Por motivos vários estive apenas perto de ver o jogo com o guardanapo da Madeira mas vi apenas os golos ao intervalo durante uma "bucha", e tão perto quanto foi possível, no momento: por incrível que pareça, o 1-0 apareceu numa incursão minha na Av. F. Magalhães justamente em frente ao Dragão; e no regresso, por Costa Cabral junto a Silva Tapada, lá fui deslizando no carro para o 2-0. Mais à frente, ao virar em Santa Justa, soou o 3-0 mas foi invalidado, creio eu, que ouvi gritar golo mas não contou, não cheguei a perceber a razão por não ter visto qualquer replay...
Obviamente, procurei ler referências por aí e já dei conta que alguns vislumbram mais um 4x4x2, como salientei no jogo do Bonfim, do que o 4x2x3x1 que ouvi o Manuel Queiroz reafirmar na A1. Mas isto dos clichés é tão inabalável quanto as garantias dos EUA de haver armas químicas na Síria como havia das de destruição maciça no Iraque. Ou de os suópes serem obra malévola do Governo que está segundo os talibã do Governo que os criou maciçamente para destruição do País com conveniente destruição maciça de papéis de trabalho por causa de umas investigações que em Portugal só ficam pelo papel se não forem destruídos maciçamente a seguir.
(tirado daqui)
Isto de certezas inabaláveis, no futebol e não só, não existem, talvez apenas a morte mas até lá anda muita gente distraída. Volto a ler, conforme vi eu no jogo do Bonfim, que não se vê claramente Defour ao lado de Fernando e o duplo pivot não existe. Acredito. Não vi, desta feita, mas ainda bem que mais alguém vai abrindo os olhos e fechando-os às garantias dos experts, chico-espertos em português. Do mesmo modo, até como construiu o 1-0 e fez o 2-0 da forma que abriu caminho na Supertaça, Licá é um segundo ponta-de-lança que os italianos chamam "punta laterale" e os espanhóis "segunda punta" (diferente de segundo "delantero" tido como jogando ao lado do pdl), porque parte de posição fora do centro mas é apoio directo do nº 9. Claro que, assim, o meio-campo leva quatro jogadores e a forma geométrica pode ser variada, mais regular (losango, mesmo que rombudo pelas aberturas nas alas) ou mais irregular, se Josué avançar mais do que Defour e sair dali um trapézio onde felizmente só os adversários se desequilibram pela capacidade de romper dos alas que fazem o tal jogo interior desejado por Paulo Fonseca e que no início de Julho, ao ler esse postulado, lembrei que assim só o Barça porque tinha jogadores para isso. Como nunca liguei a mestres da táctica e desconfio dos sabedores de pacotilha, fico-me pelos factos e mando a bola para a frente. As coisas são como são e, no caso, Paulo Fonseca tem um estilo mais "italiano", o que não é forçosamente pejorativo, pelo menos muito longe do tradicional 4x4x2 inglês, se é que isso importa mais alguma coisa do que rotular isto e aquilo ainda que convenha dar nomes às coisas e não andar a metê-las por sítios esconsos que o futebol falado sustenta em vão para a credibilidade dos paineleiros.
Por cá chega e sobra, mantém-se até a média de 3 golos por jogo que vaticinei no Bonfim, mas até fechar a semana não se sabe se Fernando fica ou sai e, daí, como então alertei no início da pré-época sem ver jogos, com o Polvo em campo deixar-se-á de falar de duplo pivot pois Fernando não o "permite". Daí eu enquadrar esta noção posicional e espacial na observação que leio agora sobre menor protecção dos centrais, o que pode ser um problema na Europa. Depois de fechar o mercado e já com a Champions no horizonte, as equipas poderão trabalhar tranquilamente os seus modelos, nem o do Benfica "hegemónico" está consolidado...
Entretanto, a novela que vai dar Óscar lá teve a confirmação de o presidente fazer ajoelhar Jesus e dar-lhe a tal peitaça à moda de Luisão que, pelo visto, voltou a "festejar" com as bancadas como tem sido sua marca visível. Pelo caminho, a instituição não perdoou um devaneio pessoal que, na sua óptica, fica interdita a quem assumir cargo institucional. Daí ao pedido de demissão do COP é um passo como o de um ministro atirar um DVD com casos de arbitragem pela janela fora. São as reacções epidérmicas tugas. Por um lado, os croniqueiros comunas insultam Cavaco por não se solidarizar com os Bombeiros, enquanto o PR o fez em recato como a comoção e respeito exigem na circunstância. Mas isto de os croniqueiros comunas se queixarem de tudo e mais alguma coisa, bem, diria Paulo Fonseca, é como o José Mota se queixar sempre... Por outro lado, quem emitir uma opinião dirigida à instituição tem de se demitir antes que seja convidado a fazê-lo. Há sempre uma forma distintiva, o que não é o mesmo que distinta, de verbalizar as coisas e marcar posições. Esdrúxulas, mas posições, que não é só o Kama Sutra a marcar a agenda do putedo opinativo. Ao mesmo tempo que se perora sobre a limpeza das matas que o Estado falha nas suas propriedades, deputados agora na Oposição criticam os meios, as acções e os distanciamentos dos governantes. Punir severamente os incendiários, tá queto! A AR até poderia legislar, aumentar as penas, mas haveria sempre uma associação com microfone à disposição para criticar a "desumanidade", nem que seja o Bloco de Esquerda sempre a pegar fogo ao Governo mas sem criar uma alternativa de Lei para os pirómanos. Disse pirómanos?... Ah, aqueles que falam dos frigoríficos do Valentim e agora das ofertas do Menezes, esquecendo os turbantes nas manifs do Sócrates; como aqueles que nunca viram Soares ou Sampaio no combate aos fogos mas exigem a presença de Cavaco e Passos Coelho. Idiosincrasias tugas, sempre; mais que os velhos do Restelo.
Percebe-se que o Benfica se sente assediado - o presidente falou em traumatismo mas continua a dizer clichés como os periodistas ou a ler só o que lhe põem à frente como os pivots televisivos -, a despeito da blague dos "90+2", da mesma forma que por ali é tudo sorrisos amarelos, até porque aquilo é tudo servo freio e não sérvio a sério. Nunca se sabe quando cai o andor, já nem é questão de saber se ainda no adro ao já em plena romaria. Não há prosápia que resista à realidade, ainda hoje revia o resumo nas nossas tv's com marca do canal Benfica e ontem vi o United-Chelsea, com o Mourinho cagão como se habituou em Itália e Espanha, pela net...
Bruma do tempo, em Portugal, continuam a ser decisões da justiça desportiva, neste caso de direito laboral. Mas, como sempre, muitas pontes vão cair sob acção das águas e as vitórias de Pirro ficaram consagradas para nos dar lições milhares de anos depois.
O Deco, que há muito pendurara as botas, lembrou-se do aniversário e despediu-se. Do Mágico 10 portista todos nos lembramos, até os que antes o vituperavam porque era do FC Porto. Aliás, à moda dos salamaleques tugas em cada elogio fúnebre (como com o economista agora falecido), até quem foi contra a sua inclusão na Selecção agora o elogia. Os tugas são assim, por isso ninguém os leva a sério por cá. Não têm respeito e não se dão ao respeito de verem méritos nas suas opiniões e decisões. Mas também não esqueço a patifaria do Mundial-2010, num comportamento que não julgava possível em Deco. Outros evocarão a bota ao Paraty no Bessa, blá, blá, numa hermenêutica da bola que rola sem parar. Eu lembro a garantia do Linhares do Salgueiros em como Deco não tinha assinado 4,5 anos pelo FC Porto, algures pelo Natal de 1998 (tens ideia, Jorge?).
Deve ser por isso que, por cá, o futebol é isto. Nem no Irão há disto (ou há-de isto, em dialecto local ao fuso horário de Lisboa)......
Sem comentários:
Enviar um comentário