08 dezembro 2010

Bin Laden ou Nobel da Paz (VII)?

Pois em dia religioso, hoje, é propício para abordar a arbitragem do mano Santos no Porto-Setúbal, neste ano da graça de 2010 que o árbitro madeirense praticamente começou e acaba com dois jogos no Dragão, com o Leiria em Janeiro, em ambos a marcar penáltis contra o FC Porto no último minuto, o que é decerto recorde mundial.
Curioso é que este árbitro, um dos piores em Portugal, marcou um penálti para portistas, a acabar a 1ª parte, e outro para sadinos, no final da partida. E decerto não haverá unanimidade quanto ao acerto das suas decisões. Já praticamente condenado por apitar em favor do Porto, sendo evidente o empurrão de Collin a Falcao ainda que sem necessidade por a bola cruzada muito por alto nem sequer estar ao alcance de qualquer dos jogadores, Elmano poderá ter recebido indicação confirmadora do seu auxiliar José Oliveira. Mas isso nunca se percebeu se recebeu ou não, mas a falta de Collin é tão evidente quanto desnecessária.
E acontece porque em Portugal os jogadores habituaram-se a jogar colados aos adversários, jogando muito com as mãos e os braços, empurrando e agarrando, em lances inócuos e em jogadas mais perigosas, o que leva muitos jogadores a fazerem autênticas placagens como no râguebi. Há muito jogo desleal não punido e, desta vez, Elmano apitou bem porque não inventou uma falta, ela existiu mesmo. Apesar de muita gente olhar para imagens de televisão e ou não ver o que lá está ou a ver o que lá não está, a verdade é que Collin aparece primeiro longe de Falcao, uns 2/3 metros, para se colar a ele e empurrar quando sai o cruzamento da direita. A precipitação e o hábito de jogar com os braços é já quase um reflexo instintivo que faz muitos defesas cometerem faltas segundo o reflexo de Pavlov: sai um cruzamento e o avançado faz-se ao lance, então o defesa agarra porque já partiu atrasado.
Pode-se considerar que o penálti é "forçado", expressão que nada designa a não ser a vacuidade de ideias dos relatadores e comentadores. Ou porque põe-se em causa a "força" de um contacto físico, ou o aparato de uma queda. Ou, então, porque nem sequer a bola estava jogável, como foi o caso. Mas não se pode negar a evidência de Collin empurrar Falcao, ainda que se duvide da "força" para o derrubar.
Já quanto ao penálti contra o FC Porto, há quem recorra às imagens de tv, onde se verifica o habitual chega para lá de ambos, o jogo de braços costumeiro e um teatro do avançado. Fucile placa Henrique fora da área, era falta, mas o sadino prosseguiu e, lado a lado com o defesa, sentiu uma mão no seu braço e caiu, deixou-se cair. Aqui ninguém julgou a "força" do agarrão ou a força de "expressão teatral" na queda do sadino. Foi, pois, com surpresa, e grande, que Elmano apitou para penálti e para ficar na história do futebol português.
Como é que, vendo só as costas de jogadores colados um ao outro, usando os braços para se afastarem mutuamente, o árbitro consegue descortinar que um agarra o outro mais fortemente, e esse que faz mais falta do que o outro é o defesa portista?
Ninguém sabe, nem o árbitro. Até porque é Fucile no mano-a-mano com Henrique e Otamendi, na dobra, é que recebeu o amarelo. Também ninguém sabe.
Certo é que, com uma coragem que nenhum árbitro tem na Luz ou em Alvalade, Elmano quis como que cobrar-se pelo vexame que pensava ir cair-lhe em cima pelo penálti a favor dos dragões. Deu com uma mão e tirou com a outra. É típico dos fuinhas, e percebe-se olhando para a sua cara de pau. Miserável como sempre, o árbitro que um dia expulsou Lucho pela primeira vez na carreira do argentino, num Porto-Leiria ainda no tempo de Adriaanse, e virou completamente a história de um Leiria-Porto, já com Jesualdo, ao negar dois penáltis aos portistas e a expulsar Quaresma por uma suposta agressão além de inventar uma falta inexistente em absoluto da qual nasceu o golo de Tixier que decidiu o encontro, assumiu não só o segundo penálti no último minuto contra o FC Porto em 10 meses, como fez a bravata de mandar repetir o penálti de Jaílson porque não tinha apitado para a sua marcação.
Se o árbitro cumpriu a regra de ser ele quem manda no jogo em lance motivador do seu apito para se bater um penálti, o falhanço desastrado do sadino depois já fez tudo voltar à primeira forma. Apesar de ter inventado um penálti, que não viu por estar tapado pelas costas dos jogadores e sem que se julgue oportuno avaliar se era "forçado" ou não, Elmano deve sair desta história triste e macabra como o Bin Laden, quando aquele apito para penálti faziam dele, por princípio, um Nobel da Paz.
O pior é que estragou o jogo com faltas em exagero contra o FC Porto, permitindo muitas interrupções de jogo sem cartão aos sadinos, tal como permitiu que na 1ª parte o g.r. Diego demorásse a repor a bola em jogo e tenha acabado por punir Helton com um cartão por alegadamente "queimar tempo". Se as faltas repetidas do barrote Valdomiro tivessem merecido o cartão esquecido num bolso do árbitro, quando este placou Falcao que fugia para a área seria expulso. Valdomiro, como outro sadino, usava o corpanzil para obstruir Hulk, mas em duas situações não foi marcada falta.
Inventar um penálti e dar cartão ao jogador que não esteve envolvido directamente no lance (Otamendi) foi tão mau erro de cálculo, porque apitou por dedução, como distraído ao não dar cartão a Jaílson, já que este marcou penálti sem ter havido ordem/apito para tal.
Claramente, uma má consciência neste escarro de arbitragem que conseguiu ser pior do que o fraco jogo do Dragão. E um rasto impressionante de erros de Elmano, não sei aqueles com o V. Setúbal como se queixa M. Fernandes, mas comprovados contra o FC Porto como nos casos que acima citei.
Para piorar, ninguém sabe bem se deve condecorar ou crucificar este Santos, um pau carunchoso da miserável arbitragem lusitana.
Da vitória do Sporting no Algarve não ficou muito por dizer da arbitragem de Rui Costa, tal como da de Marco Ferreira, madeirense como Elmano, na Luz. Porém, ainda que as imagens comprovem o fora-de-jogo de Paulo Sérgio no lance que daria o 1-1 ao Olhanense, o árbitro-auxiliar Paulo Ramos, curiosamente sem profissão declarada no site da Liga, não teve dúvidas em lance milimétrico que, na circunstância, também podia pender para a situação de deixar jogar e permitir o empate aos algarvios. Mas se foi milimétrico o acerto, sabe-se lá com que convicção, superou largamente o consenso de não ter havido erro possível de arbitragem, tão curta a margem de erro no caso. E lembrar que em fora-de-jogo de quilómetros do Sporting contra o FC Porto na semana anterior tanta gente tenha primado por não ver o que entrava pelos olhos dentro.
Paulo Ramos, esse, merece sem dúvida o Nobel da Paz. Resta saber que já tem profissão conhecida...

4 comentários:

  1. Boas

    do sr. Elmano ainda há esta estória, após uma derrota do Porto em Alvalade...

    http://relvado.aeiou.pt/1-liga/depois-dizem-que-ha-suspeicao

    um abraço

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  2. Concordo com a descrição do Zé Luís dos lances dos dois penalties, acho que a sua leitura é a mais adequada, mas como tenho a mania de ser um puritano, fico na mesma com a convicção que seria melhor nem um nem outro, terem sido marcados...Mas sem nenhumas dores de alma até porque "o Realizador" tirou-me todos os pruridos no Trio de Ataque, quando viu um e não viu o outro...E quando todos acharam que o fora-de-jogo do Portimonense é claro!...E quando os intervenientes nesse programa, quiseram perceber se o apito do Elmano foi antes ou foi depois da primeira marcação, como se isso não fosse "retocável"...Uma coisa é certa, os dois de Lisboa abandonaram as picardias e estão a amancebar-se, lenta mas decididamente...

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  3. meireles, eu aceitaria qualquer das decisões: dois penáltis ou nenhum. Vai, obviamente, do critério do árbitro: julgou os contactos, sem serem "forçados", nos dois lances.

    Outro árbitro não marcaria nenhum deles.

    Agora, se for a escolher um só, não tenho dúvidas que o do FC Porto é visível; o do Setúbal não é visível para o árbitro, daí a sua "dedução", o que não é aconselhável e defensável.

    O que pretendo concluir é que o árbitro não teve intenção deliberada de prejudicar um ou outro, parta "satisfazer" aqueles que optam por amaldiçoá-lo e tudo só e apenas porque o Setúbal falhou o seu penálti.

    Daí eu achar difícil de sustentar quem queira apontar uma acção tendenciosa do árbitro neste ou naquele sentido. E se for apontá-lo, então eu diria que mais facilmente prejudicava o FC Porto, porque Fucile não agarra (à excepção da placagem fora da área) nem derruba o adversário. No outro caso, Collin derruba Falcao.

    O problema do árbitro é que fez asneiras pequenas mas muitas durante o jogo, depois deu amarelo a Helton e poupou Diego, por fim dá amarelo a Otamendi que não faz o penálti e não dá amarelo a Jaílson por marcar antes do tempo.

    Muita trapalhada.

    E digo isto sem saber de opiniões daqui e dali, de tribunais assim ou de facciosos assado. Era o que faltava estar a preocupar-me com o que dizem os pategos do Trio d'Ataque que não vejo há muito muito tempo.

    No fim do dia, o que achei mais suspeito mesmo foi a anulação do golo do Olhanense. Porque esse sim, foi tão na linha do fora-de-jogo que se passasse nem se poderia dizer nada, mais um cabelo além ou uma biqueira da bota. Nessas coisas de milímetros não sou capaz de julgar alguém. Não discuto pintelhos.

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  4. Olhanense ou Portimonense, que confusão a minha...São Algarvios e basta!

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