05 dezembro 2006

De olhos bem fechados

O jogo de sábado não resultou só numa vitória para o FCPorto. Infelizmente existiram mais consequências desse jogo e foram precisamente quatro jogadores com mazelas provocadas por “toques” de boavisteiros. São eles Postiga, Helton, Quaresma e Bosingwa que, apesar de não terem nada de grave, condiciona imediatamente os jogadores, se em nada mais for, pelo menos em termos de treino.

Quem viu o jogo não se admira de tais resultados, todos sabemos o que as equipas do Jaime Pacheco "gastam". É de admirar é este tipo de sequelas ou outras lesões, tirando o Anderson, não terem acontecido antes, já que este jogo não foi caso único esta época. Basta olharmos para traz e facilmente nos lembramos de lances demasiado duros dos adversários do FCPorto contra os nossos artistas. O jogo de Setúbal e o jogo com o clube da Luz no Dragão são os exemplos mais flagrantes.

O ainda mais preocupante é a complacência dos árbitros sobre todos estes lances e a complacência do concelho de arbitragem sobre os árbitros, nada fazendo para travar esta vergonha lesa futebol. E deve-se à falta de qualidade dos árbitros? Claro que não, acontecesse isto com "certas e determinadas" equipas e o devido cartão não demoraria a sair do bolso. Infelizmente esta "conveniente" cegueira dos juízes deverá ter razões bem mais profundas.

Tudo isto só pode levar a que todos os adversários pensem que terão total impunidade para fazerem o que bem entendem nos jogos contra o FCPorto, mais precisamente contra as pernas dos jogadores do FCPorto.

Perante tudo isto só me admira jogadores como o Quaresma quererem ficar em Portugal. O amor ao clube tem de ser enorme porque, com todas estas impunidades, lances como o que aconteceu no sábado mesmo no final do jogo vão continuar a acontecer por este triste campeonato fora.

Equipas vencedoras

Este texto do Miguel Sousa Tavares que vou transcrever, não tem propriamente a ver com o tema do post, mas corresponde exactamente ao que penso sobre o que é uma equipa vencedora e de qualidade, como é o nosso FCPorto. Uma equipa com estas características tem obrigação, e na maior parte dos jogos, de os vencer, quer o árbitro erre ou não a contra si. Por isso raramente me vêm a falar sobre arbitragens e a desculpar uma derrota com os erros dos mesmos.

«A diferença entre uma equipa de vencedores e as outras, é que, se todas elas são, ora vítimas de erros de arbitragem, ora beneficiadas com erros de arbitragem, uma equipa de vencedores tenta sempre lutar pela vitória, independentemente do que faz o árbitro, enquanto que uma equipa de perdedores vive a justificar as derrotas com os erros dos árbitros. Anda para aí muita gente que tenta diminuir o valor das vitórias de quem mais vence - o FC Porto - lançando mão de um arquivo de memórias selectivo onde repousam todas as situações em que, nos últimos 20 anos, o FC Porto terá sido beneficiado com erros de arbitragem. Escusado será dizer, porém, que a situação inversa - os erros contra o FC Porto - não constam nunca do arquivo, não ficam na memória e não merecem atenção.

Esta época, e já lá vão doze jogos, sucedeu que, felizmente, não há a
registar nenhuma situação em que o FC Porto tenha ganho pontos graças a erros de arbitragem. E manda a verdade que se diga que o contrário também não. Mas, se o FC Porto não se pode queixar de nenhum erro de arbitragem que se tenha revelado decisivo, não é porque eles não tenham ocorrido, mas porque a tal atitude de vencedores levou a equipa a superar esses erros e a ganhar, apesar deles. Na penúltima jornada, no Restelo, com 0-0 no marcadador, marcou um golo que só o árbitro e o assistente não viram: sem se incomodarem, continuaram à procura da vitória e alcançaram-na. Na jornada de sábado, contra o Boavista, também com 0 -0, tiveram um penalty claro que só o árbitro não viu e outro mais discutível que ele também não viu, além de um já referido critério disciplinar de Elmano Santos de mãos largas para o antijogo boavisteiro: continuaram a porfiar até chegar à vitória. É assim que se limpam os arquivos e é assim também que se forjam os campeões.» Miguel Sousa Tavares in "A Bola"
PS: Não se esqueçam hoje de actualizar as vossas equipas do "Fantasy Football". A "Liga da Bancada" acaba hoje a sua primeira fase e está ao rubro a disputa pelo primeiro lugar. Tenham atenção aos jogadores importantes que estarão de fora, assim como aos clubes que já asseguraram a passagem aos oitavos de final e que poderão fazer a chamada "gestão do plantel", deixando de fora jogadores que normalmente jogam.

5 comentários:

  1. Por coincidência e sobre este assunto MST escreve hoje:
    "Tanto Vítor Pereira, novo presidente da Comissão de Arbitragem da Liga,
    quanto Ricardo Costa, novo presidente da Comissão Disciplinar, se declararam
    recentemente procupados com a violência que vêm observando em algumas
    jogadas do actual campeonato. Preocupados, mas - se bem percebi - impotentes
    ou indisponíveis para fazer alguma coisa. Li algures que a entrada de
    Katsouranis sobre Anderson, que retirou por longo tempo dos relvados
    portugueses o melhor jogador da Liga, foi considerada «banal» pela CD, e o
    árbitro que também a considerou banal - Lucílio Baptista - estava de
    regresso aos jogos da Superliga logo na jornada seguinte. Há três anos
    atrás, em Alvalade, Benny McCarthy, caído no chão, viu Rui Jorge aterrar-lhe
    involuntariamente em cima, ficando sentado sobre a sua cara. Esbracejou para
    se libertar e, ao esbracejar, terá atingido com o cotovelo o traseiro do
    defesa sportinguista. O mesmo Lucílio Baptista (sempre o árbitro de serviço
    aos jogos entre o FC Porto e os seus rivais) nem hesitou: considerou aquilo
    agressão e mostrou o vermelho directo a McCarthy. Já a CD da Liga (com
    outros dirigentes), resolveu agravar a pena normal, de dois para quatro
    jogos de suspensão, por entender que aquilo foi violência pura. Mudam-se os
    tempos, revê-se a doutrina: uma cotovelada no traseiro de um adversário que
    está sentado em cima da cara do outro, causando-lhe, talvez, um ligeiro
    desconforto, é um acto de violência; uma entrada a varrer, levando a bola e
    a perna do adversário e causando-lhe fractura do perónio e rotura de
    ligamentos do pé é uma entrada banal. Oxalá não haja muitas banalidades
    destas ao longo do campeonato!
    Falando acerca deste assunto e outros co-relacionados, o novo presidente da
    CD da Liga deu a semana passada uma conferência de imprensa destinada a
    expor a nova filosofia disciplinar, a qual foi amplamente elogiada. Segundo
    o que li, Ricardo Costa afirmou que só em «situações limite, intoleráveis e
    absolutamente chocantes» é que serão doravante instaurados os célebres
    processos sumaríssimos. Por um lado, enquanto portista, não posso ficar
    senão aliviado, lembrando-me de que, no passado, os processos sumaríssimos
    mais pareciam processos azulíssimos, de tal modo era esmagadora a
    percentagem de casos em que eles eram aplicados a jogadores do FC Porto, em
    contraste com a raridade de vezes com que eram aplicados a jogadores de
    todos os outros clubes. Mas, por outro lado, fico preocupado: sabendo já
    que, de acordo com a nova doutrina, uma entrada como a do Katsouranis é
    banal, o que será preciso para que uma entrada seja julgada «intolerável e
    absolutamente chocante», ao ponto de justificar a atenção da CD? Será
    preciso o coma ou morte de um jogador?

    Em abono da sua tese, disse o dr. Ricardo Costa que «esta Comissão
    Disciplinar não é órgão de recurso das decisões dos árbitros». Muito bem: a
    regra ficou clara. Só me pergunto para que servirá, então, a CD da Liga? Se
    é para aplicar de forma meramente formal e burocrática a lei (Fulano levou
    amarelo: um jogo de suspensão, Beltrano levou vermelho: dois jogos de
    suspensão), parece-me que qualquer funcionário administrativo serve, não
    havendo necessidade de ter um órgão integrado por magistrados e juristas
    para desempenhar a função.

    Por exemplo: quase a terminar o FC Porto-Boavista desta jornada, o austríaco
    Linz teve uma entrada às pernas do Quaresma, quando a bola já nem sequer lá
    morava, que não foi exactamente uma entrada mas sim uma agressão a pontapé.
    Colocado a três metros de distância e de frente para a jogada, o árbitro
    Elmano Santos - que passou o jogo a contemporizar com a violência do futebol
    boavisteiro - ficou-se por um escandaloso cartão amarelo. Ora, segundo a
    doutrina exposta por Ricardo Costa, não há nada mais a fazer - ele não está
    lá para corrigir disciplinarmente em defesa do futebol as decisões dos
    árbitros. Nem mesmo se, por infortúnio, o Linz tem partido uma perna ao
    Quaresma e - se por coincidência, naturalmente - o FC Porto se visse agora
    com os seus dois principais artistas no estaleiro..."

    Um abraço.

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  2. Amigo, Zirtaev, é mt bom ter pesoas como o MST k sabem escrever e falar bem, especialm em defesa d noso clube! Iso é escasso, mas plo menos o pouco tem grande valor!!
    Ese homem sabe do k fala!! E a ele, saudo-o!!
    Em relação à equipa vencedora e de qualidade, é mt bom termos tido a paciência e a habilidade p lutar contra as atitudes "menos profissionais" (para ñ dizer xtupidas), sejam de arbitros como de jogadores (ditos profissionais!). Temx recusado responder n msm moeda, e niso os nosos jogadores xtão de parabens!!
    Por iso, e tb como falas, do Amor ao Clube!! Andava desaparecido, mas tenho-o sentido aumentar grandemente..e iso é optimo!!
    Já ñ m lembrava dakela "falta" do McCarthy!! Realm há coisas incriveis.. Axo k ha coisas k sao dificeis de mudar!! É pena.. continuamx a ser 1 alvo a abater!!
    Saudações Portistas!

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  3. Amanhã é dia de grande decisão. Vamos FCPorto, mostra de que raça é feito um campeão.

    marinheiroaguadoce a navegar

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  4. E por falar nisto, cá vai mais uma decisão grandiosa que vem mesmo a calhar...Lembram-se da expulsão do Nuno Gomes em Alvalade? Pois bem, eu lembro-me e ainda não sei como é que o Moutinho continuou em campo. Saiu o castigo que não foi nada mais nada menos que 1...1 jogo!!! Começo a acreditar que vale a pena jogar assim no futebol português pois se o castigo por mandar um jogador importante de uma dada equipa para o estaleiro é de apenas 1 jogo(ás vezes nem castigo há!!!) então esse tipo de jogadas podem começar a fazer parte das tácticas dos treinadores para os jogos!

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  5. Prika somos realmente um alvo a abater. Repara na noticia que nos deu agora aqui o Vazini. Estão a imaginar quantos jogos levaria um jogador do FCPorto por um lance idêntico?

    É a impunidade total e só vem dar razão ao que aqui escrevi. O crime em Portugal, infelizmente, continua a compensar mesmo. 1 jogo por um lance bruto daqueles. Muda-se a CDisciplina mas a "merda" continua.

    Coitado do futebol em Portugal por este andamento. Que tristeza.

    Um abraço.

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