Continuo perplexo sobre a possibilidade, cada vez mais real, de o FC Porto ser campeão sem um ponta-de-lança de jeito. E, repetindo isto há muito tempo, continuo a achar, creio ser o único, que, no panorama actual que já tem vários meses de competição sem novidades à vista, Hulk é o jogador que melhor actua e funciona naquela posição. Hoje, marcando de pé direito, à ponta-de-lança que não se faz rogado (ele que até com o canhoto às vezes se perde em cerimónias...), numa importantíssima e justíssima vitória do campeão a reafirmar o seu estatuto com um candidato fortíssimo como é o excelente Sp. Braga, Hulk confirmou as suas credenciais. Vítor Pereira, sinceramente, não tem muito que escolher entre Kléber e Janko, já nem ligo a qual das opções deita mão. Mas ao intervalo percebeu que, como Kléber na 1ª parte, não é só o avançado-centro, à falta de melhor jeito, dar luta na frente e "marcar" os centrais contrários. É preciso força, decisão e ser craque para decidir um jogo. Hulk tem isso tudo e é o jogador mais valioso da Liga sobre o qual assentará, definitivamente, a virtude de o FC Porto revalidar o título.
Uma grande partida de futebol, seguramente a melhor do campeonato pelo jogo repartido, muitas ocasiões que poderiam ter deixado o marcador em 4-5 ou 5-6, sem casos, uma arbitragem bastante boa ainda que não de todo competente (Olegário tem lapsos por precipitação tão próprios dele), um jogo que acaba com todos a trocarem cumprimentos e num fair-play tão raro de ver. Foi um espectáculo. Poucos o viram ou apreciaram, gostam mais de coisas feitas por outro lado...
Excelente jogo do FC Porto, apesar da perda de intensidade de Lucho mais uma vez a retirar perigo a situações de transição que pediam passe preciso e presença física nas divididas, com mais ocasiões de golo e melhor e mais fluído jogo, ao contrário da opinião de Leonardo Jardim. Já nem digo das lamentáveis, todas, apreciações nos painéis da treta das tv's imbecis que não se reformam por dentro por tanta mediocridade própria e a escolher comentadeiros encartados mas tão fracos e previsíveis. Jardim pode confiar no que quiser, nunca vi o Braga com capacidade de campeão e hoje não esteve ao nível do FC Porto, limitando-se a contra-ataques, bolas perigosas e a uma só flagrante ocasião de golo. Mas, quantas oportunidades teve Quim de brilhar só na 1ª parte? Quantos golos iminentes, bolas efectivamente direccionadas para a baliza, não teve o FC Porto para justificar outro resultado para além da vitória incontestada e incontestável?
Vítor Pereira montou muito bem a equipa e o meio-campo mandou no jogo, anulando Hugo Viana, desfazendo as iniciativas de Mossoró e deixando Lima quase sem apoio, restrito a pontapés para a frente onde a sua correria e aptidão para o remate fazem dele um avançado temido - e assim fez o 1º remate bracarense aos 29', ao lado. Helton, na verdade, só teve de fazer defesas praticamente a evitar autogolos (dois), ou num livre à figura de Hugo Viana. Quim, ao invés, fez talvez a defesa mais brilhante de todo o campeonato, num pontapé de Hulk quase da linha de fundo. Mas já não defendeu o remate cruzado do Incrível que deu golo e ditou a vitória portista que podia ter sido ampliada na parte final.
Os médios complementaram-se e fizeram grande pressão ofensiva. James e Hulk ajudaram a tapar os corredores, equilibrando os números na linha intermédia. Mesmo com o pior jogo de sempre de Álvaro Pereira pelo FC Porto, mais um Kléber inexistente na acção de construção ainda que activo a defender das subidas dos centrais e a obrigar Custódio a manter-se no apoio central atrás, o FC Porto teve iniciativa, deixando ao Braga esporádicos contra-ataques. Mas isso, do Braga, não chega para discutir o resultado, pode dar para discutir o jogo, mas o FC Porto foi sempre mandão, também soube resguardar-se quando momentaneamente - ao contrário do que fazem crer os pategos nas televisões todas, sem excepção, que falam mais do Braga como se merecesse ganhar; ao invés, gostariam, todos sem excepção, que desse empate e o Benfica aproveitasse - os locais se empertigaram e por curtos períodos incomodaram a defesa portista que esteve sempre impecável, tal como Helton.
O treinador do FC Porto fez bem as substituições, Álvaro esteve quase desastrado e com um amarelo também infeliz - corte com a mão involuntário, depois de ressalto da bola numa coxa a evitar um cruzamento - foi rendido a tempo por Alex Sandro, que precisa de mais atenção no controlo de bola. James estava esgotado, fez trabalho de equipa e recuou muito, sem ser decisivo junto à área, enquanto a entrada de Rolando se impunha com o desespero bracarense - mas inócuo - ao meter Nuno Gomes lá na frente para o chuveirinho que nem chegou a existir. E a troca de Kléber por Varela, muito percutante na esquerda, metendo Hulk no meio, foi decisiva. O pé direito de Hulk, por exagero e ironia, mostrou isso tudo para felicidade de uma equipa que actuou como campeã, impondo-se (só o Benfica, com sorte, empatara em Braga) e saindo vitoriosa. Sem espinhas, sem casos de arbitragem e sobrando apenas azia como aos paspalhos da SICN que deram-se para falar se Vítor Pereira - determinante em mais um jogo do título - fica ou sai e o significado do seu apelo à união a meio da semana (algo a que me referi também, achei despropositado e são essas bolas fora aproveitadas pelos do costume, que apanham as deixas todas para malhar no mesmo, enfim...).
Tenho pena que o melhor jogo do campeonato, sem nada a apontar às três equipas em campo, não merecesse outros destaques e apreciações mais positivas nos painéis da treta, mas não me admiro a não ser a capacidade fora do normal parsa suportarem tanta azia. Parece que eram eles, nas tv's, a sofrer a paixão de morte, como na última ceia, que marca a quadra. Tristes, patéticos e pindéricos.
Zé Luís :
ResponderEliminar..."Tristes, patéticos e pindéricos "...
E, de facto , assim foi . Demasiado evidente !
Abraço
Bom dia! Vitória ontem em Braga, limpinha, sem mácula, sem casos de (má)arbitragem, sem razões para que os "paineleiros", da Imprensa do costume, pudessem atacar ou desvalorizar o jogo que os Dragões efectuaram! Apenas uma menção para o comportamento algo emotivo de Álvaro Pereira durante e após a sua substituição, que não deveria ter acontecido e que vai ser aproveitado pelos tais "paineleiros", para tentar encontrar razões nebulosas neste seu comportamento!
ResponderEliminarO Porto tem tudo para conquistar o título, assim actue com garra até ao fim!
Cumprimentos,
Jorge madureira
"(só o Benfica, com sorte, empatara em Braga)"
ResponderEliminarÉ mesmo! Ontem, quase no fim, Alex Sandro tem um remate que desvia num defesa e passa ao lado do poste, um lance idêntico ao golo do empate do benfas em Braga, também quase no fim, em que a bola também desviou num defesa mas foi para dentro da baliza de Quim!
É só mais um lance para mostrar a quem menospreza o factor sorte/azar nesta época azul e branca!
E faltou dizer que não jogou Fernando e ninguém pode dizer que o Porto jogou pior, antes pelo contrário!
ResponderEliminarSim, mas já se sabia que o Fernando não jogava. Só faz falta quem está...
ResponderEliminarQuanto à última perdida do jogo, o Alex Sandro não teve discernimento, salvo erro tinha o Defour ao lado para marcar sem ninguém na baliza.
ResponderEliminarO que essa, como muitas outras, jogada demonstra é a falta de discernimento, talvez derivado da juventude e alguma inexperiência, para não avolumar o resultado.
O FC Porto também teve ao longo da época vários pecadilhos nesse aspecto. Mas faz parte do jogo. Há que saber avaliar isso e enquadrar no desenvolvimento do jogo e na evolução da equipa.