As equipas do grupo B superaram as do A. Como era de esperar. Com mais dificuldade (Portugal vs. Rep. Checa) ou menos dificuldade (Alemanha vs. Grécia). Mas sem espinhas. Mesmo que, ironicamente, a superioridade flagrante manifestada por ambos os vencedores tenha sido levada a eito sem espaventos nem riscos (Portugal), com mais espectacularidade, intensidade e contundência (Alemanha) apesar do momentâneo empate (1-1) num raide pontual grego (há sempre um que cola...).
Foram seis golos, o jogo mais prolífico apesar de tão desequilibrado técnica, territorial e psicossomáticamente, se é permitida a expressão, mas muito mal distribuídos. Podiam ter sido 10 ou 12 da Alemanha, imperial e em rolo compressor constante, pese a troca do trio ofensivo (Müller, Podolski, Gomez), sem que o trio-surpresa a titular (Schürrle, Reus, Klose), com características técnicas e de mix juventude-experiência diferentes (1x2 no primeiro caso, 2x1 no segundo), tenha produzido menos. Ficou 4-2 acidentalmente, incluindo um penálti pouco claro a amenizar a tragédia grega de levar ao extremo espartano o cavar de trincheiras defensivo, seja Rehhagel ou Fernando Santos a treinador.
Para piorar, vimos o Ricardo desta vez na baliza da Grécia e o Klose a fazer de Charisteas, no 4-1 alemão (cruzamento da direita, avançado-centro a saltar com um defesa enquanto o g.r. sai aos melões e sofre) como se fosse a final de 2004.
Oh, so Schön!, so Schön, so Schön, cantam os alemães nestas alturas de delírio. Que belo é ver jogar a potência alemã. E que pobre a piada política de Merkel na bancada ver ruir a esperança grega no Euro, de resto ladeada por Platini, o da UEFA, que parece proibido pelos talibãs de opinar sobre futebol do qual sabe, como ex-jogador, ex-seleccionador e ex-presidente do COL 1998, como poucos.
Se a Espanha, amanhã com a França, avança ou não, é coisa que até os confiantes periodistas nuestro hermanos, que de futebol sabem mais do que os patrioteiros bacocos de vão de escada do lado de cá, começam a não saber avaliar.
Li há dias, aleatoriamente, que já detectavam no tiki-taka herdado do Barcelona a falhar... de Villa. Pois, aquilo é tudo Barça, mas falta Messi e falta Villa.. O Villa que, helàs, faltou ao Messi para apoio ofensivo no Barça. O Villa que falta à Espanha tem Portugal em Nani, um desequilibrador extra que liberta Cristiano. A Espanha tem um Torres anulável em cunha, mesmo que Silva e Iniesta possam penetrar como dois nº 10 que Portugal não tem. Portugal-Espanha, diga-se, antevendo uma semifinal e antes da final projectada da Espanha com a Alemanha.
A França, já roída internamente pela soberba e falta de união que arruinou a cotada Holanda, tem algo a opôr à protociência dos prognósticos? Os franceses, apesar de tudo, já têm mais dúvidas que os espanhóis. Pelo menos já perdem, os espanhóis ainda não. Os alemães só vencem, os portugueses superaram o Rubicão com a frágil Holanda, mais doce e suave do que era suposto, e cumpriram a obrigação com os checos com um acidental ponta-de-lança a quebrar a teimosia do treinador da treta.
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