27 setembro 2010

Relatório (Bo)Ronha (XXXVI): inquérito da ADoP homenageia Simplex com pedido, encaminhamento e nomeação de instrutor tudo no mesmo dia!

Parece que hoje cumpriu-se um ano, para mal de Portugal, em que o Governo de Sócrates, infausto até numa 2ª e triste Nova Oportunidade, foi reconduzido, imbecil e bovinamente, no poder pelo voto popular em que metade da populaça deste País mal frequentado é sustentada com bónus e subsídios do Estado.
Já terão feito por aí, e talvez hoje à noite a Fátinha dê honras de pergaminho de Estado aos "Prós&Pós" da coisa, a avaliação do melhor e do pior.
Nada melhor, creio, do que evocar o Processo Q(ueiroz) e dar continuidade ao que deve ser revelado para total elucidação do público que se quer informado e não intoxicado, com a indicação de como a coisa arrancou, subitamente, ainda que maquinalmente elaborado no mês anterior com adendas e suplementos ao relatório do controlo antidoping à Selecção Nacional em estágio na Covilhã, a 16 de Maio.
Eis o Simplex no seu melhor: num só dia, alguém pede uma avaliação de factos passados 45 dias antes, outro manda seguir a coisa e, em menos de 24 horas, seguramente das 9 às 5 que o funcionalismo público é mesmo assim, fica logo nomeado um instrutor do processo que, de imediato, convoca as testemunhas devidas. Se isto não é eficiência, como aquilatar da eficiência num enorme progresso administrativo, informático e coordenado no suporte de novas tecnologias mesmo das que dispensam energia solar e células fotovoltaicas, além das cinzentas...



Temos aqui que, reportando-se a factos de 16 de Maio, o dr. Luís Horta pede que se averiguem os factos ocorridos na visita da "sua" "brigada do mosquito" ao hotel da selecção que iniciava os trabalhos para o Mundial.
Horta, presidente da ADoP, junta o relatório do dr. João Marques, aquele manuscrito com data de 16 de Maio mas escrito em Lisboa; mais cópias dos e-mails recebidos com data de 16 de Maio mas enviados, e seguramente escritos, apenas um mês depois, a 18 de Junho, um deles, inadvertidamente, porque não se pode pensar em tudo e o que tem de correr mal corre mesmo mal, com origem na... Covilhã, mesmo que remetido de um e-mail em Lisboa, claro. Tudo documentos que aqui trouxe na semana passada.







O 2 de Julho passa a ser o exemplo de como é célere o processo decisório em Portugal, antecipando-se aos foguetes do 4 de Julho americano.
No mesmo dia em que Luís Horta pede, o seu superior hierárquico Luís Sardinha, do Instituto de Desporto de Portugal, dá imediatamente ordem de abertura de um inquérito.
Daí, mesmo que as instituições estejam separadas fisicamente, logo é nomeado um instrutor do processo, que recebe a documentação apresentada pelo "queixoso" e alegado visado das ocorrências na Covilhã.
Como podem ver aí em baixo, o instrutor Leão não perdeu tempo e convocou as testemunhas devidas. Podem ler, clicando as imagens e com sublinhados meus, como estava tudo estruturado para não se perder tempo. Como no futebol, foi passa, repassa e chuta, num golo de oportunidade e soberba eficiência que a propaganda governativa, talvez ensimesmada com tantos êxitos na matéria, não se deu ao luxo de explorar, não por vergonha da maquinação engendrada pelos cérebros que executam ordens de forma tão célere e pragmática.



































Foi a surpresa de Carlos Queiroz revelada na entrevista à RTP quando perguntou: sabem quando tudo isto começou? A 2 de Julho, Dia de Simplex operativo. A razão do 2 de Julho, porém, nem o ex-seleccionador sabia...

4 comentários:

  1. Realmente aquele dia foi muito intenso...Estavam todos na mesma sala, escrevinharam os despachos na mesma altura, entre dois dedos de conversa uns arrotos e uns cafés, as "assinaturas dos amigos" e ala, que se faz tarde...2 de Julho de 2010, para a História de Portugal...Como se lava a honra da mãe -e do filho, claro-, de um nobre e ilustre senhor Luís de Gouvinhas.

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  2. ...inquérito respeitante aos factos que estiveram "na origem do controlo de dopagem" no dia 16 de Maio de 2010 à selecção nacional de futebol...

    Bom, este Português é efectivamente, um luxo!
    -Se eu, por acaso, li bem, o que está ali escrito, quer dizer -em bom Português- que o inquérito tem como razão de ser -de existir-, saber porque foi dada indicação ao ADoP, para efectuar no dia 16 de Maio de 2010, um controlo de dopagem à selecção Nacional de futebol.
    Afinal, não como todos supúnhamos ser, para saber, o que aconteceu durante o controlo de dopagem do dia 16 de Maio de 2010...
    Mas isto sou eu a divagar...

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  3. "...inquérito respeitante aos factos que estiveram "na origem do controlo de dopagem" no dia 16 de Maio de 2010 à selecção nacional de futebol..."

    Não divagas nada, meireles.

    Eu não mencionei isto no post propositadamente, apesar de sublinhado. Mas se as pessoas lerem com atenção, e se conseguirem compreender o Português deste nível académico, ficam a perceber muito melhor o que se passou.

    É uma gaffe, mas se médicos cometem gaffes assim, o que fará no resto.

    Pois é, só lendo se percebe isto.

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  4. Em boa linguagem psicanalíctica, equivale a uma verdadeira "confissão do crime"...Sem querer recuam no tempo ,para confessarem ter havido uma "intencionalidade não implícita" na ida a Gouveia, que pretendem justificar, ainda que inconscientemente...

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