Depois do que escrevi sobre este problema, que é mesmo de fundo, aí em baixo, eis a súmula do acórdão (transcrevo integralmente de A Bola online):
FPF invocou justa causa,
Queiroz despedido por falar de mais
Por João Bonzinho
A direcção da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) invoca justa causa para despedir o seleccionador. Carlos Queiroz é afastado pelas injúrias, na Covilhã, diante de médicos da brigada antidoping, por apontar o dedo ao vice-presidente Amândio de Carvalho, por dar «triste imagem de si mesmo», por ter sido castigado por seis meses pela Autoridade Antidopagem (ADoP). No fundo, por falar de mais.
Dos fundamentos produzidos pela direcção da FPF não consta qualquer motivo desportivo ou problema na relação com os jogadores, como ontem chegou a ser veiculado.
Basicamente, Queiroz é posto na rua por falar. Sobretudo, por falar demais, no entender dos responsáveis da FPF.
Ainda Covilhã
As razões do seu despedimento resumem-se a quatro: os insultos ao presidente da Autoridade Antidopagem, Luís Horta, diante dos médicos da brigada antidoping, as inúmeras declarações públicas «pondo em causa a estrutura da FPF», a entrevista ao semanário Expresso na qual «faz acusações negativas acerca de membros da FPF e particularmente ao vice-presidente Amândio de Carvalho», e o castigo de seis meses que lhe foi aplicado. Por tudo isso, entende a FPF poder invocar a justa causa para despedir o seleccionador.
O incidente na Covilhã é apresentado como fundamento para a direcção da FPF mesmo depois de o Conselho de Disciplina da mesma FPF ter ilibado o seleccionador da acusação mais grave.
O mesmo se passa com muitas das alegadas declarações públicas de Carlos Queiroz. No documento de oito páginas A4 onde apresenta as suas razões, a FPF refere uma entrevista de Queiroz ao semanário Sol, de 8 de Julho, como atentatória do bom nome da entidade, quando a 14 de Julho os responsáveis federativos anunciam um voto de confiança no seleccionador.
Quanto à entrevista ao semanário Expresso, ela é também apontada como um dos fundamentos principais, quando decorre ainda o processo disciplinar instaurado a Queiroz sobre a matéria, na sequência dos começaram, esta quinta-feira, a ser ouvidas as testemunhas apresentadas pela defesa do seleccionador despedido.
Carlos Queiroz era para ter tomado ontem uma posição pública sobre o seu despedimento, mas A BOLA apurou que o treinador reservará isso para a próxima semana, depois de decidir, com os seus advogados, o passo seguinte «na defesa intransigente» do que julgará serem os seus «direitos e razões», conforme adiantou ao nosso jornal fonte próxima do treinador.
(negritos meus, e fiz questão de sublinhar o "de mais" e o "demais" no falatório de Queiroz, uma questão de português em que A Bola foi sempre exemplo de boa leitura em todo o mundo ao longo da sua prolongada história de veículo da Língua Portuguesa, a Pátria de Fernando Pessoa).
O que está acima confirma tudo o que reflecti no post anterior. É claro que isto para os Borgonhas e patetas tristes detractores de Queiroz e efabuladores do poder fáctico que tudo condiciona e tem tão dispersos vociferantes é de menos. Mas como a verdade estraga sempre uma boa estória, eis como os factos se sobrepõem às vontades e a FPF arranjou maneira de pagar indemnização a Queiroz.
Como eu disse, quando for para pagar a conta o parvo do Madaíl e os medíocres directores federativos não estarão lá para serem acusados.
Sucede o mesmo com o ogre Loureiro e o Bosta da Liga por causa do Pífio Dourado.
E, em geral, porque é a imagem do País com que foram confrontar o ministro dos Negócios Estrangeiros em Bruxelas para questionarem sobre o que pode afectar Portugal no exterior como se não bastassem as atrocidades da Justiça lusitana sempre posta em xeque no Tribunal Europeu em Estrasburgo, um PM sem diploma de engenheiro a não ser da treta e os pedófilos condenados nos tribunais portugueses, é isto Portugal.
Quem vier depois que apague a luz. A porta ficará aberta para as atrocidades de sempre e a "imunidade" costumeira de quem se sente armado com responsabilidades pelas quais depois não costuma ser acusado.
E há quem se preocupe em como a indemnização a Queiroz será pafa por todos os contribuintes.
A estupidez, dizia Einstein, não tem limites também no Universo humano.
Força Queiroz!
Ontem foi dado a conhecer algum do que dizem ser, o articulado do acordo estabelecido pelas duas partes, algumas das obrigações contratuais que obrigariam o seleccionador a ter sempre presente o decoro e a imagem da própria selecção...É claro que aquela "sarrabulhada" da Covilhã fere esses princípios, assim como algumas atitudes que ele tomou de seguida, mas também é verdade que essa situação foi analisada e limpa pela própria Federação há pouco tempo quando o ilibou de culpas naquelas matérias...Há muita substância para poder pegar.
ResponderEliminarA mim parece-me que foi fulcral a posição dos médicos da Selecção, se eles estivessem do lado do CQ a coisa não podia ir mais longe, morria ali, mas eles estiveram sempre do lado da ADoP e assim, abriram o flanco ao Luís Horta, ao Laurentino e a todos os detractores de Carlos Queirós...Se os resultados do Mundial tivessem sido óptimos as coisas esqueciam-se, a própria ADoP calar-se-ia, como não aconteceu assim, tudo virou ao contrário e quem ficou numa posição de vantagem foram as forças ligadas ao Sporting...É isso que está em jogo neste momento -parece-me-, CQ é "persona" não grata no Sporting e o nome de Paulo Bento parece óbvio recolher bastante apoio desse sector...Na balança do Poder -o lado para quem pender- ver-se-à quem realmente domina nos meandros da politiquice Desportiva...Observemos.
Nunca usei o argumento de uma melhor classificação de Portugal no Mundial servir para encobrir o que se passou.
ResponderEliminarPorque o que se passou foi de tal forma empolado e manobrado que não justificaria o estardalhaço que se fez.
Mas era a bola de neve capaz de rolar e crescer no pico do Verão, o que é sintomático. Nada do que se passou justificava isto tudo e de tal forma enganadora quanto à dimensão exagerada da situação que a cada documento ou posição saída deste imbróglio mais facilmente se percebe que alguém quis aproveitar tudo para chegar a este desfecho e sem a pressão do Governo, e a fraca FPF na mira do mesmo por não adequar os seus Estatutos ao novo Regime Jurídico das Federações, tudo teria ficado em águas de bacalhau, mais caralhada menos foda-se e puta que pariu que é o que está, estupidamente, na base desta encrenca que não dignifica quem a criou e provocou um embaraço notório em todos os intervenientes.
Como a razão de fundo não pode ser esquecida nem sobrevalorizada, estar a discutir mexeriquices é só o sinal dos tempos da gente medíocre e sem sentido de Estado - por muito que culpem CQ de não o ter, quando o que se passou foi em privado e de forma alguma algúém se convence ter sido o suficiente para perturbar a brigada antidoping - que arrasta este País para o pântano.
Com a intromissão no Governo na área associativa e o retorno aos tempos de se questionar se se pode falar abertamente ou com medo de represálias este caldinho é próprio dos tempos socialistas que vivemos e das gentes opacas, venerandas, tristes e sem rasgo que governam esta amostra de gente em que se tornou uma pacata cidadania sem revolta nem juízo.
Quanto ao "sucessor", espero para ver e não quero ver Paulo Bento como se diz por aí.
Embora quem venha, se não for estrangeiro, se torne indiferente, porque o caos está instalada e ninguém é culpado disso. Arranjaram foi um bode expiatório e sem motivos desportivos como a FPF reconfirmou.