01 julho 2013

Vítores

Gaspar afastou-se, Pereira também. As reformas do primeiro mal saíram do papel, queixando-se de forças de bloqueio mas aceitando a incapacidade própria de começar a tempo e horas, a bem dizer mal pegou no leme. Continuamos a pagar por isso. O segundo também herdou uma situação dificílima mas cedo teve a percepção do que era preciso: valeu-lhe não haver forças de bloqueio e ter um Hulk para ponta-de-lança "sem o qual não seríamos campeões".
 
Segui atentamente o percurso de ambos. Nas despedidas, acredito agora mais no primeiro a confessar a sua incapacidade e atavismo próprio. No segundo, a expressão de pensar num ambiente familiar na Arábia Saudita diz logo que ele não imagina o que é ver uma tv mais esquisita do que em Lisboa e pouco divertimento para a família. Logo, não me convencem as razões da saída e muito menos as da escolha pelo clube de Jeddah.
 
Gaspar sai como derrotado mas merecendo confiança e até alguma estima. Pereira sai como vencedor mas a esbanjar logo o capital adquirido ao ponto de dar pena.
 
Não contava nem com uma coisa nem com outra. Nem sequer após mais de um ano sem o consultar, por ser redondo e vagamente útil e, pelo que vejo, sem alteração alguma numa net sempre a sugerir mudanças, este recurso ao Maisfutebol, mesmo que por terceiros, me deixa alegre, nem sequer pela surpresa de o exclusivo escrito ter sido este. Esperava o bate-papo na TVI que lá se deslocou (consta que à boleia do sheik e não com cheque próprio) e mostrou uma imagem do técnico a verificar (a cor) o relvado (como acima, em Alvalade, em Riade costumam pintar de verde a superfície de jogo, o dinheiro não garante a relva viçosa...).
 
Se este calor abrasador nos afunda, as razões dos dois Vítores acho que me desanimam, porque esperava mais de ambos. E todos ficam a perder. Apesar dos erros de Gaspar, a Governação em geral é mais polémica do que a antipatia que o das Finanças suscitou. Igualmente mal-amado do seu público, incompreensivelmente, Pereira a alguns já deixa saudades e temo que sentiremos isso mais adiante. Os "milagres" feitos por ambos em condições dificílimas mereciam outras "despedidas". Esperemos que rapidamente não se dê pela falta de ambos, em vez de tolos regozijos que néscios sabem cantar à falta de melhor fazer.

Sem comentários:

Enviar um comentário