21 dezembro 2010

Bin Laden ou Nobel da Paz (IX)?

Uma ronda de arbitragens sem casos de maior. Mas com muitos rabos de palha. Contudo, um caso, mau mas típico caso cá da caserna de vícios antigos, agitou alguns neurónios com LED apagados para mal da quadra natalícia a reclamar sempre focos luminosos para compor o ambiente mais alegre.
A fechar a jornada, João Capela pareceu-me, que não vi todo o jogo tão cedo resolvido e muito bem para o Sporting, ter feito uma excelente arbitragem no Bonfim. Um terreno difícil, pesado pela chuva, mas boas decisões sem casos complicados para resolver, honra lhe seja feita.

Já Artur Soares Dias teve o mérito, inegável, de obrigar a falar dele por motivos errados, como erradas foram as decisões de não apitar um penálti flagrante sobre Hulk e descobrir um, inexistente, que elevou o resultado para o FC Porto na Mata Real mas já em descontos. Tem sido recorrente este aspecto nos jogos do FC Porto, como no Moreirense (Hulk derrubado e sem penálti) e com o Portimonense (penálti sobre Rodriguez apenas nos descontos).

Artur Soares Dias prejudicou o FC Porto, duplamente, como foi afectando a produção portista ao longo do jogo, contemplativo perante os prevaricadores. Prejudicou duplamente porque o penálti, claríssimo, sobre Hulk motivaria, ainda, a ser marcado, o 2º amarelo a Filipe Anunciação. Não é preciso um jogador ser derrubado, com ou sem teatro na queda, para ser marcado penálti. Se Hulk tivesse caído à pisadela de F. Anunciação ainda se arriscaria a ver um amarelo por alegada simulação. Há gente para tudo...
Há, ainda, gente para tudo, até para mostrar os nervos à flor da pele e a parcialidade que lhes corrói as veias de mau sangue. Por exemplo, os barraqueiros que agitaram o slogan do "FC Porto beneficiado por penálti inexistente" esqueceram, para além do penálti não marcado sobre Hulk, que o Benfica ganhou 2-0 ao P. Ferreira com um penálti inexistente: um defesa pacense cortou a bola mas Caientrão fez o teatro necessário para enganar o "tenrinho" Bruno Esteves, aquele sadino chamado à Luz para não tramar ninguém (com 4 jogadores em risco de suspensão) antes do clássico no Dragão... Ouviram muito barulho por um claro desarme que o árbitro "porreiro, pá" apitou a favor da instituição?...
Mas durante o jogo de domingo passou, amiúde, das marcas a virilidade pacense. Não que fossem entradas muito ríspidas. Mas foram repetidas, sempre da mesma forma, agarrando ou derrubando por qualquer coisa como passar por um defesa e se passou a bola não passou o portista. Os médios pacenses abusaram de placagens e rasteiras. Quando o árbitro começou a mostrar amarelos (3 em 9 minutos) já tinham passado oportunidades para mandar embora um ou outro. André Leão, por exemplo. Bruno de Paula foi substituído, mas andou ali em placagens sem ver qualquer cartão...
Para cúmulo, porém, nem F. Anunciação foi expulso. Pelo penálti que provocou mas não foi marcado e lhe valeria a expulsão por acumulação. Mas, mesmo depois, ainda com 1-0, recorro apenas à memória, foi Filipe Anunciação a derrubar Belluschi à entrada da área. Uma falta tão recorrente, mas em zona frontal à baliza, que deveria ditar cartão, mas nem assim. Mesmo o lateral-esquerdo Lionel Olímpio andou ali no risco da expulsão por 2º cartão. Vários jogadores locais, muito empertigados decerto pelas sopas de vinho porque faz muito frio em P. Ferreira, acabaram o jogo só por boa vontade do árbitro que, como tantos outros ao longo do campeonato, permitiu derrubes sucessivos a jogadores portistas sem adequada punição disciplinar.

Já Hugo Miguel, no Benfica-Rio Ave que se tornou fácil pelo avolumar do resultado, conseguiu passar uma tripla acção irregular no último golo encarnado, com fora-de-jogo activo por marcar, depois uma carga no g.r. e ainda num defesa, creio que por David Luiz, mas como é tempo de festas e os desanimados, em risco de boicotarem mais os jogos na Luz do que fora, precisam de carinhos e mimos para aguentarem as frustrações, várias, da época de todos os desenganos. Este artista, porém, já é a 2ª vez que apita o Benfica e, em Portimão, conseguiu perdoar a expulsão, por duas vezes, a Maxi Pereira: qualquer das entradas por trás valeriam vermelho directo, mas só viu amarelo numa e na outra teve a condescendência arbitral deste moço lisbonense que se adivinha de muito futuro.

p.s. - num àparte, para lembrar que o árbitro muito contestado no recente Real Madrid-Sevilha, Clos Gomez, foi aquela abencerragem nomeada pela UEFA para o Besiktas-FC Porto, que fez tudo para o FC Porto não vencer em Istambul. Mas é giro, também, o Madrid reclamar, isto duas jornadas após um árbitro ter expulsado sem razão Albelda, do Valência, quando estava 0-0 a meio da 2ª parte, exclusão ditada pelo 2º amarelo que a CD da Liga espanhola depois lhe anulou, comprovando ter sido indevido, mas mantendo o castigo porque, furioso e injustiçado, o jogador tratou mal o árbitro, dizendo-lhe "não tens cara" face à revolta que lhe provocou a sua expulsão.

2 comentários:

  1. Não vi o jogo de MADRID mas recordo-me do de Istambul. Pela reacção extraordinária de Mourinho, desafiando até as próprias figuras das estruturas do colosso espanhol, como Valdano e Florentino Pérez, imagino o que terá sido a arbitragem em Santiago Bernabéu. E, tratando-se do envolvimento, nos dois estádios, onde intervêm portugueses, estou em crer que não se tratarão, apenas, de actos imputáveis a uma incompetente figura da arbitragem de um espanhol...

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  2. Isso do real queixar-se das arbitragens é um bocado como os encarnados... Tá bem, tá.

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