Muitos problemas, mais a expectativa inusitada na transição de época depois do sucesso retumbante da anterior, tantos focos de tensão, amuos, arrelias a sério, inopinadas transferências e adiados movimentos de mercado, 2011-2012 era um presente envenenado para um novo treinador com o handicap de ser ex-adjunto e nunca ter treinado nem uma grande equipa nem sequer uma pequena na I Liga.
Ao fim disto tudo, com os naturais solavancos e faltas de carisma entre outras debilidades expectáveis para um estreante ao mais alto nível, Vítor Pereira sofreu e ainda sofre injustas comparações; mas está a sair por alto nos momentos mais importantes: faltou um só golo, mas não as oportunidades e o bom jogo, para passar os grupos da Champions, mas está lá e estamos lá nos jogos cruciais do campeonato. As duas provas importantes, sendo a prioridade o título nacional.
Vítor Pereira teve de superar muitas vicissitudes. Entre elas, aspecto fulcral que tantos palpites suscitou para quem vê de fora, o relacionamento mas, acima de tudo, a revolta dos jogadores em momentos negativos.
O último foi só Álvaro Pereira, em Braga, mas algo normal, atendendo ao jogo péssimo que efectuou e pelo qual estaria seguramente desagradado. Tivemos de tudo, de Guarín (Belluschi nem tanto) a Fucile (semanas afastado da equipa por alguma coisa foi e... despachado), a limpeza de balneário em Janeiro. Até Hulk, em casa com o Paços fez a sua figurinha. Percebeu, arrependeu-se, penitenciou-se, e demonstrou o que é. Recentemente, foi Rolando, também e apesar da braçadeira. Os jogadores querem jogar, mas nem sempre sai bem e têm de reconhecer que há outras opções, até algo diminutas, e cabe ao técnico exercê-las. Parece que Rolando está calmo no banco, entrou sem azedume quando teve de ser e tudo não parece mais do que naturais "desabafos" e irritações como sucedem a tantos jogadores de forma mais ou menos visível.
Não vou, por isso, na tentação fácil de pegar pelo último caso; ilustra apenas o rol de casos de toda a época que, estupidamente, muitos atribuem ao treinador, como se isto pudesse ser controlado a não ser pela formação própria das pessoas sem esquecer que a quente pode-se reagir mal. E não passa disto, até porque pretendo sublinhar o aspecto que, mais uma vez, passou ao lado e comprova como tudo não é mais do que uma tempestada temperamental sem consequências e fruto do calor e das frustrações do jogo.
Não vou, por isso, na tentação fácil de pegar pelo último caso; ilustra apenas o rol de casos de toda a época que, estupidamente, muitos atribuem ao treinador, como se isto pudesse ser controlado a não ser pela formação própria das pessoas sem esquecer que a quente pode-se reagir mal. E não passa disto, até porque pretendo sublinhar o aspecto que, mais uma vez, passou ao lado e comprova como tudo não é mais do que uma tempestada temperamental sem consequências e fruto do calor e das frustrações do jogo.
Hulk, que já na época passada desgostava das substituições, acabou a capitão, aqui num "golpe de balneário", em Barcelos (ainda que transitoriamente passando por Rolando, Hulk estava castigado), a braçadeira passou de Helton a Hulk, da baliza ao símbolo portista. Como noutro tempo Vítor Baía a deixar a braçadeira a Jorge Costa, da baliza ao símbolo portista (e Baía não o era menos). A braçadeira tornou-o mais responsável? Seria natural se assim for.
Em Braga, Hulk e Vítor Pereira (não necessariamente nesta foto) acertaram ideias sobre coisas do campo. Serenamente, como foi o jogo compenetrado do FC Porto ciente da missão a cumprir em tarefa delicada. Uns segundos, troca de palavras e gestos para dentro do campo. Fazer correcções necessárias.
A simbologia perfeita da união da equipa em campo que o azedume de Álvaro não apaga, nem sobrepõe ao que foi o jogo determinado e acertado da equipa.
Não apreciei as declarações do treinador antes do jogo, a apelar à união e a que se deixasse o clube, a equipa acima de querelas pessoais. Se é que existiam, mas Vítor Pereira deixou de alguma forma pontas de dúvida como restos de lixo que não foram devidamente varridos para debaixo do tapete.
O jogo e especialmente a conferência de líderes a meio da 2ª parte, creio que estava ainda 0-0, merecem este destaque. O treinador terá tido a mão no balneário, ao contrário dos adivinhos e leitores de carácter, seguramente com a força da SAD, não duvido (a limpeza de Janeiro di-lo por si, e aqui lancei o problema sem temores) e a harmonia reinante, que a frustração de Álvaro não abala, fará com que o FC Porto acabe com o campeonato em beleza. Como era objectivo. Tudo o que correu mal, escalpelizado abundante e longamente, esta época só serve de ensinamento para o futuro. Continuo a achar o treinador mais vítima que culpado e a aposta de risco da SAD/Pinto da Costa a comprovar isso mesmo. Experiência ganha, por técnico (deixará de ser estreante e ex-adjunto) e por sociedade que deve pesar certas variáveis causadoras de turbulência. Até porque a equipa vai precisar de reforços e não serão poucos. Infelizmente, um recomeço custoso em diligências de mercado e gastos em transferências.
O que acho piada é os detractores portistas conseguirem ser aziagos e do contra só porque sim o foram sempre, não dando o braço a torcer, não reconhecendo os problemas verdadeiros, não responsabilizando devidamente e atirando tudo para cima do treinador que é um gestor de competências e de humores - mas claramente sem se preocupar com as competências e humores dos de fora, mesmo que putativos adeptos. É bom que tomem os Rennies que recomendam aos adversários. Mas Vítor Pereira, a ficar como é suposto, e só por uma vez admiti (custam-me aquelas repetidas vezes do "entrámos mal e não sei porquê", só isso) que não fique mesmo campeão por todo o rasto de problemas mal identificados por quem aponta defeitos de fora como se conhecesse o que vai lá dentro, terá imensos críticos para o ano. Se começar a correr mal, claro. Difícil é ver ao perto, quanto mais ao longe.
O que acho piada é os detractores portistas conseguirem ser aziagos e do contra só porque sim o foram sempre, não dando o braço a torcer, não reconhecendo os problemas verdadeiros, não responsabilizando devidamente e atirando tudo para cima do treinador que é um gestor de competências e de humores - mas claramente sem se preocupar com as competências e humores dos de fora, mesmo que putativos adeptos. É bom que tomem os Rennies que recomendam aos adversários. Mas Vítor Pereira, a ficar como é suposto, e só por uma vez admiti (custam-me aquelas repetidas vezes do "entrámos mal e não sei porquê", só isso) que não fique mesmo campeão por todo o rasto de problemas mal identificados por quem aponta defeitos de fora como se conhecesse o que vai lá dentro, terá imensos críticos para o ano. Se começar a correr mal, claro. Difícil é ver ao perto, quanto mais ao longe.
Tremenda ingratidão se mandam este treinador (sendo campeão) embora.
ResponderEliminarNão acredito que o PC faça isso, por mais que o Jardim esteja 'apalavrado', pois pode esperar mais um ano, ou ir para o galinheiro que tiver pressa.
Mas não aposto 1€ sequer, que seja essa a postura do PC.
Aguardemos...
Jardim, essa de treinadores apalavrados com antecedência tal que remonta a dois clubes (no caso desde o BM), não acardito. Nem concebo que se possa imaginar tal, mas reconheço que a imaginação das pessoas é fértil, sem limites nem para o bom senso.
ResponderEliminarNão me estou a referir ao Costa, claro, porque essa teoria é vendida por aí ao desbarato.
Como não partilho das teorias vendidas ao desbarato, em vez disso formulo as minhas com base no que sei de moto próprio e de certa intuição além da experiência e dos factos conhecidos, passo ao lado dessas coisas. Por isso não especulo.
Mas sobre a eventual sucessão tenho já um post preparado, de ontem, para sair na 6ª feira 13. Depois é só escolher o potencial sucessor.
Era altura de muitos adeptos terem mais cabecinha a pensar e menos ouvidos a emprenhar, sem ofensa ao Costa ou a alguém mas falando em termos gerais. Infelizmente, sei que não é nem pode ser assim, mas cada um segue o seu caminho.
Boas
ResponderEliminarCom Danilo e Alex Sandro para o ano a full time, segurando o moutinho e o fernando, que não vai ser fácil e comprando um bom ponta de lança acredito que vitor pereira faça melhor que esta época.
Espero é que as entradas e saidas se definam melhor e mais cedo no próximo verão. Acho que rolando e alvaro pereira saiem.
Tenho pena que o hulk se vá, mas acho inevitável. Se o nani vai ganhar 600 mil €uros mês no United, o incrível merece mais. muito mais...
Abraços
PS: era escusado, para já,
ResponderEliminarhttp://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima-hora/fc-porto-satiriza-benfica-no-facebook
@Zé Luis,
ResponderEliminar'Emprenhar' pelos ouvidos acho que todos nós o fazemos, senão como é que formavamos as nossas opiniões ?!
Como é que formas a tua opinião, não é a ver e a ouvir o que se passa e se diz?! Ou será que tens 'inside information' ?!
Eu que não a tenho, de forma a saber o que a SAD vai fazer (se calhar nesta altura nem eles sabem) só posso basear o meu raciocinio no que leio, ouço e conheço de comportamentos passados do PC.
No entanto não é nada que me tire o sono, pois por um lado não há nada que possa fazer para interferir no processo e por outro tenho total confiança que o que for decidido será em plena consciência de que é o melhor para defender os interesses do FCP, embora nem sempre assim aconteça.
Peço desculpa, Costa, sublinhei que não estava a individualizar. Quando aplico a expressão popular é por ouvir, na rua, no autocarro, no café, no consultório, no barbeiro, aquilo que se diz em geral e que resulta de apanharem um soundbyte qualquer que a generalidade das pessoas replica.
ResponderEliminarEste é o sentido genérico de emprenhar pelos ouvidos e que, generalizando-se, enferma do mal de advir de uma fonte qualquer normalmente indiscriminada ou não identificada e, pior, passada como opinião pessoal que os mais incautos tomam como opinião avalizada e entendida. Acresce que, em geral, não se reflecte no que se ouve e simplesmente se reproduz. Ai, eu ouvi, eu li e assim e assado.
Toma como exemplo os´casos de gente, mesmo que passa por aqui, que diz eu sei, eu conheço, alguém de dentro que sabe ou conhece, etc.
Emprenhar pelos ouvidos é próprio do povo ignaro que não filtra a informação recebida nem tem capacidade para tal. Basta ler profusamente o que muitos escrevem sobre o que leram num jornal e dão importância a isso sem perceberem se aquilo tem razão de ser ou não. Há notícias a que nem ligo, nem quero saber bastando-me conhecer a origem ou o difusor: exemplo, bolha, rascord e correio da manha. Ou ouvir um patego qualquer da tv, o que já não faço por uso de higiene diário, que perora sobre um assunto e para muita gente essa pessoa tem credibilidade.
Confunde com rumor, se quiseres, e confirma que é a generalidade do que se lê e ouve.
Como é notório, neste blog a informação é controlada e não difundida acriticamente.
Como diz o outro, é só fazer as contas e ver quem fala o que sabe e sabe do que fala.
Dou o exemplo do post:
ResponderEliminar- viste aí destaque algum a este que faço? Não, mas acho que é pertinente fazê-lo, em função do que tem ocorrido, do jogo em si e do que se falava e fala do treinador com os jogadores.
Todos foram pela tentação de falar do Álvaro. Eu quis introduzir o tema pegando-lhe de outra forma, dando o exemplo, que é recorrente mas normal, do qual não vem mal ao mundo, e lembrando que até o Hulk fez igual e não deixou de chegar a capitão, ter o comportamento responsável que se tem visto e ser a figura da equipa a quem vai ficar a dever-se este título.
A união, que justamente pareceu questionada durante toda a época, com muitos a emprenharem pelos ouvidos e a tirarem conclusões precipitadas, está à vista. Eu próprio duvidei dela, mas quando achei que a culpa era só dos jogadores - vide Coimbra para a Taça de Portugal - apontei severamente o dedo - e fui o único que logo separou o treinador do descalabro. Fui o Único, repito.
Logo, eu não vou no que dizem, mas no que vejo e no que sei da experiência destas coisas. Daí avaliar com distanciamento, por não ter fonte interna (nem quero, sinto-me livre), confiando nalguma sabedoria e até em feeling.
Rebati sempre rumores, alguns vieram aqui para isso e chamei a atenção sempre para essa característica da informação dada sabe-se lá com que intenção. O que é relevante publico, o que é duvidoso chamo a atenção, a maior parte do que outros aproveitam eu não ligo.
Tem sido sempre assim. Faço a minha leitura dos factos, antevejo coisas e leio entrelinhas. Quem me segue só pode corroborar se ando certo ou errado, a política que sigo sem me arvorar em sábio mas apercebendo-me de coisas mais facilmente que escapam a outros e o método de passar a mensagem sem rejeitar críticas ao que acho mal e não há mal algum nisso, felizmente até são mínimas face a outros clubes que ganham muito menos e têm poucas críticas para o que fazem.
O caso do Hulk deve ser realçado, por tudo e mais alguma coisa, o do Álvaro será rapidamente esquecido.
Também como refiro não dão a devida conta ao sucesso do treinador. Nunca se partiu do princípio de que era um rookie, uma estreeante, com uma responsabilidade enorme. Era natural que tivesse falhas, teve e há-de corrigi-las. Reconheça-se a evolução e a importância do treinador na equipa e a ligação desta com ele, que se questionava e agora vê-se o resultado.
ResponderEliminarÉ raro, porém, ver o que se escreve e dar-lhe o mérito que tem. Aliás, nas duas grandes vitórias desta época, na Luz e em Braga, quis dedicar algo mais à análise táctica desses jogos.
Em resultado, poucos a comentaram, mas não é problema meu.
Da mesma forma, na taça da treta, defini que o treinador geriu bem a equipa e o resultado, influenciado pelo árbitro, não belisca minimamente.
E já percebia, nessa altura, o estouro que o benfas ia dar, apostando muito nesse jogo para se estatelar com o Chelsea - 2 derrotas inapeláveis, digam o que disserem - e a tremideira que se sentia no campeonato.
Agora, não vou fazer um post disto, mas é consequência desse jogo menor da taça da treta em que VP geriu os seus jogadores e JJ queimou vários sem noção da importância relativa das competições.
Muitos na bluegosfera pediam força máxima nesse jogo e eu ri-me, o VP fez o que devia fazer, perdeu nas circunstâncias que foi, mas é uma perda irrelevante e entretanto a equipa foi-se reforçando.
Isto é trabalho do treinador. O grunho que fique com a convicção que quiser.
Desculpa, Costa, volto ao princípio. Falei-te do caso Jardim porque admiteste que estaria apalavrado. Disse-te que não acardito...
ResponderEliminarCerto Ze Luis...
ResponderEliminarMas não acraditas no 'Jardim apalavrado' porquê ?!
Não lhe reconheces competência para ser nosso treinador ?!
E o PC não pode ter visto isso primeiro que qualquer outro ?!
Continuo a dizer que embora 'reservado' as contigências deste campeonato podem alterar o rumo (previsto) das coisas.
Não discuto a competência, até porque não é fácil aferi-la.
ResponderEliminarO PC viu antes e elogiou o homem ainda estava ele no BM.
Não acardito porque as coisas não se fazem assim, não são assim tão fáceis, como se tudo estivesse previsto, adquirido com antecedência, como quando se dá um sinal ou assina um contrato de compra e venda.
No futebol, as coisas fazem-se por impulso de momento. Já ouvimos histórias do género - porquê? Porquê sempre o FC Porto? - com vários treinadores, muitos deles que passaram pelo Braga: foi o Jorge Costa, o Domingos, o Jesus, agora o Jardim.
Prquê? Há alguma coisa que ligue um clube a outro? O Jesualdo, para vir para o FC Porto, não estava sinalizado, foi para o Boavista e depois calhou vir para o Dragão. Também estava para vir do Braga directamente?
Há uma psicose geral, assente no tal emprenhar pelos ouvidos, em que não entro.
Recuemos a 2002. Porque é que, tendo Mourinho ganho experiência como adjunto num clube de topo e com treinadores de elite, PC foi pelo Octávio e não directo ao Mourinho?
Mourinho esteve no Benfica, foi bem pescado desde Barcelona, aquilo acabou como acabou e depois esteve desempregado. O Bartolomeu pegou nele, como a Académica pegou no AVB, por exemplo. O AVB estava sinalizado pelo PC. Se calhar estava, no sentido de seguir a carreira dele com atenção. Eu estive sempre atento a Mourinho desde que veio para Portugal. Ao terminar o ciclo de F. Santos, PC não acarditou em Mourinho, foi pegar o Octávio. Depois, à pressa, por impulso, pegou em Mourinho do Leiria a meio da época.
Não há nada factual que confirme essa atoarda que, aliás, foi dada ainda o Jardim não estava no Braga. Estava desempregado, como esteve o Jorge Costa e podia ter vindo mas não veio. São exemplos recentes do que se diz mas é só o que se diz. O emprenhar pelos ouvidos e não pensar seriamente nas coisas.
PC um dia elogiou Jardim e fez muito bem. É só uma opinião e, com base nessa assertividade, toda a gente ficou a olhar para ele, foi um golpe publicitário que rende juros a Jardim, as coisas correram-lhe bem mas, atenção, não há nada de extraordinário do Braga, o Domingos acabou por fazer melhor e a jogar pior futebol, em minha opinião.
Para resumir, não há clubes de aluguer e se houver o Braga faz-se pagar caro por esse estatuto. O Braga tem uma posição que não lhe permite isso, não é o Salgueiros ou o Rio Ave. O Jesus custou 700 mil euros ao Benfica, o Porto teve de pagar 500 mil à Académica pelo AVB, o Jardim está cotado em 2M salvo erro.
Bem, o Porto pode ter interesse em dois ou três treinadores de futuro, mas seguramente não pode ficar com todos e é para uma eventualidade. Para já há a certeza de o VP ter mais um ano de contrato. E acardito que vai cumpri-lo.