25 julho 2011

Onde andam os gatos fedorentos por cá e na Escandinávia?

Aqueles que gostam de brincar com assuntos alheios, cuspindo para o ar as maiores alarvidades sem suspeitarem sequer que o escarro pode cair-lhes em cima, teriam dois bons motivos para pensar nos assuntos se não fosse tudo, afinal, meros fait-divers no corre-corre da informação que se consome como um sumo de Verão. O velho ditado português de não atirar pedras ao telhado do vizinho...

O que se divertiram alguns patetas sobre a saída de André Villas-Boas do FC Porto, e ouvi muitos engraçadinhos na rádio, depois de um ano a treinar no Dragão, podem engolir a bravata contra a afeição confessada (e que eu não duvido minimamente) pelo FC Porto do agora técnico do Chelsea.

Depois de oito anos na Luz, há muitos como capitão e eleito o seu "Hulk", salvo seja, no Benfica pelo próprio presidente, que considera(va) Luisão a imagem da mística do Benfica, eis que o brasileiro é agora renegado e pontapeado por tudo o que é bicho careta. Como se, para Luisão, não servisse o exemplo de Nuno Gomes para o próprio Benfica, descartável, como lixo, algo a que nenhum treinador ou jogador está a salvo em qualquer clube. E, de resto, para o clube do Guiness, é o próprio Luisão a achar muito pouco o facto de "estar aqui há oito anos e só ter ganho dois títulos, o que é muito pouco" (sic).  A mim importa-me pouco estes e outros estados de alma, basta conviver com a realidade e perceber os aduladores que se viram rafeiros de serviço quando a fatwa dos talibãs é posta a circular.


Há poucos anos fez também furor a banda desenhada de um cartoonista dinamarquês, com as célebres imagens de Maomé. Ficou na retina aquela do muçulmano cujo turbante à volta da cabeça representava uma bomba com rastilho aceso. A nossa liberdade de Imprensa, como a dos críticos e humoristas isentos de críticas, não o fazia por menos e o terrorismo islâmico não poderia, obviamente, sobrepor-se à criatividade e assertividade de colunistas e cartoonistas.

Pois bem, como se na América não víssemos os próprios "gringos" cometerem as maiores atrocidades: primeiro porque, constitucionalmente, estão armados até aos dentes, com toda a liberdade e múltiplas garantias em que ninguém mexe, depois porque usam qualquer argumento para um massacre.

Ora, na Escandinávia de elevado nível de vida, de civismo, de tolerância e de liberdade, precisamente, tivemos os acontecimentos da Noruega, um dos maiores modelos de vivência em sociedade que me agradam particularmente. 

  Poderíamos, após a tragédia em Oslo e Utoya, comparar como um bonitão, alto, loiro, atlético, olhos azuis (na TVI também disseram que eram verdes) como Anders Breivik faria um bom duplo de William Hurt a contracenar com Kathleen Turner em Noites Escaldantes, mas já ficaremos contentes se alguém se atrever a retratar o que é a loucura de um homem adentro das portas das mais avançadas formas de socialbilidade no planeta. Um homem igual aos demais, sem se desconfiar da sua pureza étnica, e que também exibiu, na net de todos os folclores, cartoons com o inevitável desenho de uma "burka" a expor em lugar da barriga mais uma bomba com rastilho pronto a explodir.

Nem quero falar sequer das mais absurdas teorias dos tudólogos das televisões e rádios em que não se aproveitou nada de jeito e revelou a ignorância de tanta gente, de docentes universitários a responsáveis de segurança que aconselham, como nas democracias muçulmanas, vigiar blogs, facebooks e quejandos. Ou o Luís Freitas Lobo das infelizmências internacionais que é Nuno Rogeiro a culpar o heavy metal.

A gente contenta-se com grandes elocubrações por uma drogada e bêbeda por coincidência dita Winehouse comparado com uns míseros segundos de um campeão mundial de Matemática, português de 15 anos de Alcanena a quem foi perguntado se se sentia "um rapaz normal", não obstante o esforço do ministro da Educação a coroar a façanha mas que não teve a recepção como se fossem "heróis futebolistas" a chegar a Lisboa...
actualizado:
O JN de hoje 26/7 é o único a mostrar a família e o seu orgulho, enquanto a RTPN dedicou a manhã a falar de uma tipa com aspecto repelente por acaso saída de uma família normal - mas a malta gosta dos freaks e é a esse nível que tudo se mede.

6 comentários:

  1. "A gente contenta-se com grandes elocubrações por uma drogada e bêbeda por coincidência dita Winehouse comparado com uns míseros segundos de um campeão mundial de Matemática, português de 15 anos de Benavente"
    Está divinal...e o povinho continua a comprar tudo o que a TV e quejandos vomitam...É inacreditável.

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  2. Não queria pronunciar-me muito sobre o que aconteceu na Noruega, loucura, ausência de afecto, mas seguramente a crença cerrada em ideias completamente ultrapassadas e que não têm futuro, especialmente porque o Mundo não pode ser olhado em preto e branco, em raças impuras e puras que não existem, nunca existiram, e muito menos existirão.O Multi-culturalismo não tem opção, existe um panóplia imensa de culturas e a Globalização é isso mesmo, a convivência cada vez mais constante e apertada entre credos, raças, filosofias políticas ou religiosas.É preciso no entanto estar atento à corrente das ideias que vai circulando em tudo o que é via de acesso à informação e fazer uma triagem apertada e consciente...

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  3. Um país de muita,muita merda é o que infelizmente,temos e onde um centralismo bafioso renovado sómente,pelos "cristão-novos"que arribam á "capital"e se tornam,imediatamente,por complexo, mais papistas que o papa..termino como abrir,país de merda,país onde só os mediocres medram ou melhor,merdam...

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  4. Este País se não existisse teria que ser inventado...


    "Os restos mortais de um homem desaparecido há 27 anos foram descobertos na chaminé de um banco, em Louisiana, nos EUA."
    JN de 28/07/2011

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  5. Zé Luís, gostaria de te alertar para o facto de que sempre que entro no teu espaço o meu antivírus protector da-me um aviso de Banner Malicioso...

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