22 março 2014

A vítima que faltava no teste à Liga da treta e a desinformação da RTP sobre um caso de Polícia


Estive algo ausente toda a semana. Mas ainda a 3ª feira marcou-me pelos "bochechos" - há mesmo quem lhes chame broches - de uma informação que, sem querer, fui seguindo todo o dia. Não, não eram os comunicados, onde os das virtudes são impolutos e não têm um ex-vice-presidente em tribunal por depositar dinheiro na conta de um árbitro mas os seus adeptos dizem não ter nada a ver com o clube e é apenas uma questão individual que não vincula a "agremiação"; e onde o FC Porto, como de costume, relapso, reage tarde, não se lembra quando deve agir na hora.
 
O que me perturbou todo o dia, até por não saber do resto, foi um acidente de viação numa rotunda da periferia do Porto. Ouvi pelas 8h na RTP que tinha havido um acidente envolvendo o presidente da Liga. Não sabia o local nem a hora do sinistro. Mas soou sibilina a ideia de ter sido um acidente não parecer normal, na medida em que é noticiado um acidente de viação que não causou feridos ou sequer perturbações de tráfego.
 
Partanto, é associar presidente, Liga, Porto, acidente.
 
Depois de múltiplos afazeres e fazendo-me à estrada, num noticiário de rádio, por sinal da Antena 1 que é do grupo RTP, dada a notícia não aduzia qualquer outro elemento de suspeita, pelo meio-dia.
 
À 1 da tarde, no telejornal que continuam em fazer no Monte da Virgem como se fosse uma conquista do Norte, a notícia já soou estranha. Como tudo o que sai da boca do benfiquista Carlos Daniel de Paredes, já se ouviu que o acidente foi "intencional", "deliberado", atentando por isso contra o presidente da Liga propositadamente.
 
À associação de ideias acima, junte-se o "intencional".
 
Pior, uma fonte da PSP teria dado essa informação.
 
Bizarro. Primeiro, a notícia do acidente só deveria ter sido dada pela vítima do mesmo. Mário Figueiredo. Um que tem boa Imprensa, a começar pelo benfiquista Carlos Daniel de Paredes. Mas citando a PSP? A PSP como sabia que tinha sido intencional? Adivinhou? Foi ao local e percebeu que sim? Apanhou o causador do deliberado acidente? Se o apanhou e julgou como premeditado o acidente, o que sucedeu ao prevaricador?
 
Não sabemos, mas suspeitamos de uma "nutícia" encomendada. Ditada pelo presidente da Liga. Assumida pelo jornalista de serviço, com o respectivo guardanapo na mão.
 
À noite, coincidentemente, o Orelhas da RTP também trouxe o facto à pantalha. Repisou tudo, o acidente provocado, a fonte da PSP, mas com uma nuance importante.
 
Aquilo teria sido uma desavença pessoal de alguém de Lisboa com o advogado Mário Figueiredo, por questões judiciais decerto, pois a função de presidente da Liga não era para ali chamada e o cargo e as questiúnculas, foi frisado, só tinham a ver com processo da esfera privada e profissional de um causídico.
 
Não sabemos se Mário Figueiredo apareceu cheio de sopapos na cara e pensos nada higiénicos a cobrir manchas de sangue. Ou se o seu carro estava amolgado só pelo choque de viaturas ou o agressor também socou a máquina do senhor presidente, perdão advogado.
 
Mas sabemos o que correu durante o dia, umas boas 12 horas de desinformação. Com uma fonte da PSP não identificada, o que não fica bem a uma fonte da corporação que zela pela segurança de todos, incluindo, de alguma forma, a segurança informativa pelo menos no que diz respeito ao que lhe imputam.
 
Presumo que ninguém contactou a PSP para saber se era verdade o que se relacionava com o acidente e a conclusão que se tirava de duas formas:
1) acidente intencional (quem o qualificou?)
2) informação da PSP (pode confirmar?)
 
E, assim, tivemos o exemplo prático de como se pode intoxicar a Opinião Pública consoante o que se publica/difunde.
 
Em tempos, uma tv de bimbos e para bimbos "noticiou" que um adepto desse clube fora morto a festejar um título em Braga...
 
Noutra altura, um comentador dado a Prantos, queixou-se de ter sido agredido à saída de um estúdio de tv, em Lisboa. A celeuma cresceu e havia interessados na história, mas nunca se apurou quem agrediu e a coisa ficou pelo silêncio da vítima.
 
É só associar ideias. Felizmente ninguém pegou em varapaus ou pôs o Porto a arder, à parte algumas Orelhas. Mas um tumulto foi iniciado. Não na rua. Nas redacções. Isto é, se alguma delas se incomodou pelos factos postos a correr, pasto de chamas e atiçador de violência gratuita.
 
Ah, mas esta informação sai do bolso os contribuintes. Paga-se na Contribuição para o Auidiovisual (CAV) na factura da electricidade. Leio, ainda, que muitos rostos - quer dizer, os que vão ler o teleponto onde não se sabe quem escreve - da tv pública estão a pedir para sair.
 
É só associar ideias.

Há quem chame wishful thinking.
Mas isso devem ser os regeneradores da informação mais ou menos "venezuelana".
 

1 comentário:

  1. A sorte desta gente é que o ridiculo não paga imposto. Tal como a do Einstein... Este caso é muito parecido .


    oportosempre.blogspot.com

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