliminada ante Holanda. El único que 'aguantó' fue el holandés Rafael van der Vaart, que llegó a la final, pero durante el campeonato tuvo que conformarse con ser suplente de Robben y Sneijder, a quienes precisamente Florentino descartó el pasado verano. Los fichajes 'galácticos' han perdido el gancho que tenían cuando fueron contratados a bombo y platillo.
En la agenda del Real Madrid siguen estando los nombres de Thiago Silva, defensa central del Milan, y del medio centro Bastian Schweinsteiger, del Bayern, e incluso ayer surgió el nombre del lateral izquierdo del Chelsea Ashley Cole. Pero tampoco son nombres que deslumbren a la afición. Florentino lo sabe y tal es su desesperación que aún no descarta convencer a Cesc, aunque sea a costa de pagar los 50 kilos que pide el Arsenal.
Mientras no llegue ese revulsivo mediático que necesita el Real Madrid para volver al primer plano futbolístico, Mourinho y la parroquia blanca deberá conformarse con los fichajes del argentino Di María, que también realizó un discreto Mundial, y con el ex racinguista Canales, a la espera del refuerzo de Pedro León (Getafe)

11 julho 2010

España, un pulpo y una estrella!!!


Parabéns aos "nuestros hermanos", que ao polvo adivinhatório juntam a estrela merecida de campeão mundial, que é para isso que servem as estrelas nas camisolas e o FC Porto desconhece dar o valor aos seus dois títulos mundiais de clubes.
Os tipos da RTP também não sabiam que a camisola "roja" envergada no final era de celebração feita por antecipação e que não envergonhou ninguém por ser capa da Marca de hoje. Mesmo que perdessem...
Ganhou o melhor numa final em que a bola, tão do gosto de ambos, só podia ser de um e foi do mais hábil, paciente, persistente e a fazer jus, mais uma vez, ao futebol tipo Barça espezinhado por arbitragens estranhas na semifinal da Champions e um Inter de ferrolho muito celebrado em Portugal...
Esta Holanda, de resto protegida pelo incompetente e merdoso árbitro inglês que sempre tem sido Howard Webb ao perdoar expulsões directas a van Bommel e de Jong só na 1ª parte, foi a que menos convenceu das suas equipas vencidas, e antes não convencidas, em anteriores finais. Mas fica o encanto do seu jogo, quando pôde (na 1ª parte com o Brasil foi subjugada), e de um registo impressionante de vitórias a ilustrar também o jogo positivo e a classe de muitos dos seus jogadores.

Ficam três primeiras páginas da Imprensa desportiva espanhola de hoje, com o Sport (aqui ausente) a destoar com a manchete da zanga entre o novo presidente do Barça, Rosell, e o presidente-honorário designado pelo antecessor Laporta, Cruijff, o que faz pressupor problemas para o futuro próximo do clube catalão que deixa a marca nesta conquista espanhola por todos os golos serem de jogadores seus, incluindo o já contratado Villa.

Cruijff que, apesar de holandês do coração (já refeito de choques antigos), elegia Xavi como o melhor jogador do Mundial e provavelmente do ano, em detrimento de, por exemplo, o seu compatriota Sneijder que venceu tudo pelo Inter esta época. Xavi que foi campeão mundial na Nigéria, em sub-20, com Casillas que nem era o g.r. titular então, e Marchena. Iniesta, autor do golo da vitória, vencido no Mundial sub-20 em 2003 frente ao Brasil no Dubai, dedicou o golo a Dani Jarque, inscrito na camisola interior o que é proibido pela FIFA, como Sergio Ramos dedicou, após o jogo, a Manuel Puerta, dois jogadores falecidos ao serviço do Espanyol e do Sevilha, respectivamente, nos últimos anos.

Algo que, mais uma vez, os experts da RTP não conheciam e vem reforçar, como destacavam os jornais espanhóis, que o futebol une mais a Espanha do que parece (mesmo sem deixar que os catalães pensem nos seus interesses e reclamem por mais autonomia, sabendo destrinçar o futebol da política), com um barcelonista a evocar a memória de um rival do clube vizinho falecido no início da época quando o Espanyol rodava por Itália na pré-época. Por tudo isto é bonito, tal como o beijo de Casillas na namorada-repórter, como o seu jogo acutilante e preciso até aos limites da perfeição que nenhuma equipa pode alcançar, este momento espanhol com quem Portugal quererá partilhar a organização do Mundial-2018 que deve ser conhecida dentro de um ano. (actualizado) Hoje mesmo a FPF reagiu assim: fpf-espera-que-titulo-espanha-sirva-reforco-candidatura-iberica-ao-mundial
Assim a Imprensa lusa saiba, enquanto alguns títulos tentam copiar-lhe o grafismo à custa do jornalismo, ser competente como a congénere espanhola que glosou, até ontem, como jornais em Portugal, Paraguai, Alemanha e Holanda foram bestas e repetitivos macacos-de-imitação pela ideia de "tourear" esta Armada Invencível comandada por um señor don Vicente del Bosque.

O polvo Paul, alemão, voltou a acertar, indiferente às bandeiras às riscas que em várias ocasiões se lhe depararam, vaticínios que se fazem o triunfo de um cefalópode, não deixam esquecer os profetas que prognosticavam, mesmo depois da eliminação por 1-0 como os eliminados que se lhe seguiram, que Portugal podia ser campeão do mundo.
Um Mundial de arbitragens muito boas, com excepções à regra em matéria técnica e disciplinar, tomara fosse sempre assim até em Portugal onde a percentagem de êxito, na ordem dos 90 e tal por cento anunciados pela FIFA como por cá a APAF gosta de comunicar, é atribuída a quem fecha os olhos à Verdade Desportiva permanentemente desvirtuada na Liga lusa e agora se abespinha com erros de arbitragem próprios dos incompetentes que em Portugal, mais uma vez, são minimizados.
Um Mundial, para Portugal no 12º lugar em classificação oficiosa, que acaba melhor do que muitos "pintaram", depois da queda acentuada de 2º em 2004, 4º em 2006 e 8º em 2008 que a já final longínqua de Lisboa faz, ainda hoje, por esquecer a muitos a dolorosa derrota dupla com a Grécia, bem mais angustiante do que o duplo desaire com a Alemanha nos últimos Mundial e Europeu, não sendo de deslustrar ter perdido, na África do Sul, com o agora vencedor mundial nem justificar o alarido negativo à volta da Selecção Nacional. Um balanço que cada um pode fazer à sua maneira, acrescento depois de ouvir, no pós-Mundial, com mais críticas a CQ e poucas a jogadores que não jogaram "um corno" e que devem, agora sim, fazer evocar a frase de que nem todos estavam aptos a lutar pela sobrevivência na selva.
Se Portugal não foi mais longe, obrigando-se a superar o Brasil e a Espanha que não se sabia em que lugar calharia no seu grupo, resultou mais da incapacidade dos jogadores com vocação ofensiva. E a crítica, reiterada, a um jogo mais contido remete-nos para o "Adeus África" vaticinado a um ano do fim da qualificação, insensível ao jogo mais espectacular e de ataque demolidor que resultou, em Alvalade com a Dinamarca, numa... derrota que esteve quase a comprometer o apuramento. Mas mais vale cair em graça do que ser engraçado e a argumentação usada para apoucar o trabalho da Selecção é tão destemperada como patética.

Tão entusiasmante como as manchetes com os reforços...

Ele tinha sido o Sereno, depois o Souza, a seguir o polaco para 3º guarda-redes, mais o James (todos titulares no primeiro teste do estágio alemão) de nome tão inglês como o de Wason Rentería... Mais o negócio chorudo do Moutinho, com tanto cifrões portistas quantos os insultos dos despeitados vendedores resmungões de Alvalade. Por fim, enquanto duram as novelas Walter e Kléber, um tal Emídio Rafael para elevar ainda mais o nível entusiasmante até ao estatuto de uma 1ªpágina (edição Norte) exclusiva como esta.

Lê-se, agora, que o FC Porto empatou com o Preussen Munster, apesar de Preussen aparecer quase sempre mal escrito. Deixa tanta indiferença quanto as contratações anteriores, à parte Moutinho e, ainda assim, sem mérito comprovado.

Mas tudo isto não teria um toque de parolice informativa se não fosse notado que o opositor germânico do teste de hoje é amador. O Preussen Munster joga, de facto, na Regionaliga West, escalão (regional) abaixo das (agora) três Ligas nacionais da Alemanha (havia apenas duas Bundesligas) de que este clube foi campeão amador em 1994, já agora.

Porquê esta nota?

Porque o FC Monthey, que o Benfica venceu ontem na Suíça, começou por ser apresentado pelo Noé Monteiro, que vive lá e reporta para a RTP, como equipa "da V Divisão suíça". Nos noticiários, em Lisboa ou no Porto, por uma menina ou um menino como se fossem meros locutores de continuidade e se dispensasse um editor para a informação, decerto assoberbados pelo Mundial e os seus experts de pacotilha, ouvi ainda hoje, de manhã e ao almoço, que o Monthey era da IV Divisão. Afinal, o próprio Noé, no telejornal do almoço, já promoveu mais o Monthey até à III Divisão, sendo que a Suíça tem duas divisões nacionais. Nunca como amador, o que evitaria deambular pelos escalões regionais helvéticos.

Mas a verdade estraga sempre uma boa história e o Noé Monteiro tem que se repartir pelos estágios do Benfica e do Sporting nos dois lados da fronteira franco-helvética e é natural que ao argentino Torsiglieri, recém-chegado aos leões com o entusiasmo dos reforços portistas, lhe tenha chamado Talhiere, porque o cosmopolita jornalista radicado em Genebra vai amiúde a Milão e, claro, come muita massa e fala italiano.
ACTUALIZADO (24.00h)
nota 1 - há aí muito portista enraivecido por a RTP não seguir o FC Porto na Alemanha, ao contrário do que faz com Sporting e Benfica mas estes à custa da proximidade de Noé Monteiro que se desdobra com evidente sacrifício. Como de costume, porém, os adeptos rasgam as vestes, mas o clube continua no seu silêncio sepulcral... com as esperanças dos primeiros de que este algum dia acorde e dê sinal de si.
nota 2 - as manchetes dos desportivos tugas de hoje, domingo, são de um reforço argentino do Benfica, o que é compreensível e óbvio; amanhã é que não se sabe, depois do que terão sido dois frangos do reforço para a baliza Roberto na derrota de hoje com o Sion, 5º classificado do campeonato suíço, da I Divisão, é certo, mas que no Maisfutebol é apresentado como sendo de "fina água".
Afinal, hoje o Record foi o único com coragem para escarrapachar na 1ª página a frangalhada do Roberto 8,5ME, pelo que também merece destaque positivo e exclusivo entre os pasquins de hoje.

10 julho 2010

Goleada da Europa no Mundial



Enquanto se descobrirá amanhã, 11 de Julho, na distante Joanesburgo, que a Europa volta superar a América do Sul em títulos (10-9) mundiais no extremo sul de África, ainda que com um campeão inédito que também comprova o dobro da variedade de vencedores (Alemanha/RFA, Inglaterra, França, Itália e Espanha ou Holanda, contra o trio Brasil-Argentina-Uruguai), o anunciado domínio sul-americano ficou reduzido a insignificantes vitórias da Argentina sobre a Grécia, do Paraguai ante Eslováquia e do Chile frente à Suíça. Três triunfos apenas em 11 encontros directos, com o peso de 0-5 em vitórias para os europeus desde os jogos quentes dos quartos-de-final, em que três dos quatro embates foram entre rivais separados pelo Atlântico a que se somou ainda as vitórias da Holanda na semifinal e da Alemanha no jogo de hoje pelo 3º lugar ambas por 3-2 e sobre o mesmo combativo, disciplinado mas esgotado Uruguai que viu repetida a cena de 1970, então batido pela RFA pelo último lugar do pódio e veremos se, como no México há 40 anos, o carrasco dos "celestes" serão campeões mundiais como foi esse Brasil de Pelé, Jairzinho, Tostão e Rivelino - e nesse caso será a Holanda campeã para desfeitear a tese do estreante sortudo em finais que caberá à Espanha.

A forma física dos europeus aguentou-se em ambiente mais fresco do Inverno austral, como antevi desde o início, e contribuiu para tal supremacia, também ao contrário de muitas previsões e anúncios catastróficos de cansaço como se também muitas selecções da América Latina não tivessem inúmeros atletas que jogam na Europa.

E enquanto se multiplicam os vaticínios perdidos e se esgotam as horas televisivas que procurei reduzir ao essencial da transmissão dos jogos, o António Tadeia, ainda hoje, não passou sem brindar-nos com mais uma das suas cretinices de menino mal educado na forma de passar informação que é opinião da mais banal e sectária.

A propósito de um corte em "carrinho" de Fucile - que jogo magnífico fez o lateral portista, hoje à direita e com Maxi Pereira a ala à sua frente -, atrasando a bola para o seu guarda-redes, este pobre imbecil do Tadeia lá tinha, como lagarto ressabiado e de permanentes maus fígados, de lembrar o episódo do livre indirecto que deu golo a Raul Meireles num Porto-Sporting contestado por causa da interpretação do árbitro Pedro Proença por um atraso de bola a Stojkovic.

Como se ninguém mais se lembre do lance, esse do Dragão à 2ª jornada de 2007-2008, em que há um passe que pode considerar-se intencional para Polga (ou deste para um colega da defesa) que abriu as pernas e deixou a bola passar para o seu guarda-redes, este pobre diabo do Tadeia lá quis forçar a comparação dos lances. Para quê? Vincar que então foi mal decidido e do qual nasceu a derrota leonina, pois claro! Típico comentário de leão pequenino e tacanho de espírito, partilhado por qualquer adepto lagartixa a fazer beicinho e, qual Calimero, a comentar quantas injustiças o mundo comete contra o depauperado emblema de Alvalade.
Mas destas "infelizmências" ficam só para anedotário televisivo/comentarista, que já levo em conta desde pequenino, enquanto as três melhores equipas do torneio figurarão nos lugares cimeiros como merecem, onde a hierarquia de valores se consagra, ainda, com a final inédita Holanda-Espanha que muito aprecio, das melhores equipas que gostam da bola, sabem o que fazer com ela e, ao contrário do Inter-Barça da Champions, não permitiram injustiças em que, só pontualmente, o futebol é pródigo.

Elegi a Espanha minha favorita, a Holanda como provável finalista também e qualquer delas pode ganhar com os seus atributos expostos em toda a competição e com toda a competência aliada um jogo positivo, impositivo e por vezes arrebatador. De tal forma que, como a Laranja Mecânica de 74 e 78, que me inspirou quando miúdo desde aquela marca do Ajax que jogava mais branco e me fez também meter uma fita larga vermelha na vertical da camisola de ginástica no "Ciclo", mesmo a que perca terá merecidamente lugar na memória dos que gostam de futebol pelo puro gozo do futebol - e não de tacticismo exasperado e pretensamente científico que faz o gáudio dos alegados experts da mais tenra teoria envolta no mais diáfano dos mantos debruados a fantasia delirante que permite dizer tudo e o seu contrário.

09 julho 2010

Estes alemães não são os tugas...

A Espanha de toque faz lembrar o Basil de outros tempos, ou os argentinos do San Lorenzo que golearam em Portugal


Antes da final que antecipei ao lançar as minhas previsões para o Mundial, cedo riscando a Inglaterra e avançando com a Holanda para o jogo decisivo com a Espanha, depois de ver recatadamente as semifinais desta semana longe de jornais e internet, pensei o que sucederia ao responsável alemão Joachim Löw depois de mostrar a Mannschft mais garbosa de que há memória desde a conquista do Euro-96.


Afinal,



os alemães são mesmo muito diferentes dos portugueses. Não questionaram o seleccionador por defender, não ter a bola que os espanhóis não deixam ter, não ousaram, não atacaram e, embora tivesse demorado mais a sofrer o golo inevitável da Invencível Armada, com Puyol a marcar aos 73 minutos depois de Villa ter desfeiteado Eduardo aos 67 minutos, a Alemanha perdeu e nem criou sequer metade das ocasiões de golo dos portugueses desse odiado Carlos Queiroz.
Só se quiserem manter-se no âmbito das "vitórias morais" muito tugas é que se acredita que proponham a Löw seguir em frente. Mesmo depois de perder duas vezes com a Espanha, ambas por 1-0, repetindo-se em Durban a sina de Viena da final do Euro-2008.

Será que Löw, sem carisma aparente nem golpes publicitários, é para os germânicos o mesmo que Scolari para a mentalidade tuga? Scolari conseguiu perder duas vezes com a Grécia e só no Europeu-2004, no primeiro e no último jogo de Portugal nessa competição em terras lusas. É certo que com Scolari Portugal tinha, antes do Europeu, empatado em Aveiro com a Grécia, na preparação, e depois ainda perdeu com a Grécia na preparação para o Alemanha-2006. Talvez os alemães, aí sim, não suportassem quatro jogos sem vencer o mesmo adversário em apenas dois anos. Do que Löw se livrou por não ter defrontado os espanhóis em preparação e poder, de algum modo, sair sob sorrisos e abraços por perder, sim, com a Espanha apenas numa final do Europeu, de resto quase em casa na vizinha Viena, e numa semifinal do Mundial.

Isto não é para ter piada, porque depois do banho de bola da Espanha à Alemanha, ainda li em A Bola críticas à forma como Portugal (não) terá jogado com os espanhóis. Isto apesar de, na crónica do jogo, José Manuel Delgado falar do Brasil da Europa...

E esse Brasil que baila na cabeça das pessoas, o mítico futebol de pé para pé, toque e progressão constantes, ainda que com intermitentes avanços no terreno por parte dos espanhóis, parece já tão esquecido, nem o de 1970 que criança geniais com 7 anos dizem ter visto, encantadas, na televisão com a mesma fixação com que eu olhei mas nem liguei apesar de então ter 8 anos e aperceber-me do entusiasmo e atenção vividos num café próximo à minha casa, nem o Brasil de Telé, o de 1982 em Espanha e trucidado pela eficácia italiana, nem isso acorre à memória dos experts da bola que pululam por aí.

Sempre ouvi hstórias de uma equipa argentina do San Lorenzo de Almagro que pelos anos 40 passeou classe por Portugal, goleado Porto, no Lima, Benfica e a selecção por 8, 9 e 10 golos. Creio que esta Espanha, a minha favorita, é a encarnação desses deuses da bola.

05 julho 2010

Mais do mesmo... é moléstia


O Sporting, sim, encontrou um novo paradigma, de resto há muito anunciado: já não reteria as pérolas da Academia, o presidente estava disposto a vender na medida do possível o que era, isso sim, a "bandeira" do clube e a aposta de marca na formação. Alguém se lembra disto? Lendo algumas análises, à pressa e à pancada a pedir mais traulitada para aquecer o ambiente como se houvesse necessidade, aí está o cenário perfeito para que o sorteio do campeonato, a decorrer dentro de momentos, cative já quanto ao Sporting-Porto no calendário (*) e a animosidade esquentada de Alvalade contra o seu ex-menino prodígio.

Mas como sou um tipo relativamente bem atento, quando não ando por longe, com memória e sabendo o que gasta a casa alheia, bem como a do Dragão, começo por lembrar o que aí está, no parágrafo inicial.

Ouvindo/lendo o que disse esse inefável presidente leonino com tendência tanto para o "foverer" como para o "never, ever", não fico estupefecto, tantas são as "brancas" como os cabelos brancos. E se na saída de Paulo Bento JEB mostrou a paixão assolapada, parola e rapidamente contrariada pela realidade (de que o ex-técnico não seria esquecido em Alvalade), aliás bem negra pelo tempo restante da época, agora a doença não tem cura e a moléstia prossegue.

Ao menos o presidente leonino afirmou que o negócio se fez bem, "o Sporting defendeu os seus direitos", o FC Porto portou-se lealmente e, claro, era inevitável a transferência que, sabe-se lá porquê, custava a admitir a JEB. Mais: no desespero de encontrar outra saída, aucultando pelo mundo e arredores que já tivessem regressado a casa após o Mundial, o melhor que conseguiriam, confessou JEB, era receber apeas 7ME...

Pois, mas como Paulo Bento pedia mau ambiente para os árbitros em Alvalade, agora é JEB a falar em "maçã podre" sobre João Moutinho, o que contradiz o que ele mesmo fala do passado do jogador formado no clube. E a acirrar os ânimos dos adeptos contra Moutinho, como se muitos já não o desejassem ver pelas costas mas tendo sido o clube a rejeitar uma proposta de 15 ou 17ME do Everton há dois anos. A "maçã podre", realmente, era suposto valer mais, mas isso era enquanto a juventude de Moutinho, Djaló e Miguel Veloso servia de propaganda. Até mudar-se o paradigma...

Importa-me pouco o que fez Moutinho tornar-se numa maçã podre, ainda assim bem paga e vendida algo acima do preço do mercado que depreciou em 2009-2010. Para justificar aos sócios esta coisa incomodativa era preciso descer tão baixo e apoucar o único elemento que salva a época financeira dos leões? Os seus adeptos podem responder, mas custa-me ver como a "rivalidade" continua a turvar as águas.

Depois vem Costinha: "E chegou o momento em que o João me disse que teria de defendê-lo, após uma manchete de um jornal referir a hipótese de deixar de ser capitão. Respondi-lhe que não o faria, porque não tinha de defendê-lo de algo que nunca lhe foi dito e que não tenho de desmentir todas as manchetes sobre o Sporting. Ele ficou muito magoado".

Creio que Moutinho não é parvo e pelo menos eu recuso que façam de mim néscio. Terá havido, claramente, segundo Costinha, uma "notícia" com "pozinhos de encomenda". Pois se ninguém falou em Moutinho perder a braçadeira, a não ser o novo técnico falar em "vários capitães" de equipa e Moutinho "ser um deles", que impulso levou, depois, algum pasquim a atrever-se a noticiar que Moutinho não seria mesmo capitão? Os jornais nem sempre inventam e esta desinformação e intoxicação, preparada por agências de comunicação e gestores de imagem e contra-espionagem, sabem levar a água ao seu moinho. Então, lançado o isco, atiçada a fera que, ferida, alegadamente recusara treinar-se, Moutinho já não suportava mais "aquela gente" de armadilha pronta. Se foi assim, fez bem, o Sporting recebeu o que confirmou ninguém estar disposto a pagar, o FC Porto abriu os cordões à bolsa e sacrificou até um dos seus cordeiros, perdão NA Coelho, em que se depositavam tantas esperanças e, como sempre digo, veremos se compensa vender Raul Meireles, ficar com salvo positivo na conta bancária e ter o futebol, em decadência em Alvalade, de Moutinho no Dragão.
A Imprensa do regime e os actuais guardiões do Sporting fizeram o seu trabalho. Ali rasgam as vestes muito facilmente, foi um presidente "violentado" por ter de despedir Peseiro, outro a chorar por se separar de Bento e este mesmo, agora, entre mercadoria também enjeitada (Vukcevic, antes Izmailov) no vai e vem dos negócios, separa-se de uma "maçã podre" muito ressabiado mas com desculpas de mau pagador, porém aliviado da tensão súbita da tesouraria pendente.

Avalie quem quiser e julgue com dois dedos de testa. Porque isto, realmente, não é para todos, parece só para tolos. Vá lá que Costinha só lhe desejou que não se aleije...

O ambiente em Alvalade para Moutinho não será pior nem melhor, contudo, do que é normal, infelizmente normal, até para os lados da Luz, com maus fígados e má-criação em Lisboa. Quando Quaresma reapareceu frente ao Sporting pelo FC Porto, vindo do Barcelona, também lhe quiseram mal e não houve nada "disto", ms foi tratado como um traidor. Só espero que, à primeira, como Quaresma, Moutinho chegue lá e marque logo.
O Moutinho de azul e branco, porém, não terá pela Imprensa do regime a mesma compaixão pelos seus mergulhos em campo e a APAF tratá-lo-á mais severamente do que lhe permitiram de verde-e-branco a protestar com os árbitros e a ter entradas bem feias sobre adversários.

A vida é outra, no Porto. Mas é a vida e pode ser bela.
(*) ACTUALIZADO (23.48h): pronto, já se sabe quando o Moutinho vai ser "moutado" em Alvalade: jornada 12, 28 deNovembro. E com o Porto-Benfica na 1ª volta, ficou para as calenda lembrar quando os dragões verão, de novo, o túnel da Luz, a 5 jornadas do fim. E, pelas tv's do regime, lá repassou a extensão de um problema de cultura de maçãs de uma quinta sem rei nem roque para um negócio legal e transparente cujo contornos históricos valem mais do que discussões marginais até metendo o carácter das pessoas. Foi o Manha a apontar que muito antes Pinto das Costa seduziu Moutinho e o Cervan a repisar a lenga-lenga que já ouvi ao estrábico Ferreira e alguns ouvirão, ainda, tal cassete pelo cineasta das conspirações. Até parece que os adeptos do desportivo, no fundo para xingar os vizinhos do recretivo, estão mais incomodados por esta transferência.

04 julho 2010

Tacanhez de espíritos



É oficial, http://www.ojogo.pt/Directo/NoticiaHora_futfcpmoutinhoficial_040710_273001.asp e João Moutinho no FC Porto permite-me deixar exactamente as coisas tal como as comentei no sábado. Bom para todas as partes, resta saber que lucro bancário terá o FC Porto no pressuposto de vender bem Raul Meireles e se o futebol do ex-leão compensará a dimensão que o médio ainda portista tinha.
Como antecipei ainda, as vistas curtas e o ressabiamento compulsivo, epidérmico, histriónico e histórico dos adeptos do "enterra" e da maledicência também são oficiais para a nova época.

Tantos adeptos, levados pelos comentadores ou estes expressando as vozes dos adeptos que também o são, opinam negativamente sobre aspectos do futebol português e só porque se faz uma transferência interna, de resto recordista em valores, entre rivais, parece que cai o Carmo e a Trindade.

Criticam-se os dirigentes por tudo e por nada e quando se concretiza um negócio destes há que deitar abaixo as bases do entendimento necessário para a sua conclusão e a bem de todas as partes. Afinal, adeptos e comentadores gostam da paz podre que criticam na vivência apontada aos próprios clubes e as relações entre eles. Espicaçam, estrebucham, rasgam vestes. Odeiam a normalidade que é a bitola de funcionamento em qualquer país, de uma transferência do Liverpool para o Chelsea (Benayoun é recente), do Barça para o Madrid e vice-versa que também se fizeram, do Inter para o Milan, da Roma para a Juventus, até do Celtic para o Rangers. Só em Portugal, onde os adeptos acirram as rivalidades sem as quais não podem viver nem admitem outro modo de vida, uma coisa destas não poderia concretizar-se. Depois, a culpa é dos dirigentes.

Até no exemplo de não se ver partir para o estrangeiro, como é a tónica dos lamentos se tal acontece sob pena de empobrecer o campeonato, esta transferência deveria ser louvada, independentemente do que resultar, desportivamente, para os dois clubes e as sortes do campeonato, conclusões a tirar daqui por um ano.

Mas esta noite passaram dois programas de debate desportivo-futebolístico em exclusivo a dizer mal, a levantar reservas, a pôr em jogo a moral e os bons costumes, a contar espingardas, a antever problemas, a suscitar polémicas porque em tempos Pinto da Costa confessou, tal o sacrilégio, gostar de João Moutinho, como antes confessou que na sua equipa ideal entraria não só Eusébio como o antigo central benfiquista Germano.

Habituados a viver em cirrose permanente, engendrando maquinações como princípes da intriga em desonra de Maquiavel, a opinião que se difunde nas tv's não cai em si de ridícula, repetitiva, sensaborona, previsível, gasta, depauperada e tonta, com tantos Prantos em socorro de velha tradição "se Pinto da Costa fez é porque não é boa coisa".

Dificilmente foram considerados todos os aspectos do problema, como enunciei da última vez, à luz dos quais esta mudança de João Moutinho para o Dragão é normal e natural para um jogador que há um ano insistia em sair e queria ir para o Everton, o que pelo visto não cairia mal nem a alguém com ambições de conquista como JM nem a certas opiniões bacocas que depois lamentariam mais uma perda no campeonato português.

O desgaste de JM em Alvalade, de resto, até nem mereceu a recuperação das fases mais críticas de uma relação com os adeptos que se deteriorara ao ponto de lhe devolverem a camisola quando ele a atirou para o público supostamente apoiante indefectível dos que dizem que não ficam em casa.

A inversão, prepretada por gente de maus fígados, de toda a lógica de negócio, consabido no futebol, e de enquadramento das coisas muito para além da visão estratégica limitativa das gentes de Lisboa continua a ofender a inteligência dos adeptos portugueses que rejeitem continuar encerrados naqulo que é sempre latente da "guerra norte-sul" em que, amiúde, são preconceitos primários e de primatas oriundos d Lisboa - de resto uma constante na história do futebol português bem mais truculenta e nada civilizada como alguns querem fazer crer do passado mais ou menos distante. E, neste aspecto, quem opina fá-lo com o fel de sempre e nunca com a urbanidade que reclamam, sem respeitarem, para o futebol de que dizem gostar.

Esta tacanhez de espíritos não surpreende, pelo exposto e antecipado, por forma a arranjar motivo extra de polémica para, fora do campo, se incendiar os ânimos. Achar que 10ME é pouco entre clubes portugueses é não ter noção da realidade actual, da mesma forma que enquadrar isto numa aliança Porto-Sporting, quando não uma subjugação leonina aos dragões, reflecte a pobreza de mentalidade bem atrás da dimensão profissional em que as SAD se colocam, resolvendo as suas questões, também de compra e venda, para as quais é preciso, obviamente, relações cordiais. Nunca o antagonismo propiciaria algo do género, a não ser o Porto sacar o Futre de Alvalade só porque o Sporting deitou a mão a Pacheco e Sousa, ou Dito e Rui Águas moverem-se para as Antas e depois o Benfica namorar Geraldão e levar Paulo Pereira para a Luz. Mas talvez esse ambiente, que todos dizem querer esquecer, seja, afinal, do agrado de uns tantos e uns tontos, além de ignorantes quanto à realidade económica de cada clube.
Parece que o Sporting - numa realidade que muitos preferem esquecer - estaria destinado a seguir o exemplo da Luz de "vamos endividar-nos ainda mais", por tanto que já gastou sem vender alguém. E esquecendo que o FC Porto mete-se nesta compra recorde, pagando como se fosse por um Hulk que Moutinho não é, com a perspectiva de vender Raul Meireles, senão estaria também na senda de endividar-se e sem receitas da Champions.
Mas RM é todo do FC Porto, sem algum direito por aí perdido nalgum Fundo magnânimo que no fundo ganha mais como se provou com di Maria. E até aí a estratégia portista será de louvar, mas essa também escapa aos crónicos críticos deficitários de bom senso e percepção da realidade que os transcende.

Quanto a efeito JM no FC Porto, que também é um ângulo de visão encerrado a quem tem vistas curtas e não o discutiu nesses fóruns, isso só se verá maìs à frente. A perda colateral de Nuno André Coelho significa, até pela reintegração de Stepanov, que Bruno Alves não deverá sair. E, aí sim, é uma óptima notícia para o FC Porto, onde o barulho de propostas miríficas pelo capitão teve tanto eco como as antes havidas por JM mas que não convenceram o Sporting a vender, já no tempo de gerência de apostar na Academia, mas não dispensa os tantos tontos de crítica fácil e senso arredio de pensar que se houvesse hipótese de o vender melhor no estrangeiro tal seria, decerto, concretizado.
Os tantos tontos, como ouvi esta noite na tv, também gostam das manchetes dos jornais que anunciam essas vendas mirabolantes e interesses fabulosos de clube da mais alta estirpe, que raramente lhes aparece para honrar os brasões do regime. É que a verdade estraga sempre uma boa história. E a cláusula de rescisão já faz parte da história da carochinha...

03 julho 2010

Os parolos a gritar golo no penálti ou o reflexo de Pavlov quando vêem um jogador do Benfica



Norton de Matos quis fazer de conta que não é empresário ou prospector de talentos ou conhecedor pelo menos do mercado de jogadores da América do Sul, de onde chegou a trazer alguns para Portugal e nem sempre de boa safra. Propôs-se comentar o Paraguai-Japão e, primeiro, não viu os nipónicos jogarem melhor à bola no campo todo, depois gritou três vezes s golos paraguaios antes de se concretizarem no desempate por grandes penalidades. Ou tem bola de cristal, ou espera vender algum paraguaio ou tem avença comissionista por outra coisa qualquer.


Já as revistas da especialidade nos destacavam, nos melhores de algumas selecções, tipos como Suazo nas Honduras, que mal calçou e nem se viu, ou Cardozo no Paraguai, como se não estivesse a milhar de ser o destaque da sua selecção. Aparece, por exemplo, na revista do Mundial do Record.


Entretanto, Cardozo marca por acaso o penálti que arruma a questão com o Japão, no desempate das grandes penalidades e é destaque de 1ª página. Dá-se o caso de o Uruguai ter chegado, depois, ao desempate por penáltis com o Gana. Maxi Pereira ia marcar o penálti e um parolo da RTP gritou golo, mas o defesa benfiquista chutou bem acima da trave. Que reflexo pavloviano sacode esta gente quando vê um jogador do Benfica? Hélder Conduto, contudo e com tudo, bem destacou, no Portugal-C. Marfim, a presença de dois benfiquistas em campo, quando entrou Rúben Amorim arma secreta que trabalhara nas férias, jogou 5 minutos e lesionou-se até à data...


Amiúde, a gente do Gabinete de Imprensa do Benfica destacada na RTP empolgava-se com alguma coisa ligada àquele clube. Quando era di Maria, com jogos da Argentina na SIC, o parolo desta exultava mas é outro dos muitos que ainda não deglutiram o extraordinário negócio da venda ao Real Madrid...


Entretanto, o cepo Cardozo tem nos pés, mas não na cabeça, a hipótese de pôr a Espanha a tremer, mas falha o penálti paraguaio desta noite. É tecnicamente um fraco jogador que a Imprensa e o Regime favoreceram para ser o melhor marcador da Liga portuguesa. Não será 1ª página, todavia...


Onde se comprova que os penáltis não são uma lotaria e só os mais fracos cedem. Até os que, de microfone na mão, deixam revelar as suas doentias inclinações: os que se maravilham com a Argentina frente à Nigéria, a Coreia do Sul e a Grécia; os que gritam pelos golos do Brasil e o espanto dos de Maicon como se nunca tivesse marcado igual da linha de fundo; os que falam de jogador do Benfica para aqui, de Cardozo decisivo para ali, de golo de penálti a errar a baliza por metros como Maxi Pereira; os comentadores que "conceptualizam" o trinco, medem os extremos e apalpam os alas, valorizando os avançados, enquanto fazem e desfazem treinadores.


Neste aspecto, no Mundial foi a merda do costume.
Amanhã estou de folga pelo 4 de Julho de que me lembrei por alguém mencionar que Nuno Rogeiro festejou algures com americanos. Falta-nos, afinal, a independência...

Os treinadores predestinados e aqueles sem berço



A pimbalhada opinativa portuguesa andou há dias a malhar em Carlos Queiroz e a lembrar o seu "pé frio", quando não o cariz de técnico da juventude e planeador de secretaria, desqualificando-o para seleccionador. A parvoíce saloia dos jornais fez títulos por um adepto manifestar-se quase sozinho à chegada da selecção em Lisboa. E até quiseram amplificar o salário do treinador nacional que já é conhecido há pelo menos dois anos.


O "estatuto"de treinador é sempre posto à prova mais no Mundial. Deve ser por isso que os chico-espertos que admiraram a Holanda de 74 com Michels, a de 78 com Happel, a de 98 com Hiddink e a de 2006 com van Basten devem andar intrigados sobre quem é este gajo, até baixote para os cstumeiros barrotes holandeses, com aspecto de avô e que ninguém conheceu como jogador nem se lembra do Feynoord que sob o seu comando ganhou, por acaso em casa, a Taça UEFA de 2002.


Igual modo para a Alemanha, sem que o actual técnico não foi apeado em 2008 só porque... perdeu 1-0 com a Espanha. Não foi jogador de topo e quase por acidente orientou o Estugarda na final da Taça das Taças perdda em 1996, salvo erro, para o Chelsea.


Falava-se que os grandes nomes fazem grandes as suas equipas e já tivemos fracassos rotundos de vários ex-craques do futebol mundial. Maradona pode ser o último caso, apenas isso, mas quanto a laureados treinadores semfinalistas do Mundial até don Vicente del Bosque, bicampeão europeu com o Real Madrid e único depois de 1966, ainda é olhado sob suspeita e alvo de críticas.


O futuro é para aqueles que não só serão campeões europeus, como seriam campeões mundiais se tivessem uma selecção de Portugal nas mãos. Com CR0 a mil à hora, apesar de Mourinho ter torcido o nariz e se tal fosse possível.

3-0



No início do Mundial previ 4 equipas europeias nas semifinais. Não acreditava "tanto" quanto outros na Argentina e muito menos no Brasil. Tivesse a Inglaterra confirmado o que lhe supus sob o comando de Capello e cumprir-se-ia algo como me palpitava. Logo à primeira "risquei" a Inglaterra, mesmo que não tenha "melhorado" por ser incapaz de ganhar à Eslovénia por mais de um; tivesse feito mais do que o mínimo e como 1ª do grupo, em vez dos EUA, teria defrontado Gana e decerto Uruguai. Mas não justificou nem mereceu. Em vez da velha Inglaterra, logo apostei na Alemanha, cuja derrota com a Sérvia foi tão acidental, e imerecida, como a da Espanha frente à Suíça.


O 3-0 não é "para" a Alemanha, que despachou a Argentina de forma ainda mais "feia" do que a Inglaterra. São as vitórias directas dos europeus com sul-americanos que dão este cenário ao qual escapou o melhor Uruguai desde 1970, quando acabou em 4º lugar atrás da RFA. Para alguns que, deslumbrados com a Argentina e confiantes no Brasil, apontavam para o fracasso europeu, tal resultou de apenas os europeus coincidirem no mesmo grupo da 1ª fase, por serem em número superior ao dos 8 grupos, o que não sucede com selecções dos outros continentes, devidamente repartidas. Mesmo assim, ver o Japão dominar a Dinamarca como a Coreia do Sul a Grécia é digno de nota, ainda que se comprove, tão-só, que as melhores selecções de Ásia, África e CONCACAF podem bater os europeus de nível médio-baixo, como foi o caso. Portugal, até por estes resultados, só sucumbiu contra equipas claramente muito melhores, aguentando o Brasil e cedendo por um golo irregular com a Espanha.


Não há, por isso, surpresas, com o ressurgimento do disciplinado Uruguai fruto de boa dupla atacante Forlan-Suarez e eliminatórias sofridas com sul-coreanos e ganeses.


A fantástica selecção alemã, tão deslumbrante quanto "menos conhecida" e ainda mais rejuvenescida com tantos ex-sub-21 no activo, tem o problema de apanhar a Espanha, como era previsível caso vencessem os seus grupos e os jogos seguintes. A reedição da final de Viena, em 2008, põe agora as coisas mais perigosas para os campeões europeus, com a dnâmica germânica em grande.


Cedeu a Argentina por um daqueles casos que, à distância, aqui há tempos comentei com amigos: a razão do fracasso do Liverpool esta época foi Mascherano ter ficado órfão de Xabi Alonso entretanto vendido ao Real Madrid. E, sozinho a trinco, Mascherano é pouco mais do que um mediano e faltoso jogador, incapaz de cobrir toda a área do meio-campo. Apesar de Messi, dos extraordinários avançados argentinos, com di Maria e Maxi Rodriguez recuados, contudo, só por estultícia pode apontar-se a Maradona a tentação de jogar para deslumbrar, confiando nas próprias virtudes dos seus homens da frente.


Pior: entre os experts da moda, sempre a mudar o bico ao prego esquecendo o que antes apregoavam, andar a esmiuçar se é melhor um trinco ou dois trincos, um pivot ou dois pivots, um avançado ou dois avançados, tanto perde o duplo pivot como no Brasil como perde o Mascherano "solo" da Argentina. E tanto ganha o trinco a sós da Holanda, como van Bommel, como ganha o duplo trinco como Khedira-Schweinsteiger. As asneiras repetem-se nos comentários a jeito da ocasião, onde belos discursos e fluência oral permitem dizer algo e o seu contrário.


Já se aponta o dedo aos zero golos de Messi, que bem os tentou e os mereceu e não sai diminuído do Mundial onde, afinal, não é mesmo o "nº 10" que Maradona queria a imitá-lo. Esse, único e fantástico, é Wesley Sneijder, claramente o melhor jogador do Mundial até ao momento mas que passava bem sem a FIFA atribuir-lhe o golo do 1-1 frente ao Brasil.


Gostei, hoje, do Paraguai, finalmente. Porque assumiu ganhar, depois de ter passado imerecidamente com o Japão que lhe deu banho de bola. Porque pressionou e olhou a Espanha nos olhos. Arriscou mas não foi feliz. No resto, o futebol especulativo sem ver a baliza contrária, que alguns apontam erradamente a Portugal, onde faltou dinâmica dos médios para atacar melhor bastando, sem terem o suficiente, possuir a bola e geri-la com à-vontade, não é do meu agrado, por isso gostei da Coreia do Sul, do Japão, dos EUA, do México, do Gana, todos em franco desenvolvimento.


A Espanha, a minha favorita concedendo que a Alemanha está aparentemente imparável, tem uma final inédita com a Holanda, que cedo apontei para chegar assim longe, ou a Alemanha reeditará a final de Munique-74 em bases totalmente diferentes de então?


Certo é que, na Espanha, onde a projecção do seu futebol e o treinador bem sucedido que antecedeu o actual, suscitam maiores atenções e, por supuesto, críticas, até calou Luis Aragonés. Não só pelo duplo pivot Xabi Alonso-Sergio Busquets, mas por don Vicente del Bosque tirou o ponta-de-lança Torres para meter mais um artista da posse e do passe que é Cesc Fàbregas, colocando Villa na frente em vez da lógica troca com Llorente como frente a Portugal.