16 janeiro 2007

General do Inverno sobrevive ao Inferno

Vinte anos depois, voltamos às 16 equipas na divisão principal. Em 1986-87, de boa memória para o FC Porto pela razão que o triunfo de Viena ditou, deu-se o último campeonato a 16. Um arremedo de ousadia portista, então, não fazia antever que a supremacia benfiquista em títulos conquistados estaria, hoje, em causa. Et pour cause, a hegemonia entretanto cimentada pelo FC Porto está constantemente na berlinda por alegados favores arbitrais que têm dado bastante que falar, tanto como as contradições do discurso de quem, à falta de melhores argumentos em campo, tenta obter na secretaria, ou pela via judicial, os êxitos com uma cerca marca de vício de azul e branco.

Em 20 campeonatos, o FC Porto ganhou 12, contra 5 do Benfica, 2 do Sporting e 1 do Boavista. Ao fim da 1ª volta, por 16 vezes os dragões foram primeiros. Significa que não aguentaram a vantagem no final em quatro ocasiões, mesmo que, remontando ao início do período ora em análise, em 86-87 a diferença pontual para o 2º classificado fosse nula: Porto e Benfica tinham os mesmos pontos e, com a preocupação azul-branca centrada na Europa, os encarnados seriam campeões com 3 pontos de avanço. Também em 2004-2005 Porto e Sporting tinham os mesmos pontos na viragem do campeonato e o título fugiu para a Luz por obra de árbitros iluminados que desequilibraram a balança no ano da grande bagunça graças ao expediente/bode expiatório do “Apito Dourado”.

Hoje, com 7 pontos de avanço sobre o Sporting, igual à diferença no campeonato de há 10 anos sobre o mesmo adversário mas num campeonato a 17 jogos em cada volta, afundam-se uma série de teorias:

1) que a redução de clubes na I Liga aumentaria a competitividade
2) que mais frescura dos jogadores se traduziria em melhores espectáculos
3) que a arbitragem seria melhor, até por alguma “independência” garantida pelo processo “Apito Dourado” em que teimam envolver o nome do FC Porto

Nem os constantes apelos/sugestões capciosas a encadear-se uma relação de causa/efeito entre os títulos portistas e os escândalos de arbitragem ensombram mais um passeio da supremacia portista. Às vezes dá jeito, a cada golpe pretensamente informativo, aludir a essa relação “ganhar é consequência de corrupção”. Outras nem tanto. Na época passada ninguém falou de benefícios arbitrais no título portista. Em 1999, no ano do penta, mesmo a antiga cantilena do “blackout” nas Antas não funcionou porque não houve em toda a época bloqueio algum à Comunicação Social.

As “chagas” vão desaparecendo, independentemente de surgirem, quais vírus de época, aqui e ali. Umas vezes dá-se credibilidade às “fontes”, noutras nem tanto. Entre episódios com algo de salgado ou muito de insosso, a caminhada do FC Porto segue imperturbável.

O já crónico “campeão de Inverno” merece as honras de general. Com a ocorrência do “Apito Dourado”, o general dá mostras de resistir ao Inferno da descredibilização. Vantagem maior só em 2002-2003: 11 pontos de avanço sobre o Benfica, vantagem garantida também no final depois de ter chegado a 13 com o triunfo na Luz que levou Mourinho a zombar da Imprensa dita especializada: “Vocês [jornalistas] são fantásticos que quiseram fazer crer que este era o jogo do título”. Deco assegurara a vitória de 1-0.

Hoje, à falta de melhores argumentos, remete-se para outras épocas em que, alegadamente comprando favores dos árbitros, o FC Porto foi campeão. Logo, foi mais vezes à Liga dos Campeões. E com o dinheiro daí proveniente pôde reforçar-se sempre mais e melhor. Logo, em cadeia, a corrupção que pode não existir agora, prossegue este raciocínio actual dos “mentideros”, mas foi útil noutra fase da expansão portista. Nem Maquiavel chegaria a tanto. Veremos a Morgado…

Para já fica o registo em quadro, que denuncia ainda a criminosa presença do FC Porto sempre nos dois primeiros lugares, à excepção de 2001-02, prova da maior competitividade da equipa também alargada aos cenários europeus e que granjearam não só dinheiro, mas também muita experiência e recordes de jogos oficiais numa época na ordem das 55 e até 56 partidas entre as várias competições.

Em 86-87, 16 clubes; em 87-88, 88-89 e 90-91, 20 clubes; outras épocas: 18 clubes

Quanto aos alegados corruptos que em tantos anos ajudaram o FC Porto a criar tal hegemonia que já atemoriza Lisboa e arredores, falaremos para a semana. Os bois serão chamados pelos próprios nomes.

22 comentários:

  1. Esperemos então que o regresso às 16 equipas nos faça relembrar na totalidade o grande ano de 87.

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  2. O problema é mesmo a competitividade dos clubes mais pequenos. Este ano são dos mais fracos. E de quem é a culpa? dos treinadores,é claro que só se preocupam em jogar para o pontinho e não têm respeito por quem paga para ver um espectáculo.
    E também quanto a jogadores dos pequenos, não existe 1 só que se fosse para os grandes era titular. Podem falar de Zé pedro, Alonzo, Filipe Teixeira, mas seriam apenas 2ªs opções.

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  3. Caro Zé Luís,
    Muito bom post.

    Duas notas:
    a) tenho para mim que a “corrupção” em Portugal terminará, de supetão, logo que o FC Porto deixe de ganhar. Sejam quais forem os meios que forem usados para nos derrotar.

    b)em relação ao campeonato deste ano, penso que é importante passar uma mensagem de realismo uma vez que me parece existir, entre os portistas, um certo espirito de, não digo euforia, mas de facilidade, que é importante combater.

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  4. Menphis, a culpa não é dos treinadores. Há várias culpas, a vários níveis. A culpa maior, e em todos os níveis, é essa faculdade perdida de... não pensar. Jesualdo há dias assumiu isso: ninguém pensa o futebol em Portugal.
    A redução é um erro. É sempre um erro, em qualquer actividade, não pensar nas consequências de um acto. É sempre um erro baixar os níveis de exigência. Ora, se só descem dois, há tantas equipas descansadas sem o fantasma da despromoção. Basta cumprir um serviço mínimo e, à falta de maior ambição, a manutenção está assegurada. Os dois despromovidos já estão seleccionados, talvez o Setúbal ainda fique no barulho... O Boavista, com Pacheco, só ganhou precisamente aos dois últimos e em casa. O nível de exigência é baixíssimo e a qualidade ressente-se. É baixo o nível de exigência dos cidadãos quanto ao Governo, dos leitores quanto aos jornais, dos espectadores quanto ao conteúdo das TV's, dos estudantes quanto ao ensino. Bom, não quero alargar o rol de alarvidades que remetem Portugal para a cauda da Europa.
    Voltando ao futebol, quando daqui a dois anos só 4 equipas forem à Europa e 2 descerem, 10 equipas estarão sem fazer nada numa época.
    Isto dava pano para mangas, mas a concluir digo-lhe só o seguinte:
    tantas críticas ao calendário competitivo e à paragem natalícia prolongada leu-as, em devido tempo quando o calendário foi homologado, de algum crítico, analista, treinador? Eu fiquei parvo com as interrupções permanentes da Liga e os longos dias sem futebol previstos para o final do ano. Mas ninguém comentou o assunto em público e o mal era evidente há muitos meses. Da mesma forma, o calendário de qualificação do Europeu para a Selecção foi mal negociado e Portugal terá sérias dificuldades em apurar-se para 2008, acredito mesmo que não o conseguirá. Mas o nacional-porreirismo só dá conta das asneiras quando elas são consumadas.

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  5. Zé Luís este teu post e este género de registros (a que já nos habituaste) deveriam fazer parte de um orgão de estatísticas do próprio FCPorto, que acredito não existir. Serviria para atirar à cara de certos adversários que contra factos não deveriam existir apitos dourados.

    Em relação à redução. Falas da redução de clubes ou da redução de jogos? É que são duas coisas diferentes. Menos clubes e dependendo da organização podem não querer dizer menos jogos, mas será assunto para o post de amanhã.

    Situacionista, tb já reparei no optimismo um pouco desmedido por parte de alguns portistas e acho que muita água ainda pode correr debaixo da ponte e ontem já vimos na direcção em que essa água pode ir. Por outro lado temos já sportinguistas e benfiquistas a dizerem que está tudo resolvido, o que apesar de gostar de ouvir me faz torcer muito o nariz. Esperemos que dentro do balneário do FCPorto estejam muito atentos às reacções dos jogadores.

    Um abraço.

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  6. Os números falam por si a nossa superioridade é evidente.Só não vê quem não quer.
    Quanto à corrupção concordo com o Situacionista. Ontem um golo aos 2 minutos em fora de jogo...comentários? quase não os li... é " normal "!!!
    Daí que não podemos entrar em euforias e temos de estar preparados para o que aí vem com elevadíssima concentração.
    Em relação ao calendário, ridículo, depois de uma longa paragem natalícia, mais duas semanas de seca com taça ( deveria ser ao meio da semana )e selecção ... Assim não há ritmo e o campeonato anda aos soluços, mas tem de se fazer render o peixe senão os jogos acabavam muito cedo dada a redução.
    Qualidade do futebol português... muito fraca, dá sono ver os jogos,não há ambição, ver o cameonato ingês é outra música...

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  7. isso é verdade, descer 2 equipas não é muito motivante, deviam descer 3 como antigamente, porque o pior encontra-se mesmo na Liga de Honra, com equipas a fazer os mínimos nem para subir, nem para descer.

    Vou dar-te um exemplo que conheço relativamente bem, o Gondomar anda lá para complicar a vida aos outros, nem quer subir, nem desce. Que motivação tem os jogadores?
    Depois vou ver um jogo deles e verifico, excepção ao Leixões, Varzim, Guimarães que levam adeptos, que está lá 1500 pessoas, sendo mais de metade sócios que não pagam ou familiares dos jogadores. Como sobrevivem estes clubes ?

    Quem deveria pensar o futebol, são os treinadores e capitães das equipas, a Liga faz algum colóquio como faz a UEFA ?

    Quanto ao nível de exigência, acho que até existe muito, por parte dos adeptos, porque o que eles querem são resultados, não exibições, e os treinadores estão sempre dependentes dos malditos resultados. Por exemplo, o que aconteceu com o Hélio em Setúbal, por ter perdido 3/4 jogos foi logo corrido.
    E como os treinadores querem os seus empregos começam a jogar futebol para o pontinho, muitas vezes contra o seu feitio. Funciona como um círculo vicioso.

    Quanto ao nível de exigência das pessoas relativamente ás coisas que dizes, concordo em absoluto, se calhar é por causa disso que eles só querem, desesperadamente, que os clubes ganhem, nem que seja jogar mal. Não serão gente fracassada, que deposita toda as suas alegrias da vida no futebol ?

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  8. Zirtaev, acho mau haver menos jogos e menos clubes. Da minha já longa experiência neste âmbito constato que, agora, vamos por água abaixo. E não, não sou adepto de 12 clubes a 3 ou 4 voltas. Creio que já expliquei um dia o tema.
    Menphis, penso que estamos conversados.
    Quanto à euforia, não vejo assim. É regozijo, tranquilidade, muita tranquilidade, a tranquilidade (diria o outro, repetidamente, com tranquilidade) que é característica no FC Porto, salvo raras excepções. Os adeptos confiam nos jogadores, estimulam-nos, não os deixam relaxar. Ora, essa pressão, uma tensão competitiva (ausente com o Atlético), é marca do FC Porto, habituado a combater tudo e todos. De resto, como disse no pós-Atlético, os jogadores não podem perder o título depois da asneira na Taça e na oportunidade histórica perdida de fazer duas dobradinhas consecutivas que os faria entrar para a história tal e qual os homens do penta.
    Até ao Chelsea tem de ser sempre a ganhar. Depois do Chelsea há os jogos decisivos com Sporting e Benfica. Logo, o título tem de ficar já bem atado. E na próxima jornada há condições para a vantagem aumentar para o 2º, ainda que considere o Leiria uma boa equipa mas o leãozinho de gatas não ganha no Bessa e não sei se o Benfica passa no Restelo, embora com as últimas arbitragens...
    Por fim, o mal que afecta Portugal, a falta de exigência cultural, educativa, de qualificação profissional, não é suficiente para terem, as pessoas, um escape no futebol. Veja-se a classificação dos homens do futebol na lista dos 100 Maiores Portugueses. Ela própria uma lista sui generis do ser e sentir português. Para cúmulo, a Leonor Pinhão vai defender a figura do D. Afonso Henriques 860 anos depois da libertação de Lisboa dos mouros feita pelo nosso 1º rei. Querem apostar em que a tese vai-se basear na erradicação dos mouros de Lisboa ao contrário do que se diz por aí e que lá só há grandes portugueses, pais de família e toda a lengalenga que fez a história de outro vulto citado, Oliveira Salazar, que de herança mais pesada nos deixou, repito sempre um amigo meu, pobres e benfiquistas.

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  9. Falta de ambição,
    falta de estruturas ligadas à formação,
    falta de um planeamento eficaz da forma dos atletas,
    falta de capacidade de pensar o calendário desportivo como uma só realidade (não basta pensar que há a Liga, pois há a Taça, as Selecções e as provas europeias), dirigentes com falta de tudo, treinadores com uma postura de «olhai para o que eu digo, não olheis para aquilo que mando fazer em campo»,
    árbitros assim para o fraquinho (VEJAM BEM A ARBITRAGEM DE ONTEM EM COIMBRA...),
    jogadores sem os mínimos convencidos que são vedetas,
    bilhetes dignos de jogos da Premier League mas a darem direito a assistir jogos que nem no Cazaquistão...

    Sem comentários.

    E como no FC Porto, embora também faltem algumas coisas, ainda há o bom hábito de pensar as coisas, temos aí o resultado à vista de todos.

    Claro está que, para alguns, nada disto resulta do esforço dentro de campo mas apenas dos longos braços do Apito Dourado.
    É pena que não vejam com olhos de ver algumas coisas que se passam dentro da sua própria casa.
    Ou que vejam que os árbitros também beneficiam o Benfica!

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  10. É incrível como NENHUM canal de televisão mostrou a repetição do lance do golo do Ricardo Rocha ontem.
    ESTÃO TODOS A BRANQUEAR A VERDADE PARA NÃO MEDIATIZAR O CRÓNICO COLINHO AO BENFIQUINHA.

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  11. O mundo futebolístico vende muito, especialmente as polémicas.

    A polémica do ano estava a ser o livro da Carolina Salgado mas agora que se começa a descobrir que o LFV/Leonor Pinhão foram os mentores desta calúnias e que estas declarações não têm qualquer fundamento já não convém muito à nossa RELES COMUNICAÇÃO SOCIAL explorar mais este tema, sob a pena de se verem forçados a levantar o véu sobre mais podres do benfica ou, pior ainda limpar o nome de Pinto da Costa.

    Vai daí mudou-se subtilmente o tema de discussão para uma possível falta de competitividade deste campeonato.
    E vocês, quais influenciáveis que não sabem melhor vão na cantiga...

    Meus amigos, o problema do futebol português esta época não é a falta de competitividade, É O PORTO GANHAR.
    Se fosse outro qualquer dos grandes a estar no lugar do Porto já ninguém falaria de falta de competitividade. Falariam antes do como esse clube era DEMOLIDOR, NÃO DAVA HIPÓTESES A NINGUÉM e ERA MUITO MELHOR QUE OS CONCORRENTES.
    Mas como não fica bem reconhecer isso quando esse clube é o FC Porto, começam a chover argumentos para justificar esta "falha" no futebol português que é o Porto ser muito melhor que os outros.

    E como o Porto tem sido prejudicado sistematicamente pelas arbitragens e, por isso já nem a desculpa de algibeira favorita dos encornados e lagartos, o Apito Dourado, funciona , há que encontrar outras desculpas, sejam elas a "falta de competitividade do campeonato" ou aquela referida pelo Zé Luis quando escreve:
    "Hoje, à falta de melhores argumentos, remete-se para outras épocas em que, alegadamente comprando favores dos árbitros, o FC Porto foi campeão. Logo, foi mais vezes à Liga dos Campeões. E com o dinheiro daí proveniente pôde reforçar-se sempre mais e melhor. Logo, em cadeia, a corrupção que pode não existir agora, prossegue este raciocínio actual dos “mentideros”, mas foi útil noutra fase da expansão portista. Nem Maquiavel chegaria a tanto. Veremos a Morgado…"

    Alguém se lembra do que diziam a meio da fatídica época de 2004/2005 quando os três grandes perdiam pontos atrás de pontos com os supostos pequenos - situação diametralmente oposta da verificada nesta época?
    Pois...era um "campeonato atípico" e um "campeonato nivelado por baixo".
    E qual era o denominador comum entre estas duas épocas?
    Pois...era o FC Porto ir à frente.

    Depois um seguimento de penalties, livres à entrada da área e jogos do Algarve colocaram o benfica em primeiro.

    E, subitamente, não mais se ouviu falar em arbitragens nem em outros defeitos no futebol português.
    O benfica era novamente campeão e o Universo como que havia finalmente voltado ao seu equilíbrio natural.

    Tudo isto para frisar que por muitas voltas que se dê à questão, o futebol português tem um e um só problema - O FC PORTO SER MUITO MAS MUITO MELHOR QUE OS OUTROS.

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  12. Já sabemos que é assim, dragon. A Carolina já deu o que tinha a dar. E foi pouco.
    Quanto a limpar o nome do FC Porto e do seu presidente, já aqui citei aquela que para mim é a frase do ano e está nas escutas do Apito Dourado. Coloquei-a para votação nos destaques de 2006 e era o diálogo, desinteressado, de Valentim Loureiro com Pinto de Sousa sobre escolher um árbitro para um jogo do FC Porto. "Ao FC Porto qualquer um serve, ele quer lá saber disso. Qualquer um serve", dizia um e o outro condescendia, dizendo que sim, era assim.
    Acho que isso iliba qualquer pessoa, provando, por terceiros, que o FC Porto não mexia uma palha pelos árbitros.
    Lembro que em Setembro o Público publicou escutas inéditas do Apito Dourado, envolvendo Luís Filipe Vieira e José Veiga (este pelo Estoril, a mandar beijocas a Valentim). O presidente do Benfica dizia ao major que "eu faço isso por outro lado". Esclarecedor.
    Quanto à escandalosa arbitragem de ontem, lembro duas coisas:
    este Paulo Pereira, mais um fadado para ser internacional (valha-nos Deus!), ficou famoso no campeonato do gamanço em 2004-05 ao marcar um penálti por pirueta para a frente do Karadas no primeiro dos infames jogos do Benfica com o Estoril. Estava 1-0 para os canarinhos, os encornados com 10 jogadores e o árbitro assinalou o mais cómico penálti que alguma vez vi. O segundo jogo do Benfica com o Estoril, já agora, foi dirigido por este Hélio Santos que esteve nas Aves a contemporizar, mais um, só mais um!, com o jogo violento dos adversários e a poupar três expulsões no mínimo aos avenses. Nesse famoso jogo do Algarve, Hélio Santos transforma uma falta do Benfica em falta a favor e do livre sai o golo de Luisão para o 1-1 a 12 minutos do fim. O Benfica, a jogar contra 10 desde os 25 minutos por uma expulsão inacreditável de Rui Duarte, ganharia o jogo em mais um golo de bola parada.
    Sobre o jogo de ontem, com um primeiro golo em fora-de-jogo mais clamoroso do que o registado por Hélder Postiga contra a Académica por milímetros e mal detectado na TV mas repetido com alguma frequência, é evidente um penálti de Simão por mão na bola, lance idêntico ao que valeu um penálti a favor do Benfica no último jogo com o Belenenses (mão de Gaspar tão acidental como a do Simão).
    Claro que também disto sabemos nós. Hoje, ao ouvir o resumo do jogo na RTP-1, nenhuma referência aos lances polémicos (há um golo limpo anulado ao Benfica), omissão pura e simples do lance de penálti de Simão. Mas se adjectivo houve e que se ouviu à voz em off a noticiar o resumo do jogo foi a referência ao "Glorioso".
    É como digo, Leonor Pinhão a defender a candidatura de Afonso Henriques nos 10 maiores portugueses é só para esconjurar o fantasma de haver mouros em Lisboa. O nosso 1º rei já os teria afastado há 860 anos. São as mentiras do regime. Contra as mentiras só a liberdade de espírito.

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  13. O comentário do Dragón é ... à DRAGÃO !! F-A-B-U-L-O-S-O !!! E termina de uma forma ARRASADORA !!!

    O Zé Luís, para não ficar atrás, adoptou ... a mesma bitola !

    Feliz do Clube que tem adeptos destes !!!!!

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  14. Zé Luís contra as mentiras vamos tentando nos pelos blogs e coisas do género em que o poder fascista ainda não tem mão.

    Dragon, acho que tens razão em muito do que falas, mas uma coisa tb é certa: sempre existiram equipas muito fracas desde que me lembre de ver futebol e nesta 1ª liga tb. Exemplos: Aves, Beira-Mar, E. Amadora e Setúbal. Fracos demais e isso é incontestável. Para não falar de outros em que os seus treinadores fazem o que se já tem dito aqui, jogam para o pontinho. Não duvido que um campeonato em que as habituais 5, 6 equipas que jogam sempre para o pontinho desaparecessem, como disse não duvido que o campeonato melhora-se. Talvez pouco, mas melhorava.

    Um abraço.

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  15. Zirtaev, eu nem culpo essas equipas de fundo de tabela porque não fazem mais porque não consequem.
    O problema é que em Portugal, o fosso entre os 3 grandes e os outros é tão grande que, salvo algumas excepções pontuais, até as equipas de meio da tabela jogam só para o pontinho.

    E inspirado pelo teu post anterior lembrei-me agora da ideia de descerem de divisão não só os últimos dois classificados mas também outras equipas que eventualmente não atingissem um determinado número de pontos.

    Acho que podia ser um estímulo extra tanto para as equipas de fundo da tabela como para as equipas da Liga de Honra que poderiam assim ter mais hipóteses de houvesse mais de que 2 equipas muito fracas na Liga Bwin.

    Provavelmente é lírico demais mas fica para discussão...

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  16. Zirtaev, sabes que acompanho muito o futebol e domino a cena internacional há muitos anos, corri muitos países, vi vários campeonatos e sei de cor o que são, o que valem, o que têm.
    Em resumo, para fazer um ponto de ordem na questão:
    que países têm campeonatos a 12 clubes?
    Áustria, de futebol depauperado de finanças, valores, selecções, craques, equipas de jeito, a coisa não sai do sítio e já vai aí uma dezena de anos com a redução (agora até são 10 clubes). Nada resolveu.
    Suíça, país vizinho, pequeno, sem tradição no futebol (ao contrário da história do futebol austríaco), mais dado a outras coisas como economia, educação, formação como os países ditos civilizados (de que gosto imenso!) são exemplos. Jogam com 12 ou 10 e, como na Áustria, a coisa não sai do sítio.
    Escócia, que já teve campeonatos de 18 clubes a 2 voltas como todos os outros, têm há anos um campeonato a 3 voltas, já foi de 10, agora é de 12 clubes, e ganham sempre os mesmos, Celtic-Rangers-Celtic-Celtic-Rangers, etc.
    Nada adianta. O que afundou foi uma base mais alargada em cada país, as equipas menores desapareceram e as maiores nada cresceram. Que resultados se vê na Europa? Adiantou o quê? Há clubes na Escócia que estão quase na falência. Na Suíça e Áustria o dinheiro não esticou, o mercado é mínimo nas trocas de jogadores e apesar de haver bons patrocinadores que investem forte e "compram" os nomes dos clubes: Red Bull Salzburgo, Áustria-Menphis Viena e por aí fora. Na Áustria e na Suíça as TV's não pegam no futebol, a qualidade não atrairia espectadores e publicidade. E há a concorrência dos jogos estrangeiros que se preferem na Bundesliga ou na Série A. Portugal seria um fracasso idêntico.
    Por cá, nunca me convenceram as vozes nem as promessas de dinheiro (mais) fácil. Os estudos económicos e financeiros são uma tanga, nada está garantido porque o mercado publicitário e outros não dão mais. Acabe-se a mania de Portugal poder ter o nível de encaixe financeiros dos grandes países, com grandes populações e grandes economias. Aceitemos a nossa dimensão e o que se faz na Europa já é bem bom, por vezes supera as nossas reais capacidades. Com o FC Porto, claro, à cabeça desses êxitos que projectam o nome do país.

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  17. Penso caros amigos -Devidamente Identificados- que a questão do número de equipas poder estar ou não ligado à competitividade da prova poderia vir a ser ultrapassado por um sistema misto, que faria uma Poule final entre os que disputariam os primeiros lugares e outra constituida pelo grupo dos que disputariam os lugares de descida...Ao nível da disputa do Campeão, as equipas que a certa altura ficassem sem possibilidades de o alcançarem poderiam -hipotéticamente claro- proporcionar jogos mais abertos , mais descontraídos e os mais próximos do título fariam com certeza os mais acesos e disputados. Na inversa os candidatos à descida teriam uma segunda oportunidade de relançarem as suas carreiras e o interesse manter-se-ia enquanto as posições não estivessem completamente definidas. Mais uma vez quanto ao badalado problema da corrupção ela só é notícia se o Porto fôr à frente ou se existir matéria que possa ser lançada para semear a confusão. Quando erros constantes favorecem os da Capital, são considerados naturais e sem nenhuma intenção a si ligada...Isto só é posto em dúvida se algum juízo possa, directa ou indirectamente beneficiar o Nosso Clube, se fôr em benefício dos outros não existe qualquer bulício, as consciências não se agitam, bem pelo contrário usam-se cortinas de fumo como ontem aconteceu no Dia Seguinte com o Seara a matraquilhar contínuamente, mesmo quando as perguntas eram dirigidas aos outros intervenientes. Pormenor das gravatas -gosto muito de o lembrar faz-me recordar o célebre poema lançada em Abril de 74: "Cravo vermelho ao peito a muitos fica bem e sobretudo dá jeito a certos filhos da mãe"- na noite que ontem o moderador mudou de Vermelho para Azul, o Picareta Falante entrou nos Azuis Escuros quase Cinzas e o Barbaças virou Salmão/Rosa...O único que levou a mesma gravata: José Guilherme Aguiar! Para mim chamar-lhe-ia o Barómetro das Gravatas....

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  18. Ó pedro: nUm haBia nexexidade! Se eles fossem do tipo Nicole Kidman eu estaria com os olhos a correr o espectro do ecrân a todo o instante -acho-a lindíssima, os seus olhos deixam-me extasiados- mas como são quatro "mânfios" peludos e rectangulares, quero lá saber das cuecas deles!...Se quizer saber pormenores desses mande para lá um Mail na próxima semana e pode ser que tenha direito a espectáculo complementar...

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  19. Lí com alguma atenção os comentários dos meus amigos!E se me fÔr permitido gostaria de deixar a minha modesta opinião!Pois eu penso que estas voltas que estes iluminados que gerem o futebol em portugal dão ao figurino da competição não passam de operações de cosmética!É como a lili caneças fazer mais uma plástica!Porque isto não tem concerto,temos o campeonato de acordo com a realidade nacional!É uma falta de ar que até mete impressão!Os clubes estão tesos,até os chamados grandes!Não há dinheiro não há jogadores de melhor qualidade!Não interessa descerem uns clubes por não conseguirem alcansar determinados objectivos,e fazer subir outros que depois também o não vão conseguir!Mudam os nomes dos clubes mas a miséria é a mesma!Penso eu!Quanto ao resto,digo que só me lembro de haver problemas no futebol a partir do momento em que o FCP começou a ganhar!E eu garanto-vos meus amigos que sou do tempo em que o FCP não ganhava nada,ou quase nada!

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  20. Condor, ok, aceito o teu comentário, mas o post que vou colocar hoje tem mais a ver com o assunto. É apenas um ideia "minha" mas que gostaria de ver, se não fosse mais, experimentada por pelo menos um ano.

    Um abraço.

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