Estive algo ausente toda a semana. Mas ainda a 3ª feira marcou-me pelos "bochechos" - há mesmo quem lhes chame broches - de uma informação que, sem querer, fui seguindo todo o dia. Não, não eram os comunicados, onde os das virtudes são impolutos e não têm um ex-vice-presidente em tribunal por depositar dinheiro na conta de um árbitro mas os seus adeptos dizem não ter nada a ver com o clube e é apenas uma questão individual que não vincula a "agremiação"; e onde o FC Porto, como de costume, relapso, reage tarde, não se lembra quando deve agir na hora.
O que me perturbou todo o dia, até por não saber do resto, foi um acidente de viação numa rotunda da periferia do Porto. Ouvi pelas 8h na RTP que tinha havido um acidente envolvendo o presidente da Liga. Não sabia o local nem a hora do sinistro. Mas soou sibilina a ideia de ter sido um acidente não parecer normal, na medida em que é noticiado um acidente de viação que não causou feridos ou sequer perturbações de tráfego.
Partanto, é associar presidente, Liga, Porto, acidente.
Depois de múltiplos afazeres e fazendo-me à estrada, num noticiário de rádio, por sinal da Antena 1 que é do grupo RTP, dada a notícia não aduzia qualquer outro elemento de suspeita, pelo meio-dia.
À 1 da tarde, no telejornal que continuam em fazer no Monte da Virgem como se fosse uma conquista do Norte, a notícia já soou estranha. Como tudo o que sai da boca do benfiquista Carlos Daniel de Paredes, já se ouviu que o acidente foi "intencional", "deliberado", atentando por isso contra o presidente da Liga propositadamente.
À associação de ideias acima, junte-se o "intencional".
Pior, uma fonte da PSP teria dado essa informação.
Bizarro. Primeiro, a notícia do acidente só deveria ter sido dada pela vítima do mesmo. Mário Figueiredo. Um que tem boa Imprensa, a começar pelo benfiquista Carlos Daniel de Paredes. Mas citando a PSP? A PSP como sabia que tinha sido intencional? Adivinhou? Foi ao local e percebeu que sim? Apanhou o causador do deliberado acidente? Se o apanhou e julgou como premeditado o acidente, o que sucedeu ao prevaricador?
Não sabemos, mas suspeitamos de uma "nutícia" encomendada. Ditada pelo presidente da Liga. Assumida pelo jornalista de serviço, com o respectivo guardanapo na mão.
À noite, coincidentemente, o Orelhas da RTP também trouxe o facto à pantalha. Repisou tudo, o acidente provocado, a fonte da PSP, mas com uma nuance importante.
Aquilo teria sido uma desavença pessoal de alguém de Lisboa com o advogado Mário Figueiredo, por questões judiciais decerto, pois a função de presidente da Liga não era para ali chamada e o cargo e as questiúnculas, foi frisado, só tinham a ver com processo da esfera privada e profissional de um causídico.
Não sabemos se Mário Figueiredo apareceu cheio de sopapos na cara e pensos nada higiénicos a cobrir manchas de sangue. Ou se o seu carro estava amolgado só pelo choque de viaturas ou o agressor também socou a máquina do senhor presidente, perdão advogado.
Mas sabemos o que correu durante o dia, umas boas 12 horas de desinformação. Com uma fonte da PSP não identificada, o que não fica bem a uma fonte da corporação que zela pela segurança de todos, incluindo, de alguma forma, a segurança informativa pelo menos no que diz respeito ao que lhe imputam.
Presumo que ninguém contactou a PSP para saber se era verdade o que se relacionava com o acidente e a conclusão que se tirava de duas formas:
1) acidente intencional (quem o qualificou?)
2) informação da PSP (pode confirmar?)
E, assim, tivemos o exemplo prático de como se pode intoxicar a Opinião Pública consoante o que se publica/difunde.
Em tempos, uma tv de bimbos e para bimbos "noticiou" que um adepto desse clube fora morto a festejar um título em Braga...
Noutra altura, um comentador dado a Prantos, queixou-se de ter sido agredido à saída de um estúdio de tv, em Lisboa. A celeuma cresceu e havia interessados na história, mas nunca se apurou quem agrediu e a coisa ficou pelo silêncio da vítima.
É só associar ideias. Felizmente ninguém pegou em varapaus ou pôs o Porto a arder, à parte algumas Orelhas. Mas um tumulto foi iniciado. Não na rua. Nas redacções. Isto é, se alguma delas se incomodou pelos factos postos a correr, pasto de chamas e atiçador de violência gratuita.
Ah, mas esta informação sai do bolso os contribuintes. Paga-se na Contribuição para o Auidiovisual (CAV) na factura da electricidade. Leio, ainda, que muitos rostos - quer dizer, os que vão ler o teleponto onde não se sabe quem escreve - da tv pública estão a pedir para sair.
É só associar ideias.
Há quem chame wishful thinking.
Mas isso devem ser os regeneradores da informação mais ou menos "venezuelana".
Há quem chame wishful thinking.
Mas isso devem ser os regeneradores da informação mais ou menos "venezuelana".
A sorte desta gente é que o ridiculo não paga imposto. Tal como a do Einstein... Este caso é muito parecido .
ResponderEliminaroportosempre.blogspot.com