23 novembro 2007

Para não perder o futuro

Tendo já decorrido alguns dias desde que participei na reunião do Conselho Consultivo do FC Porto SAD, e estando as contas agora devidamente publicitadas, entendo ser o momento de tornar pública a minha análise, partindo dos elementos que já foram enviados à CMVM e estão disponíveis para todos os interessados. Faço parte do Conselho Consultivo da SAD onde não represento qualquer accionista em particular. Sei que quando me convidou, o Presidente pretendia um contributo meu pessoal e independente. É o que tenho procurado fazer e é nesse âmbito que me sinto também obrigado a partilhar com os portistas, sejam eles sócios da SAD, associados do clube ou meros adeptos, a minha opinião. Dizem-me que deve haver recato, apesar de todas as informações que coligi serem de conhecimento público. É também por isso, por entender que é "um assunto de família", que o faço aqui, no lugar certo, num blogue que é uma casa de e dos portistas.

Desde logo, há que referir que o desempenho desportivo do FC Porto tem sido muito positivo. Não é esse o âmbito desta análise, mas é importante reconhecer que essa é a grande exigência dos sócios do FC Porto Clube, o accionista que detém o controle da SAD. Nessa medida, as sociedades desportivas contrastam com as empresas tradicionais, tipicamente empenhadas em maximizar os lucros.

Ainda assim, a sustentabilidade económica e financeira é um objectivo menos perceptível mas essencial, para que a estrutura de capitais se mantenha, para que o FC Porto clube continue a dominar o FC Porto SAD e para que os feitos de ontem e os sucessos de hoje possam vir a ser replicados no futuro. Conhecem-se muitos exemplos de clubes europeus que atingiram sucessos desportivos através de uma política de expansão não sustentada e que depois se afundaram por não terem sedimentado o seu modelo económico e financeiro. Conhecem-se clubes portugueses e até portuenses, ainda que de muito menor dimensão, que por terem “os olhos maiores que a barriga”, estão hoje em tremendas dificuldades.

Por tudo isto, a avaliação financeira da sociedade deve ser feita e a situação das contas deve ser perceptível para todos os sócios e adeptos do clube porque, de alguma forma e a exemplo da política de formação, é o prenúncio dos tempos vindouros.

A situação económica
O desempenho económico continua a ser muito negativo apesar dos êxitos desportivos, que se reflectem positivamente nas receitas da sociedade. As despesas correntes continuam a exceder as receitas correntes (relativamente estáveis se forem expurgadas das receitas da UEFA) e o EBIT recorrente continua a ser negativo.

Apesar do crescimento de proveitos de 19% (46M para 55M Euros) por via do aumento das receitas da UEFA e das receitas de publicidade, o que é uma boa notícia, não foi concretizado o objectivo orçamentado de redução nos custos do plantel.

A situação financeira
Em Junho, a SAD do FC Porto continuava a estar numa situação aflitiva, apesar das vendas de Hugo Almeida, Ricardo Costa e Anderson, que geraram receitas de 31M de Euros (24M de mais valias). Para demonstrar essa debilidade basta ver que:

1) Os capitais próprios são inferiores a 15% do capital social (11M face a 75M).
2) As dívidas ascendiam a aproximadamente 50M
3) O leverage da sociedade atingia os 85%.

É de referir, ainda assim e como nota de esperança, que nas SAD’s, a contabilização da reavaliação de activos não é admissível. Ou seja, o impacto das mais valias só ocorre no momento da venda do passe dos jogadores. Em termos de uma avaliação financeira correcta, deve ser introduzida a correcção da valia potencial na carteira de jogadores.

A questão do plantel
Esse exercício é, naturalmente, o mais complicado. O exercício, encerrado a 30.6, não reflecte ainda:

· a venda de Pepe (em que foram realizadas mais valias de 28,7M que afectarão positivamente o balanço do exercício em curso)
· a aquisição de 50% do passe de Lucho (adquiridos ao que se sabe por 6,7M e que terão um valor potencial de 8-10M).
· Não é claro, também, quais as aquisições de novos jogadores que estão já reflectidas nas contas, e que por isso deveremos assumir como neutrais (ou seja, admitindo que reflectem o valor directo do mercado e que não são potenciadoras de mais ou menos valias).

A 30.6.2007, o plantel tinha então, um valor contabilístico de 36,6 M. Conhecendo-se já o valor de transacção de Pepe, é provável que a mais valia potencial do plantel ascendesse então a 80 M. Valor intrínseco e valorização bolsista. Se considerarmos essa mais valia potencial de 80 M e a somarmos aos capitais próprios da sociedade, que ascendiam a 11 M de Euros, teremos um valor de Capitais próprios ajustados de 91 M de Euros. Ora, a capitalização bolsista actual do FC Porto tem sido, apenas, 30 a 40% desse valor. Ou seja, os mercados de capitais não reconhecem ou subvalorizam esse factor patrimonial.

Conclusões
O FC Porto vive dificuldades de natureza económica porque não gera receitas correntes suficientes para cobrir as despesas e remunerar os capitais investidos. Estas dificuldades continuadas têm impacto directo na situação financeira, ascendendo as dívidas da sociedade a mais de 50M.

É certo que o défice de exploração foi, no ano passado, suprido e financiado pela mais-valia obtida com vendas de passes de jogadores. É também muito provável que no ano em curso, e fruto da venda de Pepe, se mantenha esse equilíbrio sem que seja necessário vender outros jogadores, mas num cenário de não ser possível realizar continuamente essas mais-valias, a sociedade entrará em ruptura, a não ser que venham a ser introduzidas medidas de contenção de custos, já que as receitas correntes estão, aparentemente, estáveis.

Era essa a política que fora apontada pela SAD do FC Porto há um ano atrás, quando prometia que o equilíbrio na exploração seria o grande objectivo estratégico para 2006-2010, que seria atingido através de:

Redução do Investimento no Plantel
Aposta na formação
Reforço da diminuição dos custos salariais
Reestruturação organizacional

Destes quatro vectores, apenas a Aposta na Formação parece estar de facto em curso, através do promissor Projecto Visão 611 que também tem efeitos, reconheça-se, na reestruturação organizacional.

A verdade é que o Plano de Negócios actual é, ao nível da contenção de custos, muito menos ambicioso que o que fora apresentado em Outubro de 2006. Naturalmente, as mais-valias obtidas com as vendas de jogadores foram maiores do que era expectável, o que poderá ter contribuído para reduzir a pressão sobre a SAD para implementar essas medidas. No entanto, é bom recordar que ainda antes disso, em Janeiro de 2007, se tinham adquirido dois jogadores (Lucas Mareque e Renteria) sem que se tivesse procedido a uma alienação de passes de valor pelo menos equivalente, como seria expectável.

CUSTOS COM PESSOAL

Ou seja, e tal como eu referi já em Abril, as medidas de contenção de custos que haviam sido anunciadas no ano passado foram, de facto, abandonadas. É muito preocupante que, apesar da saída de jogadores com vencimentos muito elevados como Vitor Baía, Pepe, Anderson e, de certa forma, Ricardo Costa, se verifique um aumento no valor dos salários para este ano, por muito que se compreenda que era necessário rever as condições de alguns dos jogadores mais importantes do plantel.

Ora, como já se viu, as receitas continuarão estáveis, já que a SAD prevê para 2008 e 2009, crescimentos residuais nas receitas correntes, mantendo receitas da UEFA de 11,5M por ano, o que poderá ser ambicioso, já que a média anual entre 2005 e 2007 foi de 9M. Prevê também que em 2010 seja possível um incremento de 20% nas receitas da UEFA e de 30% nas receitas de publicidade, o que sugere que nessa altura possam ser renegociados alguns dos contratos).

Quer isto dizer que o modelo irá ser mantido, ou seja, as contas continuarão a ser equilibradas, se tudo correr bem, à custa das Mais-Valias nos passes dos jogadores. De acordo com o Plano de Negócios, as mais valias com jogadores ascenderão no ano em curso (2008) a 32,7M, o que é admissível dado que inclui o montante já realizado com a venda de Pepe, em 2009 a 20M e em 2010 a 12M. Mantendo o rácio actual entre o valor de mercado e o valor contabilístico que é de 2,1, estes montantes de mais valias equivaleriam a volumes de vendas de 38M e 23M para valores contabilísticos de 18M e 11M. Estas mais-valias pressupõem uma política muito agressiva de rotação, com a substituição da quase totalidade do plantel em 2 anos.

Em conclusão, o Plano de Negócios não apresenta qualquer solução para os constrangimentos da sociedade, com o EBIT recorrente a manter-se entre -20M e -6M. Apesar das mais valias que incorpora, de quase 67M em 3 anos, dera apenas 10M de Euros de resultados líquidos acumulados no mesmo período. Ou seja, o equilíbrio das contas vai continuar a depender de transferências muito significativas.

Dir-se-á que é este o preço de ganhar sempre, e que essa é a vontade maior dos sócios. Tem sido esse o argumento do nosso Presidente. Será essa a sua resposta, a quem se interrogar sobre os critérios de gestão, a quem colocar em questão alguns dos custos que parecem desnecessários e perigosamente excessivos.

Todos reconhecemos que os resultados desportivos têm sido excelentes, mas também o foram noutros tempos e com Pinto da Costa. Nessa altura, gabávamo-nos de ganhar com menos meios, porque o nosso orçamento era, ao contrário do que hoje acontece (como se poderá verificar por um simples exercício de benchmarking), muito inferior então ao dos nossos rivais nacionais. Se é com um forte orçamento do plantel que hoje se ganha, se essa se tornou agora numa condição indispensável, então deveremos ficar ainda mais preocupados ao apercebemo-nos que, nos anos que aí vêm, vamos continuar a depender de mais-valias, ou seja, da necessidade imperiosa vender os melhores jogadores: esses que nos garantem os bons resultados desportivos porque, infelizmente, os maus jogadores não jogam, custam muito dinheiro, não são transaccionáveis e representam uma menos-valia no final do contrato, quando o seu passe é amortizado...

Por tudo isto, é bom recordar que o futuro só será ganho então, mas poderá ser perdido agora.

Nota do administrador: É com muito prazer que dou as boas vindas ao nosso bem conhecido Rui Moreira como convidado do Portistas de Bancada. O seu nome dispensa apresentações e sendo um dos nossos grandes defensores na comunicação social, na medida da sua disponibilidade, irá colaborar como convidado no blog, dando a sua perspectiva sobre o nosso FCPorto como grande Portista de Bancada que também é.
Seja bem-vindo caro Rui Moreira.

39 comentários:

  1. Antes de mais nada, parabens ao Zirtaev por ter contratado o Rui Moreira. Para mim, a par de Baía, é um dos sex symbols do clube. Desculpem lá homens, que acham que só as gajas é que são interessantes.
    Qual é o cachet que lhe pagas, Zirtaev? É que se for baratinho, ainda o convido para almoçar.
    Agora mais a sério, e para o Rui Moreira,obrigado por nos explicar as contas. Andei pelo Fórum mas não percebi nada porque os comentários ou são estúpidos ou demasiadamente elaborados para uma leiga como eu.

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  2. O grande problema do FCP e dos outros 2 "grandes" portugueses, é que se implementarem uma gestão rigorosa, ou seja, de resultados correntes habitualmente positivos, sem necessidade portanto de recorrer sistemáticamente a receitas extraordinárias, se transformam em clubes de pequena dimensão europeia, devido à exiguidade do mercado português. Deixam de contratar jogadores de nível mundial (Quaresma, Lucho, Anderson, Diego), e com a consequente grande diminuição de custos ao nível dos passes e salários, as contas ficam equilibradas. O que tem acontecido com o Sporting é paradigmático. Com um orçamento muito baixo em 2006/07 (cerca de 18 milhões de euros) e nos exercícios anteriores, tem as contas controladas, mas é completamente insignificante em termos europeus (nunca passou a fase de grupos da CL). E mesmo a nível interno, nas últimas cinco épocas, ganhou...uma taça e uma supertaça. E isto apesar de possuir uma excelente formação, que muito tem contribuído para a manutenção e renovação do plantel da equipa principal.
    Penso que seria relativamente fácil à Sad do FCPorto, executar uma gestão rigorosa nos moldes da do Sporting. Bastaria não ter contratado os jogadores atrás citados e mais um ou outro de nível parecido. O problema, é que aí, o Porto "ganharia" como o Sporting tem ganho. Ou seja, ficar-se-ia sistemáticamente por fases de grupos da CL ou nem lá iria, muitas vezes. E depois, também não teria jogadores de grande nível europeu, para "vender", quase todos os anos, muito valorizados por boas ou excelentes campanhas europeias, propiciadores de grandes mais valias para a SAD. Portanto parece-me que, sendo a gestão praticada no FCP de maior risco que a praticada no Sporting, o que é facto é que, no final das contas e tendo em consideração períodos de tempo suficientemente amplos para abarcarem a "compra" maturação e "venda" de um jogador (cerca de 3/4 épocas), a gestão do FCP tem sido a melhor, porque tem havido receitas extraordinárias, de forma sistemática (até diria que são quase correntes), que vão, em determinados exercícios, compensar os resultados negativos dos 2 ou 3 exercícios anteriores, permitindo o reequilíbrio das contas da SAD. E em simultâneo há êxito desportivo, interna e externamente.
    Resumindo, prefiro esta gestão de risco do FCP, que tem dado inúmeros êxitos desportivos e onde o equilíbrio das contas tem acabado por ocorrer (passivos acumulados todos têm e os de Sporting e Benfica são bem maiores), do que a gestão de "mercearia" do Sporting, que o tem confinado a uma indesmentível pequenez europeia e até nacional. Isto, claro, se a SAD conseguir continuar a "comprar" barato para "vender" depois caro, como tem feito desde a sua constituição.

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  3. A gestão de risco do FCPorto tem conseguido títulos. Mas não podemos ignorar que muitos dos riscos que se correram e acabaram em péssimos negócios poderiam ter sido evitados...e sem colocar em causa os títulos... Mareque, Farias, Leo Lima...3 exemplos q me lembrei assim rapidamente...

    Quanto ao Dr.Rui Moreira, parabéns ao Zirtaev pela conquista. Gosto de o ouvir e ler embora nem sempre concorde com o seu estilo demasiado soft. Ás vezes é preciso um pouco de mais garra, tb na opinião...

    Gostei deste parágrafo dele na sua coluna de A BOLA de hoje:

    «Pela minha parte, não esqueço e nunca aceitarei que Scolari possa vir a ser, treinador do FC Porto, uma hipótese que Olímpio Bento coloca e que já ouvi admitido por gente responsável do clube mas que nunca será consentida pelos sócios e adeptos. Nem sequer por aqueles que lhe reconhecem competência».

    Nem o RUI nem eu. Abraço. E Parabéns.

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  4. um excelente post, e.... parabens para o Zirtaev.

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  5. Parabéns ao Zirtaev pelo trabalho realizado e por ter conseguído trazer para este blog uma das figuras mais mediáticas e mais atentas da vida nosso clube como prova este seu excelente post, e permite-me dirigir ao Rui Moreira dizendo-lhe que é bem vindo.

    É verdade que esta "gestão de risco" é perigosa, mas, como ontem escrevi, o FCP só conquistará bons resultados financeiros e só terá mais adeptos e simpatizantes quando aparecem as "abençoadas" vitórias. São elas as razões de ser de um clube, mas convêm estar atento à questão financeira e não dar " um passo maior do que a perna", mas creio que é um risco sempre calculado.

    É um facto que, desde as desilusões Diego e Luís Fabiano, dois grandes jogadores mas que, por variadas razões, não se conseguíram impor, o FCP começou a ter muito cuidado nos valores envolvidos das suas contratações.

    A aposta da compra do passe de Lucho foi, talvez, o negócio mais alto dos últimos anos, mas penso que foi feito de uma forma responsável, até mesmo os jogadores que ainda não jogaram e não justificaram o seu investimento, como por exemplo Farías, não passaram os 5 milhões de euros, o que quer dizer que existe um maior cuidado na forma como os jogadores são contratados, pelo menos é aquilo que me apercebo.

    É claro que existem sempre alguns negócios evitáveis, mas no futebol nem tudo o que parece é, existem 1001 coisas que dependem da realização de um bom negócio, por exemplo, um jogador não se adaptar ao país, ao clima ou ao futebol jogado.

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  6. Tenho tido pouco tempo para comentar, fruto de uma carga a(normal) de trabalho e que me permite apenas visitar este nosso espaço para ler os posts e comentários.

    Contudo, não poderia deixar de dar as boas vindas ao Rui Moreira, portista exemplar e que será de forma natural, um futuro candidato à presidência do clube. É pelo menos essa a minha vontade.

    Quanto ao post, os meus fracos conhecimentos de economia e finanças não me permitem dar uma opinião sustentada daquilo que acabei de ler, ainda que a forma como foi escrita nos ofereça uma visão ampla e despoluída de uma questão que deve ser urgentemente tomada como prioritária por quem de direito. Viver da venda das mais-valias desportivas é uma autêntica roleta russa e deve ser revista.

    A venda de Hugo Almeida por 4 milhões de euros e a compra de Farías pelo mesmo valor é o exemplo maior do erro económico e desportivo da SAD. Poderia opinar mais sobre esta questão mas todos já temos conhecimento dos motivos. A SAD tem tido nos últimos anos o péssimo hábito de dar comissões a determinados empresários em troca de na melhor das hipóteses estes colocarem os jogadores no mercado sempre que o FCP o entenda fazer. A estratégia de "uma mão lava a outra" é por demais perigosa, sobretudo se for assente neste tipo de ligações com empresários de jogadores. Simplesmente não é higiénico…

    O início do projecto Visão 611 é do meu agrado e é por esse caminho que o FCP deve enveredar, deixando definitivamente a procura do mercado estrangeiro para contratar jogadores que todos já sabemos só servirem para colocar competitividade na bancada. Lino, Mareque, Farías são apenas alguns dos exemplos mais recentes...

    Entendo que os sócios tiveram em Abril/Maio deste ano uma óptima oportunidade de mandar um murro na mesa e não o fizeram. Essa confiança cega em algumas estratégias duvidosas da nossa SAD pode vir a sair-nos muito cara no futuro mais próximo. Esperemos que não.

    Que os resultados do projecto Visão 611 surjam rapidamente e que a SAD se deixe de gestões baseadas na futurologia de vendas de activos é o meu maior desejo. Esperemos que seja também essa a vontade daqueles que passam grande parte do dia a "jogar à sueca" nos gabinetes da SAD. E por falta de tempo, mais não posso opinar porque “infelizmente” os meus rendimentos não surgem das comissões de venda de jogadores…


    PS: parabéns ao Zirtaev pela recente contratação. Este blogue é definitivamente a principal casa do FCP na blogosfera.


    Abraços

    [[]]

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  7. Meu caro Rui Moreira,
    Desculpe tratá-lo assim.
    Parabens pela sua analise, e muito obrigado por me representar, enquanto pequeno accionista, no Conselho Consultivo. Já sei que sofreu algumas desconsiderações, como a vergonhosa lista do Conselho Superior, e que haverá alguns que virão aqui mais uma vez criticá-lo. Acredite que há muita muita gente como eu.Não sei se se lembra da maioria silenciosa. Nós somos, se calhar, uma maioria silenciosa, porque os bons resultados nos vão silenciando. Mas é bom saber que há quem olhe para o clube, quem se afaste dos jogos de interesse e nos diga de uma forma simples, como vai as contas. Apreciei muito não ter feito grandes qualificações sobre a gestão, par nos deixar meditar. No fundo, o que o Rui Moreira escreve coincide com aquilo que o Luis também escreve no seu comentário: é uma gestão de risco. esperemos que, como em todos os riscos, nos soria a fortuna. mas pelo menos sabemo e compreendemos porque o rui moreira explicou o que nao vemos a sad, cheia de gente, explicar aos socios.

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  8. Também apressado, nestes dias, por agora fico de saudar o Rui Moreira, de conselho e reparo sem audíveis e justos. Leitura mais atenta poderá permitir-me algumas questões daqui para a frente, mas deixo também já um "aviso" a juntar à questão colocada da grestão de risco: não se pode desinvestir no plantel agora que os lugares na Champions não voltar a ser poucos, só o campeão lá vai e o 2º passa pela qualificação.
    Eu creio, sobre a gestão de risco que se alude, e por suscitar uma opinião no imediato, que a dou já, que a profunda modificação do plantel, especialmente esta época, tem a ver para o futuro próximo, para não se andar a gastar mais numa dúzia de jogadores e formar com este plantel, salvo uma saída ou outra a compensar, algo estável para 4 ou 5 anos.
    A nossa jovem equipa, porque continua a ser jovem apesar de dois títulos justíssimos, pode amadurecer tranquilamente e assegurar que o FC Porto renove títulos e se reponha todos os anos na montra da Champions. Foi o segredo do passado recente, tem de ser a aposta no futuro imediato. A Champions vai ser para poucos, os pontos das épocas 2003 e 2004, com Mourinho, perderam-se e Portugal cai no ranking da UEFA sem vislumbrar-se quandio poderá ter 3 equipas de novo. A obrigação de ganhar será mais premente e já nesta Liga se sente, nas últimas jornadas, que a pressão sobre o líder vai aumentar e as questiúnculas da arbitragem - de que o FC Porto está arredado, por ser contribuinte líquido de erros sistemáticos em seu prejuízo, directa ou indirectamente - nunca se sabem que águ(i)a levam no bico.
    Até logo.

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  9. É evidente que o FCPorto para manter o nível na Europa tem de manter os grandes jogadores. Mas a questão não penso ser essa, a questão é: será que tão grande número de despesas advém apenas do pagamento dos e aos jogadores? Qts jogadores são comprados sem necessidade? Bem sei que para se apanharem bons jogadores é necessário virem tb fracos, só depois de se abrirem os melões é que se sabe se são bons, mas existem casos incompreensíveis e este ano entraram no plantel 12 jogadores, alguns então completamente escusados numa SAD que teria como objectivo a redução de despesas. Mesmo assim este ano a politica de contratações adoptada já foi bem mais cuidadosa e o que é certo é que as previsões apontam para um aumento de despesas no ano em curso e isto é que penso estar mal.

    Pergunto tb, neste caso ao Rui Moreira, se no caso de não existirem mais valias (venda de jogadores) e as contas forem então para o negativo, o que aconteceria? A SAD do FCPorto teria de fazer o tal aumento de capital?

    De resto o Rui fala de outras coisas de que não tenho grande conhecimento. Mas existem algumas questões que não sei onde entram no meio disto tudo. O Estádio está pago ou não? Quem o está a pagar? O que influencia o pagamento do Estádio nas contas da SAD do FCPorto? O empréstimo que o FCPorto Clube vai fazer para a construção do pavilhão, tem tb repercussões na SAD? E as obras na Constituição? Penso que tudo isto deverá ser uma grande carga de despesas, mas sinceramente não sei até que ponto a SAD do FCPorto e as suas contas são influenciadas por isto.

    Faço todas estas questões como um simples sócio que pouco entende de contas. Acho que são questões que acabam por passar pela cabeça de qq sócio que se preocupa um pouco com isto e que nunca viu ninguém esclarecer.

    Um abraço.

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  10. zirtaev mas que bom poder contar com um grande portista na blogosfera azul e branca. parabens ao dr. rui moreira por dar a cara tão proximo dos adeptos como é este muito dos blogues. esperamos muitos textos seus aqui para sabermos o que lhe vai na alma sobre o seu e nosso porto. já agora deixo aqui o seu texto de hoje na bola.
    Memória de Dragão
    O meu amigo Olímpio Bento apelou aos portistas para serem hospitaleiros com Scolari. Ora, o seleccionador foi sempre bem recebido nas Antas e no Dragão, apesar de não nos faltarem razões de queixa, porque foi ele quem assumiu a estratégia de confronto, certamente “bem aconselhado” a agradar a esse importante sector da opinião pública que vive consumido pelo revanchismo anti-portista. Mais tarde, aproveitou o clima que criou, em que a exclusão de Baía e a ignóbil provocação com a convocatória do seu segundo suplente foram apenas alguns dos episódios mais óbvios, para se fingir de vítima de uma cabala, acusando os jornalistas que questionaram as suas opções de estarem ao serviço das obscuras forças do Norte. Ignoro se a estratégia foi concertada com Madaíl, mas é óbvio que o ajudou a eximir-se às culpas do desastre na Coreia, que passou a ser visto como uma consequência dos diabólicos vícios dos jogadores portistas. Baía foi proscrito e a selecção foi depurada, tendo Scolari ignorado os jogadores do fabuloso FC Porto de Mourinho até perder com a Grécia na abertura do Europeu. Foi depois desse deplorável jogo que Scolari se viu obrigado a ceder ao “povão”, escalando essa equipa base que utilizaria até à final do torneio e, depois, no Mundial. Desde então, aliás, Scolari tem sido incapaz de montar uma nova equipa e foi por isso que, mesmo sem assobios, voltou a perder a cabeça, após o triste jogo com a Finlândia.
    Ao contrário do que Olímpio Bento pensa, não há pois uma excessiva valorização do episódio Baía. Discordo, de resto, totalmente da sua análise desse caso, quando sugere que os motivos da sua exclusão não terão sido revelados por Scolari para proteger o bom nome do jogador. Bem pelo contrário, esse caso desmente as tão propaladas qualidades de liderança de Scolari. Se estava a cumprir ordens superiores e não as podia ou queria revelar para defender o jogador, bastaria ter dito que esta era uma das suas muitas e incompreensíveis opções técnicas. Como não o fez, e aproveitou a situação para exibir o seu autoritarismo, Scolari fomentou por omissão estas intoleráveis conjecturas e boatos de que o professor faz eco e que ainda pesam sobre um atleta extraordinário e de carácter.
    Pela minha parte, não esqueço e nunca aceitarei que Scolari possa vir a ser, treinador do FC Porto, uma hipótese que Olímpio Bento coloca e que já ouvi admitido por gente responsável do clube mas que nunca será consentida pelos sócios e adeptos. Nem sequer por aqueles que lhe reconhecem competência.

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  11. Saúdo Rui Moreira, um portista que muito aprecio além do Zirtaev que enriqueceu ainda mais este espaço.
    Boa análise que levanta questões importantes mas que não posso comentar na totalidade pois economia não é o meu forte.
    No entanto penso que há que apelar à imaginação para obter mais receitas, penso que o marchandising é muito fraco,basta ir à loja do Barça ou do Chelsea que o mundo é outro, há que manter a equipa bem apetrechada para termos êxito mesmo com alguns riscos e há que emagrecer largamente o elevado leque de jogadores emprestados e rescindir com alguns muito caros rapidamente.
    Critério nas contratações e aposta em jovens, de preferência portugueses. Acredito no projecto 611.
    Socolari cá??? Isso é anedota.
    Não saía de sócio mas por certo não ia aos jogos.

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  12. Caro Rui Moreira,

    Obrigado pela sua análise aos números divulgados pela SAD do Futebol Clube do Porto.

    É sem dúvida uma situação preocupante do ponto de vista económico-financeiro e que na minha opinião deve ser controlada de forma rigorosa com especial incidência na evolução dos custos de estrutura, nomeadamente Custos com Pessoal e FSE's. Confio em si para que continue a exprimir as suas opiniões com independência e seriedade.

    No entanto, nunca podemos aspirar que um clube português com o sucesso do FCP apresente um valor de receitas correntes superior aos custos correntes, se a definição de receitas correntes for a que o Rui Moreira definiu.

    Na minha opinião, a venda de um jogador não é uma receita extraordinária, deve ser encarada como uma receita corrente, pois hoje em dia a compra e venda de jogadores é mais uma área de negócio em que os clubes com a dimensão do FCP, que querem singrar na Europa, têm que se especializar e onde têm que maximizar os seus resultados.

    Agora, todos os negócios têm risco, e este risco pode ser mitigado mas nunca eliminado.

    Até hoje, apesar de muitos maus negócios, o FCP tem apresentado uma boa performance no "negócio das transferências", que é, volto a dizer uma área de operações correntes de um clube de futebol.

    O projecto 611 parece-me ser uma boa ideia, vamos esperar pelos resultados, mas penso que a procura de jovens talentos também na América do Sul, África, Leste da Europa, China, etc., é uma estratégia que o FCP deve continuar a desenvolver.

    A situação podia ser melhor, mas não é drástica. Existe dinheiro mal gasto com certeza e esse é preciso eliminar, mas depender de transferências para bons resultado, na minha opinião, não é grave, é normal para a nossa dimensão (do clube e do mercado onde actua).

    Cumprimentos a todos

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  13. Grande Zirtaev, esta é, sem dúvida, a contratação do ano. Parabéns pelo feito, k vem enriquecer um já de si excelente blog.

    Quanto ao artigo inicial do Rui Moreira, extremanente pertinente e a levantar uma série de questões bem interessantes, provocando um debate e troca de ideias k apenas acentua a pertinênca do mesmo.

    Rui Moreira, bem vindo...

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  14. Parabens ao Rui Moreira. Penso que este é um exercicio unico na blogosfera. Nunca ninguém explicou a situaçao financeira de um clube portugues com tanta clareza.

    Pelas mesmas razoes do Teixeira nao tenho tido tempo para comentar. Apesar disso, estou a preparar-me para passar o Natal em Portugal o que me deixa particularmente feliz. Posso finalmente escrever um comentario no meu pais.

    O que disse o Luis e o Lucho, resumem quase na totalidade a minha opiniao.
    A gestao de risco, confere peso Europeu e resultados anormais para uma equipa portuguesa dado o orçamento de clubes Ingleses, Italianos, Espanhois e até de alguns Alemaes.

    O Sporting tem a melhor formaçao do meio campo para frente, mas gere mal. Vende muitos jogadores ainda em fase de crescimento e nao encaixa o que poderia encaixar. Concordo com o termo gestao de mercearia.

    A passagem à segunda fase da CL é o que da visibilidade aos jogadores na Europa. Vende-se mais e melhor quando se atinge um lugar entre esses 16. Portanto o modelo de gestao pode resumir-se a um factor muito simples: passagem à segunda fase da Champions.
    Aumento de receitas e possibilidade de venda de activos que proporcionem mais valias. Estas, geridas a médio prazo (como a venda do Pepe), trazem equilibrio nas contas.

    O problema que fica para resolver é o das contrataçoes. Nao podemos continuar a comprar Mareques e Farias. Esta época, à imagem das 2 anteriores representa o que de pior podemos fazer neste capitulo. Toda a gente percebe porque.

    Sao estes tres factores que gerem as contas do clube.

    Quando olhamos para os capitais proprios e os comparamos com o capital social ficamos preocupados.

    A grande preocupaçao, que define o modelo de gestao "diario" é nao atingir nunca, um EBIT positivo. Trocado por miudos, seguindo o modelo de gestao normal nunca temos contas positivas, ou seja, nao temos conseguido equilibrar os tres factores referidos atras com o salario de jogadores e funcionarios do clube e da SAD.

    Em qualquer empresa, nao basta o EBIT ser positivo, tem que ser positivo acima de um determinado valor. Quando o EBITA é positivo acima de um valor pre-determinado os lucros sao distribuidos por acionistas, membros da administraçao e por vezes por alguns dos trabalhadores (empresas maiores teem as suas proprias praticas de redistribuiçao dos lucros).
    Quanto a esta redistribuiçao, tirem as vossas conclusoes.

    A minha conclusao final é esta: Ha muito boas vendas, dada a dimensao do nosso futebol o Porto tem excelentes receitas (se passar à segunda fase da CL), tem feito algumas excelentes compras e um excessivo numero de mas compras.

    Os custos com pessoal sao elevadissimos. Mas nao sao elevadissimos por causa de Luchos e Quaresmas. Sao elevadissimos, por causa de Postigas e membros da administraçao com comissoes de "Lorde".

    O FCPorto tem um modelo de gestao muito mais evoluido e elaborado do que qualquer outro clube em Portugal e ha um trabalho de fundo de muita gente que sabe o que esta a fazer, aliados ao conhecimento e esforço do Presidente que sao extraordinarios. Os resultados desportivos estao à vista.
    Mas ha muita gente a ganhar dinheiro mal ganho no Porto, desde atletas a dirigentes.

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  15. Uma pouca vergonha, o que para aqui vai...


    E o Sr. Rui Moreira estava melhor a elogiar o Rui Costa ou o Liedson lá no Monte da Virgem, ou a falar do aeroporto de Lisboa numa qualquer tertúlia cor de vinho.

    Viva a hipocrisia!

    Porto Sempre!

    Graças a Deus que temos Pinto da Costa...

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  16. Sendo leigo na matéria, que são contas e balanços como os da SAD, digo desde já que, pelo exposto, não percebi bem os critérios de avaliação de Rui Moreira neste post para traçar um quadro negativo que parecia menos carregado quando os números foram divulgados no site do FC Porto e noticiados nos jornais.

    Por não perceber certos conceitos, nem saber o EBIT e coisas que tais, fico só com uma questão, talvez abrangente, para Rui Moreira, confrontando com o comentário que designadamente li então no JN e que me pareceu escorreito e entendível para o vulgar leitor.

    Foi sublinhado que o custo do pessoal, que era de 60% (e convém não superar os 50%) como na maioria dos grandes clubes europeus que tanto invejamos, passou para 42%. Ora, isto contradiz com o que Rui Moreira explica, no item de despesas com pessoal. Estou errado ou a não ver bem a situação?

    Para o médio prazo, já que o próximo exercício dará lucro pela incorporação da venda de Pepe e a Champions dará mais receitas este ano, penso que não haverá necessidade de vender jogadores. Logo, parece que a política actual seguida tem tudo para dar certo e melhorar a situação geral quando se deu conta de ter-se abatido ao passivo - que é bem inferior ao de qualquer dos outros grandes rivais e parece transmitir-se o contrário na Imprensa Destrutiva.
    O meu raciocínio está certo?

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  17. O que é justo... tem de ser reconhecido!

    É verdade que todos os dias, e 'religiosamente', passo por cá para dar uma vista de olhos ao tema do dia e aos próprios comentários ao mesmo (mesmo que raramente comentando), já que justiça seja feita, este 'Portistas de Bancada' é de facto há muito, uma das referências na bluegosfera azul-e-branca... e nem há discussão sequer sobre esta situação.

    Por tudo isto, não quero deixar passar em claro o justo reconhecimento ao mérito do Zirtaev no crescimento sustentado deste espaço de discussão, agora complementado em 'grande estilo' com a presença do Rui Moreira... os meus sinceros parabéns Zirtaev, tás on-fire, carago!

    No tema aqui hoje reflectido, admito, sou um perfeito leigo nestas coisas das finanças, e não é que nada me interesse, até pelo contrário... mas eu sou um Portista do 'pão e circo', se me faço entender. Quero é ver o FC Porto ganhar, vencer e conquistar o mundo. As finanças, que fiquem lá para os 'Doutores'.

    Se tenho criticado muitas das opções da SAD nos últimos anos? sim, claro que tenho... terei razões em muito do que digo? tenho!... mas as conquistas estão cá para me desmentir.

    Vão lá perguntar aos calimeros, aos 'Doutores' Viscondes que tanto apregoam as suas contabilidades, se todos eles, sim, todos eles sem excepção, não preferiam estar no nosso lugar... de certeza absoluta que todos sonhariam com isso.

    Por isso, tudo o resto são fait-divers... eu quero é que o meu FC Porto ganhe no domingo ao Setúbal. No resto, os 'doutores' que se entretenham nas suas tertúlias.

    aKeLe aBrAçO Zirtaev,
    http://bibo-porto-carago.blogspot.com/

    ps - e que ninguém infira daqui que sou um 'adepto' do Rui Moreira, pq não sou, aliás, até porque ainda me continua encravada aqui na garganta essa participação mal, muito mal justificado à posterior, numa reportagem da RTP ao bom estilo 'Donos da Bola'... na minha modesta opinião, perante a entidade RTP, este só tinha uma coisa a fazer perante aquela vergonha, mas Rui Moreira, preferiu esconder o 'sol com a peneira' e refuguiar-se numa coisa chamada de RTP Porto ou lá o que foi... por mim, acusem-me do que quiserem, enquanto houver PdC, 'nem hablar'. Mas não misturo as coisas... respeito o seu Portismo obviamente, reconheço-lhe méritos nas suas palavras (apesar de achá-lo demasiado soft para o nosso FC Porto), mas acima de tudo, porque é um dos nossos e isso já é o suficiente para o respeitar.

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  18. Existe uma questão bastante pertinente levantada pelo Zirtaev : o estádio já está pago ? de onde é retirado o dinheiro para a remodelação que irá ser realizada na Constituição ? E o pavilhão? São questões que são importantes serem respondidas para percebermos melhor de onde vem e para onde vai o dinheiro.

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  19. Agradeço ao Rui Moreira a clareza com que explicou, em traços gerais, a situação financeira do FCP.
    Devo dizer que partilho a opinião de que esta é uma gestão arriscada. Fica, ainda, a constatação - preocupante - de que o clube, no seu PN, abandonou as metas traçadas na Estratégia 06/10, no que diz respeito a custos com pessoal.
    Não gostaria de falar, como foi dito, de Mareques e Farias e Leandros Limas. Acho, até, que parte do problema passa pela pressa que temos de ver reforços a render mal aterram em Sá Carneiro. São jogadores que deram mostras de valor, jovens, e precisam de tempo para crescer. O ano passado, Tarik parecia uma má aquisição. Fabiano foi o que se viu, e ainda esta semana marcou pela selecção brasileira. Renteria está na lista do Bayern. Mesmo Hugo Almeida, um jogador da casa, foi vendido nos saldos. Estou à vontade para falar destes casos, porque são jogadores que critiquei no passado - tenho de reconhecer que com precipitação.
    Existe, contudo, um problema de excesso de jogadores - no plantel e espalhados por todo o lado, com o FCP a pagar pelo menos parte do salário. E existe um problema, que não poderá ser corrigido a curto prazo, de insuficiência de jogadores "da casa". Provavelmente, o único titular das nossas escolas no próximo domingo será o B. Alves. E, na minha opinião, existe uma desproporção entre compras no mercado doméstico e compras no estrangeiro. Os jogadores do mercado doméstico tendem a ser mais baratos, e a ter uma adaptação mais facilitada. A equipa de Mourinho tinha poucos jogadores das escolas, mas quase só tinha portugueses (e vários dos estrangeiros foram contratados no campeonato).
    Qual é o risco? Apurar para os 1/8 da Champions, mesmo com esta política, não é fácil. Felizmente, nos anos mais recentes, só falhamos esse objectivo por uma vez (apesar de outros sustos que já temos apanhado). Mas é fácil imaginar o desastre que seria falhar o apuramento 2 ou 3 anos seguidos. É que, com este nível de alavancagem, e com esta gestão na corda bamba, as coisas só precisam de correr mal uma vez para se gerar um efeito de bola de neve imparável. E, estatisticamente, é inevitável que esse dia chegue.

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  20. Desculpem a intromissão no futebol, mas quero alertar todo o nortenho para o ataque que a ANA se prepara para fazer contra o Porto.
    Eles estão a colocar entraves à Ryanair.
    O aeroporto do Porto arrisca perder a oportunidade de conseguir atrair, nos próximos sete anos, quatro milhões de passageiros da Ryanair. Tudo porque a ANA (empresa lisboeta que faz a gestão dos aeroportos) não se tem mostrado receptiva a fazer algumas cedências que permitam a criação de uma base daquela companhia aérea de baixo custo no Aeroporto Francisco Sá Carneiro. A possibilidade de o Norte estar a "desperdiçar" uma oportunidade de desenvolvimento está a indignar políticos e empresários. O PSD/Porto vai pedir esclarecimentos ao Ministério das Obras Públicas "por suspeita de favorecimento do aeroporto de Lisboa". Não se calem; não deixem passar mais este ataque lisboeta contra o Porto.

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  21. em boa hora regressei a estas lides "blogueiras"

    excelente reforço do Portistas de Bancada !

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  22. Offshore, sê bem regressado a este espaço, espero que seja para ficar.

    Kosta, estou a par do assunto, é realmente uma injustiça, mas além de não ser o local indicado, o que poderemos fazer? E não é uma pergunta retórica, é mesmo uma pergunta sincera.

    Henrique, não consigo compreender essa animosidade contra o Rui Moreira. Basta recuar uns meses para entender que mudaste muito de opinião. Só gostava de entender essa mudança brusca.

    Um abraço.

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  23. Quero estender uma longa passadeira "azul e branca" para Rui Moreira. Uma passadeira de boas vindas a este espaço "blogoesferiano" de maneira mais formal do que a que foi utilizando até hoje. Sobre o seu post e os "números" nele colocados, terei forçosamente que o rever, esta linguagem tão "específica" merece algum -muito- respeito da minha parte, tenho que que a ler com mais "profundidade" para não cometer incorrigíveis asneiras, se quiser atrever-me a comentá-lo. Parabéns para ti também Zirtaev!

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  24. Eu no meu blog e como não sou economista, socorrime da ajuda de um amigo que percebe da matéria( é formado em economia), e que me disse que as contas deste exercício são claramente as melhores dos últimos anos, aliás é também essa a opinião de Camilo Lourenço, economista que participa num programa de televisão à quinta-feira na r.t.p.n. Vem agora o Rui Moreira dizer o contrário é caso para desconfiar de alguém, que tendo uma lista pronta para se candidatar às eleições do F.C.P não tenha tido a coragem de ir até ao fim. Mas, o que eu gostava de ver do Pr. da A.C.P.era a apresentação de alternativas, quais a política desportiva que devia ser seguida,quais os jogadores que se contrataram mal, se era possível um clube como o nosso fazer melhor, etc., etc.,...Já fiz dois posts sobre R.Moreira onde digo de uma forma clara o que penso dele.Aqui deixo e para terminar o seguinte: aprendi nos tempos em que o F.C.P. não ganhava nada, a desconfiar de portistas que são muito populares em Lisboa ainda até aos dias de hoje não vejo razão para mudar de opinião.Dragão até à morte é o meu lema e o nome do meu blog.

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  25. Muitos parabéns ao Zirtaev pela excelente aquisição que só vem enriquecer um blog já muito bom e cheio de grandes e bons portistas!!

    quanto ao Rui Moreira, já aqui me pronunciei várias vezes sobre ele, inclusivo num post recente sobre quem melhor defende o FCP, eu votei nele, como tal é um prazer te-lo como convidado neste blog, além do que, merece por isso os meus parabéns pela coragem e disponibilidade que demonstra Parabéns mesmo!!

    quanto ao post, apesar de alguns números me ainda serem complicados de entender, a verdade é que, como aqui já foi dito, o porto tem tido uma gestão de risco, que graças à venda dos passes de alguns jogadores (alguns acima do valor alguma vez esperado) tem corrido bem, e acima de tudo, tem tido resultados desportivos que é sem dúvida, ou deveria ser, o principal objectivo de qualquer clube de futebol! no entanto o porto não se pode esquecer que por cada grande jogador que vende, menos um fica para vender e o porto tem de arranjar maneira de manter as contas estabilizadas através de uma política de contenção de custos já apontada pela própria SAD como referiu o Sr. Rui Moreira, através de uma redução do investimento no plantel, aposta na formação, reforço da diminuição dos custos salariais e reestruturação organizacional!

    FORÇA PORTO!!

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  26. o dragão vila pouca ou não percebeu, ou não quer perceber. Nem viu o quadro de resultados, que mostra que o resultado deste ano foi melhor que o dos anos passados. Também não percebeu o que eu escrevi sobre os custos salariais, e sobre a gestão de risco. Quanto a essa sua história sobre uma lista, dá-me vontade de rir. Já agora, quem eram os membros dessa minha lista? queem é que gostaria de ver no seu cadafalso, como meus companheiros de infortúnio? olhe, recomendo-lhe que escreva para a D Quixote, que ao que parace está sempre interessada em publicar romances.

    A questão do Adamastor é interessante: não deveriam os resultados da venda de jogadores merecer a classificação de receitas ordinárias?

    Creio que não, porque são muito difíceis de provisionar.O que não qer dizer que não tenha razão, e isso eu sempre concedi:

    -UM CLUBE COMO O fc PORTO SÓ PODE EQUILIBRAR AS SUAS CONTAS ATRAVÉS DE MAIS VALIAS.

    O que eu penso é que, ainda assim, não se devem correr tantos riscos, ou seja, não se pode precisar de tantas mais valias para equilibrar as contas. Este ano, por exemplo, apesar das mais valias na venda de Anderson, Almeida e R Costa, apesar de termos tido um resultado extraorinario por termos cobrado uma verba que estava provisionada como cobrança duvidosa, apesar de termos conseguido excelentes receitas na UEFA, o resutado foi apenas de 2,8M.

    Respondendo ao Zirtaev, o que aconteceria numa situação de desespero?

    Naturalmente, poderemos ver-nos na contingencia de vender jogadores QUE NAO QUERIAMOS VENDER, para equilibrar as contas. Ou podemos ter de recorrer à operação harmónio, se os capitais próprios passarem a negativos. Nesse caso, que já foi admitido pela SAD, o FC Porto clube veria a sua posição na SAD muito reduzida...

    Nada disso são cenários próximos ou imediatos. As vendas de Anderson e Pepe deram-nos folego. Como já disse, este ano tudo está seguro com a venda de Pepe, já realizada. E o FC Porto tem,em caso de necessidade, a possibilidade de vender Quaresma, Lucho, Bruno Alves e Bosingwa, e 50% de Lisandro.

    (São estes, na minha opinião, os jogadores que têm um valor mais transaccionável interessante, em termos de mais valias, e por isso a sad fez MUITO BEM em comprar 50% do passe de Lucho.)

    Agora, nessa eventualidade, levanta-se o problema de que o Zé Luis nos fala: essa solução é incompativel com bons resultados desportivos, principalmente na champions onde, em breve, só o campeão nacional terá lugar garantido.
    O que todos gostaríamos é que a formação fornecesse à equipa principal 1 a 2 jogadores por ano. É essa a minha esperança com a Visão 611. Se assim for, se voltarmos a essa velha tradição, poderemos vender um numero equivalente de jogadores do plantel, uma rotação baixa e admissivel. O que me custa a entender é que se comprem tantos jogadores ( e alguns de valor duvidoso), que tamponam as oportunidades para os jogadores oriundos da formação, que em vez disso andam por aí emprestados. Dir-me-ão que os jogadores são como os melões e que se em cada dez comprarmos um Anderson, ainda é bom negócio. É verdade, mas... e se por exemplo nos 11 que compramos esta época nenhum permitir fazer mais valias? O que me preocupa, repito, é o risco excessivo. O que me aflige é que a SAD estava, há um ano atrás, ciente dessa situação.

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  27. Apesar de comentar apenas de longe a longe neste espaço, todos são os dias em que teclo este endereço para ler, ver e apreender com esta ilustre casta de portistas profundos na substância do seu portismo e moderados na sua forma de discutir o bem e o mal deste nosso clube.
    Carissimo Zirtaev endereço-te os meus sinceros parabéns, pois conseguiste construir o mais prestigiado blog portista, e ainda por cima seduzir a vir cá comentar(espero que muitas vezes) um "gentleman à moda do Porto"-o Dr Rui Moreira, ao qual aqui remeto os meus respeitos e a minha concordância em relação a esta matéria.
    Rui Moreira seja bem vindo, e venha muitas vezes, que é a casa da democracia portista e onde todos os portistas podem dar a sua opinião! Só espero Zirtaev que consigas cá trazer o Miguel Guedes, o Miguel Sousa Tavares, O Belmiro de Azevedo, o Jorge MAia, O Rui Cerqueira(da SAD), e outros que conjuntamente com o nossos estimados Zé Luis, a CAtarina, o MEnphis Child, o meirelesportuense, nuno nasoni, miguel teixeira, ricardo oliveira etc e obviamente o nosso ZIRTAEV colocariam este espaço para sempre nos anais da história!
    Na minha modesta opinião, e apesar de ser da àrea, reconheço que pode aqui haver diferentes visões sobre a forma de gerir as SAds, mas com honestidade julgo que é possivel conseguir um meio termo, e não abdicar das grandes competições(aliás os grandes trofeus foram ganhos com equipas não muito caras!)e ao mesmo tempo não esbanjar dinheiro em maus negócios que muitas vezes se explicam muito mais como pagamento de comissões encobertos do que compras falhadas. Muito da solução do problema passa claramente por formação e APROVEITAMENTO de jogadores feitos na casa(como a visão 611) , já sabemos, pelo menos na segunda linha tem de haver lugar para os jovens como Bruno Gama ou Hélder Barbosa ou outros, e o facto é que mesmo depois de rodar, poucos são os que o clube aproveita por regra. Podiam se também abrir escolinhas de futebol espalhados pelo país(pelo menos em Lisboa, ou Algarve, para captar talentos, ou até no Brasil como fez o Benfica, ou em Angola. Quanto custa fazer isto por ano? Menos certamente que a contratação do Lucas Mareque, ou o Lino, ou outros! Acredito também que a solução possa passar pelo crescimento de simpatizantes do nosso clube ,e abertura do clube ao país e ao mundo, o que poderá multiplicar as fontes dereceitas em várias àreas, tal como faz o SLB.
    Reconheço que a SAd tem feito alguma coisa nestas matérias, e serei um eterno fiel defensor de Pinto Da Costa, mas ainda muito pouco comparado com o que deveria ser feito. Aliás para sermos justos a gestão do SCp por exemplo, que tem para o futebol um orçamento inferior a metade do nosso, consegue em campo não ficar pelo menos no campeonato tão longe assim de nós. Julgo com honestidade que poderiamos fazer com menos dinheiro/custos o mesmo que fazemos, sendo mais eficientes e dando ao nosso clube a sustentabilidade económica necessária.
    Que fique claro para os naturais ataques que esta minha opinião levará, que ao levantar as coisas boas que os nossos concorrentes fazem não quero dizer que acho que eles sejam melhores do que nós, mem nada parecido, obviamente, nós somos os melhores de Portugal e um dos melhores do Mundo(para mim o melhor!), mas existem factos que importam notar e que a nossa SAD deve estar atenta.

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  28. Dr.Rui Moreira, sobre as contas não vou "discutir" com o sr.por manifesta incapacidade da minha parte.Dizem-me que as contas são as melhores dos últimos anos, acredito na análise competente de quem me informou.Sobre a lista que eu digo que o sr. tinha e que o sr.diz que é fruto da minha imaginação de romancista...Deixe-me dizer-lhe o seguinte:se eu achasse que tinha capacidades,competência,vontade e disponibilidade,ia a jogo mesmo que à partida as chances de vitória fossem pequenas.Ah, a lista!...não é o seu frouxo desmentido, que me fará pensar que a informação que me deram era falsa. Desculpar-me-á, mas, a idoneidade da fonte, para mim não está em discussão.Quanto ao cadafalso que não tenho, nunca seria para portistas, mesmo os que têm, como é o caso, opiniões diferentes.Sobre o infortúnio, não percebi,para mim seria apenas coragem.Se um dia se der ao trabalho de passar pelo meu blog, verá que sendo eu tão portista,como os melhores,aprendi de muito novo, que aqueles que críticam,de boa-fé, com educação, de forma construtiva e apresentando alternativas são aqueles que devemos querer do nosso lado.

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  29. Ena, ena... o Zirtaev está em grande! Isso é que são conhecimentos, hein?? :-)

    http://rascordonline.planetaclix.pt

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  32. Ó Passionfruit, e as acções do Benfica e do Sporting também não andam pelas ruas da amargura, apesar de terem uma comunicação social amiga (o que conta muito para um bom desempenho bolsista) e de não terem nenhum apito dourado a pressioná-las no sentido descendente?

    Ninguém aqui é mais que os outros, penso eu, e toda a gente pode criticar toda a gente, e parece-me que até agora o único que insultou alguém foi você (a não ser que considere que mandar para o caralho, quem nem conhece, é uma atitude amistosa). O centro do mundo não é o seu umbigo, os outros não são obrigados a gostar de quem você gosta e na mesma medida. E digo isto apesar de ter bastante consideração pelo Dr. Rui Moreira.

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  33. Para que fique claro, fui eu quem eliminou os comentários do Henrique e também do Passionfruit. No primeiro caso, por não terem nenhum conteúdo que não fosse o insulto. No segundo caso, por conter insultos ao Henrique e a outros que me criticaram.

    Não se deve confundir liberdade com a ofensa. Não sou administrador do blogue, mas sou responsavel pelos meus posts e estou autorizadoa seleccionar os comentários.

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  35. Quero só acrescentar ao comentário que fiz antes, que não tive oportunidade de ler o(s) comentário(s) do Henrique, e por isso só me referi ao comentário do Passionfruit no tocante a insultos, já que foi o único que li dos que supostamente eram insultuosos.

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  36. Desde Novembro sem «intervenções», porque será ?

    Talvez por alguma lamentável falta de educação...

    O que é triste.

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  37. Bom. Pensando melhor.

    E se ainda vier a tempo e... fôr oportuno.

    A reflexão que gostaria que o Dr. Rui Moreira fizesse seria sobre o FC Porto na sua componente... estrutural.


    Melhor dizendo:

    Patrimonialmente falando.


    E simplificando:

    Que tem a dizer, a este nível, sobre o que conhecia do FC Porto de há 25 anos e o de dos dias de hoje.

    Por «coincidência», desde o início do... «reinado Pinto da Costa».

    Se tal acontecer, comentarei de seguida.

    Mas, atenção, separe o... futebol e as suas últimas conquistas.

    E, já agora, um ligeiro comentário que seja sobre o ecletismo desde esse tempo e o tempo de hoje.

    Um abraço.

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