22 setembro 2010

Relatório (Bo)Ronha (XXXI): o primeiro deslize do beato Bento tão querido na falta de memória dos intrépidos repórteres...



Quando Carlos Queiroz foi apresentado em Julho de 2008 na FPF, não escrevi nada e durante meses mal toquei no tema Selecção. Ouvi umas coisas no ar, creio que ainda em directo, e retenho ainda um episódio sobre a primeira pergunta. Não pela pergunta em si, mas pela resposta, com piada, do seleccionador que sucedia a Scolari.

"Ainda bem que me fez essa pergunta", respondera Queiroz. "É que acabo de ganhar uma aposta. Apostei com um amigo que a primeira pergunta que me fariam seria essa mesmo. Obrigado".

A questão, que praticamente ninguém lembrará, teve a ver com um bate-boca do ex-presidente leonino Filipe S. Franco e o então adjunto de Ferguson por causa de um Man. United-Sporting que criou azedume entre ambos pretensamente por assédio a jogadores, coisas parvas dos leões que depois os vendem à primeira séria oportunidade. Um dos habituais bem lembrados intrépidos repórteres que aparecem nestas ocasiões lá se saiu com essa: se quando Queiroz fosse a Alvalade, onde praticamente lhe tinham ditado ser ali "persona non grata", como seria?

Não assisti, hoje, à apresentação de Paulo Bento. Ouvi coisas aos bocados nos noticiários ao longo do dia. Mas não creio, não acredito mesmo, que alguém lhe tenha lembrado como já não era querido pelos adeptos do Sporting desejosos de o verem pelas costas apesar do estapafúrdio choramingueiro do "Paulo Bento forever" ditado pelo presidente Bettencourt há um ano, quando foi afastado de treinador leonino.

Não acredito mesmo que a maioria dos intrépidos repórteres que em Julho de 2008 estiveram a ouvir Carlos Queiroz como seleccionador não estivessem, quase os mesmos da rádio, porque foi um pé-de-microfone então, hoje diante de Paulo Bento. Mas acredito que a memória atraiçoa as pessoas e nem todos têm a mesma capacidade de análise e(ou falta de vergonha profissional.

Do resto de hoje, os lugares-comuns, vamo-nos apurar (como eu acredito), senão sou eu o responsável, blá, blá com o Dragão cheio (era o que via sempre que ali jogava e não sucedia em Alvalade) até a "promessa" de o novo seleccionador vir a contar com Carlos Martins e Varela.

A este propósito, porém, em virtude de os ter despachado de Alvalade, pareceu-me temerária a garantia de Paulo Bento em colocar acima de quaisquer interesses os do "País", e cito "País" e convocá-los. Se achar que tem de ser, claro...

Não se percebe, então, como o beato Bento não colocou, então, os interesses do Sporting, a quem servia então, acima dos seus de forma a não despachar os dois jogadores de Alvalade.

Não era o "País", mas era o "Clube", um e outro entidades patronais que lhe pagavam para defender "os mais altos interesses" na circunstância. Eu nem sou lagarto, mas estas coisas sinto-as como se me fizessem a mim.

O que percebo é gente como o inefável (Bo)Ronha dizer que gostou muito de ouvir. Eu também, mas distingo a música. E tenho pouca apetência para santos, papas e tolos.

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