Portugal saiu de cabeça alta e muitos jogadores por cima, no Europeu, embora o mundo do futebol fale pouco do fraco futebol da Selecção que só tem um responsável, pela negativa. Talvez por a palma dos louvaminheiros, do pouco que ia escutando o que se dizia por aí em zapping, ter sido da RTP, à maneira do regime (e que a Nação identifica como tal, veículo de propaganda, ao ponto de dar-lhe mais fatia de audiência e maior bolo publicitário, pelo que li ontem no DE) pois as pessoas habituaram-se a ver a Selecção no Canal 1 como um dos vícios instalados do centralismo, lá conseguiu a tal entrevista de Paulo Bento tão incensado pelos basbaques da santa casa no canal ainda estatal.
Apanhei à noite os títulos no online e é só mais do mesmo medíocre, porém a ressalvar uma série de coisas que os pés-de-microfone escolhidos para não fazerem ondas e darem vivas a Eusébio de permeio engolindo todas as patranhas devidas a outra figura do regime que pesa no subconsciente de toda a Nação agrilhoada ao antigamente, Foram sete os não utilizados, que eu nem contara mas adivinhava por aí, mas ninguém foi perguntar a Quaresma porque não rendia Nani em queda desde os 1/4 com os checos ou a Hugo Viana o que é preciso para haver um 10 que fazia falta à Selecção. E, por fim, o ridículo seleccionador diz que perdeu por ter apostado na pressão alta como forma de desgastar uma Espanha que não joga só em posse, tem um sentido posicional adveniente do futebol tarimbado quer dos jogadores do Barça quer dos do Real Madrid. O caçador foi à caça e saiu caca, fez as substituições costumeiras e acaba a elogiar o flop Nélson Oliveira que, diz, pode vir a ter um grande futuro mas o Europeu era o presente - e Paulo Bento só quis poupar-se a mais críticas a vexame metendo em cunha um jogador do Benfica que, todos sabem, marca tantos golos no campeonato como Moutinho marcava penáltis no Sporting treinado por Paulo Bento...
Enfim, mais um resultado, meritória semifinal, que esconde as deficiências de casting do costume, de resto aparadas pelo director Humberto, ouviu-se à saída da Polónia, atalhando logo que a escolha de Paulo Bento confirmou-se boa aposta do elenco federativo. Ou seja, Paulo Bento começou logo a falar grosso mal passou o grupo onde era impensável a Holanda perder, como nunca fez, três jogos, deu por cumprida a tarefa; a FPF encaixou mais uns dinheiros porque o adversário do grupo A era acessível fosse qual fosse; a estrutura federativa viu justificada a opção mais barata e fácil que encontrou, como já sucedeu no passado - e todos desenrascados falam de brio, de orgulho, de satisfação quando não ganharam nada a não ser, às cavalitas de uma meia-final sem brilho milagrosamente chegada a penáltis e dolorosamente a penates, como se a Selecção resgatasse o País e só ela pudesse dar brio, orgulho e realização aos jogadores, supostos eleitos por essas qualidades intrínsecas e não para as ganhar lá no seu seio.
Continua a inversão de valores, ao cúmulo de acharem que não devem falar quando não lhes apetece e nenhum director ou sequer membro do Governo diz o contrário (o sec. Estado do Desporto encolheu os ombros, como todos os antecessores) e seguem as confissões do fracasso, pois quem tem ambições, apesar de sussurradas em pequenino, não canta vitória quando perde - nem a Alemanha após 15 triunfos consecutivos em jogos oficiais.
Paulo Bento se bateu recorde foi por ter feito jogar sempre os mesmos 11 de início, em cinco jogos, algo que em fases finais só deve ter acontecido no tempo em que nem sequer havia substituições... outra imagem do passado e de regime com que se identifica e uma série de grunhos com ele e circunstancialmente com a bandeira ao pescoço senão mesmo na cintura... Depois queixa-se do cansaço, uma equipa com dois dias de folga, quando não houve futebol para lá do aspecto táctico que hipervaloriza e sempre apoucou o jogo de Portugal. Como se tivessemos uma equipa de velhos e não bons suplentes para utilizar, mas para tal era preciso critério e alguma sapiência.
De tão banal e ridículo, Paulo Bento só pode, inclusive, retorquir sem mais argumentos à polemicazinha da treta criada algo artificialmente no início, visando Manuel José, que abriu as hostilidades, e Carlos Queiroz, que dificilmente se conjuga com o que Paulo Bento julga ter sido dito pelo antecessor.
Para fim de festa, para alguns tugas que se descobrem patriotas no futebol, foi mau. Mas deu para salvar a face de muito medíocre que gravita na FPF. E os abencerragens da Imprensa veneranda e colaborativa cada vez mais nem destaque deram à presença ou ausência do presidente da Liga na comitiva de convidados, cujo nome não apanhei em lado algum e, presumo, deve ser mesmo persona non grata e a malta das canetas e microfones faz por nem falar para se esquecer de vez, mas falando sempre em nome do futebol português que é cada vez mais de meia dúzia de comissioneiros e dois berlindes governativos a engalanar estas ocasiões do bimbalhismo deprimente.
Entretanto, depois da final da Champions, de uma época com arbitragens horríveis em Portugal mas escondidas por favorecerem o clube do regime, temos Proença na final do Europeu - isso sim, algo tão extraordinário que nunca aconteceu!
Lembrarmos nós, e na altura eu nem sabia por ter-me alheado do mundo e despertar para ele só para ver a bola a rolar, de mais uma triste e pobre figura tão portuguesa de desconfiar de um e de mais árbitros no Europeu, com a chancela, cobardemente escondida, da FPF propriamente dita, com a pateta da TVI a falar de "campo inclinado" pelo turco Çakir, esta é a segunda chapada de luva de boxe para tanto parolismo que a Imprensa do regime exalta porque vende (pouco) para isso e já atingiu o nível vegetativo que nem Eusébio a pão e água.
Como comecei o dia na província, onde me refugiei na semana histérica mais do que histórica, no Portugal profundo ainda livre das feiras e romarias (cujos primeiros ecos ouvi ao meio dia de ontem, a tempo de fugir também dali), um jornal regional falava de centenas à espera no aeroporto, mas a Imprensa do regime bajulava com uma recepção apoteótica. Alguém anda enganado, mais do que iludido, como se os pasquins vivessem à custa da Selecção mas no intervalo dos jogos a alimentarem as capas com notícias dos clubes e do mercado sem alguma confirmação de compras e vendas. Pategos.
Entretanto, depois da final da Champions, de uma época com arbitragens horríveis em Portugal mas escondidas por favorecerem o clube do regime, temos Proença na final do Europeu - isso sim, algo tão extraordinário que nunca aconteceu!
Lembrarmos nós, e na altura eu nem sabia por ter-me alheado do mundo e despertar para ele só para ver a bola a rolar, de mais uma triste e pobre figura tão portuguesa de desconfiar de um e de mais árbitros no Europeu, com a chancela, cobardemente escondida, da FPF propriamente dita, com a pateta da TVI a falar de "campo inclinado" pelo turco Çakir, esta é a segunda chapada de luva de boxe para tanto parolismo que a Imprensa do regime exalta porque vende (pouco) para isso e já atingiu o nível vegetativo que nem Eusébio a pão e água.
Como comecei o dia na província, onde me refugiei na semana histérica mais do que histórica, no Portugal profundo ainda livre das feiras e romarias (cujos primeiros ecos ouvi ao meio dia de ontem, a tempo de fugir também dali), um jornal regional falava de centenas à espera no aeroporto, mas a Imprensa do regime bajulava com uma recepção apoteótica. Alguém anda enganado, mais do que iludido, como se os pasquins vivessem à custa da Selecção mas no intervalo dos jogos a alimentarem as capas com notícias dos clubes e do mercado sem alguma confirmação de compras e vendas. Pategos.
Só falta mesmo a homenagem em Belém como fizeram ao brasileiro quando em 2004 e em 15 dias, perdeu 2 jogos com a Grécia.
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