A união deu a vitória ao Tricampeão

Sporting 1-2 FCPorto
Lisandro 19', Moutinho 29'(gp) e B. Alves 31'Equipa: Nuno, Sapunaru, Rolando, B. Alves, Fucile, Fernando, R. Meireles, T. Costa (M. Gonzalez 58'), Lucho (Guarin 83'), Lisandro e C. Rodriguez (Hulk 73')

União, espírito de grupo, solidariedade e uma imensa capacidade de sofrimento, juntando à sempre necessária eficácia, foram os condimentos essenciais para que o FCPorto conseguisse arrancar uma vitória saborosa e muito importante frente ao adversário que mais lhe tem dado problemas num passado recente. Aqueles abraços e festejos portistas não eram mais do que demonstrativos de uma equipa que, quando se une em prol de uma coisa e quando não perde a sua identidade, é muito difícil de bater e são estas vitórias que, mais do que três pontos, dão momentos de alegria e de orgulho.

O Sporting provou que, mais uma vez, é um dos melhores contribuintes do campeonato português onde o FCPorto pode sempre ir quando necessitar que lhe paguem facturas depois de péssimos jogos, ficando, também, provado que são nessas alturas, nas alturas das derrotas, que a equipa portista se une e se agiganta, ainda mais, mesmo contra outros factores externos, como por exemplo, arbitragens vergonhosas. Lucho prometeu que o Sporting iria pagar a factura da noite vergonhosa da Champions League, Postiga prometeu que iria devolver com IVA, mas provou-se que o jogador sportinguista tem tanto jeito para contas, como para o futebol.

Jesualdo Ferreira, desta vez, optou por manter a táctica habitual da equipa portista, alinhando num 4x3x3, com Rodriguez a ser o único extremo puro, Lisandro Lopez no meio e com Tomás Costa, mais uma vez fazendo um belíssimo jogo, a fechar na direita. A única alteração foi mesmo a entrada de Fucile para a esquerda e a, já anunciada, entrada de Nuno para a baliza por causa de um problema físico de Helton. Entrada essa que acabou por ganhar quase um efeito psicológico na equipa, Nuno esteve intransponível, com muita segurança e mostrou um espírito de liderança fabuloso, provando que a mistica ainda continua viva no balneário portista.

O jogo acabou por ser muito táctico, as equipas entraram e, quase de seguida, encaixaram-se uma na outra, mostrando um FCPorto muito mais tranquilo e mais concentrado, Tomás Costa logo aos 3 minutos mostrou para o que vínhamos, Jesualdo Ferreira tinha prometido uma equipa que ia a jogo, e, no campo, a equipa mostrou que as palavras do seu treinador não era bluff.

O jogo mostrava-se dividido e um pouco confuso, com as equipas a jogarem mais no meio campo, mas com o FCPorto a mostrar um maior controle no dominio da partida.

Aos 18 minutos, Tomás Costa, numa jogada onde foi o único a acreditar que a bola ainda seria dele, conseguiu roubar a bola a Grimmi, cruza para Raúl Meireles que remata, tendo a bola embatido em Miguel Veloso e sobrado para Lisandro Lopez que, com a toda a calma, empurrou-a para dentro da baliza de Rui Patrício, inaugurando o marcador. A cobrança estava iniciada.

O Sporting sentiu muito o golo, a equipa portista não lhe dava espaços e controlava a partida, jogando de forma unida e muito concentrada, mas se a equipa sportinguista não encontrava espaços então Lucílio Baptista, num filme já visto naquela casa, tratou de os inventar ele, tendo a ajuda de João Moutinho que atirou-se para o relvado, assinalando um penalti escandaloso.

Naquele estádio onde já se viram bolas dentro da baliza e os árbitros não assinalarem golos, onde todos os jogos tem sempre uma massa associativa, incitada pelo seu banco, que pressiona a equipa de arbitragem ao mínimo toque nos seus atletas, que, coitadinhos, nem se podem tocar neles, onde se queixam, sistematicamente, e sempre a fazerem-se de vitimas, de serem os maiores prejudicados do caso " Apito Dourado", sendo com isso sempre beneficiados, em caso de dúvida, nas suas partidas, que quando são beneficiados desculpam-se num passado devedor de favores, o árbitro lisboeta tratou de assinalar um penalti escandaloso onde mais não se viu do que João Moutinho a atirar-se claramente para o relvado.

Isto além do critério que usou para tomar conta do jogo, ou seja, ameaçar os jogadores portistas quando estes faziam faltas normais e não usar do mesmo tom agressivo para com os jogadores sportinguistas quando estes tinham entradas duras, como por exemplo Derlei sobre Sapunaru. É caso para dizer que o romeno nos jogos contra as equipas lisboetas tem tido azar, depois de Luisão e Nuno Gomes, calhou a vez a Derlei, mas o mais interessante foi ver que o romeno ainda foi advertido com o cartão amarelo nessa jogada...

Mas, a equipa portista mostrou que, mesmo prejudicada, consegue se agigantar e um dos grandes baluartes da mística portista, Bruno Alves, num livre superiormente marcado ,onde Rui Patrício apenas viu a bola passar, conseguiu repor a verdade na partida. A cobrança ainda não tinha parado.

A partir daí, o FCPorto, e até ao final da primeira parte, não mais conseguiu perder o dominio do jogo, mostrando uma equipa muito solidária, e com uma grande força, principalmente, psicologicamente, tendo até uma oportunidade, através de Raúl Meireles de chegar ao intervalo a vencer por maior diferença.

Na 2ª parte, a equipa portista baixou o bloco, retraindo-se um pouco defensivamente, consentindo um dominio à equipa sportinguista, mas defensivamente esteve sempre capaz de responder bem às investidas atacantes sportinguistas, sejam elas por ar, a preferência do adversário, como pelo chão.

Mas, mesmo assim, o FCPorto não perderia oportunidade de deixar a sua marca, Bruno Alves, mais uma vez de livre directo, envia uma bola à barra e, nuns minutos depois, Lisandro, de cabeça, remata para defesa do guardião sportinguista.

Tomás Costa saia para dar vaga a Mariano Gonzalez, que passados poucos minutos daria a oportunidade a Rodriguez de marcar, tendo este rematado, e bem, mas um pouco ao lado da baliza adversária.

O Sporting queria vir para a frente, expondo-se muito correndo imensos riscos, defensivos Jesualdo Ferreira percebeu isso e lançou Hulk para a frente de ataque, o brasileiro, apesar de ter entrado muito bem e de recuperar imensas bolas, foi um grande responsável pela equipa portista não ter alargado a vantagem, perdendo imensas oportunidades tanto para ele como para dar aos seus colegas para marcar. Mas a equipa portista não tremeu e conseguiu manter a baliza de Nuno inviolável conquistando uma vitória mais do que justa.

O FCPorto chega à 5ª jornada na liderança, mesmo que provisória, conseguindo empatar e derrotar nas partidas com os seus adversários directos, nas suas próprias casas, ainda não perdendo qualquer jogo, sendo que em casa só tem vitórias. E tudo isto sendo, não convém esquecer, uma equipa ainda em construção com jogadores a se adaptarem à casa e ao campeonato. É caso para dizer, a continuar assim, este sim, é um FCPorto com o qual podemos contar um futuro risonho conforme prometeu o seu treinador na conferência de imprensa a anteceder esta partida.A cobrança está feita e a ovelha negra morta, continuemos rumo ao Tetra.