19 janeiro 2009

Jesualdo, é para mudar o “chip”?

O FC Porto pode ter aproveitado estes dias sem campeonato para dar ritmo a quem jogou e o fazia menos e dar força a quem não alinhava: houve cargas de treino mais intensas (não noticiadas)? Mas a equipa tem de usufruir do ataque. Para arrasar de vez

A “xaropada” da Taça da Liga, com um derradeiro sorteio amanhã, tem mais um episódio das semifinais na 4ª-feira seguinte (4 de Fevereiro) à de uma eliminatória importante da Taça de Portugal (1/4 final a 28 de Janeiro). Com jornada de campeonato de permeio (1 de Fevereiro), só Porto e Guimarães jogam a trote nestas competições.

Quando o calendário afunila (mal) estas coisas, é no que dá: congestionamento para uns, relaxamento para outros. Mas o FC Porto, sem dar importância relevante à terceira competição nacional, aproveitou para rodar jogadores (talvez mais do que os adversários), sem sacrificar ambições, embora correndo algum risco desportivo, para pôr ordem na casa, o seu plantel.

Por todas as críticas que faço a esta prova, há uma em que destoo: o momento em que se joga esta fase é o ideal, entre os possíveis para se jogar uma fase de grupos (outra no seu arranque poderia ser feita mais pela pré-época). É a única medida positiva, o que me volta a distinguir dos demais críticos que pensam pouco e mal nos assuntos. Porque o Janeiro requer andamento, competição com datas vagas mas não para quebrar o ritmo indispensável ao interesse do campeonato. A Taça da Liga tem é de “interiorizar” que, a despeito de incentivos monetários, os principais clubes farão a gestão do seu plantel. Quanto a qualificar para a Taça Europa (pedia Jaime Pacheco), podem esperar sentados, porque a UEFA não permitirá, por princípio, um vencedor português qualificar-se mediante pedido da FPF, e justificado, nesse sentido.

Ora, nesta altura da época, com datas livres que deviam restringir-se às quartas-feiras, Jesualdo chamou os menos utilizados e saiu-se bem. Pensou no rendimento que estes jogadores mais envolvidos na Taça da Liga podem retirar numa perspectiva de curto-médio prazo. E as explicações dadas no final do jogo com a Académica, cujo sentido apanhei pela rádio à saída do estádio, só não desvendaram a pontinha do véu que nenhum pé de microfone foi capaz de sugerir para levantar: fez o FC Porto trabalho físico mais intenso com os menos utilizados nestes jogos?

O treinador portista referiu a subida dos índices físicos de vários jogadores e estabeleceu a meta de ter (quase) todos “au point”, à excepção daqueles com lesões como Tarik (que ainda está mesmo mal). Nenhum jornal (creio) explorou a questão, tal como não foi noticiado que tipo de treino andaram a fazer os habituais titulares, mas suspeito do aumento das cargas de trabalho, porventura escondidas nos treinos à porta fechada mas sem espevitarem a curiosidade jornalística…

Ao referir ter “20/22 jogadores” para atacar as diversas frentes competitivas, com adensamento do calendário até Março, Jesualdo confia no trabalho físico nivelado que permita retirar o máximo dos atletas. O jogo com a Académica, também para alguns dos habituais clientes do “onze”, revelou algumas pernas pesadas, primeiro em Rodriguez, ainda em Hulk e sobretudo em Lucho. Meireles, por exemplo, deve estar numa redoma, Lisandro não fez qualquer jogo da Taça da Liga. O treinador geriu, obviamente, com as condicionantes que teve, no contexto competitivo próprio, as situações de todos e de cada um. Fez bem. Esperemos é que resulte. E, pelo menos, que se vejam resultados.

Aceito todas as boas intenções, de fora avalio os resultados e o que foi dado ver, compreendendo e partilhando todas as opções disponíveis, é que a equipa esteve um bocado presa: primeiro, pelo conjunto dos menos rotinados chamados a competir e a sentir a diferença para os mais rodados jogadores do Nacional, por exemplo; depois, por um futebol sem chama que não pode ter a desculpa de a Académica ter-se apresentado fechada no Dragão, pois foi bem mais conservadora no jogo anterior para o campeonato.

É natural os treinadores esconderem o seu “jogo estratégico” e apontar obstáculos para “inglês ver”. A verdade é que era difícil cumprir os dois objectivos propostos: os menos utilizados jogarem como se fossem habituais titulares e com futebol fluído e atraente; os mais “titulares” cumprirem a obrigação de jogar melhor e que seria expectável. Não foi o que se viu com a Académica, com uma hora de jogo miserável, sem chama na alma nem asas nas pernas. A altura não é convidativa para ir à bola, com frio e chuva, paga-se bilhete e o público merece outro respeito.

Pode-se meter as “reservas”, legitimamente, desde que mostrem vontade em campo, dêem o litro e joguem no máximo. O jogo com o Setúbal foi interessante, viram-se jogadores mais desinibidos (Benitez) e novos valores (Rabiola, Diogo Viana). No Nacional foi só para o calendário. Com a Académica exigia-se mais. A vitória foi justa, mas obtida por sorte e imerecida até ali, apesar de justificada plenamente até final.

E, entretanto, se nos abstrairmos da importância, assumida no “staff” técnico, sobre os níveis físicos, que no final prevaleceram como objectivo global e de fundo, quanto a questões técnicas, tácticas e estratégicas, este “hiato” foi preocupante. A equipa atacou pouco, pressionou nada, deixou-se envolver no jogo jogado com qualquer dos adversários como se fosse o menos importante, quando o é para quem vê de fora e espera resultados com exibições condizentes.

Quando vejo a Académica com saída de bola e toda a equipa portista para trás da linha de meio-campo, recuso-me a acreditar que o FC Porto espere que qualquer dos adversários de visita ao Dragão até Maio jogue para dominar e o FC Porto fique retraído para partir de longe em contra-ataque. Nem virá o Leixões, o próximo visitante, nem depois o Benfica e o Sporting (muito menos o Rio Ave, pelo meio), nem sequer o Atlético de Madrid, em Março, para a Champions.

A verdade é que a equipa tem deixado o adversário jogar, não o sufoca como era hábito na época passada. Porquê se o sistema em 4x4x2 adaptável sugere que do meio-campo para a frente a equipa pode subir no terreno e impedir as saídas dos opositores, em comparação com o largo 4x3x3 dos últimos anos?

Esta posição estratégica, nos jogos em casa, é a grande interrogação para o futuro próximo com jogos importantíssimos até Março. O FC Porto não pode dar-se ao luxo de fazer um “jogo de espera” em sua casa, como pareceu com a Académica. E, note-se, no sábado já jogava mais de meia equipa titular habitual, portanto a “vocação” para o jogo teria de ser o ataque deliberado, mas pressionou pouquíssimo e mal, deixou jogar e viu, amiúde, os outros a trocarem a bola de uma área à outra. É deliberado?

Esperemos que os níveis físicos obtenham dividendos em breve, porque as cargas físicas cansam no imediato. Daí o fracasso das primeiras partes, esta não foi excepção, só a regra. Apesar de oito perdidas flagrantes com o Trofense, a equipa não entrou para asfixiar o visitante, perdendo assim entusiasmo próprio (e para as bancadas) enquanto deixa o contrário folgado, a ganhar confiança, em situação mais cómoda.

Será, porventura, tempo de se mudar o “chip” para a máquina funcionar noutro registo competitivo intenso, perfumado e com golos e vitórias. Jesualdo terá programado assim mas há planos que saem furados. O estado de Meireles é uma incógnita, a performance de Lucho deixa a desejar, a inclusão de Guarín tem mostrado alguma lentidão e individualismo na organização ofensiva e a equipa continua muito dependente não de um, felizmente, mas dos três da frente, os repentismos de Rodriguez, Hulk e Lisandro.

Iremos ter o mesmo onze-tipo, haverá melhores alternativas para inserir quando necessário, mas só uma convicta vocação atacante pode trazer aos tricampeões os êxitos para almejar mais títulos, com vários em disputa na época. Venha o “click” que falta para as vitórias serem mais seguidas, o jogo fluído, a pressão constante, que é nesses parâmetros – e não nas intermitências” actuais – que o FC Porto tem de melhorar e superiorizar-se, de vez, aos rivais directos.

17 comentários:

  1. concordo que o fcp nao é para jogar a espera, especialmente contra equipas inferiores.

    mas que o deve saber fazer, deve ! e tem que aprender-lo a o fazer bem !

    gostei do trabalho que o jesualdo fez nesta taça e ainda bem que conseguiu os resultados que interessavam ( ou seja passar ).

    agora basta ver como resulta cissoko, e tentar melhorar o resto do jogo de equipa.

    a equipa demonstra um excelente potencial, mas falha muito, tanto em passes simples como no ultimo remate, etc.

    ps : eu gostei até de ver o stepanov a jogar. qual a vossa opiniao? será que tem potencial ou foi mesmo uma má contratação ?

    fiquem bem

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  2. Boa avaliação. A pressão, ou melhor, a falta dela é talvez a situação que mais me preocupa neste momento superando mesmo a aselhice e as arbitragens.

    Às vezes, quero crer que se trata de um plano do professor atendendo ás características dos nossos jogadores mais avançados, todos com poder de explosão e fortes no um contra um. Estes precisam de espaço e por isso o Porto tem por (mau) hábito defender muito recuado e quase sem pressão até próximo da grande área. Este plano resultou com perfeição contra o Arsenal em casa e provavelmente resultará contra equipas que tentem jogar de igual para igual.

    Acontece que 90% (100% ?) das equipas que visitam o Dragão, mesmo concedendo-lhes espaço, não arriscam o suficiente para que o plano funcione e temos bastantes dificuldades em jogar em ataque continuado. Vejam os exemplos recentes contra a Académica, Trofense e Marítimo. Concordo com a necessidade de mudar o “chip”. A manter-se a situação actual prevejo grandes dificuldades nos jogos no Dragão.


    Quanto à observação do Lori, fui ver o último jogo e na falta de melhor interesse (à parte as cheerleaders da carlsberg) fui-me entretento a observar o jogo do Stepanov. Gostei do que vi. Acho que existe uma evolução bastante interessante face ao ano passado. Reparei que não fez um único corte para a frente da baliza, teve sempre a preocupação em cortar para fora de linhas de remate. Fez um bom jogo e ainda teve tempo para corrigir o Sapunaru. Acho que faz uma boa dupla com o Bruno Alves. Considero o Rolando demasiado macio.

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  3. Concordo com a opinião manifestada. Até agora o trabalho do Professor Jesualdo tem dado resultados. Lembremo-nos do intenso período de jogos de Novembro/Dezembro e temos de concluir que todos os objectivos foram atingidos. Recordemos também que na época passada a equipa do ponto de vista fisico, apresentou-se muito bem nos momentos decisivos, não foi por aí que falhou, o que demonstra a competência da equipa técnica nessa importantissima área. Portanto, acredito que a fase que se aproxima será ultrapassada com sucesso, embora me pareça que alguma das competições terá de ser sacrificada. É praticamente impossivel lutar a sério pela conquista de todas.

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  4. Creio que todos observamos, com apreensão, a falta de pressão ofensiva nos jogos em casa que era costume asfixiar o adversário, causando-lhe receios e desconforto. Essa pressão forte exercida em campo transmite-se às bancadas, que sentem o pulsar da equipa e podem fazer também a pressão exterior de que se sente, igualmente, falta no Dragão.

    Sobre o Stepanov, também notei nestes jogos a calma para jogar e a inteligência para saber para onde cortar. Ainda hesita um pouco, mas já parece outro jogador, sem dúvida. Tem qualidades, o problema é sempre haver qualidade em abundância e a dor de cabeça de escolher. Mas a dupla habitual não tem comprometido, os laterais falharam mais.

    Sobre a perspectiva de êxito nas várias frentes, está tudo em aberto. Porque não? Complicado é a Liga dos Campeões, por se reconhecerem melhores equipas em prova, mas se for for eliminado o Atl. Madrid já será um êxito chegar aos quartos-de-final, porque nesta prova a dimensão do sucesso, realisticamente, não pode ser em função da conquista do troféu.

    Já da Taça da Liga, a questão tem a ver com a densidade de jogos que vai afectar Porto e Guimarães, porque o calendário juntou várias competições em ritmo e proximidade muito elevados. No caso do FC Porto, um segundo encontro com o Benfica será mais interessante ou menos propícia e menos estimulante em função do jogo seguinte para o campeonato?

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  5. Excelente analise Zé.

    Na minha opiniao, o Porto nunca asfixiou e sempre notei uma falta de profundidade ofensiva na equipa do ano passado que vivia dos cruzamentos milimétricos do Quaresma para o decisivo Lisandro e do pautar dos ritmos de um Lucho que passou mais de meia época de rastos.

    Este ano as opçoes na frente teem qualidade e permitem mais desenhos tacticos. Continua a faltar um avançado alto e possante, uma torre que abra latas como precisamos de abrir com o Trofense.
    Em situaçoes de chuveirinho, nao é o Farias que vai decidir.

    Continuo a achar que dados os jogos decisivos que se aproximam, realisticamente nao é possivel fazer alinhar os melhores na taceca dos bebados. Nao é possivel nem necessario.
    Nao se pode hipotecar o campeonato, ou o milhao de Euros da taça de Portugal ou mesmo os indices fisicos essenciais para o sucesso na Liga dos Campeoes, para jogar um taceca sem nexo.

    Jesualdo fez bem e penso que os habituais titulares fizeram trabalho especifico para afinar o que ai vem.

    Todos queremos Meireles e Lisandro a 100%. Esta paragem vai fazer muito bem ao Lisandro. Penso que estava a precisar de uns dias para acalmar e voltar em força, com a veia goleadora em cima. As vezes estas paragens resolvem problemas que parecem nao ter soluçao.

    Julgo também, que o problema das movimentaçoes entre os 3 da frente e do Lucho devem ter sido trabalhadas, para além da finalizaçao.
    Lisandro deveria jogar mais subido e Hulk deveria aparecer mais detras embalado, nao tanto quanto faz Rodriguez, mas seguramente que deve faze-lo mais do temos visto.
    Nao gosto de ver o futebol do Lisandro perdido atras da linha do meio campo ou nas faixas. Quando isto acontece, por e simplesmente nao ganhamos jogos.

    Depois existe o problema das laterais. E é por ai e pelas falhas de finalizaçao que o Porto tem comprometido em alguns jogos.

    Nao ha profundidade nas faixas porque os laterais nao teem qualidade. Vejo qualidade e força no Sapunaru mas a camisola pesa e ha grande pressao sobre o rapaz. Espero que a camisola nao pese ao Cissokho e que o entrosamento com a defesa e o Rodriguez apareça depressa.

    Anadamos esta época a fazer tudo com 3 meses de atraso e agora a coisa aperta. Mas tenho noçao que a nivel interno temos de longe as melhores soluçoes.

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  6. O Zé Luís explicou (muito bem !) por palavras aquilo que está à vista de todos.

    Perderam o respeito ao F.C.PORTO
    (por culpa nossa) !

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  7. Soren, além da falta de pressão ofensiva, permanente e de algum modo intimidatória, que tem de ser corrigida, creio que quanto às movimentações no ataque não vai mudar muito.

    Ainda agora o Farias entrou e também foi jogar para a direita, onde se saiu bem, mostrando dotes que lhe desconhecíamos porque sempre o imaginámos e vimos como avançado-centro puro e simples, ainda que "meia-leca" e sem peso para se impor.

    Por aí não tenho ilusões. Da mesma forma, a tentativa de pôr o Hulk no meio, no 4x3x3 inicial, foi um fracasso porque o meio-campo nunca chegou em condições no apoio.

    Quando tanto se falava no 4x3x3 dos últimos anos, este 4x4x2 está para durar, mas até é bom nos jogos quentes que aí vêm, para jogarmos mais em 4x1x3x2 e outras variantes. Temo é que em casa a coisa não dê tanto resultado como na Luz e em Alvalade, Istambul e Kiev.

    Quero é ver se a equipa explode fisicamente, capaz de (im)pressionar os adversários no Dragão.

    Como o azul dragão resume (muito bem!) perderam o respeito ao FC Porto por culpa nossa. Melhor resumo que este não há. Resta a equipa mudar o "chip", é esse o pensamento em cada jogo caseiro que vejo.

    Tem havido oportunidades em catadupa e golos falhados de caras quando às vezes entram de bicileta. Mas tem havido, também, muita bola dos adversários, muita e demais para o meu gosto. Admira-me que o público, impaciente a ver os outros jogar e os nossos passivos e recuados, não assobie. Mas é desconfortável assistir às trocas de bola dos contrários, não estamos habituados e só espero que este nivelamento físico, por cima, dê a resposta. Talvez com mais garra o aproveitamento seja outro e os visitantes temam mesmo jogar no Dragão. É tempo disso. Ponham lá o tal "chip".

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  8. PÁREM AS ROTATIVAS!!!

    Voltando à Taça da Liga, parece haver uma confusão do caralho! Sim, em bom português, porque a merda do regulamento da competição é do mais ortodozo que pode haver, num futebolês imperceptível como já tinha aqui referenciado.

    faltava mais esta:

    o Belenenses, pelo regulamento, deve ser o 2º melhor classificado, e não o Guimarães.

    Isto é, se for levado à letra o regulamento, mas sabemos que neste País nem as Leis da República são levadas a sério e no futebol, um Estado dentro do Estado, com disciplina ao arrepio das leis gerais do país, é um Deus nos acuda.

    A questão é a seguinte:
    ambos com 5 pontos nos grupos, Guimarães e Belenenses têm a separá-los os golos marcados e sofridos, 3-2 para os minhotos, 2-1 para os azuis.

    Ora, com os mesmos pontos, o factor de desempate é o "goal-average".

    O que é o "goal-average"?

    Um termo, pura e simplesmente, caído em desuso e frequentemente mal aplicado. Existiu até aos anos 60 no futebol, daí para cá, evitando contas de dividir que são menos fáceis de fazer de cabeça, optou-se pela "goal-difference".

    Esta situação ocorreu-me ontem à noite, quando assistia aos resumos dos jogos na RTP-N. O pivot falou em GOAL-AVERAGE mas referindo-se à DIFERENÇA DE GOLOS.

    Não é a mesma coisa.

    GOAL-AVERAGE é a média de golos, dividindo os marcados pelos sofridos: assim, dá (3/2), 1.50 para os brancos e (2/1) 2.00 para os azuis. Logo, Belenenses apurado.

    Estranhei aquela referência na televisão porque eu tinha lido "goal-average" no regulamento, mas aceitei-a como "goal-difference", a DIFERENÇA DE GOLOS (marcados-sofridos, uma subtracção que faz todo um resultado diferente).

    Como na diferença de golos o 3-2 é igual ao 2-1 mas os primeiros marcaram mais golos, devia ser o Guimarães a passar às meias-finais.

    O problema é que o regulamento não falará de quem marca mais golos 8já não fui ver, confesso). O outro factor de desempate (em caso de diferença de golos) seria a equipa com média de idades mais baixa (não me interessa saber neste momento).

    Mas se o que está regulamentado - "goal-average" - é mesmo o que se pretendia dizer - usando um termo ultrapassado e que ninguém usa no futebol há décadas -, então o Belenenses é o apurado.

    Enfim, que dizer mais desta "xaropada" da Taça da Liga?

    E, como tenho vindo a alertar, que dizer da influência das cervejas naquela tasca mal frequentada?

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  9. olhem outra:

    Futebol: Sporting de Braga propõe árbitros estrangeiros para jogos com os três "grandes"
    21h45m

    Porto, 19 Jan (Lusa) - O presidente do Sporting de Braga propôs hoje ao homólogo da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) o recurso a árbitros estrangeiros para os jogos com Benfica, FC Porto e Sporting.

    "Propusemos um convénio com Ligas estrangeiras, em que se admitia que os jogos com os três grandes não seriam dirigidos por árbitros portugueses", afirmou António Salvador, acompanhado pelo director desportivo do Sporting de Braga, Carlos Freitas, após um encontro Hermínio Loureiro.

    Acompanhado pelo director desportivo, Carlos Freitas, António Salvador sublinhou que "é sempre com os três grandes que há polémica". "Os nossos árbitros não estão preparados para entrar na Luz, Alvalade e no Dragão, sem pressão e serem isentos. Na Luz, o que se passou foi mau de mais".

    "Quando Vítor Pereira disse que não podia ir ao mercado [de Inverno] para mudar os árbitros, hoje mostrámos que isso pode ser feito", disse ainda o dirigente bracarense, em alusão a uma declaração do presidente da Comissão de Arbitragem da Liga, na sequência de uma série de erros de árbitros.

    António Salvador, que solicitou a reunião na sequência da contestada arbitragem do jogo com o Benfica - em que o Braga perdeu por 1-0 com um golo em fora de jogo e reclama duas grandes penalidades não assinaladas - , criticou ainda a ausência de Vítor Pereira no encontro de hoje, que durou cerca de duas horas.

    "O presidente recebeu-nos muito bem, mas o senhor Vítor Pereira não se mostrou disponível para discutir as nossas propostas, em virtude das minhas declarações proferidas após o jogo com o Benfica. Foi uma falta de respeito para com o Braga porque somos um clube que nunca criou problemas. Nunca fui castigado, serei agora... mas com muito prazer", disse António Salvador.

    O dirigente bracarense ressalvou ainda a questão financeira mostrando-se perfeitamente informado das condições actuais na arbitragem portuguesa: "Fizemos um levantamento exaustivo de quanto ganham os nossos árbitros e, em proporção, deu para entender que ganham mais do que os das restantes ligas europeias. Os que vierem poderão errar, mas será para os dois lados. Não entrarão condicionados".

    O Sporting de Braga apresentou queixa à Procuradoria Geral da República (PGR) relativamente ao que sucedeu no jogo com o Benfica, e António Salvador acrescentou sobre isso que "é imperativo a PGR entrevir no futebol já que há muita gente a dormir à sombra da bananeira do Apito Dourado e estas questões estão a entrar no esquecimento".

    António Salvador mostrou-se ainda confiante na aceitação da sua proposta e no o apoio dos grandes para que a sua sugestão se transforme em realidade já na próxima temporada.

    Lusa

    Pois também digo o mesmo há muitos anos.

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  10. Pois, também o Pinto da Costa diz o mesmo ha muitos anos. Mas afinal de contas, o que é que esse gajo percebe de bola?

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  11. Bem me parecia que o "goal-average" do regulamento era para dizer diferença de golos (devia dizê-lo em português, mas na tasca é difícil entenderem-se, parece o bar intergaláctico de Star Wars).

    É mesmo. A Liga anunciou no site que a "goal-average" é diferença de golos.

    Portanto, não sabe o que escreve.

    Pior: vem dizer, desculpa esfarrapada e imbecil, que a expressão "goal-average" é usada correntemente nos regulamentos.

    O que é mentira.

    Esta Liga não existe.

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  12. e mais uma:
    Regulamento da Taça da Liga, quanto às meias finais:
    "As meias-finais são disputadas a uma mão, em campo neutralizado, entre os 4 Clubes apurados na fase anterior.
    É efectuado um sorteio pela Liga PFP para alinhamento das equipas.
    Os critérios para determinar quem joga na qualidade de Clube visitado são os seguintes:
    1. Melhor lugar e pontuação obtidos na 3.ª Fase;
    2. Melhor “goal average”;
    3. Maior número de golos marcados na 3.ª Fase;
    4. Média etária mais baixa de jogadores utilizados nos jogos da 3.ª Fase."
    Ou seja, em face do sorteio - e só em face do sorteio! - , se verá se jogamos fora ou em casa. Se nos sair o Guimarães, jogamos em casa; se nos calhar um dos outros dois da 2ª Circular, jogamos fora. E, se estes dois se defrontarem, o jogo é em Alvalade

    Página 54 http://www.lpfp.pt/SiteCollectionDocume … tições.pdf

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  13. Nos regulamentos da champions e uefa cup, aparece como criterio de desempate o seguinte.

    b) superior goal difference from the group matches played among the teams
    in question;


    Por isso se o belem tem razão em reclamar.

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  14. nos regulamentos da liga sagres, tambem se fala em diferença de golos mascados e sofridos.

    6. Para estabelecimento da classificação geral dos Clubes que, no final das competições se encontrarem com igual
    número de pontos, serão aplicados, para efeitos de desempate, os seguintes critérios, segundo ordem de prioridade:
    a) Número de pontos alcançados pelos Clubes empatados, no jogo ou jogos que entre si realizaram;
    b) Maior diferença entre o número de golos marcados e o número de golos sofridos pelos Clubes empatados, nos jogos
    que realizaram entre si;
    c) Maior número de golos marcados no campo do adversário, nos jogos que realizaram entre si;
    d) Maior diferença entre o número dos golos marcados e o número de golos sofridos pelos Clubes nos jogos realizados
    em toda a competição;
    e) O maior número de vitórias em toda a competição;
    f) O maior número de golos marcados em toda a competição.
    ----------------

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  15. Era escusada a terminologia inglesa, em desuso desde os anos 60, da mesma forma que era escusado o pretuguês de várias partes do regulamento que fala em "efectivos na ficha de jogo" (não são os 11 titulares, não, são todos os que lá estão e "efectivos" está a mais) e "campo neutralizado" para esconder que os dois melhores primeiros jogam em casa mas os seus sócios pagam tanto como os dos clubes que os visitarem através do sorteio.

    É incompetência da Liga, e não só em matéria de língua (idioma), porque isto já tem barbas, só lá tem ido por cunhas e leais, fizeram-se todos os desmandos neste século na Liga que diziam controlada por um sistema vinculado a um clube.

    Limpem as mãos à parede, mas não ilibem os burros dos delegados dos clubes que aprovam estas barbaridades nas AG's.

    Porque esses burros, muitos deles, são mesmo os responsáveis máximos dos clubes, et pour cause sabe-se como vai o futebol nacional por causa disto e por, de tão burros, elegerem um tipo aproriadamente com aspecto de taberneiro para essa tasca mal frequentada.

    Preferem achar qure os incompetentes são só da Liga?

    Bom proveito.

    Acham que o mundo andou enganado quanto à subtileza da diferença de golos e da média de golos? Pois é, o mundo não é como nos dizem na tv, onde atropelam toda a verdade, todo o conhecimento, montando um cenário de fantasia num circo que lhes interessa alimentar.

    Precisamente, no domingo à noite quando queria ver os resumos dos jogos mas temos de esperar uma hora e picos até acabar a conversa da treta de pseudocomentadores, reparei que o pivot, já conhecido pelas mais variadas "argladas", disse mesmo as expressões, seguidas, "goal-average" e "diferença de golos". Como se fossem sinónimos.

    Ainda falam do engenheiro da treta e do curso de Inglês Técnico dele?

    Dasse.

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