17 junho 2012

15 metros, 15 minutos e um golo a menos...

... mas os jogadores levam Portugal aos quartos-de-final. Apesar de Paulo Bento!

Recorrentemente, Portugal começou mal os três jogos. Rebobinem o filme e releiam as declarações do treinador.

O objectivo é sempre, vindos do balneário, controlar o jogo, começar por ter posse, ser cauteloso, nenhum pensamento no ataque.

Visto e dito nos três jogos.

Viu-se com a Holanda a equipa colada à sua área e os três da frente entregues a si próprios, sem bola nem ajuda. Golo da Holanda. O Pedro Barbosa diz que é estratégico, mas não, é cobardia. Do treinador. A tracção atrás está presente, sempre, até termos de ir atrás do prejuízo. Sempre. Foi com a Alemanha. Foi com a Dinamarca após o 2-0 e com reacção depois do 2-2.

Nani voltou a fazer um jogo excepcional. Nani, João Moutinho e Pepe - Portugal volta a ter a melhor dupla de centrais do Europeu - os três pilares da equipa, os três que faltaram em 2010. As razões são conhecidas e o peso dessas ausências (Pepe esteve apenas a mancar...) notou-se e retirou potencial ofensivo à selecção. Com estes era obrigatório fazer melhor. Até porque cedo se viu que a Holanda é uma lástima. Apesar de manter praticamente a equipa do Mundial (saiu van Bronckhorst), nada igual e um deserto na frente com Robben acabado, Huntelaar e van Persie horríveis, Sneijder numa época de dificuldades físicas.

Cristiano bisou nos golos e nos remates aos postes. Desfrutou da liberdade concedida pelos holandeses, cuja defesa é de susto mas desta vez Stekelemburg evitou goleada mas não a humilhação que o jogo desligado dos da frente propicia e demonstra o erro de querer meter toda a fruta boa no mesmo saco. Pensei que Robben não voltasse a jogar e será que voltará a jogar?

Apesar do treinador, Portugal subiu os 15 metros, empatou em 15 minutos e deu a volta ao marcador. E fez o melhor jogo, qualificando-se com merecimento mas só despertado pelo chicote depois de adormecido pelo discurso bentinho.
Vão dizer que foi tudo bom mas, como de costume, não foi. Começamos mal e pelo motivo habitual. A equipa não quer jogar atrás, cautelosa e receosa de ter a bola.

Com os checos vai ser, aí sim, uma batalha. Os checos são duros, não se descompõem defensivamente, são valentes nas divididas e jogam em raides à área contrária. Portugal vai ter de assumir mais o jogo. Se Paulo Bento deixar.

Em 1996, no Villa Park, Portugal jogou no calculismo e acabou ao chapéu de Poborsky. Paulo Bento é mais calculista do que António Oliveira.

1 comentário:

  1. Pois tambem foi essa a minha ideia.
    A principio eu ate pedia que me acordassem quando Portugal passasse do meio campo, mas depois do golo Holandes, a laranja desapareceu e Portugal comecou a aparecer com mais perigo.

    Nao e por acaso que as melhores situacoes de golo Portuguesas surgem de jogadas rapidas de contra ataque com o Ronaldo e Nani em grande plano.
    A Holanda podia ter aspirado a ganhar algum ponto se tivesse uma defesa em vez de 4 bidoes...

    ResponderEliminar