03 outubro 2008

Uma equipa em construção. Haja coragem para a construir.

Com Adriaanse certos jogadores fizeram-se "Jogadores". Gostava que Jesualdo fizesse o mesmo. Mas ainda não fez.

Por entre o "descalabro de Londres" (mais um nessa ilha cinzenta), ficou uma certeza: a dificuldade do treinador para se adaptar a um sistema diferente do seu habitual e estático 433.

Há uma falta gritante de trabalho táctico nesta equipa.

Tendo em atenção a diferença abismal entre o orçamento das duas equipas, em vez de andarmos todos na histeria de pedir a cabeça do treinador e colocar em causa a valia dos jogadores, penso que podemos e devemos discutir “a sério” o jogo e o actual momento da equipa.

Das imensas opiniões que populam a caixa de comentários em dias de derrota ou empate, até agora muito poucas focaram (para mim) os problemas fundamentais deste jogo:
  1. O enorme fosso que separa o meio campo e o desamparado Lisandro;

  2. A dificuldade do meio campo do Porto em circular e esconder a bola.

As rotinas não estão criadas para o 442. Nem para a “espécie” de 451 que Jesualdo utilizou. Um meio campo muito novo, que nunca jogou junto, a jogar num sistema nunca antes experimentado e visivelmente mal trabalhado, deu no que vimos: meia hora de muito esforço que escondeu algumas das debilidades da equipa e uma hora de desnorte que as revelou de forma cruel.

Não me parece justo falar-se da condição física do Porto quando os jogadores passam uma partida inteira a tentar colmatar as falhas tácticas com correrias desenfreadas, tentando tapar as brechas visiveis e a chegar sistematicamente atrasados à segunda bola. A qualidade do passe advém do preenchimento dos espaços e da capacidade técnica dos jogadores. Se ninguém sabe bem onde deve estar… tirem as vossas conclusões.

Este meio campo com um 442 bem trabalhado, com o dispensado Ibson e o cerebral Lucho, ambos a esconder a bola e a criar passes de rotura, com jogadores raçudos e bons tácticamente como Meireles, Rodriguez e Tomás Costa a municiar jogo na frente para dois avançados móveis como Hulk e Lisandro, poderia dar uma equipa muitíssimo sólida.

O principal problema do Porto está no meio campo. O meio campo andou perdido todo o jogo. Fernando não foi o tampão de que o Porto precisava, não só pela sua inexperiência mas também porque não tinha tempo para respirar. O meio campo não escondia a bola e não fazia o adversário correr atrás dela. Foi impossível escapar à pressão alta do Arsenal.

Os centro-campistas tentaram, enquanto houve fôlego para (tanto) correr atrás da bola, encurtar o fosso que os separava de Lisandro, mas o esquema estava verde, mal trabalhado, não existem rotinas. Nem um desdobramento!

A diferença de trabalho táctico vê-se na velocidade a que a bola rola e na forma como os jogadores aparecem nos espaços criados pelas movimentações uns do outros. Um Arsenal veloz, inebriante, a jogar de olhos fechados e um Porto estático e previsível.

Parece-me evidente que não temos um lateral esquerdo ao nível de uma Liga dos Campeões, mas será justo culpar Benitez que jogou 90 minutos totalmente desamparado frente a um dos melhores extremos a actuar na Europa e que mesmo assim revelou bom sentido posicional a defender? Quantas vezes ele esteve em desvantagem numérica? Acham que assim, algum lateral consegue sair a jogar?

Será que o nosso treinador não conhecia o extremo direito do Arsenal?

Dar mais liberdade a Rodriguez significa “puxá-lo” de extremo para médio ala e não colocá-lo numa posição de vagabundo a defender unicamente uma determinada zona de construção do Arsenal. Especialmente se isso desampara defensivamente o lateral contra Sagna e Walcott.

Sobre Sapunaru, sinceramente não entendo os comentários negativos. Fez mais um bom jogo. Bem a defender, menos bem a atacar. Sempre muito seguro no jogo de cabeça. Ajudado pelo Tomás Costa que tem um raio de acção enorme e parece ter 3 pulmões.

Sobre as substituições, nada a dizer, são iguais a tantas outras que Jesualdo já fez. Desfazendo de vez a equipa como é seu apanágio.

Não será a hora de esquecer as rotinas do passado que estão desfazadas com as caracteristicas dos jogadores contratados e apostar em Hulk definitivamente, sacrificando um dos homens do meio campo? Não será hora de trabalhar a sério um sistema mais móvel? Sem ter medo de praticar um futebol mais ofensivo, no qual a primeira zona de construção do adversário seja de facto pressionável?

Os jogos mais recentes mostram que a época foi mal planeada. O sistema que deveria ter sido trabalhado não o foi. Jogadores importantes para o novo esquema, como Ibson, foram surpreendentemente dispensados. Se Jesualdo não se superar a si e aos seus medos, a nossa sina nestes jogos a eliminar será a mesma dos dois anos que passaram. Mas acredito que se Jesualdo for corajoso ainda estamos a tempo de construir uma verdadeira equipa. Haja coragem.

36 comentários:

  1. Acho uma análise bastante objectiva do que se passou durante o jogo, chamaria apenas a atenção para um pormenor, que de algum modo está implicito na abordagem feita mas não devidamente tratado, que é a ausência do Lucho. Desde há três anos a esta parte, que existe um Porto com Lucho e outro sem Lucho. Com a saída do Paulo Assunção, a diferença de qualidade entre os restantes centro- campistas e o Lucho acentuou-se ainda mais do que aquilo que já era. De facto não há na equipa do Porto nenhum jogador que se aproxime da categoria dele e não me parece que isso possa ser imputado ao treinador. Pareceu-me que a sua entrada na segunda parte, mesmo a meio gaz, foi uma tentativa desesperada de pôr alguma ordem naquele meio campo completamente à deriva, porém, confirmou-se que de facto ele não estava bem. O meu receio é de que também não se encontre em condições para o jogo contra o Sporting.

    Já tinha escrito na antevisão do jogo que a derrota seria normal, pelo que, o mais me custou não foi perder. Foi o modo como perdemos, a falta de combatividade demonstrada, salvo raras excepções (Lisandro, Tomás Costa e pouco mais) pelos jogadores. Não é normal num jogo destes, uma equipa ser massacrada, o segundo tempo foi penoso, e cometer apenas seis faltas durante noventa minutos.
    Houve ali muito conformismo. Penso que o presidente não deixará de se fazer ouvir no balneário sobre isso e não acredito que no próximo Domingo a equipa tenha o mesmo comportamento.

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  2. bom artigo que mostra perfeitamente a incompetencia do jesualdo! parabéns!

    era tentar fazer isso com alguem com capacidades para tal..a continuar assim as coisas apenas vao ficar mais negras..

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  3. Concordo com o conformismo de que o Nélson fala. Mas ele aparece quando a equipa técnica nao sabe motivar os jogadores. Isto nao é desta época, ja é recorrente.

    Para o jogo com o Sporting espero um abanao da equipa e espero uma vitoria.

    E espero que Jesualdo prove nos proximos meses que é de facto um treinador com alguma ciencia de jogo. Até agora nao o provou.

    E se ele deu o aval para as contrataçoes como penso que deu, escolheu e estudou mal os jogadores. Porque temos reparado que nao exitia nem existe um modelo delineado sem ser o 433. Quando se tenta mudar é o fim da picada.

    Continuo a achar que existem 4 ou 5 contrataçoes muito boas e que principalmente o meio campo tem muitas soluçoes, mas nao houve coragem para mudar o sistema de jogo.
    Nao houve coragem para jogar com jogadores criativos no miolo e nem para utilizar 2 avançados moveis que teem todas as caracteristicas fisicas para defender muito bem.

    Depois é evidente que nao temos futebol atractivo. Temos um jogo aos repeloes, agora pomposamente apelidado de "transiçoes rapidas".

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  4. E sobre os desiquilibrios:

    Onde apareceram este ano os desiquilibrios no futebol do Porto?
    Todos, mas todos, em posiçoes interiores.

    Penaltie na Luz: Passe surge do meio campo quase em linha recta a provocar rotura no eixo da defesa e fazer uso da entrada de Lucho.

    Golos contra o Belenenses, passe de morte de Tomas Costa na zona central a isolar Lisandro, o 2o golo vem de outro movimento da direita para o centro de Hulk, ja em posiçao interior.

    Golos contra o Fenerbache, tudo passes vindos do miolo ou zonas volantes, para a desmarcaçao de um jogador na area (Rodriguez e Meireles) que depois fazem passes de morte para os golos de Lisandro e Lucho. O terceiro golo vem duma insistencia e de pressao alta de Sapunaru e Hulk. Passe ja realizado na zona central.

    Golos contra o Paços de Ferreira: Desiquilibrio criado ja dentro da area por Lisandro para a zona central. No segundo golo o desiquilibrio vem outra vez do miolo e provocado mais uma vez por Hulk com uma abertura de luxo para Meireles.

    Esta equipa e estes jogadores nao estao talhados para jogar um futebol aos repeloes e em contra-ataque. Sao jogadores raçudos e muito poderosos fisicamente que podem jogar um futebol rapido e com desdobramentos. Um futebol mais imprevisivel. Assim o treinador o queira e o saiba desenvolver.

    Nao existem extremos neste plantel à excepçao de Tarik.

    Os poucos desiquilibrios (muito perigosos) criados nas faixas, foram foram feitos por Sapunaru: pénaltie nao assinalado contra o Belenenses, jogada iminente de golo contra o Rio Ave e o terceiro golo contra o Fenerbache. Nenhum destes desiquilibrios provem de jogadas à linha.
    Simplesmente porque o meio campo nao esta talhado para esse tipo de jogo.

    E jeito dava Ibson este ano, com jogadores como Tomas Costa , Rodriguez e Hulk na equipa.

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  5. Mais uma vez um excelente post do Soren, os meus parabéns.

    Com criticas assim mostra-se o nosso desagrado com tudo o que não concordamos no nosso clube sem se ser mal criado e irracional.

    Porque ser um bom portista não é dizer sempre bem, é saber evidenciar que não concordamos com umas coisas e que concordamos com outras, dado que em lado nenhum e em nenhuma organização tudo é perfeito.

    SAUDAÇÕES PORTISTAS

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  6. Bom post. Um jogador como Ibson faz muita falta para se poder adoptar outro sistema de jogo, mas Jesualdo nào vai com a cara dele...
    O mais preocupante é mesmo a falta de reacção aos golos sofridos, mas estou confiante que no domingo veremos um Porto ao melhor nível.

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  7. Parabéns Soren.

    Concordo globalmente com o texto e os teus comentários.


    Cumprimentos

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  8. Isto que vou contar foi-me dito por alguém que está «lá dentro», ou seja na àres técnica:
    Carlos Azenha quis sair no início da época passada, mas o Presidente convenceu-o a ficar. Esta época nem o Presidente conseguiu que ele ficasse. Porquê? - porque não concordava com os métodos e opções de Jesualdo. Aliás este tudo fez para encobrir e não dar qualquer espaço de protagonismo ao Carlos Azenha, do qual sempre teve ciúmes, a partir do momento que se apercebeu que este era mais competente e actualizado do que ele próprio. Não é á toa que Carlos Azenha nunca apareceu numa conferência de imprensa.
    Os progressos tácticos e de posicionamento do Paulo Assunção a Azenha se deve, entre outras coisas.

    Jesualdo não se cansa de inventar, principalmente quanto maior o grau de dificuldade. Meter Lucho na 2º parte, para ganhar ritmo sem pressão do resultado(disse ele). Isto é de bradar aos Céus!
    Tinha de o meter de início!!
    E o Fucile? - nem no banco - porquê? - quando deveria ser titular indicutível!
    No ano passado levamos 4-1 do Liverpool, já foi vergonhoso, mas desta vez beliscou e de que maneira o prestígio europeu que tanto nos custou a granjear.
    é certo que o Arsenal é poderosíssimo este ano, muito mais que há dois anos quando lá perdemos por 2-0, e que tem um orçamento muito superior ao nosso e que a nossa equipe o que ganhou em juventude perdeu em traquejo, é certo. Mas nem assim pode justificar a atitude covarde do treinador que se estendeu á equipe, porque esta é sempre o reflexo do treinador.
    Apesar de tudo isto que escrevo e de nunca ter gostado do j.Ferreira, vou continuar a querer que ele fique até ao fim da época, e seja tricampeão do segundo nosso tetracampeonato.

    Saudações Portistas

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  9. Completamente de acordo Soren, alias, já venho a falar no Ibson á muito, é defacto incompreensivel, jogar na champions, sem termos médios que segurem a bola, e a façam rodar, tanto quando estamos a ganhar tanto quando estamos a perder. A tática/processos de jogo do Juju, são mesmo de uma equipa pequena (como já foi referido por alguns treinadores), e a sua mentalidade, de um atrazado no tempo..
    Vamos a tempo de construir uma equipa? penso que sim! Mas também penso que com outro treinador.

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  10. Até que enfim uma análise com pés e cabeça! Era bom que alguns portistas tivessem essas deduções lógicas!

    Ps. Não acredito que o Jesualdo tenha pedido o Benitez!

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  11. Passados 3 dias do massacre de Londres finalmente podemos ter uma discussão racional sobre a equipa do Porto.

    Soren gostei muito do teu post e dos teus comentários, como é habitual.

    Muito pertinente a questão dos golos pelo centro do terreno. Para mim há dois factores que contribuem para isso: o facto de nenhum dos 2 laterais e 2 extremos não serem os mesmos da época passada e o Porto não ter um avançado centro forte no jogo aéreo.

    Acho que o cerne da questão está mesmo no aspecto táctico e não na qualidade dos jogadores. Tanto com bola como sem ela.

    Esta época a circulação de bola tem sido horrível. Quando o jogo começa a ser construído a partir dos centrais, os médios interiores do Porto estão muito subidos no terreno, muito distanciados do médio defensivo. Isto faz com que o jogo do porto seja construído quase sempre a partir dos laterais, geralmente com menos opções de passe do que se fosse do centro do terreno. O que causa outro problema, que é o dos próprios laterais não poderem subir sem bola para criarem desequilíbrios numéricos na defesa adversária.

    Quando o Porto não tem bola os médios interiores recuam muito no terreno. Quase nem se pode falar num triângulo invertido porque eles encostam muito na defesa. O resultado disto é que não há pressing eficaz sobre o adversário. Jesualdo fala muito nas "transições ofensivas". Para eles serem mais eficazes parece-me que a melhor opção é recuperar a bola o mais perto possível da área do adversário, para não lhes darem tempo para fazerem os ajustes defensivos. Como os médios interiores não pressionam no meio campo adversário não há recuperações de bola nessa zona.

    Analisando os jogadores e o rendimento deles até agora há algo que me parece óbvio: Lisandro e Hulk têm de ser ambos titulares. O problema é que quando jogam ao mesmo tempo Jesualdo tem erradamente colocado um deles como extremo, quase sempre a receber a bola nas laterais, quando rendem muito mais recebendo a bola mais perto do centro. Não sei se isso obrigaria a mudar o esquema táctico para o 4-4-2 ou então uma solução parecida com o 4-3-3 que Mourinho usa no Inter: Zlatan e Adriano mais perto do centro, com Quaresma ou Mancini nas alas. Actualmente o 4-4-2 parece-me ser a melhor opção em termos defensivos, dado que os laterais do Porto têm sofrido muitas situações de 2x1 por falta de apoio quer seja dos médios interiores quer dos extremos.

    Quanto a Jesualdo não me parece que seja o treinador que o Porto precisa. Como o Soren referiu o trabalho táctico é muito deficiente. Jesualdo não sabe mexer na equipa (e provavelmente mexer com a equipa) quando as coisas não estão a correr bem. Mas também acho que não devemos mudar de treinador antes do final da época.

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  12. na Liga dos Campeões ?
    http://oantilampiao.blogspot.com/2008/10/bem-que-tentaram.html

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  13. Têm muita razão mas...será que aqui no Porto ainda ninguém ouviu das noitadas do Lucho? Do Fucile? Do Pélé?

    Acham que o facto do Fucile não jogar em detrimento do Benitez era pq? E acham q o Lucho esteve mm lesionado? E qt ao Pélé acho q já suspeitavam....

    Aparte as tácticas, aqui está outro grande problema...ou não?

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  14. Antes de ler todos os comentários e sem terminar de ler o artigo em questao gostava só de explicar uma ideia que me pareceu clara ao intervalo com a entrada de Lucho.

    Jesualdo foi pouco original. Quis fazer exactamente o que fez no ano passado, por altura do jogo com o Liverpool, no qual poupou diversos jogadores e promoveu o seio da equipa um jogo para cumprir "calendário" . Fê-lo porque sabe perfeitamente que enquanto ganhe o campeonato e os jogos mediáticos, ninguém lhe vai cair em cima.

    Desta vez emendou a mao, ao fazer entrar lucho. Apenas nao percebi o porquê de faze-lo entrar na segunda parte e nao na primeira. Com o jogo mais dificil - como de resto sempre estaria na segunda parte, quer estivessemos a ganhar, empatados ou a perder - creio que existe mais probabilidade de o jogador se lesionar, ou pelo menos estar sujeito a um maior esforço.

    Bom, como conclusao, espero que o Porto consiga dar a volta. Eu que sou optimista, e pensava que o Porto ia fazer uma boa exibiçao em Londres, acho que me cheira a crise...

    Espero até Domingo e espero que aconteça o mesmo que aconteceu contra o SLBosta depois do 4-1 de Liverpool.

    Abraços Azuis

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  15. Alex disse...
    "Têm muita razão mas...será que aqui no Porto ainda ninguém ouviu das noitadas do Lucho? Do Fucile? Do Pélé?

    Acham que o facto do Fucile não jogar em detrimento do Benitez era pq? E acham q o Lucho esteve mm lesionado? E qt ao Pélé acho q já suspeitavam....

    Aparte as tácticas, aqui está outro grande problema...ou não?"

    Tenho umas perguntas para quem anda a ver ou a ouvir esses rumores:
    Lucho e Fucile não iam para a noite nas épocas anteriores? Foi preciso o Porto começar a perder?
    O Pelé sabe que a época passada o Adriano foi castigado pelo treinador do Inter precisamente por causa das noitadas. Iria tentar passar despercebido numa cidade com 1/6 da população de Milão?
    O eventual castigo ao Lucho terminava exactamente na hora do intervalo da champions?

    O Fucile não jogou porque foi operado no defeso e está claramente fora de forma, como se viu no jogo com o Rio Ave.

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  16. Ao contrário da opinião dos outros adeptos desta bancada, e com a sinceridade que tenho sempre pensando pela minha cabeça, não concordo com quase todo o post, muito menos vejo a objectividade de análise que reconhecem por aqui.

    Soren, meu amigo, se tivesse de comentar cada uma das tuas suposições teria de fazer outro post, com leitura ou contrária ou diferente.

    Aliás, salvo a questão do distanciamento do meio-campo do ataque e de, em geral, as linhas da equipa estarem muito desfasadas, de que já abordámos após o jogo com o Paços, discordo em praticamente tudo.

    Prefiro nem ir mais longe, depois de ver ressuscitado - nem Cristo! - o Ibson mais uma vez.

    Mais vale seguir o caminho, fácil, de dizer que faltam Quaresma, Bosingwa e P. Assunção. É o que está na moda e é verdade. Só que o FC Porto não pode contar com eles e eles não resolvem nada porque não estão cá.

    O Ibson?... Francamente...

    Vou esperar pelo jogo de Alvalade, que conto ver in loco. A TV e os comentários que se ouvem distorcem muito as discussões que deixam de ser sobre o que se viu mas mais sobre o que ouviu.

    A táctica no Arsenal foi a mesma da Luz. Para mim, no papel, foi 4x1x4x1 sem bola, 4x4x2 com Rodriguez a adiantar-se mais. Na Luz todos elogiaram, o resultado foi melhor ainda que deixasse-nos a todos com sabor a pouco.

    É certo que há ainda muitas coisas por acertar, nomeadamente os duplos nas faixas (laterais/médios) e no centro (centrais/médios).

    Dizer que falta trabalho táctico quando, ao contrário de outros tempos, Jesualdo já variou mais o sistema em 6 jogos do que em 60 das últimas épocas, parece-me excessivo, para não dizer outra coisa.

    E iria por aí fora, mas não tenho paciência para tanta impaciência...

    Fico, por isso, com esta declaração de hoje, de um reconhecido treinador, português, com aura, mas que não vive um momento particularmente feliz em termos desportivos:

    «A maioria das equipas precisa de vários anos de trabalho com o mesmo treinador para interpretar uma ideia de jogo. Nós estamos juntos há três meses, e na verdade não são três meses, pois já houve três paragens devido a compromissos das selecções, duas delas de quinze dias.»

    Só para finalizar, e contrariando os catastrofistas encarteirados, lembrar que, apesar de apoucarem tanto a equipa, os jogadores e o treinador, o FC Porto está numa posição, para já, invejável na Liga dos Campeões (é 2º classificado, o Sporting não é e ganhou ao colossal Basileia como se viu), e dista um ponto da liderança na Liga.

    Parece, pelo que se ouve e lê, que o FC Porto foi eliminado da Europa e está condenado a não ser campeão em Portugal.

    Enfim, é o que me apraz dizer. Talvez no domingo eu tenha razão ou venha aqui dá-la a quem a merece.

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  17. Vou repetir mais uma coisa (já aqui expendida por mim):

    o facto de um achar que devia jogar este ou aquele (por exemplo Hulk) e o treinador fazer o contrário não significa que eu tenha razão. Com este ou outro treinador. Posso é tentar perceber a razão de o treinador preferir a ou b. Pelo menos até ele publicamente "justificar" a sua opção.

    Falo do Hulk porque também já tive a percepção de ele poder encaixar no 4x4x2. Mas temo, desconfio, apercebo-me que talvez o moço não tenha fôlego para 90'? Quiçá... Quando entra chega com força, tem vontade, mas a pressão aumenta e tira discernimento, começa-se a fazer asneiras e reparei, entretanto, que ele ou chuta por precipitação e de longe, de raiva (sem lucidez...), falhando o objectivo e... enervando-se.

    Para mim o grande flop tem sido Rodriguez. Melhor: não para mim, que não via nada de muito especial dele no Benfica. A expectativa que muitos criaram é que o torna um flop. Parece não saber o que faz em campo, que função ocupar e perde muita energia, sem utilidade e longe de finalizar.

    Tomás Costa é irregular: fez boa 1ª parte mas não o vi no 2º tempo, a não ser várias asneiras de posicionamento e nem me pareceu com grande frescura física.

    Ora, quando várias peças não rendem o conjunto ressente-se. Um que esteja mal ainda dá para disfarçar, mas quando todo um flanco falha (médio e defesa) como em Londres, por onde o Arsenal mais carregava (direita) com o seu melhor e celebrado jovem Walcott, isso faz ruir uma equipa por completo.

    O Lucho não jogou de início por duas razões óbvias: problemas físicos que o pouparam do jogo com o Paços; e a relativa importância do jogo de Londres, comparativamente com o de Alvalade.

    Ah, porque é que entrou?

    Decerto não foi para virar o jogo na 2ª parte. Jesualdo explicou que serviu para ganhar ritmo. Lucho fez um treino. A condição física dos jogadores é avaliada por médicos e técnicos e hoje em dia é um segredo de Estado no balneário, pois o adversário não deve saber das debilidades da nossa casa.

    O Lino não jogou, estava Fucile no banco, jogou o Benitez, o meio-campo mais uma vez ficou algo atrasado mas também a defesa não sobe mais e devia fazê-lo, até porque os centrais recuperam em velocidade e o Sapunaru também.

    Parece-me haver muito mais questões em aberto mas não tão graves que nesta altura inviabilizem a época toda.

    Eu também fiquei desiludido com alguns jogadores, basta ver as notas que dei, porque vejo potencial neles mas no Arsenal é difícil dar nas vistas, a não ser pela negativa.

    É por isso que vejo mais as fragilidades dos jogadores que, em maioria, afectam toda a equipa, do que questões tácticas e menoridade do treinador.

    Há muito trabalho para fazer porque a época ainda agora começou.

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  18. E mais uma vez, lembrar:

    depois de ainda hoje ouvir Joaquim Rita, no balanço uefeiro na SIC-N de manhã, falar da derrota do Arsenal e da falta que fazem Quaresma, Assunção e Bosingwa, há dois anos o Porto perdeu no Arsenal 2-0, jogou pouquinho e nem criou situações de golo, e além dos três craques teve ainda Pepe, Anderson e Hélder Postiga.

    Se calhar é melhor afixar essa equia e espalhar cartazes pelo País, pois ninguém deve saber se foi da táctica, dos jogadores ou do Jesualdo - embora seja mais deste, de certeza.

    De resto, essa equipa cometeu a seguir a proeza de perder em Braga, noutro jogo horrível (e até fui lá assistir), com os mesmos craques em campo e contra um adversário que vinha da Taça UEFA com menos dois dias de descanso.

    Essas proezas, não sei porquê, são esquecidas facilmente.

    É a memória de adepto e de cronista mal instruído.

    É a memória do momento.

    E todos temos os nossos momentos maus.

    (agora é que não digo mais nada)

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  19. Eu quero, e acho que a maioria de nos quer, que Jesualdo fique até ao fim da época e que tenha sucesso.

    Defendeu o clube quando muita gente esteve calada e sempre demonstrou muito nivel e vontade de trabalhar.

    So queria que ele fosse mais corajoso e que nao tivesse medo de mudar. Mudar para outro sistema que certamente daria bons resultados com os jogadores que tem.

    Ele nao tem nada a perder. Gostava que ele sentisse isso. E depois gostava que o passasse para os jogadores.

    Quanto à questao das noitadas, nao queria entrar por ai, porque ha sempre muitos rumores que sao meras invençoes.
    Uma coisa é certa, se isto se anda a passar estamos perante mais um caso de insurreiçao generalizada ao estilo do que aconteceu ha 3 anos.
    E se jogadores como Lucho e Mariano que viram os seus contratos melhorados e passes comprados, fizeram isso, entao nao sei o que pensar. Entao algo iria muito mal no reino do Dragao.

    Por isso acho que o melhor é fixarmo-nos nas questoes sobre as quais existem provas. O futebol jogado. E ai, a equipa denota total incompreensao da ocupaçao dos espaços e da gestao da bola e dos ritmos do jogo.

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  20. Zé Luis, nao podemos estar sempre de acordo. Se estivessemos isto era uma seca.

    O que eu tenho visto até agora foi uma tentativa de fixar o 433 com jogadores que nao teem caracteristicas para tal. Quando se muda revela-se um trabalho mal feito ou por fazer.

    Nem sequer falei da substituiçao do Lucho porque nao ha nada para falar. Nao tenho que perceber o que resulta de coisas que nao conheço. Se esta lesionado, se foi para a noite, etc.

    Mas eu tenho paciencia e estou convencido que a resposta em Alvalade vai surpreender muita gente.

    Sobre o Hulk, é evidente que nao vai ter consistencia nos primeiros jogos em fizer 90 minutos. Mas vejo potencial nele para jogar com o Lisandro e para se completarem um ao outro. Se aguenta ou nao, nao sei. O que me parece é que tem potencial para ser trabalhado. Tem defeitos, atira-se para o chao, é individualista mas como ha talento, haja equipa técnica.
    O que sei é que tem que jogar, tem que ter minutos para daqui a 2-3 meses podermos começar a ver o que queremos.

    Duas coisas para mim sao claras como a agua, a pré-época foi mal feita e neste jogo, tal como no do Rio Ave nao houve método para mexer ao intervalo.

    Os indices de motivaçao foram os que se viram (à imagem daqueles que ja vi noutros jogos importantes).

    Sempre gostei do Ibson, acho que sempre foi o médio mais completo que tivemos nos ultimos 2 anos e nao tenho duvidas que faz imensa falta na equipa um jogador com as suas caracteristicas. Ha problemas pessoais nesta estoria mal contada.

    Acho que ainda vamos a tempo e sei que este jogo vergonhoso em Londres nao era necessario para nenhum abanao. Mas ele vai ter que existir, porque os dias a seguir a uma coisa daquelas nao devem ser faceis.

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  21. Primeiro;
    Se estiveram atentos ao jogo contra o Arsenal, só quando o Tomás Costa ocupou o lado esquerdo da linha média do FCP, é que parou a cavalgada do Arsenal.
    Isto é sintomático de que o Prof. preparou mal as pedras, quis dar força e presença com o Guarin desse lado e deu-se mal.
    Por outro lado Guarin rende muito mais na direita do que na esquerda.

    Segundo;
    Quando se defende à zona contra jogadores com uma mobilidade tão grande que percorrem todas as posições de ataque, e linha intermédia como o Arsenal, com a subida para o meio campo de um trinco e com a subida para o lugar de trinco por um central, só pode dar no desnorte que nos aconteceu.

    É este o erro do Professor, e que vai continuar a acontecer, enquanto não passar para marcação homem a homem.

    O Arsenal aplicou-nos a receita que o Zporting tem aplicado. Mobilidade total dos avançados em fazer diagonais do centro para as laterais, fazendo os médios que ocupam os vertices do famoso losango, o sentido inverso, isto é das laterais para o centro.

    O Benitez e o B.Alvez tinham 3 a 4 jogadores na sua zona de influência.
    Quem defender?

    Se nenhum dos outros colegas acompanhava o adversário, pois não era a sua zona de influência, o adversário ficava sózinho.

    O FCP é uma equipa muito amarrada tácticamente e estática em termos de posições. O erro é este e não estou a ver o Prof. quebrar essa situação.

    Contra equipas que tenham jogadores iguais aos nossos mas que sejam mais rápidos, podem ter a certeza que iremos perder sempre.

    Terceiro;
    Para vencer estas equipas, é colocar os 2 avançados mais juntos um do outro e na àrea de influência dos dois defesas centrais adversários, à espera das trocas de bola, mas sem correr atrás dela, quando estamos a defender. Isto para que a equipa adversária não suba um dos centrais para o lugar de trinco, e por sua vez não permita que o trinco suba para posicionar mais um homem contra o nosso meio campo.

    Por outro lado a nossa defesa e o nosso meio campo tem que denfender mais subidos no terreno, para não ficarem tão distantes dos avançados, no caso de ganharmos a bola.

    Quando ganhamos a bola é soltar rápidamente para as costas dos laterais, obrigando o nosso avançado a fazer a diagonal do centro para a lateral.

    Esse movimento obrigaria um dos centrais a descair para a lateral, aparecendo o outro dos nossos avançados nessa posição criada.

    Isto ainda aconteceu no jogo do Arsenal, ao principio. Depois alguêm mandou o meio campo encostar mais à nossa defesa, e pronto, foi o descalabro total.
    Ficaram na frente os dois avançados feitos maluquinhos à procura da bola e o nosso meio campo a quilómetros de os poder ajudar.

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  22. Então vai ser o Lucilio Calabote o árbitro.
    Ou entra em campo uma equipa à PORTO (o que não prevejo), ou então o arbitro do sistema (que não o nosso), concerteza irá fazer "bem" o seu trabalinho.
    Espero estar enganado, claro!
    E mais, expliquem ao Sr. Burroaldo; que aquela derrota de 4ª. feira (não pela derrota em si), não só custou 3 pontos, como também o meu apoio in loco!

    P.S. Quando um jogador, no caso T. Costa tem uma declaração destas em relação ao jogo da passada 4ª. feira, penso que está tudo dito em relação ao treinador que temos.

    "É uma sensação rara, de facto, porque pessoalmente senti-me mais solto. Não tinha muita gente para marcar e deu para estar mais livre."

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  23. Tamebem gosto do ibson, mas o facto de não conseguir fazer um passe longo de jeito retirou-lhe muito espaço do plantel, fico com pena que não tenha sido emprestado a uma equipa europeia para tentar corrigir essa questão.

    Tarik pode ser um grande reforço, oxalá ele volte para fazer uma epoca ao nivel da da epoca passada.

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  24. Armindo, essa declaraçao do Tomas Costa revela a total confusao tactica da equipa, que acontece sempre que tentamos um sistema com os jogadores mais moveis. Sem extremos fixos.
    E claro, uma leitura muito pobre da nossa equipa técnica em relaçao às movimentaçoes do adversario.
    Essa frase é esclarecedora do que foi o Porto em termos tacticos em Londres.

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  25. Começo a pensar que afinal faz mais falta o azenha do que faz o fernando, ou o guarin ou etc.

    Era mais treinador o azenha do que é o jesualdo, é a sensação que tenho.

    O Rui Barros conseguia pegar nestes jogadores e torna-los numa equipa respeitavel.

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  26. Concordo com o dragon4 em quase tudo, só não notei grande diferença com o Tomás Costa na esquerda.
    Sinceramente parece me um jogador banal.

    Resumindo:
    . o 442 é a melhor táctica para esta equipa.
    .os 2 avançados têm que jogar mais juntos
    .a linha média tem que subir.
    .infelizmente grande parte dos reforços não tem a qualidade necessária.
    .em janeiro é absolutamente necessario reforçar a equipa.


    Cumprimentos

    P.S. já somos 2 Andrés a frequentar este blog...eu sou o mais "catastrofista" dos dois, assim já dá para distinguir.

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  27. Helton falha o classico, espero que Nuno esteja bem neste jogo e que assuma finalmente a titularidade da balisa do porto.

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  28. Zé Luís disse...
    Dizer que falta trabalho táctico quando, ao contrário de outros tempos, Jesualdo já variou mais o sistema em 6 jogos do que em 60 das últimas épocas, parece-me excessivo, para não dizer outra coisa.



    Eu critico o Jesualdo não tanto pelo sistema, porque a equipa comete os mesmos erros a jogar em 4-3-3 que em 4-4-2. O problema é que o movimento dos jogadores sem bola, quer no processo defensivo quer no processo ofensivo, é muito deficiente. A meu ver isso é uma falha do Jesualdo. Ele herdou de Adriaanse uma equipa que era muito boa nesse aspecto. A única na Europa que foi campeã a jogar em 3-3-4, apesar do risco que isso implica, porque as movimentações dos jogadores eram muito bem trabalhadas. Basta ver a evolução do Pepe e do Quaresma com a batuta do treinador holandês. Com Jesualdo não vejo o mesmo trabalho táctico, há muitos espaços mal ocupados pelos jogadores. Esse sintoma é mais notório nos jogadores que vieram para a equipa depois de Adriaanse sair.

    A minha insistência no Hulk é bastante simples: apesar de ele estar muito verde em termos tácticos e do excesso de individualismo, ainda assim o seu rendimento é muito superior ao de Mariano ou Rodriguez. Uma coisa é ter um avançado que comete esses erros, numa zona do terreno onde eles não são graves, outra coisa seria um defesa ou médio cometer esses erros mais perto da nossa área, onde podem ser decisivos. Se a equipa estivesse a jogar bem e isso se reflectisse nos resultados, eu respeitaria a opção do treinador. Como não é o caso, não a compreendo.

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  29. 54 16

    65 20

    60 13

    the turk, a equipa de adriaanse era tão boa que se qualificou em 4 na fase de grupos da champions atras de rangers e artmedia, e era tão boa a jogar sem bola nos processos defensivos que contra o todo poderoso artmedia em casa e no fim de estar a ganhar por 2-0 sofreu 3 golos. Já no processo ofensivo e a jogar em 3-3-4 era tão competente que num campeonato jogado com 18 equipas marcou 54 golos, em contra ponto a equipa de jesualdo é tão mais fraca que num campeonato com 16 equipas marcou só 65 e 60 golos respectivamente.


    e já agora 2 dos muitos exemplos de deficiências

    http://br.youtube.com/watch?v=sUhXYiMyBSQ

    http://br.youtube.com/watch?v=Lu1FQ30UWPw

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  30. sirmister, o Adriaanse demorou meia época a construir uma equipa que na época anterior só tinha ganho metade dos jogos, até lá teve de jogar a champions. A equipa cometeu erros que eram naturais durante essa adaptação. Se sofreu 3 golos em casa com o Artmedia em contra ataque, a época passada foi o mesmo filme com o Nacional, a diferença foi não termos marcado golos. O jogo fora foi jogado num batatal, a bola nem rolava. No jogo fora com o Rangers sofremos 2 golos de cabeça, como sofremos sempre naquela ilha, em casa eles empataram no único remate que fizeram à baliza. Os resultados contra o Inter foram os melhores contra grandes equipas nas últimas épocas.

    Os exemplos dos golos que deste são do que o Porto de Jesualdo faz melhor, a transição defesa/ataque. A equipa joga bem em contra-ataque, até podia ter marcado dessa maneira dois golos ao Arsenal. O que para mim é deficiente é o processo ofensivo que o Porto tem de fazer em 90% dos jogos. Em ataque continuado a pouca movimentação dos jogadores sem bola faz com que se falhem muitos passes, percam bolas ou se recorram a passes para trás.

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  31. dragon4, concordo contigo quanto ao jogo com o Arsenal, mas também não vi o T. Costa melhorar muito na 2ª parte, mesmo mudando de posição. Fez boa 1ª parte, mas depois desapareceu, tal como toda a equipa.

    Estaria tentado a concordar com o the turk (raios de nicks..., nada condizentes com as fotos...) quanto à cultura táctica de Jesualdo.

    Ora bem, eu também critico muita coisa. Já disse que jogadores me agradaram desde o início e isso não me impede de reconhecer que Guarín desiludiu-me muito em Londres. Idem com Hulk, a quem vaticinei também um bonito futuro, também "concebo" que jogue na frente com Lisandro. E diria o mesmo de outros jogadores, de Sapunaru a Benitez, de Fernando a Rodriguez.

    Mas não sei, nem sei como alguém pode saber, soren, se estes jogadores estão talhados para 4x4x2... Podem estar, mas...

    Não adianta vir alguém dizer que devia trocar-se a marcação à zona para homem a homem. Nenhum treinador ou equipa faz as duas coisas. Um modelo de jogo (mais profundo que o sistema de jogo) implica assumir princípios de jogo e jogar à zona ou a homem é um deles. Amiúde pode-se falar de um misto dos dois, por exemplo em bolas paradas.

    Mas qualquer treindor concebe um modelo de jogo e não vai tocar neele só para trocar a zona pela marcação individual. É um erro ir por aí, inconcebível.

    Se Jesualdo diz que o modelo de jogo é respeitado (tem de ser), independentemente do sistema (4x3x3 ou 4x4x2) vai-se trocar de treinador só porque, ao fim de 3 anos, não se concorda com o modelo dele? Sejamos razoáveis, ir por este ponto não leva a lado algum.

    Umas vezes criticava-se Jesualdo por usar exclusivamente o 4x3x3: perdíamos com o Sporting a jogar, aqui e ali, em 4x4x2 e criticava-se o Jesualdo na mesma. Em que querem ficar?

    É este tipo de discussão que acho absurda e despropositada.

    A questão são as peças funcionarem bem individualmente, que é o que está a falhar. Se falha um, dois, três, quatro, se Lisandro não marca dois golos por jogo em ocasiões flagrantes, estão à espera de quê?

    Os jogadores têm de fazer melhor em campo. Tentam, mas não conseguem. Ainda acredito que vão conseguir engatar um bom jogo colectivo. Dizer que a pré-época foi má ou mal estruturada só deve caber a quem sabe especificar.

    Parecem-me que estes tópicos avulso só criam confusão.

    Um deles, aflorado sobre o Carlos Azenha, confesso que me tem deixado baralhado.

    Não sei se ele é bom ou não. De qualquer modo, a responsabilidade é e será sempre do treinador principal.

    Azenha saiu? Não queria abraçar um desafio novo, quiçá a técnico principal? Então porque não arranjou?

    Já tinha feito esta reflexão, até porque não é o primeiro.

    Recorde-se que Rui Águas deixou de querer trabalhar com Jesualdo quando ambos saíram do Braga. Podiam ir para o Bessa, mas Rui Águas disse que queria outro desafio como técnico principal: onde anda agora?

    De qualquer modo, o adjunto é questão lateral.

    A equipa, que funciona até sofrer um golo e é abatida quando está em desvantagem, é que me deixa preocupado pelas duas caras que apresenta: dr. Jekyll ou Mr. Hyde?

    A verdade é que no campeonato não vi ninguém jogar melhor do que o FC Porto e as falhas do Lisandro e os árbitros permanentemente no contra é que impediram o FC Porto de somar vitórias.

    Na Champions o FC Porto perdeu um jogo, normal ainda que por números anormais, mas está em 2º lugar.

    Parece que, sem prejuízo de se procurar as razões destes desequilíbrios provavelmente passageiros, por algumas críticas exacerbadas o FC Porto já perdeu tudo. Há até quem, sabe-se lá porquê, tenha embirrado com a crónica do jogo no site do clube. Como se essa fosse a razão do mal ou tenha influência na equipa, para o bem e para o mal.

    O FC Porto só não está a conseguir fazer um bom jogo no tempo todo. Até aos 30' no Emirates, eu estava empolgado com o futebol da equipa. Ninguém pode negar isso. Mas todos o desvalorizam como se nos 90' o FC Porto não tivesse feito nada.

    Por comparação, houve jogos em que o FC Porto fez muito pior, fazendo menos jogo e criando menos oportunidades. Lembrei o Arsenal-Porto de há duas épocas e com os craques todos da altura.

    Por exemplo, para mim gostei mais dos 30' finais com o Rio Ave do que os 90' com o P. Ferreira. Nestes dois jogos, tudo somado, o FC Porto conseguiu ser mais agressivo e mandão no jogo em Vila do Conde, ainda que por menos tempo, do que frente aos pacenses.

    É nestas considerações que vale a pena falar do crescimento da equipa, da tal reconstrução. Não é falar por falar, mas suportar-se em factos concretos, do jogo, que muitas vezes devem ser abstraídos do resultado.

    Infelizmente, creio ser isso que tira lucidez às pessoas. Se fosse 2-0 como há dois anos com o Arsenal não havia esta gritaria toda e o pedido de demissão do treinador.

    É tudo isto que me parece excessivo, tal como há um ano questionar-se porque não entravam os reforços (estando a equipa tão bem, como haveriam de entrar?) e agora questionar-se porque entram tantos reforços (sendo que quatro titulares, 3 mais Tarik, não estão disponíveis).

    Para este peditório não dou. Devo ser honesto, a começar por mim próprio, daí esta minha atitude mais reservada de criticar por criticar e, pior, como se tudo estivesse perdido.

    Dos reforços desta época, a preocupação é que, além do alimento da equipa principal, sejam capazes de, ao contrário do ano anterior, constituir uma alternativa para as segundas competições, como a Taça da Lia e Taça de Portugal nas primeiras eliminatórias sem adversários de grande monta.

    Só aí, tudo somado, se verá se o recrutamento foi bom. Há um ano, tudo pareceu mau, porque os reforços não entravam na 1ª equipa e a eliminação, injusta, com o Fátima (por g.p.), fez crescer a desconfiança quanto às segundas linhas.

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  32. uma achega ao excelente post do Soren:
    1ºO prof Jesualdo pegou na equipa do adrianse e foi bicampeao.
    tal não impediu que perante os ingleses nos jogos fora (4 jogos, 4 derrotas categóricas),cometa erros sistemáticos, tanto na constituição da equipa , como nas substituições.
    Será o Hull city melhor que o FCP?
    ...
    a ultima humilhação remonta á epoca de 88-89 frente ao psv Eindhoven, onde perdemos por 5-0 e o treinador era o Quinito, que por sinal foi despedido apos esse jogo!
    ...
    2º contra o sporting fez 6 jogos e foi derrotado 4 vezes! e que eu saiba com os jogadores que sairam do clube esta época!
    Não me parece que seja falta de qualidade dos jogadores, mas sim falta de qualidade do treinador.
    As derrotas frente ao Atletico e frente ao Fátima tb não foram bem digeridas.
    Agora basta não INVENTAR e esperar que tudo corra bem amanha, apesar de, termos de jogar contra 12 e contra o sistema que voltou a nomear o lucilio calabote!
    Mas se perder novamente, não resta outra opção ao treinador que pedir a demissão!
    cump.

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  33. the turk, e esta equipa não está em construção? temos muita gente nova, e não é com 2 meses de trabalho que a equipa fica perfeita.

    Pode não parecer mas no que concerne ao grupo da champions estamos numa posição muito favorável para passar aos oitavos,porque estamos em 2 lugar tendo já jogado no campo mais dificil e porque recebemos o arsenal na ultima jornada.

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  34. sirmister, as deficiências que apontei no Porto desta época são as mesmas das anteriores com Jesualdo.

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  35. Zé Luis, Sirmister e The Turk:
    Eu nao estou a discutir se o Porto esta ou nao bem classificado no grupo ou se fomos ou nao roubados no campeonato.

    Ja todos percebemos que fomos indecentemente roubados no campeonato. Se atendermos à diferença de tratamento que os de Lisboa levam, percebemos que estariamos em primeiro se tudo fosse mais justo.

    Quanto à Liga dos Campeoes, eu fui um dos primeiros a dizer que o grupo era muito dificil e que o apuramento se decidia nos dois jogos com o Dinamo.

    Este jogo nao decidiu nada.

    Posto isto,
    O meu post serve apenas para discutir a diferença entre Adriaanse e Jesualdo no que concerne à evoluçao tactica e até técnica de determinados jogadores, o jogo de Londres e aquilo que tem sido recorrente nos jogos a eliminar e em diversos jogos com o Sporting.
    Nada mais.

    Ma interpretaçao do jogo do adversario e ma gestao do ritmo de jogo e dos espaços.
    Isto para mim vem do trabalho tactico que Jesualdo faz com a equipa e da fraca mentalizaçao que existe para estes jogos.

    Quanto a jogarmos 30 minutos bem e 90 globalmente mal, eu atribuo isso à juventude da equipa e à inexperiencia, nao so destes ambientes e da responsabilidade da camisola, mas também à inexperiencia tactica (Guarin é um exemplo).

    Falei disso no jogo contra o Fenerbache.
    Mas para mim, a dificuldade do treinador em se adaptar a outro esquema mais movel é também uma razao forte para que isso aconteça.
    Para mim nesse jogo do Dragao, a espaços, Rodriguez e Mariano na primeira parte interpretaram mal o que o treinador pediu e jogando numa posiçao ofensiva mais interior, deram outra dinamica ao futebol do Porto. Apos o intervalo a equipa voltou amarrada e perdeu outra vez fio de jogo. Também disse na altura que me pareceu que a inexperiencia e o pouco tempo de trabalho foi factor fundamental para a ma 2a parte.
    E pegando no esquema fiz uma relaçao nao com suposiçoes mas com a realidade, que sao, os golos obtidos, nao em contra-ataque e, onde o desiquilibrio surge no miolo.

    Nao entro em terramotos nem chicotadas psicologicas. Isso é contra-producente. Agora o jogo de Londres, para mim, foi um descalabro tactico e emocional em toda a linha. Para mim, pelas razoes que antes expliquei.

    E sei bem que jogar em 442, ou 433, ou 451, 4141, ou 344, ou o raio que o valha, pode ser irrelevante.
    O que importa é o modelo de jogo. As linhas jogarem juntas, a defesa nao estar demasiado baixa, etc.
    Agora quando o esquema é estatico, ou quando os jogadores nao sabem o que andam a fazer no campo e nao teem mentalizaçao de vitoria, a coisa fica dificil.

    Para Alvalade isto é o que espero: Uma mudança na ocupaçao dos espaços com um jogador no miolo a ligar o Lisandro ao cérebro Lucho e uma atitude diferente a entrar à bola. Espero que a mentalizaçao seja outra.

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  36. "Agora quando o esquema é estatico, ou quando os jogadores nao sabem o que andam a fazer no campo e nao teem mentalizaçao de vitoria, a coisa fica dificil".

    Pois, isso também eu acho. Só que esta época era previsivelmente mais difícil para Jesualdo. Não pode acumular-se com críticas um trabalho que seria sempre tormentoso para montar uma equipa, com a exigência que se impõe ao FC Porto e pelo facto de ser tricampeão.

    Se são jogadores novos e inexperientes, se tremem por isto ou aquilo, há táctica que resista?

    Eu evito falar em equipa mais fraca porque não me serve o argumento. Ela tem que ser forte. Ainda não o é, mas está na linha de montagem. Tudo isto, para mais face a um calendário difícil, eestava previsto. Logo, a conclusão é a minha de sempre: exagero nas críticas, descontextualização, impaciência.

    Que algo não funciona, está visto. Aqui e ali vamos percebendo. Que seja do jogador a, do sistema b, do modelo c, do árbitro d é mais difícil de avaliar, nem o Jesualdo saberá.

    Resulta claro que o problema está nesta acumulação de coisas, a, b, c, d e porventura outras (Lisandro, por exemplo).

    E as críticas avulso só amplificam o mal-estar geral, centrando no treinador de forma injusta porque esta época nunca seria fácil, até porque nada está perdido, bem longe disso, e no entando comenta-se como se os problemas detectados sejam irreversíveis e tenham já condenado a época ao insucesso.

    É esta ligação, patente nos comentários, que para mim soa mais a derrotismo dos adeptos do que o conformismo atribuído à equipa.

    Para essa análise enviesada chegam os cronistas do regime.

    Alvalade, independentemente do resultado e até do árbitro que nunca é alheio ao dito resultado, pode mostrar se a equipa tem tomates ou não. Mas precisa de um arzinho de sorte que frente ao Sporting tem faltado e ditou alguns resultados muito injustos mas que aqui não deixam de cobrar ao Jesualdo precisamente porque ou jogou em 4x3x3 ou em 4x4x2 e depois fala-se num modo estático do treinador adoptar uma táctica (mas também já comentei que lhe reconheço algum conservadorismo, portanto sou isento para falar disso também).

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