13 outubro 2008

Lobo mau e outros capuchinhos no país das tácticas

“Quando os críticos do nosso jogo fazem desfilar as suas teorias acerca dos atributos que tornam certas equipas melhores do que outras, divirto-me sempre com a sua avidez de se concentrarem quase em exclusivo nas comparações técnicas e tácticas. É frequente vê-los discutir o futebol em termos abstractos, esquecendo-se de que na realidade é jogado por criaturas de carne e osso com sentimentos. A táctica é importante, mas não é ela que ganha jogos. Os jogos de futebol são ganhos por homens”.
Alex Ferguson, treinador do Manchester United

Já há algum tempo, fumegando eu contra os inveterados (amiúde invertebrados, como ainda se ouviu Luís Freitas Lobo a lançar hossanas ao Benfica mesmo quando era massacrado pelo Leixões quase todo o jogo, elogiando Yebdá e Cª quando os adversários pareciam adamastores a engoli-los no Mar) maluquinhos das tácticas, prometera trazer aqui uma citação do famoso “manager” do campeão inglês, um dos mais titulados técnicos da história do futebol que a mim, particularmente, não me convence como estratega e bom leitor do jogo sem lhe beliscar – quem sou eu para fazer isso? – o seu prestígio e inegável mérito.

Não que esta mensagem, em que as palavras-chave são AVIDEZ e ABSTRACTO salvo melhor opinião, fosse uma campainha a soar-me aos ouvidos desde que li este ano o livro “O Gestor de 90 Minutos”. Há muito que me convenci desta tese, mas nada melhor do que um insuspeito “sir” Alex para sintetizar o que acho da verborreia que actualmente campeia nas tv’s e páginas especializadas por experts que porventura nunca deram um chuto numa bola e dificilmente saberão porque ela pincha…

O inefável Lobo das tácticas ganhou espaço como coca-bichinhos que segue a via resultadista e populista para agradar à maioria dos leitores/espectadores. Tem aceitação em muitos sectores, até nesta bancada, mas em geral deixa os mirones como “burros a olhar para um palácio” da mesma forma que ele fantasia a realidade com preciosismos e malabarismos de linguagem que tornam as “transições”, o “encurtamento das linhas” e outras banalidades mais do que figuras de retórica. Outra luminária dos tempos modernos é António Tadeia que debita frivolidades como quem come tremoços e, no mesmo registo de LFL, fala de cátedra a condizer com o ar refastelado com que se mostra sem denotar a mínima sensibilidade para o “factor humano” de que fala Ferguson. De um e outro, de resto, já ouvi os mais bárbaros comentários a muitos treinadores, sem prejuízo de, posteriormente, alguns destes terem de levar com eles nos programas de lenga-lenga futebolística com que ainda se entretém o Zé povo com o velho fado, futebol e Fátima.

Ora, retenho estes exemplos por duas razões: Freitas Lobo já foi alvo de jocosos comentários na blogosfera, que nem dou ao trabalho de respigar, propositadamente e intensamente desprovidos de realismo como a sua prosápia. Tadeia foi, por sinal o autor da “revisão técnica” do livro que menciono (traduzido do inglês por Rita Simões, dos autores David Bolchover e Chris Brady). E se não aprendeu algo só nesta citação de Ferguson, também deixou passar em claro erros flagrantes do trabalho que lhe foi confiado e para aqui não são chamados.

Jesualdo preso por ter e não ter cão

Este intróito vem a propósito de, no alto da sua cátedra, estes projectos de “opinion-makers” terem as mais diversas opiniões e o seu contrário. Pode ser impressão minha, mas não é por êxtase que alguns técnicos se “encolhem” ao assistir ao vivo a certas deambulações teóricas: patético foi ver há uns meses o tal LFL a explicar ao Carlos Brito como o Leixões devia jogar…

Tal qual os adeptos em geral. No caso do FC Porto, é quase do foro psiquiátrico a demência com que “olham” para as opções de Jesualdo Ferreira. Preso por ter e não ter cão, o técnico portista já teve tratamento de “ódio de estimação” nos muitos comentários ao sistema táctico. Dispenso-me de apresentar uma miríade de argumentos esgrimidos nesta bancada porque é consabido como uns tantos se fizeram de tontos a fazerem vingar a sua tese de que Jesualdo à beira deles é um artolas de segunda classe.

Nada como os jogos com o Sporting, povoando de medos o imaginário portista mas só um leãozinho de papel, entre o resto dos jogos mais importantes com equipas de nomeada cá e lá fora, para marcar essa fronteira doentia que desqualifica quem, com inusitada facilidade e sem o peso da responsabilidade de gerir uma equipa além do “Championship Manager”, ousa comentar o (des)acerto do professor.

Jesualdo já pagou por ter sido “conservador”, o que em parte reconheço ser verdade quando, moderadamente e sem ares de “doutor” da bola, destapo a minha veia de treinador de bancada. Não viria mal ao mundo se houvesse contenção e razoabilidade nos argumentos, o que deixou de ser o caso nos últimos tempos. Mas já fiz notar que Jesualdo, deixando o conservadorismo para o jogo monocórdico de Paulo Bento com laivos de italianismo sem estilo, mudou mais o sistema nestes 7 jogos do que nos 70 anteriores.

À falta de mais nomes para lhe chamarem, o técnico do FC Porto já perdeu com o Sporting em casa e fora, quer a jogar em 4x3x3, 4x4x2 e com ligeiras variantes num ou noutro sistema. Mesmo quando deu “banho de bola” como na época passada e perdeu (2-0 em Janeiro), as críticas choveram: dessa vez porque “preocupou-se em anular o losango” e “actua em função do adversário”. Menos de um ano antes, com 0-1 no Dragão em 4x3x3 num jogo em que perdeu Lisandro na véspera por lesão, a crítica foi porque “não anulou o meio-campo do Sporting” numericamente superior.

Desde essa altura que alertei para o perigo de jogar-se com menos um no meio-campo, especialmente se o rival se fecha bem, e o Sporting defende muito e bem, especulando com o resultado. A ironia nesse jogo, como ainda no domingo passado, foi Paulo Bento meter Pereirinha: no Dragão com 0-0 ia defender o resultado e lá ganhou num livre directo. Agora, em Alvalade, seria Pereirinha a impulsionar a equipa para a frente com 1-2 no marcador? Esgotam-se facilmente os recursos do plantel e a imaginação do técnico leonino, bem como o palavroso efe-érre-á dos méritos dele com a simples verdade de, independentemente das tácticas ou da bondade com que são empregues, o FC Porto ser melhor do que o Sporting, de há muitos anos a esta parte - o que não é fácil, em forma politicamente correcta, de explicar à barbárie que anseia por justificações a que a incapaz e subjugada Imprensa Destrutiva não responde além da contabilidade de sucessos (efémeros) e insucessos nos despiques directos.

Nas duas últimas visitas a Alvalade, com superioridade colectiva do FC Porto apesar dos resultados díspares, o FC Porto jogou exactamente da mesma forma, como se vê nos esquemas apresentados: uma linha defensiva habitual, o trinco posicional, os médios criativos (Meireles e Lucho) com funções distintas e um homem-charneira, com missão dupla. Neste caso, em Janeiro jogou Cech, que cruzava bem e podia alargar o jogo na esquerda mas com 0-2 ao intervalo cedeu lugar a mais um avançado (Farias). Agora jogou Tomás Costa, sobre a direita, a fechar o corredor e a esticar o jogo pelo flanco, depois rendido com a mesma missão por Mariano (até por M. Veloso ter ocupado o lado esquerdo e permitir-se algumas subidas sempre que possível e Mariano ainda desceu o flanco duas vezes). Na frente, Quaresma foi substituído por Rodriguez, este agora na esquerda que lhe é familiar. Lisandro sempre apareceu em ponta e Lucho nas suas costas.

Bom, apesar do grande futebol, em Janeiro o FC Porto perdeu 2-0. Mas o ferrete da crítica à “táctica em função do adversário”, que às vezes tem de ser feita sem menosprezo para alguém e muito menos sem cair o nome da família na lama, não ficou por assinalar. Na frente dos críticos escrutinadores, os Lobos e Tadeias de sempre, em nome da coerência do resultado mas ao arrepio da “substância” do jogo, das suas emoções, dos erros humanos como foram as idas ao meio de Bosingwa (1-0) e Fucile (2-0), voluntariosos a procurarem fechar e compensar colegas mas a permitirem, no vazio das suas posições originais, os cruzamentos para cada um dos golos leoninos.

Parece que, desta última vez, a mesma “táctica” - sob a qual amiúde se esconde a estratégia pensada por cada treinador e que vem do jogo precedente (e as escolhas inerentes, como no Arsenal) e resulta muito do “contexto (até classificativo, ou competitivo pelo desgaste e gestão de esforços, vide Arsenal de novo) do jogo - resultou em cheio: o Sporting foi anulado, o FC Porto esteve sempre senhor do jogo, da sua postura em campo, do equilíbrio do seu sistema, da superioridade técnica e até anímica, com mais conforto com bola e até sem ela, dos seus jogadores, jogando o seu futebol e emperrando a mecanização do adversário. That’s what football is all about, diria Ferguson.

Papagaios de mau agoiro na Imprensa Destrutiva

Mas o que é isso quando até uma Supertaça ganha aos trambolhões e com a ajuda de Paixão como sempre, permite à Imprensa Destrutiva devolver a Jesualdo a “boutade” de ganhar ser um hábito (saudável) do FC Porto tal como deve ser lavar os dentes? Vá lá que desta vez o IVA ficou por conta da casa e o carteiro (Postiga) tratará da encomenda levada a Alvalade…

Não há táctica que resista a erros individuais, nem qualquer treinador tem o “chip” infalível para engendrar táctica inviável de ser contrariada.

Muito menos há sossego quando os supostos “experts” mudam de opinião de forma tão irresponsável quanto a leviandade das suas dissertações. Quando Paulo Bento, às vezes milagrosamente, ganhava era um génio; agora refuta-se que Jesualdo tenha dado o seu “banho táctico”. Parece que já corre o choradinho da diferença de orçamentos que o FC Porto não argumentou face ao Arsenal. Teve piada, há dias, o AP Vasconcelos lembrar que “dificilmente outra equipa portuguesa resistiria ao Arsenal”, sem nós vislumbrarmos que “outra equipa” mais competitiva existe além do FC Porto na compita europeia…

Pode não haver uma campanha concertada contra o FC Porto, mas lá que parece… Como perceber que, após o 4-0 do Arsenal, na véspera do clássico se enfatize tanto, como Joaquim Rita fez na antevisão, que “o FC Porto está mais fraco e chega fragilizado”, Rui Santos repete ad nauseum, Freitas Lobo acentua mais ainda na manhã do jogo?

Risível é achar que um Sporting ou um Benfica resistiriam ao Arsenal, quando se vêem à rasca para ganhar aos sobressaltos a potentados como Basileia e Nápoles que há dois anos jogava na Série B e há 14 não disputava uma taça europeia.

Depois, a competição interna está claramente definida e mesmo retendo-nos só por esta época em que o FC Porto refaz meia equipa, ainda nenhuma se superiorizou aos dragões. Ao invés, o Braga subjugou o Sporting, o Paços não se inferiorizou ao Benfica que acabou de ser cilindrado em jogo jogado pelo Leixões.

A pólvora no Domingo Desportivo

À falta da noção de realidade, chegar ao disparate é uma sequência lógica que passa impune e se multiplica pelo infindável mas intragável número de programas do futebol falado onde o blá, blá ganhou espaço à transmissão de imagens: veja-se o Domingo Desportivo do novo formato que relega para tarde o essencial do dia que são os resultados, classificações e imagens dos jogos.

Um parêntesis para elogiar quem sabe da poda, não sendo treinador: a lucidez e simplicidade com que João Vieira Pinto aborda os jogos, sem subterfúgios que evita nem verborreia por ter vocabulário ínfimo face aos cronistas encartados.

Tudo, porém, para protagonismo do vaidoso Carlos Daniel, de rara informação e muito espectáculo (espalhafato talvez), cuja manha fez descambar o Trio d’Ataque para próximo do execrável Dia Seguinte. O bajulador e servil pivot até se denuncia na escolha de colaboradores da mais suspeita condição como o incompetente ex-árbitro Paulo Paraty e o bafiento ex-jornalista Cruz dos Santos da Bolinha vermelha própria do Canal Benfica.

E se um elefante incomoda muita gente, que dizer de dois elefantes a prodigalizarem na descoberta das posições dos portistas em campo? No último “DD”, o pivot marcava com lápis vermelho (?) onde estava a linha de médios, numa autêntica descoberta da pólvora 20 séculos depois dos chineses e 20 anos depois de em Inglaterra se acompanhar os jogos, em directo, com esses grafismos vários. Uma imagem de petulância ridícula de um programa sucedâneo do tipo Novas Oportunidades lançado por um engenheiro que tirou o curso a um domingo e distribui Magalhães para a pequenada se sentir na vanguarda do conhecimento.

29 comentários:

  1. sinceramente Ze..acho que tens um pouco a mania da perseguição!

    tudo bem que a imprensa tá quase sempre contra o FCP..mas tu exageras um pouco nos "filmes". para ti nem a Revista Dragao dve-se safar..ou então o site do FCP é que é..com aquelas cronicas ridiculas que tentam fazer passar uma tremenda humilhação como um pequeno azar que podia ter dado um resultado ao contrário.

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  2. É certo que cada um de nós "vê" os comentários/comentadores à sua maneira e honra lhe seja, a sua opinião é tão válida como a de um outro qualquer "cronista". Penso que o LFL é o menos mau de todos os que citou, embora aplique termos pouco comuns para o grosso da "matula" e seja, conforme se insere na sua crónica um mero teórico.
    Quanto ao Carlos Daniel, ele não pode deixar de defender o clube de que desde menino sempre defendeu. Não vale a pena tentar dar a ideia de se libertar da cor do lápis que referiu, porque ela é a sua matriz e, por tal, disfarça sempre mal...
    Não vejo, sinceramente, o que tem a ver aqui as Novas Oportunidades com isto, e parece-me que a expressão popular "usa e serás mestre", aplicar-se-á, daqui a uns anos, estou crente (no que sou acompanhado por muitas e pensantes cabeças)num maior conhecimento das nossas crianças...caso contrário a ideia de "os velhos do Restelo", aplicar-se-á a quem não quer ver os progressos, porque "o mundo pula e avança...".
    Cumprimentos.

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  3. fredy, a questão não é a "mania da perseguição", mas mostrar ou dizer algo que, naquele momento, não estou a ver num jogo. Depois, há muitas "formas de matar ratos": as questões do pivot podem ou não ser relevantes num programa, mas nota-se quando elas dantes não existiam e passaram a existir e isso para marcar uma posição, diria, editorial. Aliás, já reparei na "linha de continuidade" do anterior para o novo pivot do Trio d'Ataque... Mas isso seria conversa para outro âmbito de seguidismo na carreira.

    De qualquer modo, ao contrário do que podem extrair-se dos comentários, o tema são as tácticas, o seu uso, a interpretação e a sobrevalorização, ou sobreavaliação, quando não mistificação...

    Isto, en passant, para ir de encontro ao fimdorio com o argumento estafado, muito do regime, de "os velhos do Restelo" serem contra a tecnologia da informação. Sobre o Magalhães a desmistificação - desde o ser 100% português à exploração didática da net sob vigilância dos pais que sabem menos que os rebentos, também está feita. O fimdorio é que não deu conta disso. Prefere ver filmes de suporte panfletário/doutrinário. Estamos num momento de vivência em sociedade pronta a formatar, somos um bom rebanho que qualquer um pastoreia. Estamos prontos para o socialismo de pacotilha.

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  4. Zé Luís: não o conheço a não ser sobre o que escreve sobre o FCP aqui neste espaço e não me vou preocupar com o que a panfletária e gasta teoria do "que não é por mim...", porque eu apenas quis (eu melhor, quero)dizer que se não tivermos em conta a evolução dos tempos, ainda estaremos a falar das "grandes vitórias", como parece ser o seu caso quando não consegue atingir que também o futebol mudou.
    Quando se parte do princípio que "quem me contesta": é rotulado maldosamente, como o fez, está o assunto arrumado e por muito que escreva, lê-lo-ei, porque "PORTISTAS DE BANCADA" e internet são LIVRES, (afinal a nossa CIDADE sempre foi de Homens Livres...) mas nem que faça posts em que diga as mais incontáveis alarvidades, ou teça as mais desbragadas loas, não mais o incomodarei, porque, nota-se, há imenso nervosismo em muitos "sapos que deve ter engolido".

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  5. fimdorio, faça então o favor de me explicar onde assumi no escrito a atitude do "quem não é por mim"...

    Afinal, o seu primeiro comentário, e resquício, não foi sobre o tema do post que é a questão das tácticas do Jesualdo e do ser preso por ter e não ter cão. Esteja livre para discordar e contrapor argumentos, conquanto eu prefira comentar o post e não uma matéria lateral que o possa ter incomodado.

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  7. Meu caro Zé Luis,
    Costumava gostar dos seus posts e várias vezes aqui escrevi comentários ainda que seja, por norma, um leitor silencioso. Mas as ultimas coisas que você escreve têm sido no mínimo excessivas. Dizem-me que você é um jornalista. Parece-me que há um pouco de 'renegado' nestes sus comentários, além de uma insuportável superioridade que chateia, sabe? Ainda por cima falar do Hugo Gilberto, um rapaz que coheço e que é mais portista do que sei lá.
    Não lhe fica bem, Zé Luis, dizer mal de tanta gente. Desculpe o remoque de alguém como eu que lhe reconhece muitos conhecimentos e qualidade

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  8. fernando carvalho, eu tanto falo dos que conheço como dos que desconheço. Olhe, do Hugo Gilberto, a propósito, lembro-me só de um episódio que diz bem da sua categoria na função e por aí o registei. Não cuido de saber se é portista ou não, como não sei em rigor se, como dizem, o Daniel é benfiquista desde pequenino. Nem é isso que me interessa.

    Então vou-lhe lembrar como fixei o Hugo Gilberto que, repito, não conheço minimamente.

    Um Porto-Marítimo na época de Adriaanse. O Porto já era líder a meio da 2ª volta, apesar das duas derrotas com o Benfica. Ganhava 1-0 ao Marítimo e, a meio da 2ª parte, Adriaanse percebeu (e ele demorava a perceber algumas coisas, infelizmente, mas como sabe eu gostei dele e elogiei muito a sua missão no Dragão, se quer perceber a diferença entre criticar e deitar abaixo só porque sim o que está longe de ser o meu feitio) que precisava reforçar o meio-campo.

    Tirou Adriano do ataque, o FC Porto ganhou logo o meio-campo e os sobressaltos acabaram, ficou 1-0.

    Mas quantos assobios não se ouviram no estádio! Uiiiiii!

    Tantos assobios que, no resumo da rtp por acaso do Hugo Gilberto, fiquei chocado com o lavar de mãos do moço. O que fez ele? Explicou que os assobios foram de todo injustos? Fez entender que aquele foi o modo, táctico, cirúrgico, de colmatar a inferioridade no meio-campo (deve saber que o Porto jogava prà frentex, em 3-4-3 ou 3x3x4)? Que só assim o Porto voltou a ter o jogo na mão, acabando sem problemas e com a vitória desejada e até justificada?

    Não!

    Eu, que estive no estádio e lamentei a estupidez dos assobios de gente que não percebeu a substituição na altiura e se calhar não percebeu que aquela substituiçao pode ter sido determinante para ganhar por 1-0, fiquei estupefacto com a forma "não tenho nada a ver com isso" do jornalista.

    Na altura dos assobios a Adriaanse - e eu estou sempre à vontade para falar destas coisas, porque também assobiei quando o holandês me parecia "maluco", mas desde aí deixei de assobiar - o resumo da rtp, com a voz-off do tal Hugo Gilberto, só passou, propositadamente, os ... ASSOBIOS. O moço ligou o som para se ouvir a reprovação das bancadas. Foi a narração que entendeu fazer de um momento importante do jogo, com reflexos no campo, deixando a "vontade" das bancadas expressar no resumo o momento do jogo.

    Não sei se me percebe, nesta questão em particular, e se acha que, por registar estes acontecimentos de memória, são um caso de "insuportável superioridade" ou que me levem a dizer "mal de tanta gente".

    Quanto à superioridade, venham de lá argumentos contrários para podermos debater, embora na questão das tácticas de Jesualdo pouca gente tenha moral para falar, tanto disseram bem e mal sobre o homem.

    O dizer mal de tanta gente creio ser uma crítica que genericamente os adeptos desta bancada fazem à generalidade da Comunicação Social. Como deve reparar, elogiei a capacidade de análise de JVP, que muito me tem agradado.

    Já quanto ao post, a questão continua a ser a injustiça em que colocaram Jesualdo. Como deve saber, há muito tenho combatido esse mal, nalguns casos doentio, contra o treinador do FC Porto.

    Mas se pretender que fale de temas laterais e até quiser puxar de outros nomes, esteja à vontade que responderei para o elucidar melhor. Nem se acanhe com remoques que a mim pouco incomodam.

    À disposição

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  9. Uma crise para todos
    JORGE MAIA

    O dramático fim do Mundo da Prosperidade, anunciado pelo ministro Manuel Pinho há duas semanas, parece uma ambiguidade para a maior parte dos portugueses que passaram os últimos anos a encolher a barriga, enquanto apertavam o cinto. A coisa faz mais sentido quando sabemos que alguns dos nossos queridos multimilionários passaram as últimas semanas a perder milhões na bolsa. No fundo, o que se passa é que a crise, que quase todos sentimos na pele há mais de duas décadas com salários semicongelados e a evaporação rápida de regalias sociais, atingiu finalmente "os outros". E tendo atingido "os outros" é ver o Governo a oferecer linhas de crédito de 20 mil milhões de euros, preocupado com os bancos como nunca esteve com "o povo". E o que tem isto a ver com futebol português? Bem, também aqui os bons velhos tempos das transferências multimilionárias e das compras por atacado chegaram ao fim. Nesse sentido, o facto do FC Porto ter um plantel jovem e com potencial de crescimento pode ser uma vantagem. Afinal, tão cedo mesmo os grandes clubes portugueses não devem ter dinheiro para gastar. A menos que o Governo se chegue à frente…

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  10. Meireles:

    Espectacular "colherada" do Jorge Maia.
    Mas ha um problema: é que se os governos nao injectam esse dinheiro nao conseguem garantir crescimento economico nem controlo da inflaçao. E ha que haver apoios a empresas. Se nao acompanharmos o barco vamos ser "absorvidos" em 2010. Isto é um efeito bola de neve que resulta do comodismo das pessoas. "Ainda nao me atingiu a mim, entao deixa estar."
    "Mesmo que a minha reforma baixe e que o patrao seja multimilionario."

    Ha uma apatia neste tipo de sociedade. Matrix no seu melhor.

    Por isso (e reconhecendo que foi o crédito que deu todas as regalias materiais de que gozam hoje 80% dos Portugueses - e dos outros), nao me identifico com esta linha deste sistema financeiro. Toda a gente viu que nao era sustentavel.
    Para alguém estar a fazer tanto dinheiro, alguém o estava a perder.
    A forma como se exploram os recursos nao é sustentavel. E aqui aconselho a leitura do "Colapse" que faz um apanhado de sociedades e culturas que entraram em declinio e que é uma leitura obrigatoria para quem quiser compreender para onde o mundo vai e o que temos que fazer para mudar o rumo. A razao inexplicavel porque os lideres podem levar sociedades ao colapso esta la explicada.

    A sociedade consusmista americana para onde a Europa estava a caminhar, importa tanta coisa, que se eles "levam", entao os outros levam todos por tabela.

    E é normal que numa sociedade em que nem o ensino é um direito (ha cursos que custam 300,000 dolares e as universidades sao geridas como empresas) e a saude nao chega a 50 milhoes de pessoas (imaginem toda a peninsula ibérica sem um hospital, nem um unico médico), é normal dizia, que se olhe para os recursos naturais como se olha e que estas coisas sejam consideradas "normais".

    Mas custa-me ver gente de uma cultura Europeia tao homogénea a pensar como pensa.

    Por isso é normal que a sociedade tapada, considere que se alguns nao pagarem impostos, isso nao importa. Injectem mais uns milhoes para pagar ao Reyes. Ao Suazo e ao Rocky Balboa.

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  11. Zé Luis,

    Eu acho que pelo facto do futebol nao ser uma ciencia exacta as pessoas opinam mais do que em outras areas. Move paixoes e isso aumenta os criticos e os leitores.

    Ha areas de bem mais dificil compreensao na sociedade. As ciencias (as verdadeiras), a economia, as linhas de pensamento, etc. E mesmo em todas estas areas ha discussao acesa de ideias.

    Para um leigo como eu, so ha uma certeza, a que esta à frente dos olhos de todos. As capas sao todas monocromaticas. O Benfica é normalmente protegido pela comunicaçao social por vezes de uma forma que eu considero insultuosa para a inteligencia das pessoas e quando o Benfica nao tem salvaçao a agulha muda para o Sporting.

    Tal como em outras areas da sociedade Lisboa sai favorecida. O que é quanto a mim castrador das potencialidades do pais e uma das principais razoes do seu atraso. E aqui nao falo como leigo.

    Concordo que os brilhantinas sao um cancro da sociedade. Produzem zero e gastam tempo.

    Mas nao concordo que se "castrem" opinioes, nem que se compare o que nao é comparavel.

    Todos teem a sua visao das tacticas e do valor dos jogadores e o Magalhaes nao tem nada a ver com o assunto.
    Nao sei se o Zé Luis sabe mas à custa da ideia do Magalhaes pode mudar muita coisa a longo prazo. Nao necessariamente por causa dele. Portanto nao vamos castrar as mentes de quem tenta fazer alguma coisa diferente para melhor.
    As politicas de Socrates sao tudo menos populares, mas asseguro-lhe que algumas vao ser decisivas dentro de uma década. Ele foi o unico com coragem para as por em pratica. Presos por terem cao e por nao terem. Uns por falarem nelas e nao as praticarem e os outros pelo facto de as porem em pratica.

    Eu gostava era de ver os portugueses preocupados com situaçoes como as a Luso-Ponte e do BCP.

    Ha muita bajulaçao no negocio televisivo, concordo contigo. Mas nem concordo muito com as criticas ao LFL, que ainda é dos poucos que consegue ser igual a si proprio, concorde-se ou nao.

    Quanto às tacticas, acho que Jesualdo é um treinador conservador, sem capacidade de improviso, mas isso poucos teem.
    Em Inglaterra, à imagem de outros jogos grandes, destruiu a equipa, estruturalmente e animicamente.
    Considero-o um homem competente e trabalhador. Com muito nivel mas sem pulso para determinados jogadores. O que vimos de Quaresma na selecçao é a prova da miséria tactica e mental que Quaresma apresenta nesta altura.

    Quanto aos quadros que apresentas, nao concordo com nenhum, nao acho que a equipa alguma vez tenha jogado assim. Rodriguez so jogou até hoje nessa posiçao uma vez, foi em Londres. E com Guarin a jogar nem descaido na esquerda nem ao meio, foi a oportunidade de ouro para se por Benitez de parte.

    Finalmente houve um homem a ligar Lisandro ao resto do meio campo em Alvalade, Lucho, que jogou muito mais subido que o habitual e Rodriguez jogou na esquerda embora com mais liberdade para aparecer no meio, coisa que muitos ja tinham pedido. Quando Hulk entrou, entrou de resto para fazer o mesmo papel, mas sem a mesma interpretaçao do jogo, ocupou mais uma posiçao de extremo.

    O que eu admirei foi a inteligencia do Jesualdo para compreender que o 433 nao é a tactica para esta equipa e ao mesmo tempo corrigir a asneirada de Londres. Nao tinha nada a perder e fe-lo. Admiro isso e a forma como esta a aproveitar todas as potencialidades do Bruno ALves.
    Na época passada aquele livre era do Quaresma e o Patricio tinha defendido da mesma forma que defendeu o guarda-redes sueco.

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  12. Zé Luís, outro excelente post tirado algum exagero em relação ao Luís Freitas Lobo que considero um bom comentador. O resto são quase todos uma corja de vendidos salvo uma ou outra excepção.
    Plenamente de acordo em relação aos vendedores de computadores e que nos governam hoje. De acordo com as análises do Soren, vou procurar esse livro.
    Aliás tenho seguido com interesse um movimento mais no Norte da Europa em que precisamente há gente que está deliberadamente a mudar de vida, ganhar menos, consumir menos e ter mais tempo para si e para a família.Mas isto são conversas de outro rosário.

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  13. Jorge Aragao, o livro é do Jared Diamond que ganhou o prémio pulitzer com o "Guns, germs and steel". Sao dois livros de uma pesquisa e de uma visao impressionantes.

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  14. Excelente post.
    Duas notas apenas.
    Quanto ao Hugo Gilberto ser portista desde pequenino vou ali e já volto.
    Num debate sobre uma qualquer questão relativa ao apito dourado e a Pinto da Costa, Hugo Gilberto conseguiu ultrapassar A.P.Vasconcelos em anti portismo, orientando de forma facciosa o debate.
    Quanto à vergonha das "Novas Oportunidades" que distribuem diplomas do 9ºano ou do 12º anos como se fossem brindes do Bolo Rei, nada a estranhar.O seu mentor tirou o curso a um Domingo e por correspondência ,ao que se diz.

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  15. Meu caro Zé Luis , apesar de anteriores desencontros , neste Post SUBSCREVO INTEGRALMENTE , tudo o que escreveu , NÃO HÁ NENHUM que se aproveite .
    E aqueles PORTISTAS que realmente pensam que alguns são " dignos analistas do fenómeno desportivo " , desenganem-se , ou no futuro terão uma desagradável surpresa .

    Abraços

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  16. Meus amigos, cada um deu a sua dica e assim é a discussão natural das coisas.

    Uns concordaram com uma parte, outros com outra parte, o wolfboss com tudo, enfim há para todos os gostos. E não foi nem pode ser beliscada a opinião de cada um. Só embirro com os estúpidos e quando assim é, esgotada a minha paciência, corto a direito.

    Não queria entrar no campo do Magalhães, um paralelismo que serve para comentar outra realidade que inseri (a informação gráfica nas tv's e em concreto nos jogos). Mesmo assim, dá para ver que nem todos estamos de acordo quanto à importância disso. O futuro? Há aí alguma bola de cristal? Para já, nesta matéria, sobre o Magalhães são mais as críticas que os elogios e por aqui me fico.

    soren, eu nem abordei o jogo do Arsenal, que foi atípico, mas mesmo assim olha que a táctica foi praticamente igual, aliás como na Luz. Um meio-campo reforçado, o Rodriguez num flanco, o T. Costa no outro mas com função mais defensiva no seu corredor.

    Aproveitando os dois últimos Sporting-Porto em Alvalade para a Liga, quis só comprar o que foi o sistema de jogo e evocar o que se disse nos dois jogos com resultados bem distintos. Creio que a carapuça serve a muita gente, incluindo os comentaristas que pululam nas tv's e muitos que aqui passaram do 8 ao 80.

    Se queres meter o Arsenal no assunto remeto-te para a passagem do texto em que, basicamente, considero que o Jesualdo avaliou a importância do jogo de Londres face ao compromisso substancialmente relevante de Alvalade e em face disso fez as suas escolhas.

    A táctica não diferiu, apenas mudaram alguns nomes (e Lucho ficou no banco, decerto não por acaso, e a entrada ao intervalo tinha mais com a rodagem competitiva depois de ligeira lesão do que com o forcing para virar o resutlado). E, claro, o adversário é de um nível que o FC Porto não tem.

    Ora, como tu dizes, as realidades são bem diferentes e concordas comigo em como as consenti. De resto, já pressentia o que iria suceder e, em Londres, com um amigo a analisar a ficha do jogo, eu disse "é a táctica da Luz" e ele disse que "serve para os comermos", ao que respondi "atenção que o adversário não é o Benfica".

    Pode ser superioridade minha, como alguns detectam, mas limito-me a escrever o que vejo e sinto.

    Posto isto, e como referi até em comentários anteriores, já é altura de se deixar de falar do "conservadorismo" (que também reconheci em tempos) de Jesualdo.

    Afinal, há um ano, e até antes, era consensual nesta bancada que o 4x3x3 era muito aberto na Europa, devíamos enveredar por um jogo mais pausado e cauteloso, com um 4x4x2 ou variante. Pois é isso que, nos jogos de risco elevado, Jesualdo tem feito. Pelo visto tem sido na mesma criticado.

    É para esta realidade que, creio com humildade, venho insistindo para se mudar. Alerto para a discrepância dos comentários e a falta de razoabilidade deles. E, claro, registo quem aparece na hora má mas até hoje não deu a cara na melhor hora da equipa que chega até ao 1º lugar.

    Isto é como alguns blogs amigos: num diz que em tempos previu que há 5ª jornada o Porto seria líder; noutro diz que, após os empates fora, "por este andar íamos ficar a 12 e 15 pontos do Sporting".

    Idem quanto à avaliação do desempenho de Postiga, do Porto para Alvalade.

    Sobre Luís Freitas Lobo, caro jorge aragão, eu não digo que ele não sabe, que ele não presta, que é um imbecil (porque há muitos que o são), chamo a atenção para não só os exageros de linguagem "técnica" que se dispensa, mas especialmente para o que eu chamo, sim, o coca-bichinhos das tácticas, resumindo o jogo a isso mesmo. LFL demonstra conhecer o futebol e as suas histórias. Mas, como digo, o post não é para falar disso, mas sim quem sonha com losangos e quejandos.

    De resto, se tivesse de dizer realmente mal teria muito por onde escolher sobre o "fenómeno". Aceito que alguns gostem, sei que muitos não gostam e na blogosfera já o demonstraram cabalmente muito mais do que eu quis fazer (e não era a minha intenção).

    Mas se é para "dizer mal de todos", como me acusam, o melhor é não puxar por mim. Fico-me por aqui.

    jotajota, obrigado pelo esclarecimento mas continuo sem me importar se Hugo Gilberto é ou não portista. O que eu contei, o que eu vi, o que ouvi sobre esse Porto-Marítimo ficou-me na memória. E não fica bem a um jornalista fazer o que ele fez. Como não vejo muito esse tipo de programas (descobri, ao acaso, mais um no último sábado, sempre na RTP-N, ainda a falarem do Sporting-Porto uma semana depois...), não assisto a muitas coisas e vou-me dando conta do que se passa pelos contributos de quem os vê e sobre os quais nao me pronuncio por não os ter visto. Exemplo: o caso relatado no post anterior do tipo do Benfica a interpelar pelo telefone o Guilherme Aguiar no Dia Seguinte que muito raramente vejo e nunca na sua totalidade porque me mete nojo, seja o pivot sejam os três estarolas (incluindo o "portista") que lá estão.

    A minha opinião sobre tantos programas é que não muda, aliás agrava a ideia do "blá, blá". O que, sem menosprezo para a opinião de cada um como diz o soren, é um excesso porque acaba-se por dizer pouco e a mesma coisa, com a agravante de não se dizer muita coisa e diferente, tal a similitude, e simpatia clubista, dos paineleiros, e a agravante é que por norma o FC Porto sai pouco defendido ou menos elogiado no cômputo geral. Creio ser consensual esta ideia.

    Há alguns anos o Gabriel Alves era chacota: o estilo, o vocabulário limitado, uma difusa rede de conhecimentos de facto escassos. Mas não vi alguém, jornalista ou mero comentador, dizer um dia, como ele disse, que "João Pereira não tem categoria para jogar no Benfica". O que era verdade e me espanta como, volta e meia, alguém diz que gostaria de ver o jogador do Braga no Dragão.

    Nenhum Freitas Lobo ou Tadeia tem coragem para dizer uma coisa dessas, nem em linguagem rebuscada ou um mero eufemismo...

    Portanto, admiro mais a coragem que a banalidade. Com clareza. Sem subterfúgios.

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  17. soren, os campos de jogo com a disposição dos jogadores não são da minha autoria e é difícil estabelecer a posição exacta de cada um. Mas a ideia geral do sistema está descrita.

    Aproveito para corrigir "à 5ª jornada" (e não "há") e chamar a atenção para o "fenómeno" que no caso é o LFL (que também não conheço, mas um amigo comum falou-me do passado estudantil).

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  18. Futebol é paixão é emoção. Quem não consegue compreender isto não compreende o futebol.

    http://chutodeletra.blogspot.com/

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  19. Caro Zé Luís

    Mais um excelente post para não destoar dos anteriores.

    Estou totalmente de acordo com a apreciação que faz ao LFL como ao Tadeia.

    Aliás o Tadeia para tentar ser igual, agora já só fala nas linhas e no processo de construção blá; blá; blá;

    Comungo também da opinião de que o Jesualdo no jogo de Londres arriscou uma equipa com pensamento claramente no sbordem.

    Repito mais uma vez, obrigado por estes extraordinários posts e comentários que me enchem de orgulho por ter consórcios com este nível e esta visão.

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  20. E que dizer dos Melhores Jogadores da Liga, para o Sindicato de Jogadores Profissionais, no último Mês??

    Em 10 Classificados, 5 (!!) são do... Benfica e, acreditem ou não, nem um único do FC Porto!! Eis a Classificação para o Mês de Setembro:
    1º Yebda (Benfica)
    2º Sidnei (Benfica)
    3º Davide (Naval)
    4º Nélson (E. Amadora)
    5º Nuno Gomes (Benfica)
    6º Wesley (Leixões)
    7º Carlos Martins (Benfica)
    8º Hélder Postiga (Sporting)
    9º Miguel Vítor (Benfica)
    10º Beto Pimparel (Leixões)

    Uma lista que fala por si... Vergonhosa, mas que dá imensa vontade de rir. Agora imaginem o que seria se aqueles Abutres, lá de baixo, estivessem na Liderança do Campeonato...

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  21. Zé Luis

    Este artista que consegue escrever com o meu nik não sou eu.

    Toca a desinfectar este fdp.

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  22. Joao Ribas, ao ler essa lista deu-me um ataque de riso que durou uns 5 minutos.
    Como é possivel tanta parvoice?

    Fabuloso.

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  23. joão ribas, não sabia mas também não se perdia muita coisa, pois não?

    Aceito que seja uma coisa circunstancial, num mês qualquer, mas parece-me abstruso, no mínimo, o lote de benfiquistas: o que se terá passado que não demos conta?

    Enfim, destas pequenas coisinhas se vai fazendo o pobre futebol português.

    fc limpatudo, partilho inteiramente dessa opinão de os comentadores se copiarem, daí o panorama ser algo cinzento, ninguém destoa. Mas reconheço que os há bem piores, muito piores. Olhe, há dois que são as razões de não ouvir os relatos da RR (creio que já disse isto por aqui uma vez).

    Tende tudo a ser politicamente correcto, com medo de alguma asneirada. Quando os antigos como gabriel Alves as diziam, ao menos a gente ria-se. Mas quando criticava, era forte e feio e cito o caso do João Pereira por ser algo recente e emblemático. Não duvido, porém, que isso tenha contribuído para o seu afastamento das lides televisivas (a que se sucedeu o episódio do mês ao serviço da TPA a seguir Angola no Mundial2006).

    Sobre a desinfesação do blog, coube talvez ao Zirtaev porque esta noite deitei-me cedo. Havia algum programa televisivo digno de se ver ontem?

    Hoje vou ver o Telerural, acho mais higiénico do que o Trio d'Ataque. Nunca se sabe se o APV não se sai com mais um ataque encomendado ao PdC quando o seu presidente bronco faz do mesmo ou pior ainda...

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  24. Reflexão portista traz hoje um tema interessante para debate ao qual já dei o meu contributo: a primazia é dos treinadores e dos seus sistemas de jogo preferenciais ou dos clubes determinarem o futebol que querem?

    Como acredito que os clubes, como os treinadores, os jogadores e os adeptos, querem é vitórias, não tenho dúvidas nesta matéria.

    Só que, entre três ideias lançadas sobre o tema (Jesualdo, Keegan e LFL), tinha logo de embirrar com uma. Deixo-a aqui e depois meto o que acho dela:

    "É uma das perguntas teóricas mais feitas no futebol: o que está primeiro, o sistema ou os jogadores? A resposta certa escapa, porém, a esta simples dicotomia. O que está primeiro é o modelo de jogo do treinador. Quando no início da época se contrata um treinador, os clubes devem ter presente que mais do que o líder ou o estratego, contrata-se também, simultaneamente, o seu modelo de jogo preferencial" (LFL).

    Comentei assim:

    "Bom tema de reflexão, João Saraiva. E a certeza de o FC Porto estar no caminho certo, de facto. O único que destoou foi o Octávio. Antes dele só o Quinito. Mas este destoou muito? Não. Foi apenas incapaz de estar ao leme do barco, mas o princípio dele, que não era "pelo sistema", estava correcto.

    São os jogadores que fazem o sistema, não o treinador que os molda ao modelo que prefere. Aqui, mais uma vez, discordo de LFL, que parece amiúde não saber do que fala.

    À parte o Ajax, e por uma cultura muito própria que é extensível a todos os clubes e a um futebol padronizado na Holanda, criando um sistema de jogo desde as camadas jovens até estes chegarem, nesse sistema, ao plantel principal, raros são os clubes que contratam um treinador pelo seu sistema de jogo.

    O Real Madrid tanto tem treinadores de ataque, sem evitar fracassos como W. Luxemburgo (ou C. Queiroz) como teve de recorrer a Fabio Capello - para mim o melhor treinador do mundo - e assim ganhar dois títulos nas duas épocas em que o italiano esteve no Bernabéu. Capello tem uma visão própria do futebol, é italiano, é um vencedor, e seguramente um treinador diferente de muitos outros.

    Já Trapattoni dizia que o sistema "são os jogadores", estes é que obrigam o treinador a escolher um sistema que se lhes adapte e tire deles o melhor. O objectivo primeiro é: vencer.

    O resto é treta. O blá, blá, blá que servem as tv's em infindáveis e vácuos programas de futebol falado.

    Mourinho jogou no Porto em 4x3x3 e em 4x4x2, adaptou-se aos jogadores e às circunstâncias de cada época, dos adversários, das competições domésticas ou internacionais.

    Acho que não vale a pena prolongar mais o assunto. Pinto da Costa quer é treinadores vencedores, dando-lhes condições para isso e tal passa também por contratar jogadores. O balanço é, obviamente, muito positivo, apesar de críticas pontuais e mesmo justificadas".

    Para rematar: que ideia peregrina o clube A contratar o treinador B porque o seu modelo de jogo é do arco da velha. Então, o clube vai mudar todo o plantel para o técnico ter jogadores que corporizem a sua ideia de jogo?

    É difícil ter pachorra para isto, falo por mim.

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