28 junho 2011

O melhor FC Porto de sempre






Já tinha dedicado o tema à melhor equipa de sempre na história do futebol, o Barcelona actual ou que Guardiola tem gerido magistralmente há três épocas. É tempo de apontar a melhor equipa de sempre do FC Porto, que porventura reunirá mais consenso do que no debate, nem sempre conclusivo, sobre o Barça.





Com a morte recente de Tomislav Ivic - único a ganhar campeonatos (8) em seis países diferentes, mas também outros troféus noutros países, além de dirigir selecções nacionais -, associada à saída, mais ou menos previsível, de André Villas-Boas, os treinadores dos quatro títulos numa época coincidem no tempo em que nos fazem falar deles e do seu legado. Coincidentemente, de uma época apenas cada um.





Estive a ver agora, de relance, o que se escreveu por aí nos últimos dias da minha preguiça em que me afastei de tudo e, confesso, a desilusão é enorme. Mal aproveitaram o "Gomes é finito" para sentenciar o fim de vida do croata talvez mais famoso que acabou de morrer, como ele disse do "bibota" a quem deixou no banco na final da Taça de Portugal de 1988. Ivic finou-se, AVB partiu e cada um deixou quatro títulos numa época para delírio da Nação Portista.





1987-88 - Ivic pegou na equipa, excepto Futre de saída para o Atl. Madrid, que Artur Jorge levou a campeã europeia. Uma vitória estrondosa, até por reincidir com o Bayern batido de Viena, para conquistar o Joan Gamper em Barcelona, com 2-0. Não houve Supertaça de Portugal, disputada entre Benfica e Sporting, mas deu para ganhar o que dava direito como campeão europeu: Supertaça europeia, a duas mãos e com duplo 1-0 ao Ajax (à esquerda, Gomes com van't Schip e o árbitro Schmidhüber na 2ª mão nas Antas) vencedor da Taça das Taças e ainda com van Basten e Rijkaard e Bergkamp a crescer para ser grande, e Taça Intercontinental (em cima) na pior das condições climatérias, e jamais repetidas, na final de Tóquio contra o campeão sul-americano Peñarol, na neve que nem a véspera do jogo deixava antever, apesar do frio normal de Dezembro na capital nipónica que hospedava a competição por via do agregado patrocinador Toyota (um troféu particular). Quanto ao campeonato, reconquistado naturalmente no ano dos "quinzinhos", os 15 pontos de vantagem sobre o Benfica (66-51), em 38 jornadas/20 equipas. Um campeonato, em traços gerais, apenas com uma derrota (2-1 em Alvalade, sempre com arbitragem polémica), um 7-0 no Rio Ave a começar 1988 e que ali vi a 3 de Janeiro num domingo soalheiro, depois do 7-1 ao Belenenses na 1ª jornada em que Madjer (que marcou dois) repetiu o calcanhar de Viena nas Antas; tudo para acabar com 3-0 (dois de Jaime Pacheco e um de Rui Barros) no remate da prova e dias antes de despachar o mesmo Benfica com golo solitário, quase no final, de Rui Barros, para aceder ao Jamor onde um golo, igualmente tardio, de Jaime Magalhães selou a 2ª dobradinha do clube depois de 1956. Ah, e apesar de algumas goleadas, os 88 golos marcados não chegaram a dar média de 2,5 golos por jogo, mas o FC Porto ganhou todos os 19 jogos nas Antas, algo só conseguido em 1939-40 (9 jogos) e apenas repetido depois por Mourinho em 2004 (17 jogos). Inesperadamente, foi também finito para Ivic o seu reinado no FC Porto, sucedendo-lhe Quinito com a antítese quanto a Gomes ("É Gomes e mais 10") e um fracasso absoluto que não passou sequer do Outono, Murça de surpresa dirigiu a equipa frente ao Leixões até Artur Jorge voltar a pegar no leme para ser campeão no ano seguinte. Voltaria Ivic, anunciado em dia de S. João de 1993, a treinar nas Antas para ser demitido ao final da 1ª volta depois de 2-0 em Aveiro ao Beira-Mar mas já com atraso para o Benfica que o sucessor Bobby Robson mal conseguiu colmatar. Mas Ivic foi, acima de tudo, a imagem de marca da internacionalização do FC Porto, devotado a treinadores nacionais com Pinto da Costa, com o interregno do austríaco Stessl sem Pinto da Costa na sequência do "Verão quente" das Antas, pois a marca Ivic era de renome mundial e à perda do treinador campeão europeu de 1987 para o Matra Racing - seduzido pelo dinheiro para um clube sem estrutura e que fracassou, um simulacro do Chelsea de Abramovich que atraiu Mourinho e AVB - importava ter um nome sonante. Ivic triunfou mas, ao contrário de Artur Jorge, não ganhou no regresso às Antas. Uma época, ainda com os costumeiros 21 golos de Gomes embora atrás de Cascavel que fez 24, marcada pela ascensão fulgurante de Rui Barros (em baixo, à direita) que de emprestado no Varzim passou num ano para a Juventus numa transferência recorde não oficial de um milhão de contos, cinco milhões de euros actuais mas que porventura valeriam hoje 50 ME.







2010-2011 - Mais frutuosa do que aquela época de Ivic, em termos de títulos, só a que acabámos de celebrar com Supertaça de Portugal, Campeonato da Liga e Taça de Portugal e Liga Europa sob o comando de AVB. Não houve Supertaça europeia, já reservada para o Mónaco com o excepcional Barcelona, nem sequer haverá direito a Mundial de Clubes só reservado a campeões europeus de novo no Japão (após interregno nos EAU). Mas foi uma época de triunfos inolvidáveis sobre o Benfica, a começar na Supertaça em Aveiro (2-0), depois os extraordinários 5-0 no Dragão e, talvez melhor ainda, celebrar o título com 2-1 na Luz onde, ainda melhor, foi possível a seguir virar o 0-2 da 1ª mão da semifinal da Taça para ganhar 3-1 e seguir para o Jamor. Na final, arrebatador 6-2 ao V. Guimarães com cinco golos antes do intervalo e três tentos do jovem James Rodriguez. Um futebol por vezes de sonho, inspirado no Barcelona, com Hulk a arrasar e Falcao a maravilhar com finalizações excepcionais, fosse de calcanhar ao Benfica ou em voo ao Spartak de Moscovo e ao Villarreal, sete vitórias seguidas fora na Europa, recorde de goleada nos 1/4 final com os russos (10-3), quase o recorde de golos numa época (44 contra 45) do Barcelona e a reconquista de um troféu ganho como Taça UEFA em 2003 com Mourinho da última vez que o FC Porto o disputou. Mas, talvez acima de tudo, um campeonato sem derrotas, uma sequência já de 39 jogos sem perder no campeonato desde a época passada, ainda que não conseguisse terminar 100% vitorioso no Dragão por mor de um árbitro vesgo no 3-3 final com o P. Ferreira.





Comparando, os títulos não são os mesmos, à parte a dobradinha que já é um "prato" recorrente no FC Porto actual, mas talvez seja distinta a avaliação que se faça dos dois percursos de técnicos que duraram apenas um ano no FC Porto. Ivic ou AVB?





O confrade "Reflexão Portista" fez uma votação, sem contextualização, para eleger a melhor equipa de sempre do FC Porto. Ganhou, obviamente, com maioria absoluta (52% de 671 votos), a actual equipa. Por ser mais recente? Por estar fresca na memória? Por ser alvo da atenção das redes sociais numa sociedade altamente mediatizada? Por influir a frequência de gente nova na internet que desequilibra votações e não conheceu façanhas de outras épocas? Creio que um pouco de tudo permite concluir que a actual equipa do FC Porto foi a melhor de sempre. Ainda que não faça uma era, foi o ano mais excepcional de todos. Mesmo que Ivic tenha ganho dois troféus internacionais e a Supertaça ao Ajax seja a única que não mais foi repetida. Foi pena ter sido eliminado, ainda em 1987, com duplo 1-2 com o Real Madrid na Taça dos Campeões. Em Valência, por interdição do Bernabéu, um golo inicial de Madjer deu vantagem portista estupidamente mal conservada nos minutos finais, primeiro num deslize de Mly que saiu da baliza para disputar uma bola na linha lateral e de cuja sequência Sanchiz empatou para Sanchez marcar quase no fim. Nas Antas, num jogo às 10 da noite por interesse televisivo espanhol, Sousa também marcou primeiro, mas a esperança esfumou-se com as arrancadas de Julio Llorente para Michel bisar para a equipa que foi pentacampeã espanhola, a famosa equipa da "Quinta del Biutre" que foi a melhor do Real Madrid que pude ver até ao momento.





Mas, e outras grandes épocas do FC Porto? Os anos de Mourinho, em 2003 com Liga e Taça, mais a Taça UEFA, em modelo de jogo diferente do do ano seguinte que rendeu Supertaça e campeonato de Portugal só com vitórias em casa, final mal perdida com o Benfica no Jamor por influência do costumeiro vigarista SLB, mas a reconquista da Liga dos Campeões. Do 4-4-3 de 2003 ao 4-4-2 de 2004, formas diferentes de chegar ao êxito e uma supremacia esmagadora interna aliada ao crescimento notável a nível internacional terminado com a caterva de vendas milionárias a começar pelo treinador com cláusula de 5ME ao Chelsea.










Porém, como bem resumia o quadro da votação do "RP", houve épocas notáveis do FC Porto que, por mais antigas, ficaram pouco na memória sem jogos televisionados ou são poucos os que, nas redes sociais de agora, os viveram então presencialmente. Como venho do tempo dos anos sem nada e vivi intensamente o fim do jejum e a longa travessia do deserto, sou capaz de dizer alguma coisa.







1977-78 - Com a conquista da Taça de Portugal de 1977, com o Braga nas Antas, golo de Gomes, o FC Porto de Pedroto cresceu para patamares competitivos que eu nunca vi em cinco anos de vivência nas bancadas frias do velho estádio onde conheci a antiga bancada de madeira onde depois houve a gigantesca arquibancada, no lado da chamada "maratona", mais o placard que a encimava com os resultados do totobola. O tricampeão Benfica, que escapou por milagre a uma goleada no ano anterior para ganhar com um golo soberbo de Chalana nas muitas vitórias de 1-0 da equipa de Mortimore, acabou 77-78 o campeonato sem perder. Com os mesmos pontos do FC Porto. Quase a ganhar o campeonato com um autogolo de Simões (3') a atrasar de joelho a bola para Fonseca e com Humberto, à minha frente na baliza sul e apenas com Fonseca entre ele e o 2-0 intransponível, a acertar na barra com a bola desviada, por milagre, numa bota do g.r. que foi formado no Leixões e fora campeão pelos encarnados. Ah, mas foi a mais espectacular equipa de ataque que vi no FC Porto, este "team" fantástico com Gomes, Oliveira e Seninho na frente, Duda, Ademir e Octávio no meio-campo e uma defesa quase inalterada de Fonseca, Gabriel, Simões, Freitas e Taí/Murça. Foram 81 golos em 30 jornadas, quase 3 por jogo, 55 golos nos 15 jogos nas Antas, enquanto o Benfica imbatido marcou 56 golos em todo o campeonato. Era um festival de futebol em casa. Este poucos o viram, apesar de haver sempre 50 mil pessoas fosse com o Portimonense ou o Rio Ave ou as 80 mil frente ao Sporting ou o Benfica (1-1, o empate na ressaca de Ademir em livre ante Fidalgo já batido na final da Taça pelo Braga na época anterior) como nessa tarde de Junho, sufocante, com jogo às 17h e eu no estádio já aberto a partir das 13h. Depois, o simbolismo de quebrar o enguiço e virar uma página decisiva no FC Porto, com Pedroto e Pinto da Costa, teve o significado que pouca gente hoje reconhece. Mais a final da Taça com o Sporting, a do árbitro Mário Dias que depois embarcou com os leões para a China, numa digressão, com o traje oficial leonino, acabadinho de influenciar uma finalíssima (2-1) que já tinha sido determinada por outra arbitragem de antigamente no 1-1 do primeiro jogo que motivou a repetição. No ano seguinte, novo título, apesar de cinco empates seguidos na 1ª volta nâo o sugerirem, já não houve final de Taça porque sucedeu a costumeira derrota no Estoril (3-0 na primeira abordagem da prova), naquele campo da Amoreira onde o campeão de 77-78 sofrera, logo à 2ª jornada (2-0) uma inesperada derrota mas que seria a única.


Mas, na Europa, o FC Porto fez falar de si pela primeira vez ainda em 77-78: eliminação do FC Colónia, que seria bicampeão alemão, com 2-2 na Alemanha e 1-0 em Coimbra por interdição das Antas, golo de Murça tão improvável como os de Gabriel e Octávio no Mungersdorfer que albergara jogos do Mundial-74 e onde era hábito sofrer os golos de "canto à Colónia", bola no primeiro poste e desvio para a baliza ou para trás e alguém entrar para marcar, era tudo tão conhecido e aos 5' já o FC Porto sofria assim apesar de avisado. Depois o 4-0 ao M. United com três golos de Duda, que não atenuou o sufoco incrível do 5-2 de Old Trafford. Por fim, em Março, a quebra com o poderoso Anderlech dominador da Taça das Taças (duas vitórias e uma derrota em três finais consecutivas), 1-0 por Gomes nas Antas 24 horas depois de um jogo terminado ao intervalo pela chuva inclemente, e 0-3 em Bruxelas sem apelo nem agravo.




Confesso, pelo futebol de então, os valores como Gomes, Oliveira, Duda, Octávio, Seninho (safou-nos com o bis em Manchester), o significado do título, a participação na Taça das Taças, a agonia do jogo com o Benfica, as duas finais de sacrifício e prejuízo de arbitragem com o Sporting, esta era para mim a época mais saborosa que perdurará na minha memória apesar de ter perdido a revista "Golo" que dedicou uma edição exclusivamente à época memorável do FC Porto. Felizmente, vieram as épocas das grandes conquistas internacionais e são os troféus que valorizam os clubes mais do que as exibições que se perdem entre milhares de jogos observados, à época, ao vivo e sem resumos televisivos.







1984-85 - Quando Artur Jorge pegou na equipa, ele delfim idealizado e ela órfã de Pedroto que já não estivera na final de Basileia, a catástrofe de uma eliminação quase inacreditável com os galeses do Wrexham (0-1 e 4-3, golo galês a dois minutos do fim a ditar a sentença por golos fora) não fazia prever uma época de afirmação com um futebol espectacular e com Futre, resgatado ao Sporting (que ia emprestá-lo à Académica) que levara Sousa e Pacheco das Antas, em grande destaque a prometer épocas de show no Porto até Viena, três anos depois. Campeonato ganho com brilhantismo, oito pontos finais de avanço sobre o Sporting, uma derrota só no Bessa, 2-0 e 1-0 ao Benfica a começar a 1ª e a 2ª voltas, Futre a acertar num poste no 0-0 de Alvalade que podia ter dado o título a cinco jornadas do fim caso a bola entrasse. Pelo jogo envolvente e massacrante para os opositores, uma época em cheio. Mas mal terminada, com 1-3 com o Benfica no Jamor que fez perder muito do glamour ganho no campeonato. Novo título na época seguinte, ganho com dois pontos por fim quando a duas jornadas do fim a situação era inversa mas o Benfica perdeu com o Sporting na Luz enquanto Futre fez o FC Porto ganhou no Bonfim e a derradeira jornada a fazer o Benfica perder no Bessa enquanto à mesma hora, apesar do 1-2 ao intervalo com o despromovido Covilhã que na Serra ganhará 2-0 a acabar a 1ª volta, Gomes virava o resultado a sentenciava (4-2) o bi. Na Europa, eliminação do Ajax com jogo defensivo (2-0 e 0-0) a desesperar van Basten e Rijkaard como sentiriam sempre com o FC Porto nos anos seguintes, até Ivic. Esse bicampeonato, em 1986, lançou a conquista da época seguinte na Europa e a entronização definitiva de Artur Jorge que, com três títulos nacionais (1985 e 86 e 1990), só foi alcançado por Jesualdo Ferreira (2007-2009).







Estas são as épocas do FC Porto em apreço para avaliar a melhor de sempre, que já estará definida pela natureza das conquistas da época ora finda, mas podem suscitar, especialmente aos mais antigos, memórias e comentários a propósito. Porque sinto que muitas memórias se vão perdendo no tempo. A começar pelas épocas inolvidáveis de Pedroto, até à de Ivic que durou pouco mas ganhou muito, tal como AVB.




Uma hora de balanço, sem ressentimentos, antes de começar no final da semana nova época, outro treinador, renovadas ambições, o desafio da Champions e tudo para se jogar novamente, com a voragem do tempo e a pressa mediática de seguir em frente. Não conto, por isso, e por falta de tempo e motivo - não há novidades em lado algum, nem notícias verdadeiramente - fazer outra investida por aqui. Seguirei os comentários de forma mais próxima e fica à vossa consideração o balanço.


41 comentários:

  1. a maior parte da malta tem memória curta, já devias saber isso. ainda assim, esta temporada foi brilhante, ao nível da de 1987/88, e é claro que o efeito da mediatização é enjoativo e intenso na crítica e no louvor. a nível de futebol praticado, a primeira época de Mourinho continua a ser a melhor que me lembro de ver. desvantagens de ainda ser "puto" na primeira passagem de Ivic aqui pelo burgo...

    um abraço e parabéns pela excelente súmula de algumas grandes temporadas do FCP,
    Jorge
    Porta19

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  2. Já escrevi isto no Reflexão Portista e volto a repetir :

    IVIC fez melhor que libras-boas.

    IVIC ganhou as 2 taças internacionais que haviam para ganhar e as 2 mais importantes taças nacionais.

    Libras-boas ganhou 1 taça internacional e 3 domésticas.


    IVIC meteu 15 pontos de vantagem, que segundo cálculos de hoje com 3 pontos seriam 25, libras-boas meteu 21.

    IVIC fez o FCP campeão do mundo pela 1ª vez.
    IVIC ganhou a única supertaça européia até agora do FCP, que todos esperamos que Vitor Pereira ganhe a 2ª.

    Libras-boas conseguiu humilhar o ben7ica 4 vezes esta época, com direito a remontada e goleada, e ganhou a 2ª liga europa do FCP.

    IVIC não foi campeão INVICTO devido a um jogo em alvalade, mas foi campeão IVIC.

    Libras-boas foi campeão INVICTO, mas não campeão como IVIC.

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  3. Se a medida para avaliar a melhor época fosse a satisfação com que se sai do estádio no fim dos jogos, então no meu caso, as melhores épocas foram a do 1º título do Artur Jorge e a 1ª época do Ivic, em 77/78 ainda não ia ao estádio e gostava mais de dar chutos na bola do que vê-la na televisão.

    Nessas épocas de Artur Jorge e de Ivic quantas vezes sai desiludido do estádio? Muito poucas e provavelmente só em jogos da Taça. A alegria e os festejos pelas conquistas nunca mais se repetiram, mas isso também pela força do hábito, as vitórias passaram a ser contínuas. Hoje em dia já não se festeja como nesses tempos.

    Esta época foi fabulosa e ganhámos tudo, mas houve bastantes jogos menos coloridos, no entanto, isso também é fruto do cansaço, do número de jogos e de uma gestão que ainda não existia noutros tempos. Enfim, acho que é impossível comparar épocas tão distantes umas das outras.

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  4. Jorge, já sei que o pessoal, em geral, tem memória curta. Daí a necessidade de a avivar.

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  5. rbn, concordo em parte, mas discordo no essencial.

    Quanto a futebol jogado, eu gostei menos no tempo de Ivic. Com AVB o FCP jogou do melhor futebol da actualidade. E foi campeão invicto.

    Sei que podiam ter sido 25p de vantagem com a pontuação de hoje, mas foram 38 jornadas e não 30 como agora. O FC Porto actual fez 77 golos, salvo erro, em 30 jogos, com Ivic fez pior com 88 golos em 38 jogos.

    É um facto que temos de Ivic a única Supertaça europeia. E tivemos aquela incrível final de Tóquio, às 3 e tal da manhã. Inolvidável.

    Por isso mesmo, por tudo isto que não foi escalpelizado com o respeito pela memória de Ivic, quis fazer esta súmula e porque alguns não a viveram essa época em que também demos 3-0 e 1-0 (na Taça) ao Benfica e com Jaime Magalhães empatámos na Luz para praticamente garantir o título a umas 8 jornadas do fim.

    Mas todas as opiniões são válidas.

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  6. justiceiro, em 77-78 não havia televisão no futebol, quando muito alguns resumos dos jogos mais importantes. Eu também jogava à bola, mas ao domingo não perdia um jogo nas Antas (mais um 2-0 fantástico no Bessa), todos os jogos eram às 15h de domingo, excepto nas últimas jornadas já no Verão.

    Concordo, como escrevi, que o 1º título do Artur Jorge foi de uma máquina de jogar futebol, um campeonato arrebatador mas manchado pelas derrotas com Wrexham e Benfica, que mancharam a época válida apenas pelo título e o futebol produzido.

    Tem uma grande vantagem, que deves concordar e não referi no poste senão alongava-o mais ainda: com esse título, depois repetido em 1986 e seguido da Taça dos Campeões, o FC Porto quebrou o ciclo de Eriksson no Benfica.

    Na verdade, como já escrevi por aí, essa equipa do Benfica era fantástica. Sempre o reconheci. Foi o melhor Benfica que alguma vez vi e a última vez que foi bicampeão em 83 e 84. Apesar da muita luta dada pelo FC Porto, esse Benfica era superior e ainda chegou a uma final da Taça UEFA de forma brilhante.

    Por tudo isso, o título de 1985 foi especial, lançou Artur Jorge para a ribalta e mostrou como o FC Porto podia discutir os títulos com o Benfica.

    Teve o significado idêntico ao título de 1978, com Pedroto, quebrando um ciclo do Benfica que parecia eternizar-se. Repito, contudo, que valeu só pelo futebol do campeonato. O resto foi quase um desastre, a equipa ainda não estava madura e apesar da explosão de Futre tinha perdido as referências do meio-campo de Pacheco e Sousa.

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  7. Devido à tenra idade que tinha na altura, escuso-me a dissertar sobre as equipas aqui mencionadas até 87/88, embora tenha bem viva na memória as finais de 87 (a de Viena e Tóquio de madrugada com aquele zoar constante da sirene, tipica nas transmissões da altura) e ainda mais a primeira vez que entrei nas Antas, precisamente nesse jogo com o Covilhã em que viramos o resultado na 2ª parte com um golo fantástico de Gomes, no ar e à meia-volta, e a posterior invasão de campo!

    Depois disso faço uma menção honrosa às 2 épocas e meia de Robson e a 1ª de Oliveira onde assisti a grandes espectaculos de bola nas antas, com os golos madrugadores nas saidas a jogar à inglesa do Robson (lembro-me de um aos 7 segundos de jogo do Drulovic contra o Setubal, com muita gente ainda do lado de fora da Superior Sul), uma exibição de luxo em Génova nos 1/4s de final da Taça das taças mas com uma frustante 2ª mão à chuva nas Antas com derrota nos penalties. Campeonatos garantidos em Alvalade, vitória por 2-3 em San Siro frente ao todo poderoso Milan no despontar de Jardel e as vitórias por 5 em Bremen e na Luz completam as melhores memórias dessas grandes temporadas que pecaram apenas por falta de algo mais relevante nas competições europeias.

    Mais recentemente coloco a equipa de 2003 ao lado da da última época como as que melhor futebol apresentaram, virado para o ataque e sempre a asfixiar o adversário, com vitórias internas e externas, reviravoltas impensaveis (Panathinaikos em 2003, benfica em 2011) e dois dos melhores jogos que tenho memória de ter assitido - Porto-Lazio nas meias finais da uefa 2003, exibição a roçar a perfeição e onde fica a ideia de que qualquer que fosse o adversário nessa noite, não tinha hipotese contra aquele Porto e a 10ª jornada do último campeonato, os 5-0 ao benfica.

    Para acabar é inevitável, o Porto de 2004 que venceu a Champions embora com um futebol não tão agradavel, com o famoso "descanço com bola", mas com a sensação de quem ia ao estádio que era uma questão de quando ia surgir o golo e por quantos iamos ganhar!

    Não me atrevo a nomear o "melhor" Porto, mas destaco estes que mais gozo me deram desde que sigo o clube com "olhos de vêr" e sempre com fé que "o melhor ainda está para vir"! :)

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  8. *"descanso" e não "descanço" (esta foi à Jasus...)

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  9. Zl boas divagações sobre qual foi até agora a melhor equipa. Para mim são todas boas logo que ganhem, mas ver o Madjer jogar foi uma recordação para a vida.
    Mas mudando de assunto se me permite, estou siderado com os adjuntos, o Semedo como jogador nunca gostei dele, a começar pela sua cor clubista, mas como se sabe isso não conta para nada, até dos ditos nossos há traições, mas como técnico ainda será pior. O tal Quinta não faço a mínima ideia de quem é, parece-me de 5ªescolha, pelo aspeto nem para roupeiro servia. Espero e desejo com todo o meu fervor clubista que esteja equivocado,se tal vier acontecer vai ser das minhas maiores surpresas da vida.

    VIVA O FUTEBOL CLUBE DO PORTO

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  10. Zé Luís; posso só dar uma achega ou duas, aos números e factos apresentados?

    Em 84/85, tenho ideia da única derrota, ter sino no Bessa, logo à 2ª ou 3ª jornada (era Setembro), com um golo de penalty, salvo erro de Phil Walker, logo aos 5min, ou coisa que o valha.

    Falaram aí num empate na lixeira, em 87/88, com golo do Jaime Magalhães (eles empataram por Diamantino); foi o último jogo da 1ª volta; como o campeonato foi de 20 equipas, foi na 19ª jornada; estive lá no 3º anel, mesmo sendo alheio às duas equipas (a minha, encavava 4 secos, em Penafiel!!! Eram as tardes de Domingo, com futebol às 3 da tarde no Inverno e nicles de transmissões...).

    Abraço e boas férias, para quem ainda não foi.

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  11. paulop, muito me admira essa questão do clubismo de Semedo.

    Porque eu vi o Semedo desde os juvenis e, claro, sempre no FC Porto até aquela última época no Salgueiros.

    Semedo, para mim, é portista desde pequenino e como o admirei desde os juniores.

    Era também um "ferrinho" no tempo de Ivic, mas aí jogando mais lento, porém sempre fiável.

    Afinal, que clube é da preferência dele?

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  12. pai da leoa,

    sim, o Benfica-Porto foi da 19ª jornada, por isso refiro que o 3-0 da 2ª volta foi na última jornada e dias depois despachámos o benfas com o golo de Rui Barros na semifinal.

    Quanto à derrota do AJ, é verdade, foi no Bessa e confere tudo.

    Confundi com a derrota do 2º título do Pedroto, essa sim em Braga (3-1).

    Já agora, tenho ideia da derrota do Porto de Ivic em Alvalade, golo de Jorge Plácido e creio que um do Carlos Manuel já nos leões, o outro não me lembro tal como não lembro o nome do árbitro mas recordo que o FC Porto contestou imenso essa arbitragem.

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  13. paulop, para muitos o Madjer foi o melhor que passou pelas Antas. Acho que sim. Embora o peruano Cubillas, que vi a dar-nos a vitória no meu primeiro Porto-Benfica ao vivo (2-1), logo após o 25/4/1974, no último golo de Eusébio contra o Porto (de cabeça, num canto) e um dos últimos dele pelo Benfica, esse Cubillas era um tratado de bola.

    Em 74-75, ainda com Stankovic no comando, ou 75-76, no Leixões, o Cubillas fintou todos desde o meio-campo, ganhámos 1-0 como tínhamos ganho na Luz com um penálti dele (é verdade, dessa vez ganhámos lá com um penálti). Foi uma 1ª volta sem derrotas. Depois três nas quatro rondas iniciais da 2ª volta, uma delas o 0-4 com o Belém nas Antas (0-3 ao intervalo e autogolo do Carlos Alhinho na 2ª parte).

    Fico na dúvida entre Cubillas e Madjer. Este era espectacular, imprevisível, mágico. O peruano era o Pelé depois do Pelé, genial, um 10 à moda antiga, tecnicamente irrepreensível. Teófilo Cubillas, comprado ao Basileia graças a uma subscrição entre os adeptos (3500 contos, uma fortuna na altura), tinha sido enorme no Mundial-70 no México e ainda foi grande, vi-o na tv desse Mundial, em 78 na Argentina.

    Mas Madjer fez uma história de sucesso sem igual.

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  14. pai da leoa, lembro esse 4-0 em Penafiel, do José Romão e que acabou a 1ª volta em 2º lugar!!! Depois ficou em 8º ou 9º, mas era difícil jogar no "25 de Abril", o Porto raramente lá apontava melhor do que empates.

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  15. paulop, sobre os adjuntos, na última época eu mal soube o nome dos adjuntos, não seria capaz de dizê-los todos, nem sei ao certo quem era o prep. físico. Se tudo funcionar bem nem se notam.

    Quanto a Rui Quinta, começou a dar nas vistas pelo Penafiel e deu que fazer ao Benfica numa eliminatória da Taça na Luz. Foi muito elogiado nessa época, depois perdi-lhe o rasto porque sigo muito mal a II Liga e muito pior os escalões abaixo.

    Depois, não se julga ninguém pelo aspecto. Como o VP andou pela II Liga deve conhecer bem RQ.

    E se for sempre o VP a falar, como AVB, ninguém se lembrará dos adjuntos. Isso importa-me pouco, sicneramente, como importa em todos os clubes por esse mundo fora onde os adeptos não conhecem muito mais do que o tr. principal.

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  16. Para mim, que sempre gostei de ver o Porto jogar, é difícil dizer qual foi a melhor equipa, mas arrisco que ela existiu algures entre 1977 e 1988...
    Foram dez anos de grande futebol pela mão do Pedroto e Artur Jorge.
    Grande, grande trabalho.
    Claro que Mourinho e Vilas Boas marcaram indubitavelmente uma época, fizeram também um belíssimo trabalho -mais Mourinho que André até pela duração- mas para mim aquela década foi de doidos, pois representou sair da penumbra a que estávamos submetidos e entrar árdua mas seguramente, no Céu Estrelado.
    -Cubillas, Bené, Oliveira, Madjer, Eurico, Jaime Magalhães, João Pinto, Lima Pereira, Rui Barros, Futre, André, Quim, Gomes, Frasco, Jaime Pacheco, Juary, Duda, Vítor Baía, Mlynarckzic, Seninho, Sousa, Vermelhinho, Zé Beto, Ademir...

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  17. Única derrota de 87/88; foi em Alvalade, a meio da 2ª volta, a um Sábado à noite, com 0-0 ao intervalo.
    Na 2ª parte, P. Cascavel abre com um tiro e poucos minutos depois, Mário Jorge, numa espécie de canto directo, eleva... minuto seguinte, J. Plácido reduz!

    Foi o único jogo da época, onde o FCP esteve a perder por duas bolas... ainda que por breves segundos... mas foi uma contestação terrível, de facto.

    Só falei no tal jogo do empate na lixeira, pois alguém aí em cima, falou que foi a 7 ou 8 jornadas do fim.

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  18. Agora que já escrevi de cabeça, vou ao Almanaque:

    SCP 2 FCP 1
    Árbitro: Carlos Valente (blargh!!)
    9-4-88
    PCascavel 46
    MJorge 74
    JPlácido 75

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  19. pai da leoa, tava com a ideia do Carlos Manuel. Nao era já treinador? Eu creio que ele treinou o Sporting numa vitória sobre o Porto, ou que tenha marcado pelo Sporting, pensei que fosse aí.

    Mas também não te lembras do árbitro, mas que deu uma bronca, deu, deu.

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  20. A tal derrota do AJ:

    2ª jornada, 1-9-84, Sábado...
    ...parece-me que o jogo foi no Sábado, antecipado.

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  21. O Carlos Manuel veio jogar para Alvalade, em 88/89 e metade de 89/90...

    ...veio como treinador fazer a 2ª parte da época 97/98 e ganhámos ao FCP 2-0, com golos de Assis e Edmilson (o ex-FCP).

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  22. meireles, pois lá está, quem é desse tempo lembrará o futebol ofensivo nas Antas.

    E o Bené? Ui, fisicamente parecia o Cubillas, mas era de raio de acção curto e nem sei se marcou algum golo.

    Nem sei se é contemporâneo do peruano ou antes deste, talvez do tempo do Pavão, aquele que vi morrer nas Antas em finais de 73.

    O Porto chegou a ter uma equipa de mestiços bons de bola, o Abel e o Flávio faziam grande dupla. O Flávio marcou quase no fim o penálti que deu 2-2 e travou a marcha vitoriosa do tal Benfica de Hagan de 72-73 que só empatou duas vezes, nas Antas e depois na Tapadinha na penúltima ronda.

    Essa lenda do Benfica de Hagan, como já aqui contei, teve um jogo dos diabos que nunca cheguei a entender como foi: o Porto dominou sempre, Abel e Flávio fizeram 2-0 e nos 15' finais perdemos 3-2. Foi por isso que a invencibilidade desse Benfica durou.

    Já o Abel fez o 1-0 no tal jogo que vi do Benfica nas Antas não sei se em Abril de 74, creio que foi em Março, antes da "Revolução", esse meu primeiro Porto-Benfica.

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  23. Ao pai da leoa,

    julgo que o meu primeiro jogo ao vivo, com uns 10 anos, foi uma abertura de campeonato, Porto-Sporting, aí em 1972 ou 73, vi o Yazalde empurrar por entre as pernas de um defesa do Porto agarrado a um poste na baliza do sector sul. Yazalde era uma máquina de fazer golos. Lembro-me do ano em que fez 42 ou 46 golos, dava os resumos dos clubes de Lisboa na tv a preto e branco, num jogo de 8-0 com o Oriental até pararam a bola sobre o risco de baliza para dar a Yazalde para marcar.

    Os meus tempos foram assim, de memórias vivas mas de poucos momentos televisivos. Nas Antas é que via os jogos todos.

    Se o meu baptismo não foi nesse Porto-Sporting, 1ª jornada de 72-73 julgo eu, foi num Porto-V. Guimarães à chuva, talvez nessa época ou na anterior, o Vitória ganhou 2-1, o problema é houve dois ou três anos de intervalo entre vitórias de 2-1 dos minhotos nas Antas. Assisti a uma dessas.

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  24. Tinha ideia de ser o Valente, mas sem certeza, um sábado à noite. E lá está, o Carlos Manuel jogou, pensei que tivesse marcado. Lembro-me desse 2-0 com ele a treinador, o Jacca (Edmilson) marcou ao ex-clube depois de ter andado por Paris (ou Corunha?).

    Já vi esse almanaque do SCP, excelente, tenho pena de não haver assim um do FCP, uma vez propus uma coisa do género a um editor mas era preciso ter as fichas dos jogos dos anos 30, 40 e 50, um problema...

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  25. ZL será dicil escolher entre Cubbillas e Madjer, escolho o último pelos resultados, a recepção, passe, drible e visão de jogo, eram sublimes. Já agora recorda-se dum jogador emprestado pelo Barça, salvo erro Herédia, que avançado colossal.
    Segundo um amigo meu de Ovar, o Semedo atirava para o vermelho, mas isso hoje em dia nao conta para nada, como já disse o sucesso desta equipa técnica será para mim uma boa e grande surpresa.

    VIVA O FUTEBOL CLUBE DO PORTO

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  26. sim, lembro-me do Herédia, um craque estilo Maradona, creio que ainda jogou no Mundial-74 e fez um golo, mas aquela Argentina era desordenada, valia pouco. Herédia esteve cá meio ano, salvo erro.

    O Semedo, como digo, vi-o jogar nos juvenis.

    Uma estória: estava na tropa a fazer o COM em Mafra, raramente saíamos do "Calhau", só ao fds para vir a casa, de camioneta. Um domingo havia um decisivo Sporting-Porto, em juniores, em Alvalade. Fiquei em Mafra de propósito para ver o jogo. No meu pelotão havia dois portistas, eu e o Matos, um moço impecável de Lisboa. Um portista de Lisboa, nunca tinha visto!

    O Matos foi para casa e no domingo lá fui ter com ele a Lisboa, de camioneta. Dissera-lhe que valeria a pena ver os juniores, o Semedo era um tratado de bola Isto em Maio ou Junho de 83. Fomos à bola. Bem, o Porto perdeu 1-0, o Sporting foi campeão e um puto partiu aquilo tudo e fez o golo, era Futre. Incrível.

    Bem, esse jogo foi de manhã, em Alvalade. Como tropa, fardado, pagava pouco para ir ao estádio. À tarde, fui ver o Benfica-Sporting, na Luz. Deu 3-1 e Benfica campeão, em 83, era uma equipa fantástica, como digo a melhor que vi deles, nunca mais outra igual ou sequer parecida: Nené, Chalana, Filipovic, C. Manuel, Alves, Álvaro, era muita fruta!!! A última vez que foram bicampeões, 83 e 84.

    Mas o pior de tudo, ainda: perdi um fds para vir a casa; contava vir no fds seguinte e fiquei de plantão por rotação de serviço. Duas semanas de "castigo". Sempre odiei o "Calhau", esfolei o lombo, uns anos depois já sentia saudades.

    E vi o Futre nos juniores do Sporting, como vi o nosso Fernando Gomes nos juniores e a estreia com dois golos à CUF na 1ª jornada de 74-75 (2-1).

    Semedo tratava a bola como os sul-americanos, com leveza. Daí parecer lento. Às vezes irritava, é certo, mas isso acontecia-me com outros, como Sousa que tocava a bola demais. Mas Semedo sempre o vi portista desde pequenino, acabou no Salgueiros por má condição física e uma suspeita de doping que envolveu um tipógrafo do JN, imagine-se! Nunca esclarecido. Semedo era franzino, pernas de gazela, um Rijkaard com passada menos larga, algum medo de rematar, mas lá fazia o seu golito e era dos menos expansivos a festejar.

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  27. ZL boas recordações,concordo em absoluto com a sua análise.Já agora,costumava ir ver os juniores ao domingo de manhá com o meu Pai, recordo dum jogador que na altura arrastava uma pequena multidão, Artur Jorge, nunca se percebeu a sua saída, conta-se muitas histórias, mas a verdade ainda não sei.

    VIVA O FUTEBOL CLUBE DO PORTO

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  28. Zé Luís:
    Os meus primeiros ídolos são o Américo, Rui, Paula, Almeida, Rolando, Custódio Pinto, Nóbrega, Atraca, Djalma...O Pavão surge depois, vi-o jogar como júnior no Campeonato respectivo -fase regional- em Vila Nova de Gaia, aliás ainda agora de vez em quando vejo o GR da época, o Aníbal, está mais ou menos reconhecível, eu reconheço-o...O Bené ficou-me para sempre na retina, o futebol do FCPorto na época dele era um pouco no estilo do Futebol do Brasil México 1970, lento mas espectacular de ver explanado, parecia samba, o do Benfica era estúpidamente frio, objectivo, desinteressante...O Cubillas era mais rápido, mais possante, mais pós-moderno...

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  29. Zé Luís;
    o jogo da bronca do C. Valente foi na Primavera de 88...
    ...o Carlos Manuel veio nesse Verão...
    ....nessa altura, estava a fazer meio ano na Suiça... Sion, salvo erro.

    E atenção: o ano do título junior do Futre, 82/83, o caro amigo ao ir à lixeira, viu eventualmente um resultado de 1-0 prós lamps... marcou o Chalana, salvo erro e Bento falhou um penalty para eles e Jordão falhou para o Sporting.

    Um 3-1 para os lamps, só me recordo na penúltima jornada de 84/85...

    ...ah, em 82/83, esse empate, na penúltima jornada, era jogo de consagração, pois em Portimão, na jornada anterior, garantiram matematicamente o título. Salvo erro, 4 pontos de avanço, faltavam 2 jogos (2p p/ vit.), mas tinham vantagem no confronto directo c/ o FCP.

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  30. Sim, o Chalana fez 1-0 nesse jogo, mais ou menos de carrinho, entrou com a bola pela baliza do lado esquerdo para quem estava no 3º anel, aos trambolhões, mas tinha ideia que ficou 3-1 e se não foram campeões nesse jogo seria o jogo de consagração pelo título conquistado na jornada anterior. Foi em 1983, isso é certo, porque passeis 4 meses de tortura no Convento.
    Talvez tenha feito confusão com outro 3-1.

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  31. O H. Yazalde (Chirola), fez 46 golos em 73/74 e 30 em 74/75 ... Bota de Ouro Europeia e Bota de Prata Europeia, respectivamente.

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  32. Em 83, talvez mês e meio antes, no Sábado de Páscoa, penso, fomos lá perder 3-0 para a Taça, que até o n/ GR foi o Fidaldo, ao contrário do habitual Meszaros.

    A tal Taça, que eles ganharam no início da época seguinte, nas Antas...


    Quanto a Mafra, respeitinho Sr. José... comecei lá a minha vida profissional e gostei tanto, que comprei lá casa, que ainda mantenho.
    eheheheh

    O famoso calhau...
    ...a mítica EPI...

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  33. Boas

    a minha análise às melhores equipas de sempre do FCP está limitada por questões temporais.
    Nascido em 1976 e desde cedo vacinado com tripeirismo agudo apenas, por "questões logísticas", comecei a frequentar as antas e mais tarde o dragão após começar a trabalhar e ter carta.

    No entanto desde cedo acompanhei as campanhas vitoriosas e as grandes equipas do FCP nas décadas de 80/90.

    Acontece que o acompanhamento era efectuado à distância através de longas sessões da Quadrante Norte e com os resumos no Domingo Desportivo quando este era transmitido em horário nobre.

    Dessas alturas marcaram-me as equipas do Rei Artur, especialmente aquelas onde pontificava para mim o melhor jogador português de todos tempos, o grande Paulo Futre. Se este tem saído para um Real/Barça ou Milan, de certeza que a sua carreira teria sido muito mais valorizada e teria ganho umas poucas Bolas de Ouro. Do reinado do Rei Artur, curiosamente, as maiores lembranças, para além da inolvidável vitória em Viena, os dois jogos mais marcantes para mim foram a eliminatória com o Wrexham em 84/85 e uma eliminação com o Sporting para a taça com um golo no último minuto em 86/87, dois dos poucos jogos que nessa altura pude assistir ao vivo nas Antas.

    A era seguinte com Ivic com o poker de triunfos foi uma das melhores de sempre. Conseguimos superar a saída do El Portugues e partimos para uma época absolutamente fantástica com os 15 pontos de avanço sobre um bom benfica. Atendendo às conquistas conseguidas e ao passeio no campeonato esta equipa entraria de caras em qualquer top, no entanto como só acompanhei por relatos e resumos, faço mea culpa e não a coloco no podium. Injusto talvez.

    Depois veio, juntamente com Octávio, o maior erro de casting de PC, o grande Quinito que trouxe o mítico Kongolo para as Antas numa época em que Artur Jorge não conseguiu salvar.
    Novo reinado com Artur Jorge com algumas conquistas importantes.

    O período seguinte com Carlos Alberto Silva, apesar de eficaz também não deixou grandes lembranças do ponto de vista do espectáculo.

    O regresso de Ivic não resultou mas permitiu que a sua saída permitisse a entrada do sir Bobby Robson. Durante duas épocas e meia tivemos do melhor futebol de sempre e é uma das fases que coloco no podium do melhor FCP. A vitória de 5-0 na Alemanha frente ao Werder Bremen perdurará para sempre como um das melhores exibições que eu tenho memória na Europa

    A fase Oliveira também não foi má. Futebol de ataque e um super mário que marcou uma era no Porto. Desta altura destaco a vitória em Milão frente ao AC e um "grande slam" em Lisboa num época com vitórias em Belém, Alvalade e Luz

    Fernando Santos cumpriu mas nunca entusiasmou-me pese embora o mérito do Penta. (continua...)

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  34. (continuação...)

    Depois a entrada de Octávio apenas teve como facto de realce ter permitido a contratação antecipada do Mourinho

    A era Mourinho no FCP constitui-se como uma das melhores de sempre, se não mesma a melhor. No entanto dentro desta era existem dois anos com algumas diferenças. A equipa que mais me marcou foi a de 2002/03. Pese embora a lacuna de não termos um ponta de lança de classe (jogávamos com o Postiga :) ) foi uma época marcante com exibições de luxo, das quais destaco o melhor jogo de sempre que eu assisti ao vivo por parte do FCP, a vitória na primeira mão das meias finais da UEFA frente à poderosa Lazio por 4-1. Desse jogo lembro-me que se a equipa não tirasse o pé na segunda parte para fazer uma gestão do resultado, a Lazio poderia ter sido vergada a uma humilhante derrota. O ano seguinte a equipa era mais cerebral, mais cinica e apesar das vitórias conseguidas não chegou a atingir o fulgor da época anterior. Mesmo assim nota 10.

    O descalabro pós-mourinho não entra nestas contas nem a passagem do maluco do Adriaanse pelo Dragão. Apesar do futebol ofensivo, a derrota em casa com o Artmedia e o 5LB, marcaram pela negativa a sua passagem pelo Porto.

    Jesualdo cumpriu e fez sempre mais do que o pedido, mas o futebol praticado nunca atingiu a excelência e as derrotas com o Sporting em várias finais (Taça e supertaça) não permitem que essas épocas ficassem nas douradas do Porto.

    AVB, o meu “treinador de sonho”, partiu para uma época fantástica, bastante recente para a aprofundar, mas as vitórias sobre o 5LB, especialmente os cincazero e a remontada na Taça, a conquista europeia permitem que este ano entre directamente no pódium.

    Em resumo e para não chatear mais, aqui vai o meu top de sempre, limitado por questões temporais.

    1. Mourinho de 2002/03
    2. AVB de 2010/11
    3. Robson de 1994 a 96

    Estava indeciso entre o Special One e o Special Too, mas o factor decisivo para escolher entre o melhor de sempre prende-se com o facto de Mourinho ter tido à sua disposição o Deco, que para mim, foi o melhor estrangeiro que vi jogar de dragão ao peito (o Madjer vi só na TV). Com ele em campo, o jogo passava para outra dimensão (como diria o Freitas Lobo) e quando fazia parelha com o Alenitchev então a ópera soava nas Antas e mais tarde no Dragão. Reconheço que a equipa do AVB foi a que me deu mais e maiores emoções como os 5-0 na luz, a remontada na taça e o campeonato na luz às escuras, mas ponderando bem, a equipa de Mourinho estava noutra dimensão no que respeita ao futebol jogado.

    Um abraço

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  35. Lembro-me muito bem do 1º jogo em que vi o Semedo a jogar. Era a 1ª jornada do campeonato, acho que contra o Benfica, estava de férias em Aveiro, em Agosto, fui de comboio com um dos meus irmãos, corri de Campanhã até às Antas, para arranjar lugar, umas 3 horas antes do jogo!
    Fiquei impressionado com o Semedo, um miúdo que aparentava mesmo o que o Zé Luís disse, leveza, visão de jogo e classe! Mas tudo isto parecia ser feito ao ralenti, o efeito era bonito. A juntar a isto, a estreia do Juary, do Celso, e de mais alguns, um grande jogo, vitória esclarecedora (não me lembro do resultado) e um início de uma grande época!

    Que saudades desses tempos, hoje em dia se passasse 5 horas dentro de um estádio para ver 1 jogo, dava em louco!

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  36. justiceiro, creio que foi 2-0, bis de Gomes, Eurico partiu uma perna e ficou fora toda a época.

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  37. DD, é curioso mencionares o Futre como o melhor português de sempre. Dos que vi jogar, apanhando o Eusébio em final de carreira, também para mim Futre nunca teve o reconhecimento merecido. Talvez por ter estado no Porto. Ou quase certamente por isso. Futre era explosivo, fantástico e ele deu umas entrevistas este ano a lamentar esse facto de não lhe terem dado a notoriedade que justificava.

    Depois, a sua carreira no Atl. Madrid foi fantástica, mas o clube não estava ao seu nível. Sozinho foi ao Bernabéu golear o Real Madrid (4-0), que vi na tv, e ganhou duas taças do Rei.

    Quanto à Bola de Ouro, perdeu-a para Gullit nesse ano de 1987 sem se perceber porquê nem criar a onda de indignação que hoje se vê por aí à mínima lamúria de um tolinho qualquer. Futre merecia a Bola de Ouro, Gullit só teve notoriedade por ter trocado o PSV pelo Milan e ganhou o troféu do FF pela meia época no Milan, o que é injusto, apesar de depois ter justificado o seu estatuto de grande mas que não existia na Holanda.

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  38. Grande Futre!Se não se lembram logo no final da temporada 84-85 o Atl Madrid quis leva lo,o Presidente ainda era o falecido Vicente Calderon.É interessante ninguem falar aqui no grande jogador que foi o nosso Mister António Oliveira mesmo tendo ido jogar para o Sporting e também a forma como festejou nas Antas os golos que marcou pelo Penafiel num celebte empate a 2 duas bolas.E alguem se recorda do Bife também já infelizmente desaparecido que por cá passou na temporada 1979-80.E o Mike Walsh,talvez o melhor cabeceador que alguma vez jogou em Portugal?
    Saudações Portistas!
    Abraços
    Duck

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  39. dj, falo de Oliveira no Porto de Pedroto, era uma linha avançada impressionante com Seninho e Gomes.

    Walsh também me caiu no goto, uma vez marcou 4 ou 5 golos de cabeça ao Farense, gostei muito dele até porque eu era um apreciador do futebol britânico. E lembro-me do primeiro golo dele, que o relembrou numa entrevista antes da final de Dublin, ao Braga, chocando e ferindo acidentalmente o g.r. (1-0 para o Porto nessa partida).

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  40. E o Jacques com os três golos que marcou ao Benfica numa tarde chuvosa de Sabado e assim ganhamos a Supertaça depois de termos perdido por 2-0 nna Luz.Nas Antas ganhamos por 4-1.Eramos treinados pelo Stessl.O Jacques que veio do Braga também foi o melhor marcador do campeonato com a nossa Camisola.O Walsh para mim é inesquecivel,alêm dos fabulosos golos que marcou com a cabeça,era também um verdadeiro destruidor de defesas quando os jogos eram jogados à chuva.Voltando à epoca 84-85 perdemos no Bessa por 1-0 com golo de penalty do Adão ainda na 1ªparte,jogo jogado ao Sábado de tarde.O Futre foi substituido pois o Queró andava sempre atraz das pernas dele,até teve que sair de maca e atiraram lhe pedras.A minha 1ªrecordação do Futre foi num jogo de Juniores entre o Porto e o Sporting nas Antas em que os leões venceram por 2-0 com ele e o Litos que também esteve quase a vir para o Porto a fazerem uma grande joga.Lembro me também do 1ºjogo que ele fez com a nossa camisola,um Porto-Varzim,que terminou 2-2 nas Antas,jogo de preparação para a temporada 84-85 onde ele faz duas arrancadas geniais e coloca a bola na cabeçinha dourada do Gomes.E o fabuloso golo que ele marcou ao Vitkovic quando ganhamos por 3-0 e passamos aos Quartos de Final da Taça dos Campeões e era a 1ªvez que tal acontecia e ainda por cima fomos Campeões Europeus!
    Saudações Portistas!
    Duck

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  41. Meu Caro Zé Luís se me permites deixo aqui uma correção no Porto-Benfica da temporada 85-86 em que vencemos por 2-0 e o Eurico partiu a perna depois de uma entrada do Nunes quem marcou os golos foram o Juary a passe do Grande Semedo e o Gomes.O bis do Gomes foi na epoca anterior.Já agora lembro que ninguem vai conseguir encontar imagens desse bis do Gomes pois o Porto não permitiu a entrada da rtp.
    Saudações Portistas!
    Abraços
    Duck

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