Vem, até, a propósito do "muro" que Portugal fez com a Alemanha...
Neste dia de 1987, com a Porta de Brandenburgo por trás, o arame farpado ainda estendido como extensão algo transparente, ainda que cortante, do espesso Muro que separava o Leste do Oeste nos dois mundos em que vivia o Mundo, Ronaldo Reagan fez um discurso que alterou o curso da História muito mais do que John Kennedy 25 anos antes. Muito mais do que proclamar solidariedade para com os berlinenses da RFA ('ich bin ein Berliner") de Kennedy, Reagan desafiou Gobertchev para acabar com a divisão da Alemanha e, por arrasto, do mundo com a finalidade (escondida) de fazer ruir a URSS e especialmente a ideologia que por mais de meio século sepultou mais do que um povo, metade do mundo.
Neste dia de 1987, com a Porta de Brandenburgo por trás, o arame farpado ainda estendido como extensão algo transparente, ainda que cortante, do espesso Muro que separava o Leste do Oeste nos dois mundos em que vivia o Mundo, Ronaldo Reagan fez um discurso que alterou o curso da História muito mais do que John Kennedy 25 anos antes. Muito mais do que proclamar solidariedade para com os berlinenses da RFA ('ich bin ein Berliner") de Kennedy, Reagan desafiou Gobertchev para acabar com a divisão da Alemanha e, por arrasto, do mundo com a finalidade (escondida) de fazer ruir a URSS e especialmente a ideologia que por mais de meio século sepultou mais do que um povo, metade do mundo.
Reagan ganhou a parada, vencendo até as resistências e as dúvidas dos seus conselheiros que temiam a proclamação que o presidente norte-americano não regateou no final. Depois do "Mr. Gorbatchev, open up these doors", com referência à Porta de Brandeburgo (e o famoso check-point Charlie próximo, ponto de passagem de fronteira militarmente escrutinada ao longo de milhares de quilómetros como denunciara Churchill há 60 anos, "from Stettin, in the Baltic, to Trieste, in the Adriatic, and Iron Curtain..."), Reagan acabou o discurso a bater na mesma tecla e sob apoteose ainda maior: "Mr Gorbatchev, tear down this wall".
A América e a Rússia, nomes vulgares que diziam tudo como ainda se diz hoje, tiveram a felicidade de conhecer dois homens bons ao mesmo tempo e em conjunto acabarem com a Guerra Fria e a idiota separação de modelos sociais e económicos que viviam num antagonismo terrível e na ameaça permanente de uma III Guerra Mundial sob o signo do nuclear que tanto atemorizava Reagan disposto a tudo para acabar com os arsenais balísticos. De Genebra, em 1985, a Reykjavik, em 1986, quando se reuniram para quebrar o degelo em solo neutro, a guerra passou a ser de palavras e o ex-actor de Hollywood tinha muita letra já desde o tempo de Governador da Califórnia nos anos 60. Ironicamente, o homem que mais combateu os arsenais nucleares e levou à sua progressiva desintegração era aquele que, na década dos protestos sociais que varriam a América, mais enfrentava os adeptos do "verde" que em Berkeley pediam parques públicos para as pessoas em vez de parques de estacionamento para automóveis. E ainda fez crescer 40% o orçamento militar no seu primeiro mandado (1981-85) para se apresentar numa posição de força quando o regime soviético se esvaía sem dinheiro para reforçar o seu arsenal bélico.
Reagan ganhou o desafio com um adversário à altura no lado supostamente encarniçado na defesa de um ideal deletério a que o americano, sem papas na língua com a mesma determinação de apertar a mão ao opositor, chamou "Império do Mal". De forma ridícula, ao seu tempo deu-se a invasão da minúscula ilha caribenha de Grenada (1983) e um aviso à navegação a respeito do terrorismo de Lhadafi na Líbia (bombardeamento de 1986).
E fez no passado dia 5 oito anos da morte de Ronald Reagan, que pensou mais na Economia do que na Guerra e teve a economia do desarmamento nuclear para libertar o mundo para coisas mais positivas do que o medo dos conflitos que imperava. Ronald Reagan preconizou redução de impostos para ajudar a Economia e assumiu a ideologia liberal como Thatcher ao mesmo tempo em Inglaterra. A verdade é que reduziu a inflação para 1/4 em 1988 (comparativamente a 1980 com Carter) e o desemprego em metade. Talvez o mais respeitado e amado presidente norte-americano. Com a pose de actor de cinema capaz de seduzir o grande rival levado a abandonar o gangsterismo.
Nem só de memórias de Viena o mágico ano de 1987 tem para contar e para deixar saudades.
Ontem, na estreia da Ucrânia no Europeu em sua casa, já era irreconhecível outro marco sagrado da história portista, o Estádio Olímpico de Kiev onde nas meias-finais o FC Porto logrou um dos mais distintivos triunfos ante uma das melhores equipas de futebol de sempre, o Dínamo então de Lobanovsky, ainda de Blokhin (marcou nas três rondas anteriores às semifinais) e ainda não de Shevchenko, ontem o treinador e o goleador de serviço (2-1 à Suécia). O antigo estádio imenso e descoberto de 100 mil lugares, sem níveis nas bancadas, apresentou-se como uma arena moderna, em três pisos, todo coberto. Da última vez que lá jogou e voltou a ganhar 2-1, em 2008, o FC Porto jogou no estádio do Dínamo denominado Valeryi Lobanovskyi.
Ontem, na estreia da Ucrânia no Europeu em sua casa, já era irreconhecível outro marco sagrado da história portista, o Estádio Olímpico de Kiev onde nas meias-finais o FC Porto logrou um dos mais distintivos triunfos ante uma das melhores equipas de futebol de sempre, o Dínamo então de Lobanovsky, ainda de Blokhin (marcou nas três rondas anteriores às semifinais) e ainda não de Shevchenko, ontem o treinador e o goleador de serviço (2-1 à Suécia). O antigo estádio imenso e descoberto de 100 mil lugares, sem níveis nas bancadas, apresentou-se como uma arena moderna, em três pisos, todo coberto. Da última vez que lá jogou e voltou a ganhar 2-1, em 2008, o FC Porto jogou no estádio do Dínamo denominado Valeryi Lobanovskyi.
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