01 julho 2010

Telefornication também com o FC Porto

Enquanto a Selecção chega esta manhã a Portugal ainda com os ecos de críticas difusas e parvas, sinalizadas amiúde com "grandes frases" de gente capaz de resumir tudo a duas linhas para ser bem visto quando muito em síntese e cair em graça sem ser engraçado, acho que, para resumir tudo, uma dessas "tiradas" a preceito mais valiosas foi a que reportava para, ao menos agora, voltarmos à pobre realidade do País. Eu direi, porém, que nos permitirá ver melhor o Mundial sem a algazarra habitual com Portugal como numa feira de camelos ou nas romarias com foguetório impróprio e proibido quando entramos na chamada "época dos incêndios" como se, fatalmente, tenham de ocorrer.

O triste, pacóvio e proteccionista, mais do que patrioteiro, episódio de ontem do veto do Governo à venda da Vivo e este negócio protegido (assim é bom e para um gestor de coisa pública destinada a dar dinheiro melhor ainda) e as vicissitudes e alinhamentos político-partidários que nos remetem para a mesma apagada e vil tristeza, foi já um passo para o "regresso à terra". O Telefornication, pois, entre a Telefónica e a PT do Bava e Granadeiro metidos no complot anterior da TVI e o circo dos boys socialistas...

Não tarda teremos a Educação Sexual nas escolas e o kit com pénis de esferovite para fazer rir a miudagem mas pais, indignados, a prepararem-se para mandar uns ministros e inteligentes das novas realidades sociais para o portuguesíssimo caralho; mas o episódio grotesco das SCUT (siglas não têm plural...) está para durar e testar a resistência de PS e PSD (só o :D os divide, de facto) entretidos no jogo do gato e do rato que é a imagem de marca do País metido em brincadeiras há décadas.

Como o Benfica já arrancou, com estranha mas não despercebida omissão do glorioso negócio do Maria fora das manchetes do regime, ainda com os efeitos do resmungão Luisão por lhe travarem a saída para o colossal Atl. Madrid e o Coentrão ainda a voar do Mundial com anseio de chegar a clube ainda maior do que o mais grande do mundo, sem parangonas além do blá-blá fanfarroneiro e pantomineiro do costume, e o Sporting quase incógnito há uma semana no trabalho e sem dinhero para mandar cantar um cego, amanhã é a vez do FC Porto.

Certo é que, fora os jornais sempre apanhados nas contracurvas das dèmarches do mercado, nem a bluegosfera portista se mostrou entusiasmada pelos reforços, de Kléber que está mas não vem, do Souza que já está avisado para os amarelos da APAF para quem não equipe de vermelho, do Walter que A Bola deu em primeira mão e é outro, como o Kléber, que já treina à parte a evitar magoar-se para chegar bem a um clube que todos desejam, até ao Kieszek inimaginável que estará para vir numa aberração a que nem um clube perfeccionista como o FC Porto está imune,; e o site sempre cinzento mais do que azul anuncia que há já, à partida, 15 minutos apenas para a CS no primeiro dia de trabalho no Olival, onde também Villas-Boas não é propriamente um treinador que encha as medidas à massa associativa. Resta, ainda, saber como acabará o tal James Rodrigues que dizem ser um craque, ainda que desconhecido, precisamente como Walter, Souza, Jara e Gaitán já dignos de primeiras páginas...

E se atentarmos no tiro no pé, igualmente inacreditável, de o FC Porto defender na alteração de regulamentos da Liga que os "stewards" sejam, afinal, o que há pouco os seus juristas atacavam em tese, diremos que há matéria para cedo isto pegar fogo mas, provavelmente, com o seu combate sem despertar o entusismo e dedicação dos adeptos. Vai arder e ninguém se importa.

Outra novela, portanto, está para começar, enquanto hoje arrancam os 23 jogos da Liga Europa em que o FC Porto parte com o 2º melhor coeficiente dos clubes apurados, atrás do Liverpool, e com vistas para Dublin na final de 18 de Maio do próximo ano.

Por mim, com esta pausa refrescante no Mundial, aproveito para deixar este apontamento enquanto vou ali e já venho.

1 comentário:

  1. lê-se de um fôlego. As suas crónica inspiradas suavizam-me a crueldade do dia.

    Vou trabalhar até ás 19:00 na certeza de que vou sustentar os meus filhos e aquele cigano que desde o tempo de Guterres há 15 anos só se levanta ás 10, faz pequeno almoço na pastelaria de sagres preta e sandes mista à minha custa, coça os tomates num banco à sombra do prédio na Bela Vista com as calças arregaçadas até aos joelhos que hoje o tempo vai aquecer. Almoça à minha custa. Muda o banco para a sombra do outro lado do prédio que o sol é um chato e nunca está quieto. Vai-se embebedando toda a tarde com mines e imperiais em visitas a 4 à hora à pastelaria, janta á minha custa e á noite vai ver o resumo do mundial no seu TV Plasma que eu paguei para que nada falte ao cigano.


    Também me apetecia ir ali e já voltar. À Nova Zelândia, por exemplo. E os ciganos e os Sócrates que trabalhassem entretanto se quisessem comer.

    O Cigano que eu sustento é o Lelo. Você deveria dar também um nome ao seu cigano. Já que nós os sustentamos, somos uma espécie de padrinhos. temos o direito de lhes dar o nome. Toda a gente que trabalha deveria dar um nome ao seu cigano.


    Um bom dia para si.

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